18ª CineBH anuncia seleção com 110 filmes; Anna Muylaert será homenageada

por: Cinevitor
Cena do longa baiano Dois Sertões, de Caio Resende e Fabiana Leite

A CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte celebra sua maioridade entre os dias 24 e 29 de setembro e tem como eixo central a produção cinematográfica da América Latina. O evento de cinema da capital mineira promove um diálogo enriquecedor com realizadores locais e fortalece as coproduções internacionais.

Em paralelo à Mostra, ocorre também o 15º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, o evento de mercado do cinema brasileiro e o principal encontro de coprodução internacional do Brasil. Durante seis dias intensos, a 18ª Mostra CineBH promoverá atividades gratuitas para todas as idades e públicos, com foco na formação, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro, promovendo intercâmbios com outros países, em conexão com as artes e com a própria cidade

Nesta 18ª edição, serão exibidos 110 filmes (59 longas, 2 médias e 49 curtas), de 15 países e 13 estados brasileiros em 75 sessões, todas com entrada franca, distribuídos em 10 mostras temáticas: Continente, Território, Homenagem, Diálogos Históricos, A Cidade em Movimento, Vertentes, Praça, Curtas-metragens, CineMundi, Mostrinha, Cine-Escola e IC Play.

As projeções se espalham por dez espaços de Belo Horizonte: Cine Theatro Brasil (Grande Teatro e Teatro de Câmara), Fundação Clóvis Salgado (Cine Humberto Mauro, Sala João Ceschiatti, Sala Juvenal Dias, Jardim Interno e Jardim do Parque), salas de cinema do Centro Cultural Minas Tênis Clube, Una Cine Belas Artes, Cine Santa Tereza, Teatro Sesiminas, Cine Cardume Rodoviária, Praça da Liberdade e Casa da Mostra.

A CineBH é uma importante plataforma para a exibição e discussão do cinema, com foco na produção latino-americana, e promove intercâmbio cultural e artístico entre filmes e realizadores do continente numa seleção diversificada de trabalhos que abordam questões sociais, políticas e culturais nas narrativas cinematográficas da América Latina.

Do Panamá: o longa Bila Burba, dirigido por Duiren Wagua

O tema deste ano na CineBH é Estados do Cinema Latino-Americano e irá percorrer vários dos 20 filmes programados para as seções latino-americanas, divididas nas mostras: Território, de caráter competitivo, para realizadores em início de carreira de longa-metragem; e Continente, não competitiva. A maior parte dos títulos é inédita no país e se diferencia por aproximações e abordagens do continente fora dos padrões estabelecidos principalmente em eventos europeus.

Na MOSTRA CONTINENTE, os filmes são:

Altamar, de Ernesto Jara Vargas (Costa Rica)
Dois Sertões, de Caio Resende e Fabiana Leite (Brasil)
Idade da Pedra, de Renan Rovida (Brasil)
La Mujer Salvaje, de Alán González (Cuba)
Maestra, de Bruna Piantino (Brasil)
Maldita Eva, de Pablo Spatola (Argentina)
Nada, de Adriano Guimarães (Brasil)
Pepe, de Nelson Carlos de los Santos Arias (República Dominicana/Namíbia/ Colômbia)
Pibas Superpoderosas, de Leonora Kievsky (Argentina)
Praia Formosa, de Julia De Simone (Brasil/Portugal)
Ramona, de Victoria Linares Villegas (República Dominicana)
Rio Vermelho, de Guillermo Quintero (Colômbia)

Já os da MOSTRA TERRITÓRIO são:

Ausente, de Ana Carolina Soares (Brasil)
Bila Burba, de Duiren Wagua (Panamá)
Carropasajero, de Juan Pablo Polanco Carranza e Cesar Alejandro Jaimes Léo (Colômbia)
Las Almas, de Laura Basombrío (Argentina)
Mala Reputación, de Marta Garcia e Sol Infante Zamudio (Uruguai/Argentina)
Posesión Suprema, de Lucas Silva (Colômbia)
Sariri, de Laura Donoso (Chile)
Suraras, de Barbara Marcel (Brasil/Alemanha)

Estreante na programação da CineBH, a proposta da Mostra Vertentes é exibir um cinema brasileiro cujo caminho já foi iniciado por seus realizadores e, por isso, provocam expectativa e curiosidade; seja pela presença de sucesso em outros festivais, por suas trajetórias ao redor mundo, pelos nomes envolvidos ou então a conjugação de tudo isso. O fundamental da Vertentes é apresentar ao público trajetórias em andamento, com suas errâncias que, por fatores diversos, trouxeram-nas até os nossos olhares em Belo Horizonte. Como um riacho que se divide em diversos fluxos de itinerários e destinos, as vertentes simbolizam direções particulares, carregando histórias, conflitos, transformações e redescobertas multifacetadas.

Os títulos da primeira edição da MOSTRA VERTENTES, inéditos em Belo Horizonte, são:

Barba Ensopada de Sangue, de Aly Muritiba (SP)
O Dia que te Conheci, de André Novais Oliveira (MG)
Oeste Outra Vez, de Erico Rassi (GO)
Pasárgada, de Dira Paes (SP/RJ)

A 18ª CineBH prestará uma homenagem especial à cineasta paulista Anna Muylaert, uma das vozes mais marcantes do cinema brasileiro contemporâneo. A celebração ocorrerá na noite de 24 de setembro, no prestigiado Cine Theatro Brasil, onde a diretora estará presente para a exibição em pré-estreia de seu novo filme, O Clube das Mulheres de Negócios, recentemente exibido e premiado no Festival de Gramado. O trabalho de Muylaert é conhecido por suas personagens complexas e contraditórias, que muitas vezes refletem as tensões sociais brasileiras, desde as dinâmicas de poder entre homens e mulheres até as relações entre empregadores e empregados.

Durante a mostra, terão sessões presenciais, em vários espaços da cidade, os seguintes filmes de Muylaert: Que Horas Ela Volta? (2015), Durval Discos (2002), Alvorada (2022) e Mãe Só Há Uma (2016). Estes e todos os outros títulos dirigidos por Anna Muylaert, incluindo curtas e longas-metragens, poderão ser vistos na plataforma on-line da CineBH, gratuitamente, durante o período do festival, como: A Origem dos Bebês segundo Kiki Cavalcanti (1996), Chamada a Cobrar (2012), E Além de Tudo Me Deixou Mudo o Violão (2012), É Proibido Fumar (2019), O Nosso Pai (2021) e Um Café com Meu Avô Durval (2021).

Grace Passô, Camila Márdila e Dandara Pagu no curta O Nosso Pai, de Anna Muylaert

A Mostra Praça desta edição da CineBH está dedicada à música, seja por documentários que perfilam grupos e sonoridades à ficção cujo ponto de partida é uma loja de discos de vinil e no qual o ritmo narrativo é cadenciado pela musicalidade. Num ambiente a céu aberto, rodeado de árvores, transeuntes, vento e tudo que forma a paisagem urbana, assistir a esses filmes será algo próximo a participar de grandes concertos, aqui intermediados pela linguagem do cinema a conduzir atenções e sensibilidades. Além de curtas da Mostrinha, os filmes serão exibidos na Praça da Liberdade, espaço de grande importância cultural e cartão postal da cidade. A seleção da MOSTRA PRAÇA conta com:

Durval Discos, de Anna Muylaert (cópia restaurada)
Luiz Melodia: No Coração do Brasil, de Alessandra Dorgan
Nada Será como Antes: A Música do Clube da Esquina, de Ana Rieper
Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca, de Eduardo Perdido, Tiago MAL e Diego M. Doimo

Na celebração dos 15 anos do Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, há uma seleção de alguns dos títulos de maior repercussão cujos projetos passaram pelo maior programa de coprodução do audiovisual brasileiro, além de aguardadas pré-estreias. O recorte terá filmes em exibição em formato on-line, na plataforma do evento, e também presencialmente, na capital mineira.

Os títulos a serem exibidos em formato presencial na MOSTRA CINEMUNDI são:

A Transformação de Canuto, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho (2023) (PE/SP/RS)
Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro (2013) (PE)
Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (2019) (Brasil/França)
Benzinho, de Gustavo Pizzi (2018) (RJ)
Elon Não Acredita na Morte, de Ricardo Alves Jr. (2016) MG)
Levante, de Lillah Halla (2023) (RJ/SP)
Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges (2023) BA)
Tinta Bruta, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher (2018) (RS)

Os títulos a serem exibidos em formato on-line são:

A Febre, de Maya Da-Rin (Brasil/Alemanha/França) (2020)
Antes o Tempo Não Acabava, de Sergio Andrade e Fábio Baldo (AM) (2016)
Corpo Elétrico, de Marcelo Caetano (SP) (2017)
Los Silencios, de Beatriz Seigner (Brasil/Colômbia/França) (2019)
Peixe Abissal, de Rafael Saar (RJ) (2023)

A proposta desta edição da Mostra Diálogos Históricos, sempre voltada a um olhar ao passado reconfigurado no presente, é prestar tributo aos 95 anos do cineasta chileno Alejandro Jodorowsky exibindo seus filmes de começo de carreira, todos produzidos no México: Fando e Lis (1967), El Topo (1970) e A Montanha Sagrada (1973). A ideia é retornar ao princípio da trajetória cinematográfica de Jodorowsky tendo por base sua forte relação com a América Latina. Estes três títulos foram os únicos dele feitos integralmente no continente.

Multiartista nascido no Chile em 1929, Jodorowsky trabalhou com circo, mímica, histórias em quadrinhos, teatro e tarô. Seu primeiro filme, inserido no meio de todas essas atividades, foi o curta-metragem A Gravata (1957), realizado na França, mas só dez anos depois ele de fato fez do cinema uma atividade mais constante. O primeiro longa-metragem foi Fando e Lis, já no México, para onde se mudou em 1960 depois de se desiludir com os rumos políticos e sociais do Chile e de uma breve estada em Paris. Todas as sessões serão acompanhadas de um bate-papo com o professor e pesquisador Estevão Garcia, um dos principais estudiosos no Brasil da obra de Alejandro Jodorowsky.

A mostra A Cidade em Movimento exibirá produções independentes de Belo Horizonte e região metropolitana em diálogo direto com a vivência nas cidades. Este ano, o tema é Imagens de uma cidade criativa, com filmes de distintos formatos e gêneros, de qualquer ano de produção, para o diálogo acerca de assuntos e questões da cidade do ponto de vista social, político, ambiental e cultural. O objetivo é expor as curvas, arcos e bordas e encontrar, nesse movimento, uma cidade que reconhece e reluz sua potência criativa, ao passo que historiciza e reivindica sempre novos amanhãs.

Ângelo Antônio e Rodger Rogério em Oeste Outra Vez, de Erico Rassi

Foram selecionados 20 filmes, entre curtas e longas-metragens, que serão exibidos em seis sessões acompanhadas de recortes temáticos e rodas de conversas com militantes e pesquisadores. Os temas, com respectivos participantes, são: Presença: maternidade solo e políticas de cuidado, com Dera; Corpo-território: lugar de memória e resistência, com Robert Frank; Existências trans e não-bináries: amor, deboche e futurismo, com Túlio Colombo; Arte e desejo: corpos em criação, com Henrique Limadre; e Entre(laços) e gerações, com Cristina Tolentino. Conheça os títulos selecionados para a MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO:

152 AB, de Daniel Jaber e Jelton Oliveira (MG)
Cadeira Vazia, de Angela Maria Silveira, Ephigênia Lopes, Rosângela Lererê, Beth Couto, Maria Sônia Rodrigues, Nathan Souza, Adilson Luiz, Gabriela Coelho, Lucas Rodrigues, Mônica Maria e Nato Matrix (MG)
Conto Anônimo, de Sara Pinheiro e Pablo Lamar (MG)
Cuidado Invisível, de Clara Antunes e Carol Gontijo (MG)
Dança dos Meninos, de Gabriel Brescia (MG)
Edom, de Claudio Marcio e Breno Santos (MG)
Entre Vênus e Marte, de Cris Ventura (MG)
Europa: Me Avise Quando Chegar, de Victor Vieira (MG)
Hemisfério Esquerdo em Fissuras, de Caroline Cavalcanti, Julia Teles e Walter Gam (MG)
Igual a um Nativo, de Aparecida Lacerda Silva, Alan Najara, Iarla Marques Cruz, Jhon Branco Franco Neives, Felipe Peres Nunes, Ronan Teixeira, Liliane Andrade Rodrigues da Silva, Cristiane Duarte Santos, Labibe Araujo, Gabrielle Souza, Fabiana Santos, Graziella Luciano e Mercedes Brito (MG)
Jardim Tropical, de Breno Alvarenga e Luiza Garcia (MG)
Manhãs de Domingo, de Isabel Lisboa (MG)
Morro do Cemitério, de Rodrigo R. Meireles (MG)
No Início do Mundo, de Gabriel Marcos (MG)
O Caderno de Avenca, de Aisha Brunno (MG)
O Vô Tá On, de Clério Dornell (MG)
Página Três, de João Pedro Diniz (MG)
Pulsão de Vida, de Ana Cândida (MG)
Um Ano, de Pri Garcia (MG)
Um Dia de Todos os Dias, de Fábio Narciso (MG)

Em 17 curtas-metragens, divididos por quatro sessões, o espectador da CineBH vai se deparar com filmes de tentativas poéticas que tensionam e modulam, cada qual a seu modo, um jeito de ser e estar no mundo, de olhar para o território e o país a partir de um princípio que foge do real propriamente dito para envergar-se em direção a suas tessituras, especulações e fendas. O curta-metragem, ainda que pessoal, ainda que autorreferencial, pode ser um reino de ficções: de si e do outro. Olhar para estes filmes é tentar dar vazão a obras de diferentes estados a partir de abordagens com a linguagem que conversam com momentos políticos atuais sem abrir mão de tentar inventar, com mais ou menos grana, um modo formal que queira, antes de tudo, encenar, reavivar uma práxis do cinema que existe enquanto tal a partir de uma desvinculação com a verdade.

Conheça os títulos da mostra CURTAS | MOSTRA CONTEMPORÂNEA:

À Noite Todos os Gatos são Pardos, de Matheus Moura (MG)
A Última Valsa, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (SP)
Aquela Mulher, de Marina Erlanger e Cristina Lago (RJ)
Eu Fui Assistente do Eduardo Coutinho, de Allan Ribeiro (RJ)
Galega, de Anna Lu Machado e Noan Arouche (PE)
Habitar, de Antonio Fargoni (SP)
Hoje Eu Só Volto Amanhã, de Diego Lacerda, Luan Hilton, Chia Beloto, Marila Cantuária, Juliette Perrey, Marcelo Vaz, Yuri Shmakov, Raul Souza, Gio Guimarães, Gabriel de Moura e Rubens Caetano (PE)
Junho de 2002, de Tainá Lima (MG)
mar-pedra-rio, de Mariah Benaglia (PB)
Pororoca, de Fernanda Roque e Francisco Franco (MG)
Quinze Quase Dezesseis, de Thais Fujinaga (SP)
Ri, Bola, de Diego Bauer (AM)
Roberto Baggio, de Henrique Cartaxo (SP)
Samuel Foi Trabalhar, de Janderson Felipe e Lucas Litrento (AL)
Sangria, de Rudyeri Ribeiro (PA)
Segunda-feira, então, de Júlio Pereira (PE)
Soneca e Jupa, de Rodrigo R. Meireles (MG)

Para toda família, a CineBH promove a Mostrinha de Cinema, com sessões no Minas Tênis Clube, no Cine Santa Tereza e na Praça da Liberdade. As sessões serão acompanhadas pelos personagens da Turma do Pipoca e intervenções circenses. Os filmes este ano são as animações Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca e Brichos 3: Megavírus e uma série de curtas-metragens para todas as idades. Já as Sessões Cine-Escola são promovidas para estudantes e educadores em dez sessões de filmes, com exibição de produções brasileiras entre longa e curtas, programados por faixas etárias.

Diversos títulos que integram a 18ª CineBH integrarão a programação on-line do evento, que vai reunir títulos, alguns exibidos apenas neste formato, na plataforma da Mostra. A seleção inclui títulos da Mostra CineMundi, da Mostra A Cidade em Movimento e da Mostra Homenagem e serão disponibilizados para visualização simultaneamente à realização da programação presencial da Mostra na capital mineira.

Além disso, um recorte especial com sete curtas exibidos no evento farão parte da programação na plataforma IC Play; os filmes serão exibidos gratuitamente de 25 de setembro a 9 de outubro no site (clique aqui).

Fotos: Divulgação.

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