18º For Rainbow: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Will Soares no longa brasileiro Tudo o que Você Podia Ser, de Ricardo Alves Jr.

A 18ª edição do For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero, reconhecido internacionalmente como um festival de referência relacionado à temática LGBTI+, acontecerá entre os dias 21 e 28 de junho em Fortaleza, no Ceará.

A programação seguirá em espaços culturais da capital cearense, especialmente no Complexo Cultural Estação das Artes e no Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura; e nas cidades de Quixadá, Crato e Sobral.

O festival é um dos mais importantes espaços de debate e difusão do respeito à pluralidade sexual e de gênero no Brasil. A programação é inteiramente gratuita e, além das mostras de audiovisual, ainda traz apresentações de teatro, dança, música, literatura, exposição de artes visuais, feira empreendedora LGBT, oficinas, debates e ações de acessibilidade.

São seis mostras de audiovisual e há uma competição onde todos os premiados recebem o Troféu Elke Maravilha. Os vencedores de melhor longa e melhor curta brasileiros receberão, respectivamente, os prêmios de R$ 7 mil e R$ 3 mil. Além disso, os selecionados também concorrem em diversas categorias.

Para a curadoria do conteúdo, o festival tem como principal premissa a diversidade, buscando garantir que os diferentes grupos da comunidade sejam igualmente representados a partir da quantidade de materiais inscritos.

Além da competição, o For Rainbow exibirá as mostras de filmes convidados, representador por Neirud, de Fernanda Faya, sobre sua enigmática tia que percorreu o Brasil como lutadora circense em uma trupe clandestina, só de mulheres, nas décadas de 60 a 80; e Diário da Primavera, de Fabíola Aquino, uma obra que discute e informa criticamente sobre as questões do corpo vinculadas a preconceitos, estética e obesidade, assuntos tão presentes no mundo contemporâneo.

O festival também exibirá, em primeira mão, os quatro primeiros capítulos da minissérie Trago a Pessoa Amada, com direção de Vitã e que tem na equipe um já vencedor do festival, Victor Costa Lopes, como montador e produtor. A equipe local da série é formada majoritariamente por mulheres e pessoas LGBTQIA+. A história é dividida em dois núcleos, que nos moldes dos folhetins televisivos, apresentam os dramas cotidianos de duas camadas sociais.

A Mostra Competitiva de longas-metragens deste ano apresenta uma seleção diversa e inspiradora de filmes que exploram diferentes aspectos da vivência LGBTQIA+. Em Capim-Navalha, dirigido por Michel Queiroz, o espectador é levado à Chapada dos Veadeiros, onde Gustavo e Gaé, homens trans, compartilham suas histórias de vida e resistência. Já no italiano Eu Não Sou Ninguém, de Geraldine Ottier, acompanhamos a trajetória de Mariasilvia Spolato, a primeira mulher a se declarar lésbica publicamente na Itália. Humo bajo el agua, de Fabio Junco e Julio Midú, narra o reencontro e romance entre dois amigos após 20 anos. Em Orlando, Minha Biografia Política, Paul B. Preciado homenageia a obra de Virginia Woolf e reflete sobre a evolução da identidade de gênero através de um retrato poético e político do mundo contemporâneo.

A diversidade cultural e artística continua com The Ball, de Malgorzata Saniewska, que celebra a cena do ballroom em Nova York. Por fim, Tudo o que Você Podia Ser, de Ricardo Alves Jr., mistura documentário e ficção para acompanhar Aisha e suas amigas em Belo Horizonte, explorando os laços de amizade e a celebração da liberdade queer.

Com 21 curtas, a seleção inclui 13 produções brasileiras, destacando os talentos nacionais, e oito internacionais que trazem perspectivas globais sobre a diversidade sexual e de gênero. Entre os filmes internacionais, há produções da Argentina, Sri Lanka, França, México, Paraguai, Índia e Coreia.

A programação busca trazer variedade temática: cinco dos curtas abordam a transexualidade, seis exploram experiências gays, cinco se concentram em histórias lésbicas, um trata da temática intersex e outro sobre identidade não-binária; outros três filmes abordam mais de uma temática dentro do espectro LGBTQI+. Esta diversidade temática reflete o compromisso do festival em garantir a visibilidade para diferentes vozes dentro da comunidade, além de contemplar as múltiplas realidades ao redor do mundo.

A Mostra de Filmes Cearenses celebra a rica cena audiovisual do Ceará, dando destaque a uma nova geração de cineastas diversos e talentosos. Entre os curtas selecionados, Crayon, uma animação experimental de Juno e Becca Lutz, explora a vida de uma artista trans através de seus desenhos. I Wanna Find a Place, de Vinícius da Silva e Ellie Fernandes, é uma produção experimental que reflete sobre a resistência e a existência trans/travesti. Itinerário de uma História Soterrada, de Lucas Vidal, documenta a memória de Raimundo Preta, uma figura icônica da Fortaleza dos anos 70 e 80. Em Kila & Mauna, de Ella Monstra, duas amigas embarcam em uma jornada de resgate.

E mais: Metamorfose, de Dominik Angel, traz uma narrativa impactante sobre dois irmãos que enfrentam seus pais tiranos. O documentário Narrativas LGBTQIAPN+: em contextos de escola e universidade aborda vivências LGBTQIA+ no ambiente educacional. Ordem das Magnólias, de Rafa Sousa, destaca-se por uma equipe inteiramente composta por profissionais trans cearenses. Quem Sabe Nesse Carnaval, de Davi Jaguaribe, segue uma viajante chilena em busca de sua identidade durante o Carnaval de Fortaleza. Telhinha, de Bruno Brasileiro, trata de reconciliação familiar e despedida. Por fim, Um Teto para 3, de Eric Magda Lima, conta uma história de amor bissexual e convivência entre três pessoas. Esses curtas oferecem um panorama diversificado da produção cinematográfica cearense, refletindo a pluralidade e a criatividade que definem o festival.

Na noite de abertura do festival, o humorista cearense Paulo Diógenes, que faleceu em fevereiro deste ano, será homenageado; ele inspirou o cineasta Pedro Diogenes no longa A Filha do Palhaço.

Conheça os filmes selecionados para o For Rainbow 2024:

MOSTRA COMPETITIVA | LONGAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Capim Navalha, de Michel Queiroz (Brasil)
Eu Não Sou Ninguém (Io Non Sono Nessuno), de Geraldine Ottier (Itália)
Fundação Subaquática (Humo bajo el agua), de Fabio Junco e Julio Midú (Argentina)
Orlando, Minha Biografia Política, de Paul B. Preciado (França)
The Ball, de Malgorzata Saniewska (EUA)
Tudo o que Você Podia Ser, de Ricardo Alves Jr. (Brasil)

MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS

A Pele a que Pertenço (La Piel Donde Me Hallo), de Aline Moscato e Néstor Amarilla Ojeda (Paraguai)
Além do Binário (Beyond the Binary), de Sudesh Abeynayaka (Sri Lanka)
Além-Mar (Beyond the Sea), de Hippolyte Leibovici (França)
Ana Rúbia, de Íris Alves Lacerda e Diego Baraldi (Brasil)
Bem-Vinda de Volta, de Nicole Gullane (Brasil)
Chemsex, de Daniel Porto (Brasil)
De Noite, Na Cama, de Malu Rizzo (Brasil)
Dinho, de Leo Tabosa (Brasil)
Entrando (Coming In), de Louis Devignes, Alice Florent, Romane Etienne, Camille Devise e Killian Maret (França)
Ferro’s Bar, de Cine Sapatão (Aline A. Assis, Fernanda Elias, Nayla Guerra e Rita Quadros) (Brasil)
Gotas de Orvalho (OAS – New Drops), de Kartika Nainan Dubey (Índia)
LOLO, de Ana Gabriela Gutiérrez Salgado (México)
Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP)
Pedagogias da Navalha: Se a palavra é um feitiço, minha língua é uma encruzilhada, de Colle Christine Avelar, Tiana dos Santos e Alma Flora (Brasil)
Peixe Vivo, de Bob Yang e Frederico Evaristo (Brasil)
Problemas de Titia (Complejo de Algo), de Rita Hostt e Tadeo Pestaña Caro (Argentina)
Raposa, de João Fontenele e Margot Leitão (Brasil)
Sombra, de João Pedro Rabelo (Brasil)
Trânsito (Transit), de Hyein Moon (Coreia do Sul)
Tudo que importa, de Coraci Ruiz (Brasil)
Xavier e Miguel, de Ricky Mastro (Brasil)

MOSTRA DE FILMES CEARENSES | CURTAS

Batucada, de Sara Lizz
Crayon, de Juno e Becca Lutz
I Wanna Find a Place, de Vinícius da Silva e Ellie Fernandes
Itinerário de uma História Soterrada, de Lucas Vidal
Kila & Mauna, de Ella Monstra
Metamorfose, de Dominik Angel
Narrativas LGBTQIAPN+: em contextos de escola e universidade, de Paulo Clayton de Souza Lima, Pedro Cauã Patricio da Silva, Rayene Kellen Jardim Lima e Wendy Lima de Aguiar
Ordem das Magnólias, de Rafa Sousa
Quem Sabe Nesse Carnaval, de Davi Jaguaribe
Telhinha, de Bruno Brasileiro
Um Teto para 3, de Eric Magda Lima

Foto: Divulgação/Vitrine Filmes.

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