Foram anunciados neste sábado, 28/01, os vencedores do Troféu Barroco da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em cerimônia realizada no Cine-Tenda, que marcou a volta do formato presencial. O filme As Linhas da Minha Mão, dirigido por João Dumans, venceu como melhor longa-metragem da Mostra Aurora; pelo segundo ano seguido um trabalho mineiro é premiado nesta categoria.
A noite de encerramento revelou a escolha de um documentário sensível, que aposta no corpo, na voz e no carisma de sua personagem para falar de afetos, vivências, saúde e relações urbanas. O prêmio foi concedido pelo Júri Oficial, formado por Cristina Amaral, Dácia Ibiapina, Ester Marçal Fér, GG Albuquerque e Luiz Carlos Oliveira Jr. No texto de justificativa, apontou-se, entre os méritos: “um cinema que convida a desenquadrar o sujeito para além de uma categoria, de conceito ou signos fechados. O quadro se torna a abertura de uma pessoa que a todo momento desafia a noção de bordas, expande limites e se prova uma fabuladora maior que a vida”.
O Troféu Carlos Reichenbach, entregue pelo Júri Jovem ao melhor longa da Mostra Olhos Livres, foi para O Canto das Amapolas, de Paula Gaitán, uma das grandes realizadoras em atividade no cinema brasileiro. Na justificativa, o Júri Jovem, formado por estudantes, defendeu o trabalho do filme “que nasceu de uma necessidade bruta de se entregar ao mistério das imagens – não apenas uma fresta: abre todas as janelas que por tanto tempo sua mãe pedia para fechar”. O júri foi formado por: Giuliana Zamprogno, Iara Letícia, Lauren Mattiazzi Dilli, Leonardo Amorim e Quemuel Costa.
O Prêmio Helena Ignez 2023, oferecido pelo Júri Oficial a um destaque feminino em qualquer função nos filmes das mostras Aurora e Foco, foi entregue para Edna Maria, atriz protagonista do filme paraibano Cervejas no Escuro, de Tiago A. Neves. Em sua justificativa, o júri defende a “espontaneidade como a marca de interpretação com precisão cinematográfica. Mais do que possibilitar o filme, a presença radiante de uma atriz muda uma comunidade”.
Na Mostra Foco, o Júri Oficial escolheu o curta-metragem Remendo, de Roger Ghil. A justificativa diz: “Esse filme desenrola-se de um modo criativo, em diálogo estreito com a forma como nos relacionamos e nos construímos enquanto povo e coletividade. Desenho de som inventivo, direção de arte apurada, diálogos inteligentes e estrutura bem arquitetada fornecem o alicerce para um senso de humor sem fronteiras que brinca com clichês e expressa uma arqueologia de mídias audiovisuais”. O filme também ganhou o Prêmio Canal Brasil de Curtas, que oferece R$ 15 mil a um curta da Mostra Foco em júri formado pelo próprio canal.
Iniciada em 2022 e de volta em 2023, a Conexão Brasil CineMundi contou com a categoria Work In Progress (WIP), a partir de projetos enviados previamente e analisados por um júri especial. O Estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon, venceu o Prêmio O2 Play “pela narrativa que apresenta uma personagem com um olhar fora do comum, alguém que ocupa constantemente o espaço da história, atrelada a uma fotografia de olhar simples mas que incita a reflexão do espectador”.
Por sua vez, As Muitas Mortes de Antônio Parreiras, com direção de Lucas Parente, levou o Prêmio DOT e The End. Oferecido pelo Festival de Málaga na Conexão Brasil CineMundi, a categoria WIP Exibição foi para Idade da Pedra, de Renan Rovida.
No Júri Popular, escolhido em votação pelos espectadores da Mostra, o longa mais votado foi A Filha do Palhaço, de Pedro Diogenes. Já Nossa Mãe Era Atriz, de André Novais Oliveira e Renato Novais de Oliveira, foi o escolhido popular na categoria de curta.
Além dos prêmios, a noite contou também com a exibição do longa Propriedade, dirigido pelo pernambucano Daniel Bandeira e protagonizado por Malu Galli, que será exibido no Festival de Berlim; e com uma performance artística de Sérgio Pererê.
Confira a lista completa com os vencedores da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes:
MELHOR LONGA-METRAGEM | MOSTRA AURORA | JÚRI OFICIAL
As Linhas da Minha Mão, de João Dumans (MG)
MELHOR LONGA-METRAGEM | JÚRI POPULAR
A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes (CE)
MELHOR CURTA-METRAGEM | JÚRI POPULAR
Nossa Mãe Era Atriz, de André Novais Oliveira e Renato Novais Oliveira (MG)
PRÊMIO CARLOS REICHENBACH | MELHOR LONGA-METRAGEM | MOSTRA OLHOS LIVRES | JÚRI JOVEM
O Canto das Amapolas, de Paula Gaitán (Brasil/Alemanha)
MELHOR CURTA-METRAGEM | MOSTRA FOCO | JÚRI OFICIAL
Remendo, de Roger Ghil [GG] (ES)
PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS
Remendo, de Roger Ghil [GG] (ES)
PRÊMIO HELENA IGNEZ | DESTAQUE FEMININO
Edna Maria, atriz de Cervejas no Escuro
MOSTRA WIP
Prêmio O2 Play: O Estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon (SP)
Prêmio DOT The End: As Muitas Mortes de Antônio Parreiras, de Lucas Parente (RJ)
Prêmio Festival de Málaga: Idade da Pedra, de Renan Rovida (SP)
*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Foto: Leo Lara/Universo Produção.