Luciana Souza no curta Inabitável: melhor atriz.
Foram anunciados neste sábado, 20/03, os vencedores do Troféu Araibu da quarta edição do CINEFESTIVAL – Festival de Cinema do Vale do Jaguaribe, que aconteceu em formato on-line e gratuito por conta da pandemia de Covid-19. A cerimônia de premiação foi realizada durante uma live no Instagram e foi apresentada por Deydianne Piaf, personagem interpretada pelo ator cearense Denis Lacerda.
Idealizado com o objetivo de formar público consumidor de arte cinematográfica no interior do Ceará, além de fomentar a discussão acerca da experiência audiovisual brasileira contemporânea, o Festival de Cinema do Vale do Jaguaribe deste ano contou com 36 filmes, divididos em diversas mostras, além de atividades paralelas. A curadoria foi assinada por Pedro Azevedo, programador do Cinema do Dragão, em Fortaleza.
“Foi uma linda edição! Infelizmente sem o calor e aconchego presencial na ensolarada cidade de Russas, em função da pandemia. Mas, por outro lado, tivemos a vantagem das exibições on-line e assim chegamos mais longe. Falando de cinema, ficou, mais uma vez, comprovado a importância dos festivais como vitrine para nossa produção cinematográfica, valorizando seus realizadores e formando novas plateias”, comentou o cineasta Allan Deberton, que é idealizador e diretor executivo do festival.
O Júri Oficial foi formado por: Daniel Donato, Georgina Castro e Rodrigo Passolargo. Já o Júri da Crítica contou com membros da Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema: Eric Magda, Rafael Vasconcelos e Vinicius Bozzo.
Conheça os vencedores do 4º CINEFESTIVAL – Festival de Cinema do Vale do Jaguaribe:
JÚRI OFICIAL
Melhor Curta Nacional: Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
Melhor Produção Cearense: Noite de Seresta, de Sávio Fernandes e Muniz Filho
Melhor Documentário: Noite de Seresta, de Sávio Fernandes e Muniz Filho
Menção Honrosa: Drama Queen, de Gabriela Luíza (MG)
Melhor Direção: Sávio Fernandes e Muniz Filho, por Noite de Seresta
Melhor Atriz: Luciana Souza, por Inabitável
Melhor Ator: Daniel Veiga, por Você Tem Olhos Tristes
Melhor Roteiro: Inabitável, escrito por Matheus Farias e Enock Carvalho
Melhor Fotografia: Pega-se Facção, por Sylara Silvério
Melhor Som: Pega-se Facção, por Sylara Silvério
Melhor Trilha Sonora: Rasga Mortalha, por João Simas, Thierry Castelo, Jales Carvalho, Viviane Vazzi e André Lucap
Melhor Direção de Arte: Abjetas 288, por Carolina Timoteo
Melhor Montagem: Inabitável, por Matheus Farias
JÚRI POPULAR
Melhor Curta Nacional: Rio das Almas e Negras Memórias, de Taize Inácia e Thaynara Rezende (GO)
Melhor Produção Cearense: Arquitetura do Gesto, de Arthur Dalim, Fernanda Barros, Lanna Carvalho e Rebeca Karam
Melhor Documentário: Noite de Seresta, de Sávio Fernandes e Muniz Filho (CE)
Melhor Curta Universitário: Mil Vinnys – Suíte Cachoeirana, de Luan Santos (BA)
Melhor Animação: A Lenda do Sol e da Tempestade, de Hugo Tortul Ferriolli e Victor Laildher do Amaral (MG)
PRÊMIO DA CRÍTICA
Melhor Curta Nacional: A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro (SC)
Justificativa: O Brasil ainda carrega em si e em sua sociedade uma enorme dívida com a população preta e o filme A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro, é um importante lembrete sobre a trágica trajetória da população negra durante o tempo da escravidão. A forma como o filme escolhe usar de um importante e histórico texto, aliado a registros fotográficos e cinematográficos de escravos e de lugares que remetem a este período nefasto, criam uma narrativa poderosa, única e original. A trilha sonora utilizada também ajuda na construção desse recorte histórico, tornando esta obra audiovisual extremamente relevante, motivo pelo qual foi selecionada como melhor filme nacional pelo Júri da Crítica.
Melhor Produção Cearense: Pátria, de Lívia Costa e Sunny Maia
Justificativa: A escolha das diretoras Lívia Costa e Sunny Maia de documentar a história brasileira de uma forma tão impessoal e irreverente, mas trazendo em si um importante grito por democracia, faz do curta Pátria um querido da seleção cearense pelos críticos. O filme é um documentário breve e objetivo, focado principalmente na história política recente do nosso país, e uma de suas maiores qualidades é justamente conseguir sintetizar em sua narrativa a história de uma nação.
Foto: Gustavo Pessoa.