Mustang
Diretora: Deniz Gamze Ergüven
Elenco: Günes Sensoy, Doga Zeynep Doguslu, Tugba Sunguroglu, Elit Iscan, Ilayda Akdogan, Nihal G. Koldas, Ayberk Pekcan, Bahar Kerimoglu, Burak Yigit, Erol Afsin, Suzanne Marrot, Serife Kara, Aynur Komecoglu, Sevval Aydin, Enes Sürüm, Aziz Komecoglu, Serpil Reis, Rukiye Sariahmet, Kadir Celebi, Müzeyyen Celebi, Tuncer Kumcular, Aykut Karatay, Ercan Köksal, Serpil Ucar, Hüseyin Baysal, Utku Zeka.
Ano: 2015
Sinopse: No início do verão em um vilarejo turco, Lale e suas 4 irmãs brincam de forma debochada com os meninos, o que acarreta em um escândalo de consequências muito fortes: a casa delas se torna praticamente uma prisão, elas aprendem a limpar ao invés de ir para a escola e seus casamentos começam a ser arranjados. As cinco não deixam de desejar a liberdade, e tentam resistir aos limites que lhes são impostos.
Crítica do CINEVITOR: Logo nas primeiras cenas de Cinco Graças já percebemos que ao longo dos 97 minutos de filme acompanharemos uma história emotiva. Aliás, mais do que isso. Mesmo com as emoções tomando conta de suas protagonistas, o filme, dirigido por Deniz Gamze Ergüven, vai além do sentimentalismo e nos mostra cinco irmãs em busca de liberdade. Até então, nada diferente para uma narrativa dramática, mas, o ponto alto do filme é o desejo explícito da diretora em retratar a triste situação das mulheres em algumas cidades da Turquia. A história se passa num vilarejo turco, com ares interioranos, no qual cinco irmãs são reprimidas pela família por causa de seus comportamentos incompatíveis perante à sociedade machista que vivem. Praticamente trancadas em casa pela avó e pelo tio, são forçadas a seguirem regras absurdas de um conservadorismo sem sentido. Essa convivência semelhante a um presídio faz com que as meninas despertam ainda mais o desejo de se sentirem livres, indo contra à educação que lhes foi ensinada. Mesmo com seus casamentos sendo arranjados, elas não desistem de lutar por uma vida normal, sem repressão. A maneira como a diretora constrói essa quebra de regras morais é, ao mesmo tempo, sensível e dolorosa. A narrativa feminista de Cinco Graças é muito bem construída e funciona tanto como obra de ficção como representação de uma realidade triste que ainda pode ser vista em diversos cantos do mundo. O filme abre uma discussão importante sobre o valor das mulheres na sociedade e mostra como o machismo pode trazer consequências drásticas. Essas cinco protagonistas, no auge de suas descobertas, representam o sofrimento daquelas que são proibidas de expressar suas opiniões ou de encarar seus desejos. Porém, mesmo com tantas dificuldades, o poder feminino tem ganhado força, e a coragem de lutar por seus direitos só aumenta. Tal situação é bem apresentada no filme, quando as irmãs, em excelentes atuações, por exemplo, burlam as regras do enclausuramento e sem medo, seguem em busca de diversão e satisfação, sem se preocupar com as consequências. O mais interessante de Cinco Graças é que suas protagonistas não são tratadas como vítimas mas, sim, como heroínas. O filme de Deniz Gamze Ergüven emociona por falar de liberdade, e também causa um impacto por mostrar que a realidade não está tão longe da ficção. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR: