Diretor: Alexandre Avancini
Elenco: Guilherme Winter, Sergio Marone, Giselle Itié, Samara Felippo, Sidney Sampaio, Camila Rodrigues, Petrônio Gontijo, Denise Del Vecchio, Paulo Gorgulho, Larissa Maciel, Vera Zimmermann, Adriana Garambone, Thierry Figueira, Zécarlos Machado, Heitor Martinez, Vitor Hugo, Floriano Peixoto, Juliana Didone, José Victor Pires, Roger Gobeth, Marcela Barrozo, Isabella Koppel.
Ano: 2016
Sinopse: Baseado na novela homônima escrita por Vivian de Oliveira e exibida na Rede Record, o filme mostra a saga de Moisés, desde seu nascimento até a chegada de seu povo à Terra Prometida, passando pela fuga do Egito através do Mar Vermelho e o encontro com Deus no Monte Sinai. Livre adaptação dos livros Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Crítica do CINEVITOR: A novela Os Dez Mandamentos, exibida pela Rede Record, foi um sucesso de audiência. Felizes com a repercussão na TV, resolveram transformar 176 capítulos em um filme de duas horas. O resultado tinha tudo para não dar certo. E não deu, claro! Na primeira parte do filme, tudo acontece muito rápido, com cortes secos e personagens aparecendo do nada e sumindo logo em seguida. Sem contar a monótona narração, utilizada como passagem de tempo, para explicar para o espectador os acontecimentos que não são mostrados no filme (e que provavelmente foram exibidos na novela). Essa técnica preguiçosa de resumir o roteiro tenta situar o público que desconhece a história apresentada na TV, para não deixar tudo ainda mais sem nexo. A direção de arte é tão exagerada, que os grandiosos cenários passam longe da realidade. O mesmo acontece com os figurinos, que parecem ter sido comprados na pior loja de fantasias. Em nenhum momento você acredita que aquele palácio pode realmente ser um palácio ou que aquela armadura usada pelos guardas egípcios realmente são as roupas usadas por eles. Fora que, os trajes estão sempre intactos e limpos, mesmo depois dos personagens terem atravessado o deserto por dias ou enfrentado as pragas com direito a chuva de granizo, fogo, falta de água e muita areia. Tudo é tão colorido, tão perfeito, tão alinhado, que acaba passando do ponto, se tornando artificial e ridículo. Verossimilhança manda lembrança! A trilha sonora também aparece em excesso, assim como o uso desnecessário de câmera lenta, principalmente nos momentos mais dramáticos do filme. E já que estamos falando de exageros, que tal os efeitos especiais? De péssima qualidade. Nem a tão comentada cena em que Moisés ergue seu cajado e abre o Mar Vermelho se salva. O elenco, composto por talentosos atores, poderia ser a salvação do filme, porém, apresenta atuações caricatas e desprovidas de talento. Vale destacar o crescimento de Guilherme Winter como protagonista. Na primeira fase, o ator aparece visivelmente inseguro, porém, com o desenrolar da trama (lembrando que a novela começou a ser exibida em março de 2015 e terminou em novembro do mesmo ano) percebemos um ator mais maduro e confiante. Aliás, é na segunda fase que o filme cresce mais. Pelo menos isso. O ritmo fica menos acelerado e as cenas se encaixam melhor, sem pressa e sem os atropelos iniciais. O longa deve agradar ao público fiel da novela, por ser um resumão do que passou na TV. Para quem não acompanhou, fica a sensação de um filme bagunçado e, em certos momentos, até vergonhoso. O maior problema de Os Dez Mandamentos talvez seja a preocupação em bater recordes e não a de realizar um trabalho de qualidade. Fica a dica: nem sempre uma grande bilheteria é sinônimo de filme bom. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR:
