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Diretor: Spike Jonze
Elenco: Joaquin Phoenix, Rooney Mara, Scarlett Johansson, Amy Adams, Olivia Wilde, Chris Pratt, Matt Letscher, Bill Hader, Artt Butler, Kristen Wiig, Brian Johnson, Pramod Kumar, Evelyn Edwards, Steve Zissis, Dane White, Nicole Grother, Luka Jones, Gracie Prewitt, Laura Kai Chen, Portia Doubleday, Robert Benard, Brian Cox, Laura Colquhoun.
Ano: 2013
Sinopse: Theodore trabalha como escritor e está solteiro há pouco tempo. Ao instalar um novo sistema operacional em seu computador, acaba se apaixonando pela voz do programa.
Crítica do CINEVITOR: O amor pode até ter tomado outros rumos atualmente. As pessoas estão mais distantes umas das outras, os relacionamentos têm durado menos e as intenções para com o próximo são diferentes daquelas de antigamente. Porém, quando existe algo verdadeiro entre dois apaixonados, o amor puro prevalece com direito a todos os clichês. No filme Ela, dirigido por Spike Jonze, temos um personagem tomado por esse sentimento. Theodore é solitário, mas é feliz. É triste, mas é divertido. Sua delicadeza e seu romantismo são visíveis graças à excelente atuação de Joaquin Phoenix (uma das melhores de sua carreira) que consegue interpretar vários homens em um só. Apesar de viver em um futuro não tão distante, que transborda tecnologia, ele tem amigos reais e vida social, mas parece estar sempre em busca de algo para preencher um vazio que o incomoda. Ao se apaixonar pela voz do novo sistema operacional de seu computador, Theodore encontra nesta situação, uma possibilidade de viver uma nova história romântica. Sua relação com alguém que não existe (em carne e osso) é um reflexo das consequências desse mundo moderno, onde as pessoas nunca estão sozinhas (basta tirar o celular do bolso para esquecer a solidão). Nós amamos a tecnologia. Por que não nos apaixonarmos por ela? Spike Jonze mostra e fala de amor de uma maneira tão sensível e delicada que consegue fazer o espectador mergulhar nesse relacionamento sem nem pensar o quão real isso verdadeiramente pode ser. O filme passa uma sensação melancólica por conta da sua fotografia que, apesar de realçar cores vibrantes, mostra-as em tons desbotados/apagados (talvez um reflexo da personalidade de Theodore). Tal sensação também é causada por sua trilha sonora encantadora, que acompanha perfeitamente a trama. O roteiro é repleto de frases que remetem profundamente ao amor e quase sempre traz uma reflexão ao espectador. Por exemplo, no momento em que Samantha (Scarlett Johansson), a voz do computador, dispara: “O passado é uma história que contamos a nós mesmos”. Parece estranho ouvir isso de alguém que “não existe”, mas essa situação cabe perfeitamente no contexto da história contada por Spike Jonze, que assina o roteiro sozinho. Ela desperta várias sensações (assim como o amor) e nos apresenta diversas questões. O mundo de Theodore é real? É triste? É possível viver sozinho nessa era digital? As respostas não estão propriamente no filme, mas sim no imaginário de cada espectador que, no final, terá que tirar sua próprias conclusões baseadas no que sente e no que já sentiu em relação ao amor. O filme é um dos mais bonitos e sensíveis dos últimos anos e Spike Jonze está, mais uma vez, de parabéns por realizar uma obra tão comovente e encantadora como essa. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR: