Especial: os 10 melhores filmes brasileiros de 2016

por: Cinevitor

top10brasilcinevitorTop 10 Brasil: destaques no cinema nacional em 2016.

Em 2016, mais de 440 filmes estrearam no circuito comercial brasileiro. Nessa lista, na qual predominam produções estrangeiras, filmes nacionais também se destacam por conta de suas histórias e sucesso nas bilheterias. As comédias, que até então reinavam sozinhas, cederam espaço para documentários interessantes, cinebiografias emocionantes, dramas bem contados e até filmes de suspense aclamados pela crítica e pelo público.

Fato é que o cinema brasileiro está crescendo cada vez mais e a mistura de gêneros cinematográficos tem ganhado mais espaço e horários nas salas de cinema. Além disso, nossas produções transitam muito bem em festivais do mundo todo; filmes brasileiros premiados e aclamados pela crítica, tanto por aqui, quanto no circuito internacional, ganham destaque frequentemente.

Por conta de tantas produções nacionais elogiáveis, resolvemos fazer uma lista com os melhores filmes brasileiros do ano, que entraram em cartaz em 2016. Confira:

10º: CINEMA NOVO
Dirigido por Eryk Rocha

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Selecionado para a Mostra Oficial Cannes Classics, seção voltada para filmes clássicos e do patrimônio do cinema mundial em cópias restauradas, além de filmes que homenageiam o cinema, Cinema Novo recebeu o prêmio L’Œil d’or (Olho de Ouro) que é entregue ao melhor documentário do Festival de Cannes, escolhido a partir de todos os documentários selecionados em todas as mostras, oficiais e paralelas. O filme é um ensaio poético sobre o movimento que lançou alguns dos maiores nomes do cinema brasileiro em todos os tempos, como Glauber Rocha, pai de Eryk, Nelson Pereira dos Santos, Cacá Diegues, Ruy Guerra, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman. O documentário mescla imagens de arquivo e de acervos dos próprios cineastas, colhidos no Brasil e no exterior, depoimentos recentes e outros nem tanto, para propor um grande passeio pelo movimento nascido nos anos 1960 e que forjou as bases do cinema brasileiro.

9º: SINFONIA DA NECRÓPOLE
Dirigido por Juliana Rojas

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Ambientado em um universo fúnebre, mas com toques de humor, Sinfonia da Necrópole mostra Deodato, vivido por Eduardo Gomes, um aprendiz de coveiro, que muda sua rotina quando uma nova funcionária, chamada Jaqueline, interpretada por Luciana Paes, chega ao cemitério. Juntos, eles devem fazer o recadastramento dos túmulos abandonados, mas estranhos eventos fazem o aprendiz questionar as implicações em se mexer com os mortos. Primeiro filme solo de Juliana Rojas, a comédia musical foi premiada nos festivais de Gramado e Paulínia.

EXTRA: Entrevistas com elenco e diretora, clique aqui.

8º: A LUNETA DO TEMPO
Dirigido por Alceu Valença

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Protagonizado por Hermila Guedes e Irandhir Santos, A Luneta do Tempo, primeiro filme dirigido pelo cantor Alceu Valença, tem como pano de fundo o sertão pernambucano, sua gente e sua cultura, o cordel, o cangaço, o cinema e o circo. Carregado de poética singular, em que a realidade e o onírico se misturam a partir da história de Lampião e Maria Bonita, o filme foi premiado no Festival de Cinema de Gramado com os kikitos de melhor trilha sonora e melhor direção de arte. “Este filme esteve na minha cabeça durante quatorze anos. De uns anos pra cá eu comecei a estudar cinema porque era eu quem tinha que dirigir esse filme, porque estava dentro de mim, dentro da minha alma”, disse o diretor.

EXTRAS: Matéria sobre o filme em Gramado + entrevista com Alceu Valença.

7º: BIG JATO
Dirigido por Claudio Assis

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O quarto longa-metragem de Claudio Assis é estrelado por Matheus Nachtergaele, Marcélia Cartaxo, Rafael Nicácio, Artur Maia, Vertin Moura e Pally Siqueira. Com trilha sonora original de DJ Dolores, o roteiro, adaptado do livro homônimo de Xico Sá, conta a história de Francisco, o Velho, 49 anos, o homem que fez fortuna com aquilo que a humanidade mais tem nojo e despreza: dejetos, fezes, sobras, lixo. Na boleia do Big Jato, seu caminhão limpa-fossas, ele e seu filho adolescente Xico mantêm um diálogo, na maioria das vezes em tom estranhamente poético, sobre o trabalho que fazem e refletem sobre a sujeira humana como fator de igualdade entre as pessoas. O longa foi premiado no 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em diversas categorias, entre elas, a de melhor filme.

6º: O ROUBO DA TAÇA
Dirigido por Caito Ortiz

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Premiado com quatro kikitos (melhor direção de arte, fotografia, roteiro e ator para Paulo Tiefenthaler), O Roubo da Taça, a melhor comédia nacional do ano, narra um fato histórico muito conhecido: o roubo da cobiçada taça Jules Rimet, no Rio de Janeiro, em 1983. O corretor de seguros Peralta tem a ideia absurda de invadir a CBF e roubar a réplica desse tesouro nacional, para pagar uma dívida de jogo. Mas acaba levando a taça original, dando início a uma série de confusões inacreditáveis. Taís Araújo, Danilo Grangheia, Milhem Cortaz, Fábio Marcoff, Stepan Nercessian, Hamilton Vaz Pereira, Mr. Catra, Leandro Firmino e Thelmo Fernandes também fazem parte do elenco.

EXTRAS: Entrevistas com diretor e elenco + matéria sobre o filme em Gramado + crítica do filme.

5º: PARA MINHA AMADA MORTA
Dirigido por Aly Muritiba

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Segundo longa-metragem de Aly Muritiba, Para Minha Amada Morta, vencedor em seis categorias do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, conta a história de Fernando, que após a morte de sua mulher, se torna um homem calado e introspectivo, que cuida sozinho do filho Daniel. Todas as noites, enquanto o menino dorme, ele recorda o seu amor arrumando as coisas de Ana. Um dia, encontra uma fita VHS e, ao assisti-la, descobre que a esposa foi infiel. Fernando, então, decide ir à procura do homem que arruinou a imagem que ele tinha de sua amada morta. Com Fernando Alves Pinto, Mayana Neiva, Lourinelson Vladmir, Giuly Biancato, Michelle Pucci e Vinicius Sabbag no elenco, o longa também foi premiado no Montréal World Film Festival e exibido no San Sebastián International Film Festival.

EXTRAS: Entrevistas com diretor e elenco (Fernando Alves Pinto e Mayana Neiva) + matéria sobre o filme na 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo + crítica do filme.

4º: DE ONDE EU TE VEJO
Dirigido por Luiz Villaça

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Em meio a uma São Paulo em constante mudança e efervescência cultural, Ana Lúcia e Fábio, interpretados por Denise Fraga e Domingos Montagner, se separam após 20 anos de casamento e ele passa a viver no apartamento do outro lado da rua. Eles terão que aprender a viver a nova realidade, a separação, a crise no trabalho e a mudança de cidade da filha, e perceberão que no meio da confusão da vida moderna é possível reinventar uma nova forma de amar. A comédia romântica, infelizmente, não fez um grande sucesso de bilheteria, mas agradou tanto a crítica como o público.

EXTRAS: Entrevistas com diretor e elenco (Denise Fraga, Domingos Montagner e Marisa Orth) + crítica do filme.

3º: BOI NEON
Dirigido por Gabriel Mascaro

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Em 2015, Boi Neon participou de importantes festivais ao redor do mundo e foi muito premiado: em Veneza, recebeu o Prêmio Especial do Júri; no Festival do Rio, além de ser eleito o melhor filme, ganhou mais três prêmios; no Hamburg Film Festival recebeu o Prêmio da Crítica; e no Festival Internacional de Cinema de Toronto, o diretor Gabriel Mascaro recebeu uma Menção Honrosa do júri da mostra Platform. Recentemente, venceu nas categorias de melhor roteiro e melhor fotografia em ficção no Prêmio Iberoamericano de Cine Fénix, conhecido por premiar filmes e profissionais da sétima arte de toda a América Latina, Espanha e Portugal; e foi eleito pelo jornal americano The New York Times como um dos melhores filmes de 2016. Com Juliano Cazarré, Alyne Santana, Carlos Pessoa, Maeve Jinkings, Vinícius de Oliveira, Samya de Lavor, Josinaldo Alves e Abigail Pereira no elenco, Boi Neon se passa nos bastidores das vaquejadas e mostra o cotidiano de Iremar, um vaqueiro que esboça novos desejos e divaga em sonhos de lantejoulas, tecidos requintados e croquis.

EXTRAS: Entrevistas com diretor e elenco (Juliano Cazarré, Maeve Jinkings e Vinícius de Oliveira) + matéria sobre o filme na 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo + crítica do filme.

2º: O SILÊNCIO DO CÉU
Dirigido por Marco Dutra

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Filmado no Uruguai e falado em espanhol, O Silêncio do Céu levou três prêmios no Festival de Cinema de Gramado deste ano: melhor desenho de som, melhor longa brasileiro segundo o Júri da Crítica e Prêmio Especial do Júri pelo domínio da construção narrativa e da linguagem cinematográfica. Além disso, foi exibido no Mar del Plata Film Festival, no Tokyo International Film Festival e rendeu o prêmio de melhor ator para Leonardo Sbaraglia no Festival de Cine Iberoamericano de Huelva. Com Carolina Dieckmann, Chino Darín, Mirella Pascual, Alvaro Armand Ugon e Paula Cohen no elenco, o roteiro foi baseado no livro Era el Cielo do escritor argentino Sergio Bizzo.

EXTRAS: Entrevistas com elenco + entrevistas com diretor Marco Dutra e o produtor Rodrigo Teixeira + matéria sobre o filme em Gramado + programa especial de Gramado com Marco Dutra e Paula Cohen + entrevista exclusiva com Carolina Dieckmann + crítica do filme.

1º: AQUARIUS
Dirigido por Kleber Mendonça Filho

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O sucesso de Aquarius começou antes mesmo de estrear nas telonas brasileiras. O filme, dirigido por Kleber Mendonça Filho, foi selecionado para a Competição Oficial do Festival de Cannes, fato que não acontecia com o cinema brasileiro desde 2008, quando Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas, foi exibido por lá e rendeu o prêmio de melhor atriz para Sandra Corveloni. Na disputa pela Palma de Ouro, o longa foi aplaudido e a atriz Sonia Braga, protagonista da história, recebeu muitos elogios por sua atuação. Mas, além dos elogios, um protesto realizado no tapete vermelho chamou atenção do público. Antes da sessão, a equipe levantou alguns cartazes com frases contra a atual situação política do Brasil, que diziam: “Um golpe ocorreu no Brasil”, “O mundo não pode aceitar esse governo ilegítimo”, entre outros. Depois disso, foi exibido no Festival de Cinema de Gramado na noite de abertura e começou sua carreira pelos cinemas brasileiros. Já cotado como um dos melhores filmes do ano, Aquarius não foi escolhido pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. Mas isso não afetou o sucesso do longa pernambucano, que aparece em diversas listas ao redor do mundo: a revista americana The Hollywood Reporter, o jornal The New York Times e a revista francesa Cahiers du Cinéma foram alguns dos veículos que colocaram o filme em suas famosas seleções. Sonia Braga também foi premiada por seu trabalho; os críticos de San Diego e o site IndieWire a colocaram na lista de melhores atuações. A atriz também se consagrou no Biarritz International Festival of Latin American Cinema, no Lima Latin American Film Festival, no Mar del Plata Film Festival e no Prêmio Iberoamericano de Cine Fénix. Aquarius está concorrendo ao prêmio de melhor filme estrangeiro no 32º Independent Spirit Awards, premiação que elege os melhores filmes independentes do ano e foi premiado em diversos festivais ao redor do mundo, como no Sydney Film Festival.

EXTRAS: Entrevista exclusiva com Sonia Braga + homenagem para Sonia Braga em Gramado + crítica do filme.

MENÇÃO HONROSA (em ordem alfabética):

Amores Urbanos, dirigido por Vera Egito
BR 716, dirigido por Domingos Oliveira
Canção da Volta, dirigido por Gustavo Rosa de Moura
Elis, dirigido por Hugo Prata
Mãe Só Há Uma, dirigido por Anna Muylaert
Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo, dirigido por Afonso Poyart
Mundo Cão, dirigido por Marcos Jorge
Nise – O Coração da Loucura, dirigido por Roberto Berliner
Sob Pressão, dirigido por Andrucha Waddington
Um Homem Só, dirigido por Claudia Jouvin

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