Seu Jorge em Marighella, de Wagner Moura: filme de encerramento.
A 21ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, Festival du Cinéma Brésilien de Paris, será realizada entre os dias 9 e 16 de abril e contará com a exibição de 23 longas, entre ficção e documentário, no prestigioso cinema L’Arlequin, localizado no bairro Quartier Latin. A programação destaca títulos inéditos na França, a presença de vários realizadores que participarão de sessões com debate e um fórum voltado para o mercado audiovisual com o objetivo de promover o intercâmbio entre os dois países.
Na edição deste ano, o filme de abertura será O Beijo no Asfalto, de Murilo Benício, adaptação da peça de Nelson Rodrigues, que está na competição. Os filmes de encerramento serão: Marighella, de Wagner Moura, cinebiografia do baiano Carlos Marighella, interpretado por Seu Jorge, um dos principais guerrilheiros na luta contra a ditadura militar brasileira, e que foi exibido no Festival de Berlim; e o documentário Amazônia Groove, de Bruno Murtinho, que revela os artistas da região do Norte do país.
A mostra competitiva inclui filmes consagrados em festivais no Brasil e no mundo, como: Tinta Bruta, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, vencedor do prêmio Teddy no Festival de Berlim e eleito o melhor filme no Festival do Rio; Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor, premiado em quatro categorias no Festival do Rio e vencedor do prêmio de melhor longa brasileiro de ficção na Mostra de São Paulo; Deslembro, de Flavia Castro, vencedor do prêmio de melhor longa pelo voto popular e pela FIPRESCI no Festival do Rio e prêmio do Sindicato Francês dos Críticos de Cinema no Festival de Biarritz Amérique Latine.
A seleção completa-se com: Temporada, de André Novais Oliveira, vencedor dos prêmios de melhor filme, melhor atriz (Grace Passô), melhor ator (Russão), melhor fotografia (Wilsa Esser) e direção de arte (Diogo Hayashi) no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; Todas as Canções de Amor, de Joana Mariani, vencedor do Prêmio da Crítica na 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo; e Sócrates, de Alex Moratto, premiado no Spirit Awards e no 26º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade.
Daniel de Oliveira em Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor.
Nesta edição, foram selecionados 11 documentários de diversas temáticas, alguns abordam questões sociais e políticas como A Última Abolição, de Alice Gomes, e Torre das Donzelas, de Susanna Lira, que levou o prêmio de melhor documentário no Festival do Rio; outros são retratos culturais do Brasil como My Name is Now, Elza Soares, de Elizabeth Martins Campos, e Orlamundo, de Orlando Morais.
Como parte integrante da programação do festival, ocorrerá o 2º Forum Audiovisual França-Brasil, no dia 16 de abril, na Embaixada do Brasil, em Paris, que visa incentivar o intercâmbio entre os dois países neste setor. Serão realizadas master classes, painéis e encontros profissionais com a presença de representantes de entidades, criadores, produtores e executivos brasileiros e franceses.
“Este ano teremos duas grandes novidades fundamentais no mundo atual: pela primeira vez, 50% de filmes feitos por mulheres e a Jangada VoD, uma plataforma exclusiva de longas brasileiros na França, dando assim continuidade ao nosso trabalho em defesa do cinema nacional fora do Brasil”, explica Katia Adler, idealizadora e diretora do Festival. A Jangada VoD permitirá o aluguel de longas brasileiros em todo o território francês, ampliando o alcance do festival que há duas décadas lota o cinema com um público fiel. A seleção para assistir online inclui ficções como O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, e Elis, de Hugo Prata; além de documentários como Estamira, de Marcos Prado, e Meninas, de Sandra Werneck.
Em 20 anos, o festival permitiu que cerca de 530 filmes fossem vistos na França, diante de uma plateia de mais de 73.000 espectadores que puderam debater com quase 500 convidados.
Fotos: Divulgação.