Yedinci Kogustaki Mucize
Direção: Mehmet Ada Öztekin
Elenco: Aras Bulut Iynemli, Nisa Sofiya Aksongur, Deniz Baysal, Celile Toyon Uysal, Ilker Aksum, Mesut Akusta, Yurdaer Okur, Sarp Akkaya, Yildiray Sahinler, Deniz Celiloglu, Gulcin Kultur Sahin, Ferit Kaya, Cankat Aydos, Hayal Köseoglu, Dogukan Polat, Serhan Onat, Emre Yetim, Serhat Üstündag, Nadi Güler, Özgür Dereli, Basri Albayrak, Özgür Avsar, Mert Zaim, Serdar Akülker.
Ano: 2019
Sinopse: Separado de sua filha, um homem com deficiência intelectual precisa provar sua inocência ao ser preso pela morte da filha de um comandante.
Crítica do CINEVITOR: É compreensível a comoção que Milagre na Cela 7 tem causado no público. Basta ler a sinopse para entender o que vem pela frente: uma história triste de superação, que envolve um pai, preso injustamente por um crime que não cometeu, e a relação carinhosa com sua filha. Assim que estreou na Netflix, a produção turca tornou-se um fenômeno com sua comovida história. É impossível não lembrar de outras narrativas semelhantes, como o premiado A Vida é Bela e o drama americano À Espera de um Milagre. Porém, a diferença destes dois para o filme turco é que eles emocionam naturalmente. Milagre na Cela 7 é repleto de clichês melodramáticos, que funcionariam muito bem na proposta do filme caso não fossem tão exagerados. A trilha sonora sentimental é constante; basta qualquer personagem começar um diálogo mais sensível que ela logo aparece. Há muitas imagens de belas paisagens também, embaladas, claro, pela mesma música. Os enquadramentos não fogem do padrão: close no rosto, nas lágrimas, plongée (quando a câmera filma de cima para baixo), câmera lenta e até um efeito visual que beira o cafona. E mais trilha sonora! Sem contar as frases de efeito. O maior problema de Milagre na Cela 7 é querer forçar o espectador a chorar a todo instante e, por isso, se perde na direção e na construção de seu arco dramático. Há momentos bonitos e comoventes no filme que tinham tudo para alcançar naturalmente o ápice da emoção, mas por conta do exagero de clichês, perde a sensibilidade. A manipulação do diretor, e também do roteiro, para atingir um alto grau de comoção no público é explícita e nada espontânea. O desenrolar da trama é pautado em mostrar desgraça atrás de desgraça e, por isso, deixa de se aprofundar na história e em outros personagens que, algumas vezes, aparecem deslocados. Até os pequenos mistérios que envolvem o filme perdem a vez por conta da afetação dramática. Vale destacar o trabalho da jovem atriz Nisa Sofiya Aksongur, que interpreta Ova, a filha do protagonista. Carismática, leva a história para um lado mais humano, ainda que protagonize diversos momentos piegas. Milagre na Cela 7 repete uma fórmula já vista muitas vezes no cinema (e tudo bem), mas derrapa ao deixar de se reinventar e preocupar-se, apenas, em fazer o espectador chorar em uma forçação de barra apoiada em um constante clima funesto sem ir muito além disso com mais profundidade. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR: