Cena do documentário cearense Soldados da Borracha, de Wolney Oliveira.
O Amazônia Doc – Festival Pan-Amazônico de Cinema faz um recorte único no Brasil com foco na produção audiovisual de cinema documentário e de ficção dos nove países que compõem a Amazônia. Importante espaço de formação, difusão e de reflexão do cinema produzido nesta rica região, o festival já acumulou um acervo de mais de 800 filmes nas suas cinco últimas edições.
O evento, que acontece na cidade de Belém, capital do Pará, busca aprofundar as questões sociopolíticas e de fomento relativas ao audiovisual com perfil de integração dos países da Pan-Amazônia, através da exibição, debates e palestras sobre as produções cinematográficas, entre documentários, animações e obras de ficção que retratam a realidade amazônica e/ou expressam seus desejos, suas vicissitudes, seus sonhos.
Neste ano, o festival tomou a ousada decisão de ampliar seus horizonte. A partir desta sexta edição, o Amazônia Doc se torna 3 em 1 e passa a abrigar dois novos festivais: o 1º Festival Curta Escolas contará com a Mostra Competitiva Primeiro Olhar, reunindo curtas documentais inscritos por jovens das Escolas Públicas do Estado; já o 1º Festival As Amazonas do Cinema vai reunir documentários de mulheres diretoras da Amazônia.
O Amazônia Doc 3 em 1 estava marcado para maio, mas foi adiado por conta da pandemia de Covid-19. Agora, acontecerá de forma on-line entre os dias 12 e 23 de setembro. Além das mostras competitivas, todas as atividades paralelas, que contam com oficinas, bate-papos e masterclass, serão transmitidas gratuitamente por uma plataforma especial.
A Mostra Pan-Amazônica é uma Mostra Internacional, que apresenta um painel da produção de cinema documental do Brasil e seus vizinhos amazônicos. A curadoria assistiu mais de 300 filmes, de nove países. Este ano, competem 16 curtas vindos de sete estados brasileiros e do Distrito Federal, além de filmes da Colômbia e do Peru, países da Amazônia Legal. São ainda mais 17 filmes entre longas e médias-metragens vindos de mais estados brasileiros, além da Colômbia, Peru e Guiana Francesa, que também estão na competição.
A realização do 1º Festival As Amazonas do Cinema reafirma discussões já realizada na edição de 2019, com temáticas voltadas à presença da mulher no cinema documentário. Em sua primeira mostra competitiva, serão exibidos 21 filmes, entre curtas e longas, que irão concorrer ao troféu Eneida de Moraes, uma homenagem à personalidade da escritora, que fundou o Museu da Imagem e do Som, em 1971. O troféu traz criação assinada pela designer Bárbara Müller. E haverá ainda o Prêmio Selo Ela, de distribuição.
O 1º Curta Escolas, festival que também se integra ao Projeto Amazônia Doc, que tem como objetivo estimular a expressão artística dos alunos do Ensino Médio das Escolas Públicas Estaduais do Pará através da linguagem cinematográfica, realiza a Mostra Primeiro Olhar, que também será exibida para todos os municípios, por meio da TV Cultura do Pará. A mostra exibirá filmes curtas documentários de até quinze minutos, produzidos por jovens/alunos/realizadores.
A abertura do evento contará com o web encontro A Floresta do Cinema e o cinema da Floresta no Século XX e XXI, que traz como convidados os cineastas Luiz Arnaldo Campos, Eduardo Morettin, Gustavo Soranz, Silvio Tendler, Edna Castro, Camila Loboguerrero e Januário Guedes. A mediação será do cineasta Victor Lopes, da produtora executiva e diretora geral do Amazônia Doc, Zienhe Castro, e do pesquisador Felipe Pamplona.
O Festival Amazônia Doc também se tornou embaixador da Campanha Povos da Floresta contra a Covid-19. Durante todo o festival será intensificada a divulgação desta ação que visa arrecadar fundos para a aquisição de itens indispensáveis para a proteção dos Povos da Floresta, como kits contendo álcool em gel e máscaras, assim como ajudar na aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de produtos alimentícios. O apoio do público vai beneficiar 3.638 famílias residentes nas Resexs Alto Juruá, Riozinho da Liberdade, Alto Tarauacá e Chico Mendes, e em 15 Terras Indígenas no Acre.
Além do voto popular, as mostras contam também com um júri especializado. Na Amazônia Doc, o time que escolherá os melhores longas será formado por: Flavia Guerra, Victor Lopes, Ismaelino Pinto, John Fletcher e Susanna Lira; já os curtas serão avaliados por Rodrigo Antônio, Bruno Assis, Fernanda Kopanakis e Bibiana de Sá. O júri da mostra As Amazonas do Cinema contará com: Célia Maracajá, Júlia Katherine e Sabrina Fidalgo para os longas; e Larissa Bezerra, Kênia Freitas e Anna Karina para os curtas. O time de jurados da mostra Primeiro Olhar (Curta Escolas) será formado por: Lilia Melo, Angela Gomes, Wellignta Cruz e Joyce Cursino.
A curadoria da mostra Amazônia Doc foi formada por: Marco Moreira, Felipe Pamplona, Carol Abreu, Manoel Leite, Yasmim Pires, Zienhe Castro e Bia Senna. Da mostra As Amazonas do Cinema, a curadoria contou com Carol Abreu, Lorena Montenegro, Flávia Abtibol e Zienhe Castro. Já os curadores da mostra Curta Escolas foram: Felipe Cortez, Kleidiane Souza, Natasha Angel e Vanessa Vasconcelos.
Conheça os filmes selecionados para o 6º Amazônia Doc:
LONGA/MÉDIA-METRAGEM
A Nossa Bandeira Jamais Será Vermelha, de Pablo Lopez Guelli (SP)
Amazônia Sociedade Anônima, de Estêvão Ciavatta (RJ)
Amoka, de Maria Jose Bermudez Jurado (Colômbia)
As we are, de Jose Carlos Garcia e Carlos Granda (Peru)
Eu, um outro: Uma experiência na Justiça do Trabalho, de Maiara Líbano (RJ)
Homo botanicus, de Guillermo Quintero (Colômbia)
Identidade, de José Carlos García e Carlos Granda (Peru)
Jaburu, de Chico Carneiro (PA)
Maria Luiza, de Marcelo Díaz (DF)
Mestre Cupijó e Seu Ritmo, de Jorane Castro (PA)
Servidão, de Renato Barbieri (DF)
Soldados da Borracha, de Wolney Oliveira (CE)
Transamazonia, de Renata Taylor, Bea Morbach e Débora McDowell (PA)
Xadalu e o Jaguaretê, de Tiago Bortolini de Castro (RS)
CURTA-METRAGEM
À beira do planeta mainha soprou a gente, de Bruna Barros e Bruna Castro (BA)
A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro (SC)
A Praga do Cinema Brasileiro, de Zefel Coff e William Alves (DF)
A Viagem de Ícaro, de Kaco Olimpio e Larissa Fernandes (GO)
Ari y Yo, de Adriana Faria (PA)
Bicha-Bomba, de Renan de Cillo (PR)
Copacabana Madureira, de Leonardo Martinelli (RJ)
Fantasia de Índio, de Manuela Andrade (PE)
Ferroada, de Adriana Barbosa e Bruno Mello Castanho (SP)
Filhas de Lavadeiras, de Edileuza Penha de Souza (DF)
Hmong de Javouhey, de François Gruson (Guiana Francesa)
Homens Invisíveis, de Luis Carlos de Alencar (RJ)
Imagens de um sonho, de Leandro Olimpio (SP)
Jaçanã, de Clarissa Virmond, Laryssa Machada e Yasmin Alves (SP)
Mãe Chuva, de Alberto Flores Vilca (Peru)
Nasa Yuwe, língua mãe, de Yaid Bolaños e Mateo Leguizamón (Colômbia)
O Mestre da Farinha, de Leandro Miranda e Luiza Fecarotta (MG)
Preciso dizer que te amo, de Ariel Nobre (SP)
Quentura, de Mari Corrêa (SP)
Ruído Branco, de Gabriel Fonseca (SP)
1º FESTIVAL AS AMAZONAS DO CINEMA
LONGA-METRAGEM
A Mulher da Luz Própria, de Sinai Sganzerla (SP)
Currais, de Sabina Colares e David Aguiar (CE)
Fakir, de Helena Ignez (SP)
Portuñol, de Thais Fernandes (RS)
Rosa Vênus, de Marcela Morê (RJ)
Saudade Mundão, de Julia Hannud e Catharina Scarpellini (SP)
Um conto de duas cidades de empresas, de Priscilla Brasil (PA) (título provisório)
CURTA-METRAGEM
Adelante: a luta das refugiadas venezuelanas no Brasil, de Luiza Trindade (RJ)
Às vezes desapareço, de Manuela Santana
Até o fim do mundo (Nakua pewerewerekae jawabelia), de Margarita Rodrigues Weweli-Lukana e Juma Gitirana Tapuya Marruá (Colômbia)
Câmera, tá OK?, de Nathalia Oliveira
Dança Sem Nome, de María Contreras (Colômbia)
Doce Veneno, de Waleska Santiago (CE)
Extratos, de Sinai Sganzerla (SP)
Matança Popular Brasileira (MPB), de Edileuza Penha de Souza
Mulheres Xavantes Coletoras de Sementes (Pi’õ rómnha ma’ubumrõi’wa), de Danielle Bertolini (MT)
Nova Iorque, mais uma cidade, de Joana Brandão e André Lopes (SP)
Opará – Morada dos nossos ancestrais, de Graciela Guarani (PE)
Recomendado, de Roberta Barboza de Oliveira Machado (RS)
Sabrina, de Jéssica Barreto (SP)
Tesouro Escondido do Equador, de Dan Davies e Farid Barsoum (Equador)
Foto: Divulgação.