Emilly de Jesus no curta Baile, de Cíntia Domit Bittar.
Os vencedores da sétima edição do Festival de Cinema de Caruaru foram anunciados neste domingo, 13/09, em uma cerimônia virtual, apresentada por Stephanie Sá, pelo YouTube. O evento, que aconteceu de forma on-line por conta da pandemia de Covid-19, contou com a curadoria de Edvaldo Santos, Luciano Torres, Priscila Urpia, Lucineide Sales e Renata Villa Nova. Os filmes foram exibidos na plataforma Cardume.
O festival, que acontece na região do Agreste Pernambucano, no Teatro João Lyra Filho, é um espaço de difusão da cultura local, de intercâmbio entre realizadores, de incentivo às produções locais e de formação de público para o cinema independente. Neste ano, além dos debates virtuais, a programação contou também com duas atividades paralelas: De Espectador Passivo para Espectador Ativo, oficina de crítica com Sihan Felix; e O Ator no Audiovisual, com Luciano Torres.
O time de jurados foi formado por: Cynthia Falcão, Claudia Pinheiro e Alexandre Soares na Mostra Brasil de longa-metragem; Giselle Geney, Valeria Perez e Caroline Pavez na Mostra Brasil de curta-metragem; e Eudaldo Monção Jr., Meire Oliveira e Fabi Penna na Mostra Agreste. O Júri da Crítica contou com membros da ACCiRN – Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Norte: Tatiana Lima, Gianfranco Marchi, Laísa Trojaike, Rômulo Sckaff, Dan Hetzel, Paula Pardillos e Jonathan DeAssis.
Conheça os vencedores do 7º Festival de Cinema de Caruaru:
MOSTRA BRASIL | LONGA-METRAGEM
Melhor Filme: Um Dia com Jerusa, de Viviane Ferreira (SP)
Melhor Direção: Viviane Ferreira, por Um Dia com Jerusa
Melhor Roteiro: A Batalha de Shangri-lá, escrito por Severino Neto
Melhor Ator: Gustavo Machado, por A Batalha de Shangri-lá
Melhor Atriz: Débora Marçal e Léa Garcia, por Um Dia com Jerusa
Melhor Fotografia: O Céu Perdeu a Cor, por Gustavo Serrate
Melhor Direção de Arte: Um Dia com Jerusa, por Jamille Coelho e Béa Gerolin
Melhor Desenho de Som: Mito e Música: A Mensagem de Fernando Pessoa, por Laurent Mis Song Estúdio
Melhor Pôster: O Céu Perdeu a Cor, de Gustavo Serrate Maia (DF)
MOSTRA BRASIL | CURTA-METRAGEM
Melhor Filme: Baile, de Cíntia Domit Bittar (SC)
Melhor Direção: Felipe André Silva, por Cinema Contemporâneo
Melhor Roteiro: Claudete e o Bolo, escrito por Fádhia Salomão
Melhor Ator: Pedro Wagner, por Rarefeito
Melhor Atriz: Emilly de Jesus, por Baile
Melhor Fotografia: Antônia, por Helen Quintans
Melhor Direção de Arte: Trincheira, por Nina Magalhães
Melhor Desenho de Som: Nimbus, por Carlinhos Borges e Diego Santana
Melhor Pôster: Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno (PR)
Menção Honrosa: pela animação final de Marcos Andrés Caraciolo, por Trincheira
Menção Honrosa: para o personagem (póstumo) Alê do Rosário do documentário Alê – Resistir pela Existência
Menção Honrosa: para a visibilização da comunidade e temática relevante da direção de Larissa Nepomuceno, por Seremos Ouvidas
Menção Honrosa: para o ator de dublagem em uma animação, Isaac Bardavid (voz do personagem Jeremías), por O Celaticomus
Menção Honrosa: para FX e maquiagem de Lua Tiomi, por Antônia
Menção Honrosa: para a trilha sonora feita por Piratas FM – Banda Sonoro e Sound Design, por Em Cima do Muro
Menção Honrosa: para o documentário Atordoado, Eu Permaneço Atento, de Lucas H. Rossi dos Santos e Henrique Amud
MOSTRA AGRESTE
Melhor Filme: Pega-se Facção, de Thais Braga (Caruaru, PE)
Melhor Direção: Tiago Neves, por Remoinho
Melhor Roteiro: Caminho das Águas, escrito por Antonio Fargoni e Karla Ferreira
Melhor Fotografia: Caminho das Águas, por Antonio Fargoni
Melhor Direção de Arte: Rocha, por Eduarda Morais e Mariana Araújo
Melhor Desenho de Som: O Repto, por Orquestra Imaginária PIOC
Melhor Ator: Sebá, por Sebá – Faces das Artes
Melhor Atriz: Zezita Matos, por Remoinho
Melhor Pôster: Pare, Olhe, Escute, de Maria Ferrera, Urbano Leafa e Davi Batista (Caruaru, PE)
Menção Honrosa: David do filme Bravo, Antônia do filme Antônia, Zanata do filme Zanata, Fotógrafo do Campo e aos realizadores estudantes da Escola Municipal Alfredo Pinto Vieira de Melo, localizada no povoado de Itaúna em Caruaru, do filme Açude nº 50
Justificativa: Representações de personagens da vida real que, mesmo em meio a adversidades, expressam protagonismo de (re)existências no mundo e contribuem com as narrativas de suas trajetórias para a sobrevivência de artes e memórias.
Menção Honrosa: para a trilha sonora do filme O Abraço Logo Vem
Justificativa: A trilha sonora contribui plasticamente para a arte dessa animação conferindo-lhe lirismo.
Menção Honrosa: para a fotografia e montagem do filme Reisado
Justificativa: O filme possui uma montagem que permite um avanço na narrativa, de modo suave, que se apresenta de maneira muito bem atrelada a trilha sonora. A fotografia faz emergir ainda mais a luz e as cores dos personagens que com alegria mantêm a tradição do Reisado.
Menção Honrosa: para o roteiro do filme Era Para Ser Nosso Road Movie
Justificativa: Ao roteiro devido aos moldes inspirados pelo gênero carta que, de modo sensível, estabelece interlocução com um receptor ausente, ao emitir afetivamente as fragilidades do distanciamento de suas trajetórias também marcadas pelas incertezas da carreira audiovisual.
JÚRI DA CRÍTICA | LONGA-METRAGEM
Melhor Filme de Ficção: O Céu Perdeu a Cor, de Gustavo Serrate Maia (DF)
Justificativa: Pela sua ousadia experimental, fugindo narrativamente do lugar comum, pela sua fotografia exuberante e a poética de sua condução.
Melhor Filme Documentário: A Nossa Bandeira Jamais Será Vermelha, de Pablo Lopes Guelli (SP)
Justificativa: Pela pungência de sua temática, urgente e necessária, pela força de suas entrevistas e grande e coerente escolha de seus entrevistados.
Menção Honrosa: Mito e Música: A Mensagem de Fernando Pessoa, de Rama de Oliveira e André Luiz Oliveira (DF)
Justificativa: Pela fusão artística entre música, cinema e literatura, de forma coesa e bela, dando luz à jornada de toda uma vida de um homem, obstinado pela arte em si.
JÚRI DA CRÍTICA | CURTA-METRAGEM
Melhor curta-metragem: Playlist, de Pedro Melo (PE)
Justificativa: Em uma abordagem moderna e inventiva, o curta fragmenta o tempo nos colocando no caldeirão de emoções que é a relação entre os três amigos e o amor perdido. A preocupação com cada detalhe da mise-en-scène nos revela informações preciosas que pedem atenção do espectador para construir uma narrativa densa, mas ao mesmo tempo divertida.
Menção Honrosa: Baile, de Cíntia Domit Bittar (SC)
Justificativa: O curta articula uma encenação delicada e imersiva através de uma proposta de enquadramento vertical e plano longo que conseguem captar os anseios dos personagens.
JÚRI DA CRÍTICA | MOSTRA AGRESTE
Melhor Filme: Reisado, de Dan Victor e Val Barreto (Araci, BA)
Justificativa: Fazer um documentário competente sobre qualquer tema não é fácil. Ultrapassar isso e utilizar uma estética autoral em prol do engrandecimento do tema é um diferencial raramente encontrado e foi um dos elementos que contribuíram para que Reisado se destacasse em uma mostra com tantos excelentes trabalhos. Reisado cruza com responsabilidade os limites do simples registro, com direção, fotografia e montagem se destacando pela construção da narrativa.
Menção Honrosa: Pega-se Facção, de Thais Braga (Caruaru, PE)
Justificativa: Pelo respeito demonstrado com o tema, pela execução técnica primorosa e pelo alerta necessário gerado pela temática, potencializada pelo trabalho notável de direção.
JÚRI DA CRÍTICA | MOSTRA LATINO-AMERICANA
Melhor Filme: O Que Você Vê?, de Tania Cattebeke (Paraguai)
Justificativa: Por tratar de um tema universal urgente, em um microcosmo que valoriza o regionalismo, aliado a uma direção e roteiro ricos de significados implícitos.
Menção Honrosa: Dulce Espera, de Paula Llerena (Equador)
Justificativa: o domínio do ritmo pela direção e montagem, como também a atuação precisa da protagonista, constroem um filme realmente envolvente.
JÚRI DA CRÍTICA | MOSTRA NORDESTE
Melhor Filme: Marie, de Leo Tabosa (Recife, PE)
Justificativa: Pela junção de rigor técnico, especialmente na direção de fotografia, e delicadeza narrativa, competente em construir personagens densos e com forte conexão afetiva.
JÚRI DA CRÍTICA | MOSTRA ADOLESCINE
Melhor Filme: Minha Querida Ansiedade, de Paulo Ernesto (SP)
Justificativa: Um filme que ultrapassa a tela e toca talvez no maior problema da adolescência, a obra é o diálogo com os dramas da juventude. Filme necessário, bem dirigido e com uma fotografia que trabalha a serviço do filme.
JÚRI DA CRÍTICA | MOSTRA INFANTIL
Melhor Filme: Antes que Vire Pó, de Danilo Custódio (PR)
Justificativa: Com ternura, o curta aborda de forma lúdica o áspero tema da finitude, de modo a emocionar não só os pequenos, como também os adultos, com muita qualidade técnica.
JÚRI POPULAR
Mostra Brasil | Longa-metragem: Palavras de Rua, de Léo Batista e Paula Monteiro (PE) – 322 votos
Mostra Brasil | Curta-metragem: O Colecionador, de Christian Jafas, Felipe Davson, Tiago Bravo Quintes e Vinícius A. Carvalho (RJ) – 760 votos
Mostra Agreste: Era pra Ser o Nosso Road Movie, de Carolina Timoteo, Lucas Menezes, Clécia Borges e Júlia Costa (Aracaju, SE) – 915 votos
Mostra Latino-Americana: Conventillo, de Lucia Horvath (Argentina) – 187 votos
Mostra Nordeste: Hoje Sou Felicidade, de João Luís e Tiago Aguiar (Recife, PE) – 943 votos
Mostra Adolescine: Minha Querida Ansiedade, de Paulo Ernesto (SP) – 2630 votos
Mostra Infantil: Onde Fica a Casa do Meu Pai?, de Pedro Furquim (SP) – 1573 votos
Foto: Kamila Novaes.