Indianare Siqueira no documentário Indianara, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa.
Foram anunciados nesta quarta-feira, 16/09, os vencedores da 9ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais, que este ano foi realizado em formato on-line por conta da pandemia de Covid-19.
O documentário Indianara, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, se consagrou como o grande vencedor e foi premiado com o Troféu Ecofalante e quinze mil reais. O anúncio aconteceu em uma cerimônia de premiação virtual, transmitida ao vivo pelo Facebook e YouTube. Segundo o júri, composto por Beth Formaggini, Caru Alves de Souza e Kiko Goifman, Indianara “é um filme que tem uma personagem inacreditável, completamente surpreendente, forte e urgente. Ao mesmo tempo, o olhar da direção é muito cuidado. É um filme interessantíssimo, que não é do passado nem do futuro, é um filme do presente”.
O longa Estou me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes, recebeu Menção Especial do júri: “Por fazer uma crítica sagaz e criativa dos efeitos do empreendedorismo em uma população rural do Pernambuco, revelando a face mais brutal da indústria do tecido”. O colombiano Suspensão, de Simón Uribe, também recebeu Menção Especial: “É um documentário de grande força estética e narrativa que nos faz refletir sobre a reação da natureza às mudanças climáticas e às políticas desastrosas de governos latino-americanos, que nós bem conhecemos por aqui, com relação ao meio ambiente. Suspensão nos faz perceber com todos os nossos sentidos, através de uma linguagem inovadora, a grandiosidade da Floresta Amazônica e a fragilidade das suas populações”, disse o júri.
O documentário Soldados da Borracha, de Wolney Oliveira, foi o vencedor do Prêmio do Público na categoria longa-metragem. O filme documenta a saga de cerca de 60 mil brasileiros enviados para a região amazônica pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial em um mirabolante plano para extrair látex, material estratégico imprescindível para a vitória dos Aliados.
O grande vencedor do Concurso Curta Ecofalante foi O Verbo Se Fez Carne, de Ziel Karapotó, da Universidade Federal de Pernambuco. No filme, o diretor utiliza seu corpo para denunciar cinco séculos de colonização e suas consequências nos povos originários. Segundo o júri, composto por Felipe André Silva, Gabriela Yamaguchi e Kênia Freitas, o filme foi escolhido “por abordar de forma poética e fabular temas centrais ao cinema brasileiro como a colonização e a perseguição ainda permanente dos povos indígenas, com uma experimentação formal e performática precisa e incisiva”. O curta ganhou o Troféu Ecofalante e R$ 4 mil de prêmio.
O vencedor do Prêmio do Público do Concurso Curta Ecofalante foi Hoje Sou Felicidade, dos diretores João Luís e Tiago Aguiar, da Universidade Federal de Pernambuco. O curta tem como protagonista Aldir Felicidade: negro, cadeirante, periférico e intérprete de samba 14 vezes campeão de desfile das escolas de samba no carnaval do Recife. Novidade desta edição, a Mostra Ecofalante criou dois novos prêmios escolhidos pelo público: melhor filme do Panorama Internacional Contemporâneo e Melhor Filme da Mostra.
Conheça os vencedores da 9ª Mostra Ecofalante de Cinema:
COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | LONGAS
Melhor Filme: Indianara, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa (Brasil)
Menção Especial: Estou me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes (Brasil) e Suspensão, de Simón Uribe (Colômbia)
COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | MÉDIAS E CURTAS
Melhor Filme: Mamapara, de Alberto Flores Vilca (Peru/Argentina/Bolívia)
Menção Especial: O Delegado, de Samuel Moreno Alvarez (Colômbia) e Guaxuma, de Nara Normande (Brasil)
CONCURSO CURTA ECOFALANTE
Melhor Filme: O Verbo Se Fez Carne, de Ziel Karapotó (Universidade Federal de Pernambuco)
Menção Especial: Território: nosso corpo, nosso espírito, de Clea Torres e João Paulo Fernandes (Universidade Federal de Mato Grosso) e Estado de Neblina, de Bruno Ramos (Centro Universitário Senac)
PRÊMIO DO PÚBLICO | COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | LONGAS
1º: Soldados da Borracha, de Wolney Oliveira (Brasil)
2º: Amazônia Sociedade Anônima, de Estevão Ciavatta (Brasil)
3º: Indianara, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa (Brasil)
PRÊMIO DO PÚBLICO | PANORAMA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO
1º: Triste Oceano (Blue), de Karina Holden (Austrália)
PRÊMIO DO PÚBLICO | COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | MÉDIAS E CURTAS
1º: Resplendor, de Claudia Nunes e Erico Rassi (Brasil)
2º: Por Trás da Cortina Verde, de Caio Silva Ferraz e Paulo Plá (Brasil)
3º: Mitos Indígenas em Travessia, de Julia Vellutini e Wesley Rodrigues (Brasil)
PRÊMIO DO PÚBLICO| CONCURSO CURTA ECOFALANTE
1º: Hoje sou Felicidade, de João Luís e Tiago Aguiar (Universidade Federal de Pernambuco)
2º: Ângelo, de Mariana Machado (Universidade Federal de Minas Gerais)
3º: Cidade de Quem Corre, de Fernando Martins (curso É Nóis Na Fita)
PRÊMIO DO PÚBLICO | MELHOR FILME DA 9ª MOSTRA ECOFALANTE
Soldados da Borracha, de Wolney Oliveira (Brasil)
Foto: Divulgação/O2 Play.