42º Festival de Havana: filmes brasileiros se destacam na programação

por: Cinevitor

todososmortoshavana2020Carolina Bianchi, Mawusi Tulani e Clarissa Kiste em Todos os Mortos.

A primeira edição do Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, também conhecido como Festival de Havana, foi realizada em dezembro de 1979, em Cuba, pelo ICAIC (Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos), com a intenção de se tornar uma continuação dos festivais de Viña del Mar, Mérida e Caracas, reunindo filmes e cineastas que representam as tendências cinematográficas mais inovadoras da América Latina.

Nesta quinta-feira, 19/11, foram anunciados os selecionados para a 42ª edição do evento, que acontecerá entre os dias 3 e 13 de dezembro. Os filmes em competição, que concorrem ao Prêmio Coral, são divididos em categorias: ficção, documentário e animação.

Por conta da pandemia de Covid-19, o festival será realizado em duas etapas: em dezembro serão exibidos filmes fora de competição; em março, as produções selecionadas para as mostras competitivas serão projetadas para o público e para os jurados nos cinemas com todos os protocolos de segurança.

Em comunicado oficial, Iván Giroud Gárate, presidente do festival, disse: “Sentiremos, na primeira parte, a ausência de cineastas estrangeiros; alguns virão, mas não todos que normalmente vêm nesse período, já que a situação da pandemia na Europa e na América Latina ganhou força. Ou seja, sentiremos a ausência de discussões teóricas, das coletivas de imprensa, daquele movimento que também é muito importante, não só para os cineastas, mas para nós, cineastas cubanos, para promover toda aquela sinergia que um festival é capaz”.

Sobre uma possível edição on-line, falou: “Outros festivais da América Latina, em circunstâncias mais adversas, foram obrigados a fazer uso de plataformas virtuais. Não estamos preparados para enfrentar esse desafio, não tecnologicamente, nem sentimos que foi coerente seguir esse caminho. Por isso, acredito que podemos correr o risco de sustentar este modelo de festival presencial com capacidade limitada de público. Por isso, faremos mais exibições dos filmes selecionados tentando compensar. Vai ser um momento muito diferente, mas acho que o público vai ficar grato por nunca termos hesitado em tentar fazer o festival”.

E completou: “A pandemia atingiu tudo, inclusive a indústria cinematográfica que vai sofrer esse impacto. Este ano não lamentamos tanto em termos de inscrições, mas acho que na próxima edição isso fará sentido. Quantos projetos pararam de rodar? Quantos filmes não puderam ser concluídos? Portanto, o impacto da Covid-19 na indústria cinematográfica é brutal. Mas, temos que lutar para defender os espaços físicos, os espaços de contato porque faz parte do cinema; essa energia que se cria, que não é só individual, é coletiva”.

A seleção deste ano, que recebeu mais de dois mil inscritos, como de costume conta com uma forte presença do cinema brasileiro. Os premiados Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza, e Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, estão na disputa com outras produções nacionais. Entre curtas e longas, destacam-se diversos trabalhos brasileiros e coproduções na lista.

Conheça os filmes brasileiros selecionados para a 42ª edição do Festival de Havana:

COMPETIÇÃO | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO

Ana. Sem Título, de Lúcia Murat (Brasil/Argentina/México/Chile/Cuba)
Breve Miragem de Sol, de Eryk Rocha (Brasil/França/Argentina)
Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza (Brasil)
Pacificado, de Paxton Winters (Brasil/EUA)
Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra (Brasil/França)

COMPETIÇÃO | MÉDIA E CURTA-METRAGEM

A Barca, de Nilton Resende
Menarca, de Lillah Halla

COMPETIÇÃO | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO

Antena da Raça, de Paloma Rocha e Luís Abramo
Fé e Fúria, de Marcos Pimentel
Narciso em Férias, de Renato Terra e Ricardo Calil
Once Upon a Time in Venezuela (Érase una vez en Venezuela, Congo Mirador), de Anabel Rodríguez (Venezuela/Reino Unido/Áustria/Brasil)
Por onde anda Makunaíma?, de Rodrigo Séllos
Vil, Má, de Gustavo Vinagre

COMPETIÇÃO | ANIMAÇÃO

Magnética, de Marcos Costa
O Homem das Gavetas, de Duda Rodrigues
Rasga Mortalha, de Thiago Martins Melo

COMPETIÇÃO | PRIMEIRO FILME

A Morte Habita a Noite, de Eduardo Morotó
Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda
Chico ventana también quisiera tener un submarino, de Alex Piperno (Uruguai/Argentina/Brasil/Holanda/Filipinas)
Cidade Pássaro, de Matias Mariani (Brasil/França)
Irmã, de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes
Los Conductos, de Camilo Restrepo (Colômbia/França/Brasil)
Mirador, de Bruno Costa
Rodantes, de Leandro Lara

COMPETIÇÃO | MELHOR CARTAZ

Algoritmo, por William Jungmann
Amanhã, por Bruno Autran
Amazon Mirror, por Renata Mello Segtowick
Aurora, por Ricardo Carvalho
Beco, por David Alfonso
Los niños lobo, por Pedro Matallo (Cuba/Brasil)
You Tubers (1), por Thiago Lacaz

PERSPECTIVA LATINO-AMERICANA

PANORAMA LATINO-AMERICANO:

A Cisterna, de Cristiano Vieira
Aos Nossos Filhos, de Maria de Medeiros
Fim de Festa, de Hilton Lacerda
Medida Provisória, de Lázaro Ramos
Pureza, de Renato Barbieri
Un crimen común, de Francisco Márquez (Argentina/Brasil/Suíça)

LA HORA DEL CORTO:

Amanhã, de Aline Flores e Alexandre Cristófaro
Meninos Rimam, de Lucas Nunes

EN SOCIEDAD:

Alvorada, de Anna Muylaert e Lô Politi
De Olhos Abertos, de Charlotte Dafol
Dentro da Minha Pele, de Val Gomes
The Coup d’État Factory, de Victor Fraga e Valnei Nunes (Brasil/Reino Unido)

PUEBLOS Y CULTURAS ORIGINARIOS:

O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels, de Tiago Carvalho
Nheengatu, de José Barahona (Brasil/Portugal)

LOS COLORES DE LA DIVERSIDAD:

Desconexo, de Lui Avallos
Para Onde Voam as Feiticeiras, de Eliane Caffé, Beto Amaral e Carla Caffé
Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira

CULTURA:

Dorivando Saravá, o Preto que Virou Mar, de Henrique Dantas

CINEMATECA LATINOAMERICANA:

Walter Tournier, de Sávio Leite

VANGUARDIA:

A Cor Branca, de Afonso Nunes
Vaga Carne, de Ricardo Alves Jr. e Grace Passô

ÉXODOS:

Nós, de Letícia Simões

PARA TODAS LAS EDADES:

Boy in the Woods, de Fabiano Leandro Pandolfi

ENTORNOS

APRESENTAÇÃO ESPECIAL:

O Amor Dentro da Câmera, de Jamille Fortunato e Lara Beck Belov

Foto: Hélène Louvart.

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