Com 20 filmes, entre longas e curtas, o Cine Ceará divulgou nesta quarta-feira, 06/10, os filmes selecionados para a Mostra Olhar do Ceará da 31ª edição do festival, que acontecerá entre os dias 27 de novembro e 3 de dezembro.
Na seleção, o gênero documentário é maioria, somando 13 produções. Os longas serão exibidos no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, e os curtas no Cinema do Dragão e no canal do Cine Ceará no YouTube.
Foram 88 filmes inscritos para a Mostra Olhar do Ceará, que teve a curadoria de Desirée Langel Rondón. Os três longas selecionados são documentários. Transversais marca a estreia do cineasta Émerson Maranhão em longas-metragens; Aqueles Dois, seu primeiro curta, foi selecionado para mais de 60 festivais e mostras nacionais e internacionais e conquistou 20 prêmios. Transversais acompanha cinco pessoas que vivem a experiência da transexualidade de diversas maneiras.
A diretora Natália Gondim levanta a questão da desigualdade social das mulheres em Minas Urbanas. Seu documentário anterior como codiretora, Les Statues de Fortaleza, que retratou a situação de refugiados venezuelanos no Brasil, foi exibido em diversos países pela ONU no Global Migration Film Festival da OIM e o Festival da Anistia Internacional para Direitos Humanos, na França.
Completa a lista de longas: De uma Distância Esquizoide, de Gabriel Silveira, sobre o controverso cotidiano urbano do mundo desenvolvido e as desigualdades do mundo em desenvolvimento confrontados numa experiência audiovisual extrema.
A seleção dos curtas-metragens da Mostra Olhar do Ceará contempla realizadores de Fortaleza, Crato, Juazeiro do Norte, Meruoca, Quixadá e Tianguá. São três animações, quatro curtas de ficção, uma ficção científica/sertãopunk, um trabalho experimental e um curta de horror/fantasia.
Dentre os 17 curtas selecionados, dez são documentários, entre eles: Fôlego Vivo, um trabalho da Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas – Umari, um coletivo de pessoas indígenas formado em sua maioria por mulheres, multigeracional e integrantes LGBTQI+ e PCD; Zé Tarcísio, Testemunha, de Delano Gurgel, sobre a vida e a obra de um dos maiores nomes das artes plásticas do Ceará; e Saudade dos Leões, de João Paulo Magalhães, sobre a Praça dos Leões, um dos espaços mais icônicos da vida cultural de Fortaleza.
A tradição cultural está nos curtas Arte na Palha, de Augusto Cesar dos Santos, sobre chapeleiras do interior cearense que produzem artesanatos com a palha da carnaúba e perpassam suas habilidades as novas gerações, e Boi Coração, de Marcelo Alves e Ângela Gurgel, sobre a festa em homenagem ao Dia de Reis realizada há mais de 20 anos pelo fazendeiro e poeta Chico Emília em sua própria casa, em uma comunidade no interior cearense.
Dois filmes têm a casa como ponto de partida para buscas de sensações e memórias. Em A casa que eu vivo hoje não é casa, Lara Muniz e Marcus Antonius levantam a questão sobre os significados de casa e lar, sobre paredes físicas, corpos e imaginário. Em Joelhos, uma casa no interior cearense é colocada em aluguel, mas o que era para ser a despedida de um lar torna-se um retrato de Dona Ivanilde; a diretora Yasmin Gomes foi premiada no 30º Cine Ceará com Não Te Amo Mais, eleito o melhor filme da Mostra Competitiva Brasileira de curta-metragem.
Completam a seleção os documentários: Corpas, de Arthur Almeida, sobre o fazer artístico e a transexualidade em Fortaleza, capital do segundo estado que mais mata trans no Brasil; Memória da Memória, de Idson Ricart, que revisita histórias de personagens presentes em fotos e fitas cassetes que haviam sido descartadas após um mapeamento cultural realizado em Quixadá, em 1993, pelo cantor e compositor Pingo de Fortaleza; e Muxarabi, sobre um metalúrgico do Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, que em meio à rotina de fazer portas, janelas e grades, cria invenções e reflete sobre a vida. O filme é de Natália Maia e Samuel Brasileiro, diretores e roteiristas que criaram, escreveram e dirigiram a série Lana & Carol, atualmente em exibição no Canal Futura; também são roteiristas do premiado longa-metragem Pacarrete, de Allan Deberton.
Conheça os filmes da Mostra Olhar do Ceará 2021:
LONGAS-METRAGENS
De uma Distância Esquizoide, de Gabriel Silveira (Fortaleza)
Minas Urbanas, de Natália Gondim (Fortaleza)
Transversais, de Émerson Maranhão (Fortaleza)
CURTAS-METRAGENS
2020, de Oziel Herbert (Fortaleza)
A Casa que eu Vivo Hoje Não é Casa, de Lara Muniz e Marcus Antonius (Fortaleza)
Arte na Palha, de Augusto Cesar dos Santos (Meruoca/Forquilha)
As Aventuras de Ana e João, de Augusto Cesar dos Santos (Meruoca)
Boi Coração, de Marcelo Alves e Angela Gurgel (Fortaleza)
Corpas, de Arthur Almeida (Fortaleza)
Curva Sinuosa, de Andréia Pires (Fortaleza)
Entre o Passado, de Larissa Estevam (Fortaleza)
Estilhaços, de Gabriela Nogueira (Fortaleza)
Fôlego Vivo, de Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas – Umari (Crato)
Ibiapaba, como nascem as montanhas, de George Alex Barbosa (Tianguá)
Joelhos, de Yasmin Gomes (Juazeiro do Norte)
Memória da Memória, de Idson Ricart (Quixadá)
Muxarabi, de Natália Maia e Samuel Brasileiro (Fortaleza)
Saudade dos Leões, de João Paulo Magalhães (Fortaleza)
Sebastiana, de Cláudio Martins (Fortaleza)
Zé Tarcísio, Testemunha, de Delano Gurgel Queiroz (Fortaleza)
*Clique aqui e confira os filmes selecionados para as mostras competitivas de longas e curtas do 31º Cine Ceará, que foram anunciados anteriormente.
Foto: Divulgação.