Marcado para acontecer entre os dias 16 e 22 de março, a 15ª edição do Curta Taquary foi além da programação de filmes este ano. Pautada pelo compromisso com a conscientização e a defesa dos direitos humanos, a equipe do evento realizou oficinas e ações ambientais em escolas da zona rural de Taquaritinga do Norte, no Agreste pernambucano.
Os alunos de escolas públicas da região participaram de uma oficina de animação idealizada pela equipe do festival e, também, do plantio de mudas nativas do Agreste pernambucano, com o intuito de reflorestar áreas que sofreram com a ação humana nos últimos anos: “Tem sido uma experiência incrível observar a comunidade inteira se mobilizando e compartilhando experiências a partir do plantio das mudas. É um momento de troca de conhecimentos e afetos no intuito de fortalecer o senso de comunidade e reforçar a importância da preservação da natureza”, aponta Alexandre Soares, coordenador do Curta Taquary.
O cinema, no entanto, não deixou de ser protagonista no processo de itinerância. Alunos de várias escolas, da primeira infância ao ensino fundamental, têm assistido filmes de diferentes países que integram a Mostra Internacional do festival: “A mostra é toda voltada para as questões de direitos humanos, cultura e identidade, além de preservação ambiental. Os filmes que mais utilizamos foram de animação e a interação com os alunos têm sido muito boa. O cinema tem esse poder não só de divertir, mas também de tratar de questões importantes. Pudemos levar esses filmes para a zona rural, que não tem tanto acesso a esses filmes, então tem sido muito importante, inclusive promovendo o debate. Foi muito instigante ver os olhos deles brilhando”, reforça Rosalie Nunes, coordenadora de ações de itinerância.
Foi entendendo as transformações climáticas e o momento delicado pelo qual o mundo atravessa que o Curta Taquary decidiu reforçar ainda mais o engajamento acerca do assunto neste ano. O reflexo está também nas datas de realização do festival: 16 de março, Dia Nacional da Conscientização das Mudanças Climáticas; e 22 de março, Dia da Água.
A produção do festival acredita que lançar luz sobre a questão é também uma forma de enfatizar como falar sobre a natureza e o direito à terra, o qual está diretamente ligado à luta em prol dos direitos humanos. Sendo assim, se comprometeram em plantar uma muda de planta nativa da região para cada filme inscrito.
Neste ano, o Curta Taquary teve o maior número de inscrições da sua história: 777. Somadas a quantidade de inscrições de 2021, então, serão plantadas 1.298 mudas para o reflorestamento da região, as quais foram fornecidas pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco e pela Compesa.
Foto: Óscar Araújo.