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Depois de dois anos em formato on-line, a CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte realizará sua 16ª edição entre os dias 20 e 25 de setembro, ocupando 11 espaços da capital mineira. A seleção traz 120 filmes nacionais e internacionais em pré-estreias, mostras temáticas e sessões populares a céu aberto.
Além disso, acontecem debates, rodas de conversa, encontros de negócios, oficina, masterclasses e workshops internacionais e a realização do 13º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, evento de mercado do cinema brasileiro, com o objetivo de discutir e revelar o cinema nacional do futuro.
Serão seis dias com atividades gratuitas para todas as idades e públicos, em uma temporada audiovisual de formação, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro em intercâmbio com outros países e em conexão com outras artes e a cidade. Além da programação presencial, a CineBH também oferecerá atividades no formato on-line, sessões de cinema e debates.
A sessão de abertura será na noite de 20 de setembro, terça, às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec, com a exibição em pré-estreia de Os Ossos da Saudade, dirigido pelo mineiro Marcos Pimentel, cujo projeto de desenvolvimento foi vencedor do Brasil CineMundi, em 2015. O filme é narrado a partir das vivências de personagens que habitam os territórios do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde, a partir de ausências e do sentimento que dá título ao longa-metragem.
A 16ª edição da Mostra CineBH apresenta um novo viés conceitual: o de celebrar e refletir a produção latino-americana, trazendo para o Brasil seus irmãos de continente e colocando-os em contato direto com olhares vários que poderão constatar a efervescência da produção que marca o território. A temática proposta é Cinema latino-americano: quais são as imagens da internacionalização?. A questão foi levantada pela curadoria, sob coordenação de Cleber Eduardo, para trazer ao debate a complicada relação entre o que se faz nos filmes de continente e aquilo que efetivamente chama atenção nas telas do mundo; e o quanto de legitimação por várias instâncias (festivais, circuitos de exibição, canais de TV e streaming) é necessário para determinados títulos furarem a bolha.
Diversas perguntas vão pautar os debates e também permeiam a própria escolha dos filmes da Mostra Continente, que exibirá 15 longas-metragens de 11 países da América Latina e América Central. No recorte, estão títulos de trajetória premiada, como os brasileiros Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho, e Casa Vazia, Giovani Borba, ambos consagrados no Festival de Gramado; e algumas revelações da mostra, como a inusitada ficção científica cubana Coração Azul, de Miguel Coyula.
A homenageada da CineBH em 2022 será a atriz mineira Rejane Faria, que tem se destacado no teatro, no cinema e na TV/streaming nos últimos anos. Formada em artes cênicas pela UNI-BH e em teatro pela UFMG, Rejane, 61 anos, foi uma das fundadoras, em 2007, do coletivo Quatroloscinco – Teatro do Comum, um dos principais grupos cênicos da capital mineira desde então. Sua estreia nas telas de cinema foi no curta-metragem Quinze, de Maurílio Martins, iniciando expressiva parceria com a produtora mineira Filmes de Plástico. Com a FdP, participou dos filmes Rapsódia para um Homem Negro, Nada e Marte Um, de Gabriel Martins; Temporada, de André Novais Oliveira; e No Coração do Mundo, de Maurílio Martins e Gabriel Martins. Na Globoplay, participou da série Segunda Chamada. Alguns desses títulos irão compor a Mostra Homenagem, além da presença de Rejane Faria numa sessão comentada.
A 16ª Mostra CineBH reúne uma seleção de 120 filmes nacionais e internacionais, em pré-estreias mundiais e nacionais distribuídos em oito mostras temáticas: Mostra Continente, Mostra Homenagem, Mostra Brasil, Mostra Diálogos Históricos, Mostra A Cidade em Movimento, Sessão na Praça, Mostrinha e Sessões Cine-Escola.
Além da Mostra Continente e da Mostra Homenagem, a CineBH 2022 terá um recorte exclusivo para o cinema brasileiro na Mostra Brasil, com curadoria de Camila Vieira e Marcelo Miranda, exibindo 6 longas e 25 curtas-metragens contemporâneos. Entre os selecionados, estão títulos em pré-estreia nacional, como A Cidade dos Abismos, de Priscyla Bettim e Renato Coelho, e Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna.
Marcélia Cartaxo em A Mãe, de Cristiano Burlan: destaque da programação.
A mostra A Cidade em Movimento, recorte com curadoria de Paula Kimo, exibe produções independentes de Belo Horizonte e região metropolitana em diálogo direto com a vivência nas cidades. Este ano, o tema é Olhar a Cidade, pautado em filmes que vislumbram os espaços urbanos como territórios vivos e dinâmicos, em constante transformação nas movimentações do tecido social, político e urbano que os compõem. Ao todo são 27 filmes em exibição, seguidos de rodas de conversa com participação de convidados e equipe dos filmes.
A Sessão na Praça, que acontece na Praça da Liberdade, um dos cartões postais de Belo Horizonte, exibe oito filmes brasileiros para toda a família, garantindo diversão para todas as idades. Entre os títulos estão as comédias Maria do Caritó, de João Paulo Jabour e Não Vamos Pagar Nada, de João Fonseca, o romance Eduardo e Mônica, de René Sampaio, e o documentário musical Belchior – Apenas um Coração Selvagem, de Camilo Cavalcanti e Natália Dias. Terá também duas sessões dedicadas ao público infantil, que além da exibição de filmes, contará com apresentações circenses e show de mágica.
A mostra Diálogos Históricos contou com a curadoria do crítico e pesquisador boliviano Sebastian Morales Escoffier, que selecionou três longas-metragens da Bolívia, em diálogo com a temática desta edição. Escoffier estará no evento para debater cada um deles com a plateia. Os títulos são: Como duele ser pueblo, de Hugo Roncal; El olor de tu ausencia, de Eddy Vasquez; e Lo más bonito y mis mejores años, de Martin Boulocq.
Tem sessão para toda família, com a realização da Mostrinha de Cinema que acontecerá nos dias 24 e 25 de setembro, sábado e domingo, em Santa Tereza, na Sala do Minas Tênis Clube, na Praça da Liberdade. As sessões serão acompanhadas pelos personagens da Turma do Pipoca e intervenções circenses.
Por fim, a programação de filmes da 16ª CineBH oferece Sessões Cine-Escola para estudantes e educadores. As sessões serão realizadas nos dias 21 e 22 de setembro (quarta e quinta-feira), na faixa das 8h (turno manhã) e 14h (turno tarde), no Grande Teatro do Sesc Palladium, Teatro Sesiminas e Cine Santa Tereza. Ao todo serão promovidas seis sessões Cine-Escola, seguidas pelos Cine-Debates, para alunos a partir de cinco anos de idade, com exibição de 16 filmes brasileiros que abordam temas universais e educativos para a formação de crianças e jovens e visam beneficiar mais de três mil alunos.
A programação segue com a 13ª edição do Brasil CineMundi, evento de mercado do cinema brasileiro, que acontece em edições anuais e consecutivas desde 2010 na programação da CineBH, sendo a principal plataforma de rede de contatos e negócios para a produção do país em relação com outros profissionais do mundo todo. O programa realiza o intercâmbio entre mercado e projetos de filmes brasileiros para potencializar conexões entre realizadores independentes, potenciais parceiros e troca de ações e informações. O Brasil CineMundi seleciona diversos projetos para compor rodadas de negócio em encontros de realizadores com produtores para orientações de diversos profissionais que possam auxiliar na viabilidade das propostas.
Em 2022, 41 convidados de 13 países representantes da indústria mundial do audiovisual desembarcam na capital mineira para conhecer e fazer negócios com os 41 projetos selecionados em cinco categorias, sendo quatro para trabalhos em desenvolvimento: Horizonte (representam o horizonte de temas, diversidade e criação do audiovisual brasileiro), Doc Brasil Meeting (documentários), Foco Minas (projetos de Minas Gerais) e Paradiso Multiplica (no segundo ano de parceria com o Projeto Paradiso, incubadora de talentos). A quinta categoria, Wip – Primeiro Corte é dedicada a projetos em fase de pós-produção com um primeiro corte (work in progress).
Os projetos recebem consultorias com tutores especializados, além de outras atividades de formação como laboratório de desenvolvimento, masterclasses, painéis de mercado e workshops. Nas rodadas de negócios, os projetos têm a oportunidade de encontros individuais com profissionais nacionais e internacionais interessados em coprodução e vendas. Com a parceria de diversas iniciativas de fundos de produção, o CineMundi conta com prêmios aos projetos mais bem cotados pelos júris de avaliação. Há bolsas de desenvolvimento, participação em eventos internacionais de coprodução e incentivos à criação.
Com o propósito de fornecer ferramentas conceituais e práticas para capacitação de profissionais, troca de experiências entre diferentes agentes do setor audiovisual, ao mesmo tempo, que propõe gerar intercâmbio, promover encontros, diálogos, discussões e estabelecer redes de contato e conexões globais com foco no mercado audiovisual, o Programa de Formação Audiovisual integra a programação da 16ª Mostra CineBH e do 13º Brasil CineMundi – Encontro Internacional de Coprodução. Nesta edição, o programa reúne mais de 50 profissionais brasileiros e estrangeiros de destaque na cena audiovisual no centro de 43 atividades formativas.
Conheça os filmes selecionados para a 16ª CineBH:
MOSTRA CONTINENTE
A Outra Forma, de Diego Guzmán (Colômbia/Argentina/França)
Ao Oriente, de José María Avilés (Equador/Argentina)
Aurora, de Paz Fábrega (Costa Rica)
Boreal, de Federico Adorno (Paraguai/México)
Borom Taxi, de Andrés Guerberoff (Argentina)
Casa Vazia, de Giovani Borba (Brasil)
Coração Azul, de Miguel Coyula (Cuba)
Eami, de Paz Encina (Paraguai/EUA/Alemanha/Holanda/Argentina/França/México)
Eu e as Bestas, de Nico Manzano (Venezuela)
Junk’Olal, de Diego Amando Moreno Garza e Fabiola Manyari López Bracamonte (México/Guatemala)
Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho (Brasil)
Nos Fizeram Noite, de Antonio Hernández (México)
Nudo Mixteco, de Ángeles Cruz (México)
O Curto Verão de Hilda, de Agustín Banchero (Uruguai/Brasil)
O Grande Movimento, de Kiro Russo (Bolívia/Qatar/França/Suíça/Reino Unido)
Uma Névoa que Desaparece, de Augusto Sandino (Colômbia/República Tcheca/Noruega)
Utama, de Alejandro Loayza Grisi (Bolívia/Uruguai/França)
MOSTRA BRASIL | LONGAS
A Cidade dos Abismos, de Priscyla Bettim e Renato Coelho (SP)
Germino Pétalas no Asfalto, de Coraci Ruiz e Julio Matos (SP)
Pasajeras, de Fran Rebelatto (RS)
Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna (BA)
Ursa, de William de Oliveira (PR)
Vai e Vem, de Fernanda Pessoa e Chica Barbosa (SP)
MOSTRA BRASIL | CURTAS
SESSÃO RETRATOS DO BRASIL
Nicinha Não Vem, de Muriel Alves (RJ)
Plutão Não é Tão Longe Daqui, de Augusto Borges e Nathalya Brum (DF)
Rosa Negra, de Sabina Colares e Marieta Rios (CE)
Toró, de Michelle Barreto e Iago Mati (SP)
SESSÃO NOVAS PERSPECTIVAS
Amor by Night, de Henrique Arruda (PE)
Klaxon e o Espírito Moderno, de Bruna Schelb Corrêa (MG)
Pérola do Atlântico, de João Rubio Rubinato (SP)
saxa loquuntur, de Maura Grimaldi (SP)
SESSÃO SOMOS LATINOS
Hermanos, Aqui Estamos, de Jade Rainho (MT)
Não Olhe para Trás, de Malu Portela (RJ)
O Caderno de Pacha, de Pedro Urizzi e Estevan Muniz (SP)
Ruína, de Bárbara Lissa (MG)
SESSÃO OCUPAR A CIDADE
ÁGORA, de Bruna Noveli e Luli Morante (SE)
MEGAZORD, de Luciana Wilm e Tyago Thompson (PA)
Memorial Maracanã, de Darks Miranda e Pedro França (RJ)
SESSÃO A CASA E A RUA
Ambulantes, de Emerson Eduardo Silva, Gabriela Nassar, Gustavo Sibem e Henrique Grise (SP)
Andrômeda, de Lucas Gesser (DF)
Cidade Entre Rios, de Leonardo Mendes e Weslley Oliveira (PI/MA)
Eles Não Vêm em Paz, de Pedro Oranges e Victor Silva (SP)
Infantaria, de Laís Santos Araújo (AL)
SESSÃO VIVER E RESISTIR
Flores Vermelhas, de Érica Sansil (RJ)
Fragmentos de Gondwana, de Adalberto Oliveira (PE)
Luta pela Terra, de Camilla Shinoda e Tiago de Aragão (DF/AM/RR)
Voto Nulo, de Gustavo de Carvalho (SP)
MOSTRA CINEMUNDI
5 Casas, de Bruno Gularte Barreto (Brasil/Alemanha)
A Mãe, de Cristiano Burlan (Brasil)
Anastácias, de Thatiane Almeida (Brasil)
O Clube dos Anjos, de Angelo Defanti (Brasil/Portugal)
Os Ossos da Saudade, de Marcos Pimentel (Brasil)
MOSTRA HOMENAGEM
Levantar de um Golpe, de Gabrielly Bertolino e Renan Távora Soares (2020)
Marte Um, de Gabriel Martins (2022)
Nada, de Gabriel Martins (2017)
Quinze, de Maurilio Martins (2014)
Rapsódia para o Homem Negro, de Gabriel Martins (2016)
Super Estrela Prateada, de Leonardo Branco (2018)
Temporada, de André Novais Oliveira (2018)
Vitória, de Ricardo Alves Jr. (2020)
*Clique aqui e confira a seleção completa de filmes.
Foto: Divulgação/Embaúba Filmes.