Foram revelados neste sábado, 18/03, no Museu da Imagem e do Som, em Fortaleza, os vencedores da 21ª edição do NOIA – Festival do Audiovisual Universitário. O anúncio contou com a entrega das premiações aos realizadores das produções participantes das mostras competitivas desta edição: Mostra Nacional, Mostra Cearense e Mostra Internacional, novidade nesta edição.
Neste ano, o curta-metragem pernambucano Cabocolino, dirigido por João Marcello, se destacou com três prêmios: melhor curta nacional pelo Júri Oficial, melhor música e melhor curta nacional pelo Júri da Crítica. O ator Milton Gonçalves foi premiado postumamente por sua atuação no filme Através dos Sentidos, de Gilson Nascimento.
Segundo os curadores Carol Vieira, Doug de Paula, André Persi e Arthur Gadelha, esta edição do NOIA destacou filmes que tratam de questões sociais, políticas e comportamentais que estão presentes em nosso dia a dia, como a precarização do trabalho, identidade, conflitos familiares, questões de saúde mental, cidade-memórias-corpo-invenção.
O Júri Oficial desta edição foi formado por Leonne Gabriel, Lays Antunes e Juliana Craveiro; Antonio Lima Junior, Messias Adriano e Mylena Gadelha, integrantes da Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema, formaram o Júri da Crítica.
Conheça os vencedores do NOIA 2023:
MELHOR CURTA NACIONAL | JÚRI OFICIAL
Cabocolino, de João Marcello (PE) (UFPE)
MELHOR CURTA INTERNACIONAL | JÚRI OFICIAL
Solo di Sol a los Idolos, de Emilio Guazzaroni (Argentina)
MELHOR CURTA CEARENSE | JÚRI OFICIAL
Puba, de Bruno Bressan, Esther Arruda, Isaac Branco e Leão Neto (Unifor)
MELHOR CURTA NACIONAL | JÚRI DA CRÍTICA
Cabocolino, de João Marcello (PE) (UFPE)
Justificativa: A amálgama entre o fantástico e o popular dá destaque ao curta que apresenta as tradições e as ancestralidades dos povos indígenas como traços que regem o sertão e raízes que formam um Nordeste. A qualidade artística está presente na capacidade de elaboração de uma síntese breve, porém marcante e intimista, que utiliza com carinho o som como forma de ligação entre natureza e fé, conexão entre passado, presente e futuro. O propósito carregado por João de Cordeira (ou João de Marina), relembra os dizeres agroecológicos de Padre Cícero sobre o ato de “plantar em homenagem aos mortos”. Nesta jornada documental e onírica de sincretismos de crenças, o encerramento aos pés da estátua-símbolo de Juazeiro deixa a esperança que as gerações futuras façam o mesmo tributo ao protagonista e às tradições culturais. Se o farão ou não, o futuro dirá. A homenagem do presente, no entanto, veio através do Cinema.
MELHOR CURTA NACIONAL | JÚRI POPULAR
As Velas do Monte Castelo, de Lanna Fernandes de Carvalho (CE) (UFC)
MELHOR CURTA INTERNACIONAL | JÚRI POPULAR
Solo di Sol a los Idolos, de Emilio Guazzaroni (Argentina)
MELHOR CURTA CEARENSE | JÚRI POPULAR
A Lenda do Seca Mão, de Laura Cavaignac (CE) (UFC)
MELHOR DIREÇÃO
Samuel Andrade Barbosa, por Silêncio
MELHOR ROTEIRO
Quinze Primaveras, escrito por Leão Neto e Layla Sah
MELHOR ATRIZ
Natália Tarnowski, por Concha de Água Doce
MELHOR ATOR
Milton Gonçalves, por Através dos Sentidos
MELHOR MONTAGEM
Dois No Asfalto, por Daniel Chagas e Bernardo Schlegel
MELHOR SOM
Madrugada, por Humberto Schumacher
MELHOR MÚSICA | TRILHA SONORA
Cabocolino, por Lula Moreira
MELHOR FOTOGRAFIA
Madrugada, por Rebeca Francoff
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Mise en Place, por Bruna Andressa, Harumy Bernardes dos Santos, Laura Lupo Medina e Lisa Aidar
MELHOR FIGURINO
Irã, por Iferrdo
MELHOR MAQUIAGEM
Cabiluda, por América
MELHOR ELENCO
Fique na Luz, de David Alves
MENÇÃO HONROSA
Filhas de Criação, de Aldemir Barros (AL) (Uneal)
Foto: Marlom Meirelles.