Com sete programas cuidadosamente selecionados, a Cinelimite apresentará, entre os dias 19 e 28 de maio, na Cinemateca Brasileira, a Mostra Cinelimite, que traz mais de quarenta títulos brasileiros recém-digitalizados e prontos para serem redescobertos pelo público.
A mostra abarca uma ampla variedade de tópicos e temas, como documentários sobre a classe operária, obras raras do cinema queer brasileiro, animações e filmes caseiros. Cada exibição contará com apresentações especiais de cineastas e pesquisadores de cinema; a programação é gratuita e os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada sessão.
A Cinelimite é uma organização sem fins lucrativos, criada em 2020 com o objetivo de promover o cinema clássico brasileiro e oferecer serviços de digitalização para filmes e cineastas brasileiros historicamente negligenciados. Em 2022, a Cinelimite lançou a IDFB, Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros, um projeto que fornece acesso a serviços de digitalização de filmes no Brasil para filmes órfãos, filmes feitos por membros das comunidades LGBTQ+ e PPI, filmes feitos por mulheres, filmes caseiros e filmes não comerciais.
De setembro de 2022 a fevereiro de 2023, a IDFB embarcou em uma missão para digitalizar obras do patrimônio cinematográfico brasileiro de regiões com acesso limitado a esse serviço. Usando um scanner portátil de 2K para filmes de 8 mm e Super 8, o projeto, denominado Digitalização Viajante, cobriu seis estados brasileiros do Norte e do Sudeste, em colaboração com a ABPA, Associação Brasileira de Preservação Audiovisual. A iniciativa foi um sucesso surpreendente, resultando na digitalização de mais de 350 filmes brasileiros em apenas três meses.
Cena do filme Sulanca, de Katia Mesel
A programação da Mostra Cinelimite contará com exibições de: Sulanca, de Katia Mesel; A Entrevista, de Helena Solberg; O Ciclo do Caranguejo, de Elisa Cabral; Duas Vezes Mulher, de Eunice Gutman; Vila da Barca, de Renato Tapajós; Robin Hollywood, de Amin Stepple; Era Vermelho Seu Batom, de Henrique Magalhães; Perequeté, de Bertrand Lira; Amazônia, de Maria Tereza Paes Leme Freitas; Baltazar da Lomba, dirigido pelo Grupo Nós Também; Closes, de Pedro Nunes; entre outros.
No programa Mestras do Cinema Documental Brasileiro, a Cinelimite se une à revista digital feminista Verberenas para apresentar obras de quatro documentaristas excepcionais: Helena Solberg, Eunice Gutman, Katia Mesel e Elisa Cabral; a sessão Redescobertas no Cinema Documental Brasileiro apresenta três filmes raros nas filmografias de importantes profissionais do documentário e do cinema brasileiro como um todo; a Retrospectiva Amin Stepple destaca o trabalho do jornalista, crítico, roteirista e diretor que marcou profundamente o cinema experimental no Nordeste do Brasil.
A seleção traz também: o programa A Onda de Filmes Queer em Super-8 da Paraíba, que destaca produções de um cinema superoitista, realizado entre 1979 e 1984, que introduziu a discussão LGBTIA+ e foi batizada de Cinema Guei; o programa Novas Descobertas em Animação do Projeto Digitalização Viajante; Filmes Domésticos e Filmes Amadores do Projeto Digitalização Viajante, que apresenta 90 minutos de diferentes filmes domésticos de seis diferentes cidades brasileiras; e a exibição especial do longa A Rainha Diaba, de Antonio Carlos Fontoura, em cópia 4K.
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Foto: Divulgação.