Estranho Caminho, de Guto Parente, é o grande vencedor do Festival de Cinema de Tribeca 2023

por: Cinevitor
O longa brasileiro recebeu quatro prêmios

O Festival de Cinema de Tribeca reúne artistas e diversos públicos para celebrar a narrativa em todas as suas formas, incluindo cinema, TV, música, áudio, jogos e realidade virtual. Com fortes raízes no cinema independente, o evento é sinônimo de expressão criativa e entretenimento.

Fundado em 2001 por Robert De Niro, Jane Rosenthal e Craig Hatkoff com a intenção de estimular a revitalização econômica e cultural de Manhattan depois dos ataques ao World Trade Center, o festival defende vozes emergentes e estabelecidas, descobre talentos premiados, organiza experiências inovadoras e apresenta novas ideias por meio de estreias, exposições, conversas e apresentações ao vivo exclusivas.

O cinema brasileiro se destacou nesta 22ª edição com Estranho Caminho, do cineasta cearense Guto Parente, na mostra International Narrative Competition, que foi consagrado com quatro prêmios, entre eles, o de melhor filme. O longa é um drama fantástico que acompanha a trajetória de David, um jovem cineasta que, ao visitar sua cidade natal, Fortaleza, é surpreendido pelo rápido avanço da pandemia de Covid-19 e se vê obrigado a procurar o pai, Geraldo, um sujeito peculiar com quem não fala ou tem notícias há mais de dez anos. Após o reencontro dos dois, coisas estranhas começam a acontecer.

O elenco conta com Lucas Limeira, Carlos Francisco, Tarzia Firmino, Rita Cabaço, Renan Capivara, Ana Marlene, Fab Nardy, Noá Bonoba, Jennifer Joingley, Déo Cardoso, Larissa Goés, Mumutante, Solon Ribeiro, David Santos, Pedro Breculê e Gabriel de Sousa.

O júri, formado por Brendan Fraser, Zazie Beetz, Shirin Neshat, Alfredo Jaar e Kate Siegel, afirmou em sua deliberação que Estranho Caminho, vencedor de todos os prêmios da Competição Internacional, é um filme que superou expectativas “com o seu surpreendente calor e narrativa profundamente convincente”. Ao consagrar a interpretação de Carlos Francisco, o time de jurados justificou: “Esse ator equilibrou as nuances da humanidade e exigiu ser observado”. Guto Parente também foi lembrado por “um roteiro que nos deu não apenas a dor da reconciliação, mas também uma alegre expressão do absurdo”. Por fim, a fotografia de Linga Acácio foi destacada “não apenas pela beleza natural do local, mas também pela paisagem psicológica do protagonista”.

Realizado inteiramente na cidade Fortaleza, financiado pela Secretaria de Cultura do Ceará por meio de recursos da Lei Aldir Blanc, o longa, que será distribuído pela Embaúba Filmes, foi rodado entre maio e junho de 2021 com uma equipe formada majoritariamente por profissionais cearenses, como: Guto Parente no roteiro e direção; Ticiana Augusto Lima na produção; Linga Acácio na direção de fotografia; Taís Augusto na direção de arte; Lucas Coelho no som e Thais de Campos no figurino; Noá Bonoba na preparação de elenco; e Uirá dos Reis e Fafa Nascimento na trilha musical.

Conheça os vencedores do 22º Festival de Cinema de Tribeca:

COMPETIÇÃO AMERICANA

Melhor Filme: Cypher, de Chris Moukarbel (EUA)
Melhor Interpretação: Ji-Young Yoo, por Smoking Tigers
Melhor Roteiro: Smoking Tigers, escrito por Shelly Yo
Melhor Fotografia: The Graduates, por Caroline Costa
Menção Especial do Júri: Mountains, de Monica Sorelle (EUA)

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

Melhor Filme: Estranho Caminho, de Guto Parente (Brasil)
Melhor Interpretação: Carlos Francisco, por Estranho Caminho
Melhor Roteiro: Estranho Caminho, escrito por Guto Parente
Melhor Fotografia: Estranho Caminho, por Linga Acácio

COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIOS

Melhor Filme: Between the Rains, de Andrew H. Brown e Moses Thuranira (Quênia)
Melhor Fotografia: Between the Rains, por Andrew H. Brown
Melhor Edição: The Gullspång Miracle, por Mark Bukdahl e Orvar Anklew
Menção Especial do Júri: Two Walls, de David Gutnik (Ucrânia)

COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS

Melhor Filme: Dead Cat, de Annie-Claude Caron e Danick Audet (Canadá)
Menção Especial do Júri: Blond Night, de Gabrielle Demers (Canadá), e Hafekasi, de Annelise Hickey (Austrália)
Melhor Animação: Starling, de Mitra Shahidi (EUA)
Prêmio Student Visionary: Fairytales, de Daniela Soria Gutiérrez (México)
Melhor Documentário: Black Girls Play: The Story of Hand Games, de Joe Brewster e Michele Stephenson (EUA)
Melhor Documentário | Menção Especial: Goodbye, Morganza, de Devon Blackwell (EUA)

*Clique aqui e confira a lista completa com os vencedores

Foto: Divulgação/Tardo Filmes.

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