Foram anunciados neste sábado, 10/06, os vencedores da 17ª edição do Festival Taguatinga de Cinema, que exibiu, em quatro dias, 24 filmes na Mostra Competitiva. Além disso, a programação contou também com diversas atividades paralelas, como: oficinas, debates e shows.
Os premiados deste ano receberam o Troféu FesTaguá, feito pelo aclamado artista plástico Omar Franco, além de prêmios em dinheiro. O pernambucano Quebra Panela, de Rafael Anaroli, foi o primeiro escolhido pelo Júri Oficial, que foi formado por Edileuza Souza, Kakau Teixeira e Takumã Kuikuro. A justificativa diz: “pela construção de um cinema que é vida, que nos possibilita vida e que transforma nossas vidas. Por um cinema que diverte e diz NÃO ao adoecimento. Pela alegria de fazer cinema”.
O segundo filme eleito pelo júri foi Levante pela Terra, de Marcelo Cuhexê: “pela urgência do planeta, das pessoas que cuidam da terra e que são a própria terra. Não ao marco temporal, não à ganância e sim pela vida dos povos indígenas e pela vida do planeta”, disse a justificativa do júri. O terceiro foi Um Transe de 10 Milésimos de Segundos, de Jamile Cazumbá: “pela autenticidade, pela profundidade, pelo lugar do Cinema Negro no feminino, pela vivência, por pensar num cinema de ser e existir, pelo corpo e pela memória”, disse o júri.
Também foram entregues duas menções honrosas para Rua Dinorá, de Natália Maia e Samuel Brasileiro, e Filhos da Noite, de Henrique Arruda: “Pelas infâncias que trazem os sabores da aventura de viver, e pelas velhices de corpos que trazem a memória da vida, das alegrias, do colorido e da continuidade”, disse a justificativa do júri. O Festival Taguá de Cinema também entregou o Prêmio Aicon Ações Cinematográficas, oferecido ao melhor filme do Distrito Federal, que, segundo o júri, foi Levante pela Terra, de Marcelo Cuhexê.
William Alves, idealizador do festival, encerrou a noite com um discurso: “O Festival Taguá de Cinema, nesta 17ª edição, se firma como terreiro dentro de um território ancestral onde as tabas dos povos acroás, os xacriabás, os caiapós e os javaés, dentre outros, eram feitas de tagwá tinga ou barro branco. No encerramento dessa edição, com o encontro do cinema do povo indígena, preto e brasileiros, de todas as regiões, nos alegramos por poder somar forças às lutas de nossos parentes ancestrais, pelo seus direitos à terra, à água e às florestas. Pelo seus direitos de existirem a seu modo. Pelo direito às suas vidas. O Festival Taguá de Cinema, também diz SIM à demarcação imediata das terras dos povos indígenas”.
Conheça os vencedores do 17º Festival Taguatinga de Cinema:
MOSTRA COMPETITIVA
Quebra Panela, de Rafael Anaroli (PE)
Levante pela Terra, de Marcelo Cuhexê (DF)
Um Transe de 10 Milésimos de Segundos, de Jamile Cazumbá (BA)
MOSTRA COMPETITIVA | JÚRI POPULAR
Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante (RO) (58% dos votos)
Nossa Mãe era Atriz, de André Novais Oliveira e Renato Novaes (MG) (56% dos votos)
Manual da Pós-Verdade, de Thiago Foresti (DF) (48% dos votos)
MENÇÃO HONROSA
Rua Dinorá, de Natália Maia e Samuel Brasileiro (CE)
Filhos da Noite, de Henrique Arruda (PE)
PRÊMIO AICON
Levante pela Terra, de Marcelo Cuhexê (DF)
Foto: Paula Carrubba.