7º Festival ECRÃ: conheça as obras selecionadas

por: Cinevitor
Murilo Sampaio no curta-metragem Garotos Ingleses, de Marcus Curvelo

A sétima edição do Festival ECRÃ, que acontecerá entre os dias 29 de junho e 2 de julho no Rio de Janeiro, contará com um panorama das artes audiovisuais que fogem do formato convencional em forma de filmes, videoartes, performances, instalações e games que apresentam inovações de linguagem.

O festival, que dá espaço para obras que geralmente não chegam ao circuito de cinema, museus e exposições, também acontecerá em formato on-line, entre os dias 6 e 9 de julho com parte das obras selecionadas. As sessões presenciais serão realizadas no Estação Botafogo e na Cinemateca do MAM com entrada gratuita.

Neste ano, o ECRÃ traz destaques de festivais internacionais e lançamentos de caráter mundial, entre eles, a primeira exibição no Brasil de A Longa Viagem do Ônibus Amarelo, de Júlio Bressane e Rodrigo Lima, que totaliza 432 minutos e foi apresentado no Festival de Roterdã e no BAFICI. Outro destaque é Testemunhas Silenciosas, do mestre colombiano Luis Ospina e Jerónimo Atehortúa; Ospina faleceu durante o processo de produção do filme e Atehortúa foi o responsável pela finalização.

Do Festival de Berlim, o ECRÃ apresenta Allensworth, novo longa de James Benning, e O Rosto da Medusa, de Melisa Liebenthal, que acompanha com bom humor e inovação visual um conto de conflito existencial. Do Cinéma du Réel, a seleção traz As Cartas de Didier, da diretora francesa Noelle Pujol. Além disso, dois mestres do cinema experimental americano estreiam seus filmes no festival: Deborah Stratman lança Últimas Coisas, exibido no Festival de Sundance, e Lewis Klahr usa suas tradicionais técnicas de animação em A Rosa Azul do Esquecimento. Um dos maiores nomes do cinema independente argentino, Raúl Perrone, faz a estreia mundial de seu longa SINFON14.

Entre os longas e médias brasileiros, o ECRÃ traz a première mundial de Espaço Liminar, longa-metragem de estreia do diretor carioca Gabriel Papaléo; o vencedor do IndieLisboa, Vermelho Bruto, de Amanda Devulsky; A Vida São Dois Dias, de Leonardo Mouramateus; o primeiro longa do diretor pernambucano Alcimar Veríssimo, chamado A Função do Outono; o média da multiartista Darks Miranda chamado Uma Noite Perigosa na Ilha de Vulcano; e a première do média do diretor paulistano Aloísio Corrêa chamado Ponto Cego.

Na programação de curtas-metragens, o Festival ECRÃ traz atrações de diversos cantos do mundo, que transparecem a diversidade no rigor fílmico, entre eles, Thue Pihi Kuwii: Uma Mulher Pensando, de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami; este é o primeiro filme realizado por mulheres indígenas Yanomami. E mais: o vencedor do Prêmio da Crítica do Festival Internacional de Istambul, 8 de Março de 2020: Uma Memória, de Fırat Yücel; e o aclamado diretor Ben Russell com seu novo curta-metragem chamado Contra o Tempo. Também da seleção de Roterdã, Cego por Séculos, da tailandesa Parinda Mai, compõe a seleção.

Nesta sétima edição, o Festival ECRÃ apresenta um programa dedicado a um dos maiores nomes do cinema experimental da história: Stan Brakhage. Entre curtas, médias e longas, o programa reúne sete filmes do diretor produzidos entre as décadas de 1950 e 1960. O ECRÃ também apresenta, em sessão especial, a pré-estreia de Octávio III, novo longa de Cavi Borges, que retrata a carreira e os últimos dias de vida do ator que batiza o filme.

Os jogos exploram caminhos da arte que nos levam para mundos da imaginação, do desconhecido e do inusitado. Este ano, as obras selecionadas exclusivamente para a etapa on-line do ECRÃ refletem a diversidade dessa linguagem como forma de expressão artística, que avança na vanguarda entre as novas possibilidades que a tecnologia permite, e o eterno desejo humano de se expressar. O festival também retorna com a experiência imersiva dos óculos de realidade virtual, o VR.

O ECRÃ também terá em seu Instagram o lançamento exclusivo da websérie Fake Live, de Alexandre Paes Leme, protagonizada pela atriz Fernanda Paes Leme. Os nove episódios acompanham a vida da atriz e influencer durante a quarentena, pelo ponto de vista do seu celular, até que sua identidade seja roubada por uma falsa Fernanda. Fake Live também terá alguns de seus episódios exibidos na sala de cinema durante o festival.

A curadoria de performance do 7º Festival ECRÃ celebra a arte no campo expandido, valorizando as obras que dialogam com campos que não seriam normalmente atribuídos à performance. A performance de abertura do ECRÃ 2023 será Projétil RGB, de Tetsuya Maruyama, artista japonês que estuda cinema e arte no Brasil. E mais: com uma seleção que se expande para 15 países, as videoartes apresentam obras de renomados e iniciantes artistas entre 24 títulos que estarão disponíveis virtualmente. 

Conheça os filmes selecionados para o Festival ECRÃ 2023:

LONGA E MÉDIA-METRAGEM

A Função do Outono, de Alcimar Veríssimo (Brasil)
A Longa Viagem do Ônibus Amarelo, de Júlio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil)
A Rosa Azul do Esquecimento (The Blue Rose of Forgetfulness), de Lewis Klahr (EUA)
A Vida São Dois Dias, de Leonardo Mouramateus (Brasil/Portugal)
Allensworth, de James Benning (EUA)
Aposentadoria ou a Última Casa de Meu Pai (Das Retireé or the last house of my father), de Julie Pfleiderer (Alemanha/Bélgica/Holanda)
As Cartas de Didier (Les Lettres de Didier), de Noelle Pujol (França)
Ciclos da Criação (Cycles of Creation), de Guli Silberstein (Reino Unido)
Diários de Lockdown (Lockdown Diaries), de Jeff Zorrilla (Argentina)
Enez, de Emmanuel Piton (França)
Espaço Liminar, de Gabriel Papaléo (Brasil)
Herbaria, de Leandro Listorti (Argentina)
Mangostão (Mangosteen), de Tulapop Saenjaroen (Tailândia)
O Rosto da Medusa (El Rostro de la Medusa), de Melisa Liebenthal (Argentina)
Perucas Loiras (Blonde Wigs), de Chris Martin (EUA)
Ponto Cego, de Aloísio Corrêa (Brasil)
RGNCNTRL, de Alvin Santoro (Canadá)
SINFON14, de Raúl Perrone (Argentina)
Testemunhas Silenciosas (Mudos Testigos), de Luis Ospina e Jerónimo Arteaga (Colômbia)
Três Margens (Three Shores), de Damien Cattinari (França)
Últimas Coisas (Last Things), de Deborah Stratman (EUA)
Uma Noite Perigosa na Ilha de Vulcano, de Darks Miranda (Brasil)
Vermelho Bruto, de Amanda Devulsky (Brasil)
 
CURTA-METRAGEM

8 de Março de 2020: Uma Memória (March 8 2020: A Memory), de Firat Yücel (Turquia/Holanda)
Aburidashi, de Nonoho Suzuki (Japão)
As Coisas que te Digo (Las Cosas Que Te Digo), de Daniela Silva Solórzano (Portugal/México)
Capítulo 3: Pacifica um Mentiroso (Chapter 3: Pacifies a Lier), de Better Lovers e Hsin-Yu Chen (EUA)
Casa de Luzia, de Rodrigo Antonio Silva (Brasil)
Cego por Séculos (Blinded By Centuries), de Parinda Main (Tailândia/EUA)
Cemitério Verde, de Maurício Dias Chades de Alencar (Brasil)
Cinema para os Mortos, de Bruno Moreno e Renato Sircilli (Brasil)
Contexto da Arte (Art Context), de Ira Konyukhova (Alemanha)
Contra o Tempo (Against Time), de Ben Russel (França)
Crescendo Absurdo (Growing Up Absurd), de Ben Balcom e Julie Niemi (EUA)
Flashback Antes da Morte (Flashback Before Death), de Hiroyuki Onogawa e Rii Ishihara (Japão)
Gargaú, de Bruno Ribeiro (Brasil)
Garotos Ingleses, de Marcus Curvelo (Brasil)
Lalabis, de Noá Bonoboa (Brasil)
Licantropia, de Janaína Wagner (Brasil)
Locais Verdadeiros (True Places), de Gloria Chung (EUA)
Máquinas Simples, Intervenções e Oscilações, de Natália Reis e Lucas Stamford (Brasil)
Nada Haver, de Juliano Gomes (Brasil)
O Chá dos Gatinhos (The Kitten’s Tea Party), de Miru Fiyu (Canadá)
O que é Saudade?, de Uriel Filipe Marques Silva (Brasil)
Ob Scene, de Paloma Orlandini Castro (Argentina)
Primavera em Cada Vida, de Joaquim Castro (Brasil)
Primeiro Beijo Tristeza Prematura, de João Pedro Faro (Brasil)
Quem de Direito, de Ana Galizia (Brasil)
Quilombo, Continuum, de Juliana M. Streva (Brasil)
Sonho do Esplendor (梦华录), de Getong Wang (EUA/China)
Sunset Fever, de Randolpho Lamonier e Victor Galvão (Brasil)
Thue Pihi Kuiwii: Uma Mulher Pensando, de Aida Harika, Edmar Tokorino e Roseane Yariana (Brasil)
Vendo de Olhos Fechados, de Anália Alencar (Brasil)
Visão do Paraíso, de Leonardo Pirondi (Brasil/EUA/Reino Unido)

*Clique aqui e confira a seleção completa

Foto: Divulgação.

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