Sucesso na TV, nos palcos e nas telonas, Cláudia Abreu é considerada uma das maiores atrizes de sua geração. Formada em Filosofia, acumula sucessos na carreira artística entre tantas personagens marcantes e trabalhos inesquecíveis.
Começou a fazer teatro aos 10 anos e logo se destacou em cena. Nos palcos, trabalhou com nomes como Bia Lessa, em Orlando e Viagem ao Centro da Terra; Antônio Abujamra, em Um Certo Hamlet; Enrique Diaz, em As Três Irmãs; entre outros. Também produziu e estrelou Pluft, o Fantasminha, no Teatro Tablado, em homenagem à Maria Clara Machado e à casa onde iniciou sua carreira.
Na TV, começou em Tele Tema e Hipertensão, em 1986, ambos na Rede Globo. Depois, atuou em O Outro e Fera Radical, apresentou o Globo de Ouro e se destacou em Que Rei Sou Eu? no papel da Princesa Juliette de Avillan. Mas, foi em 1990 que ganhou sua primeira protagonista: a personagem Clara Ribeiro na novela Barriga de Aluguel, escrita por Gloria Perez, que foi um grande sucesso.
Na sequência, em 1992, outra consagração na carreira: a militante Heloísa na minissérie Anos Rebeldes, escrita por Gilberto Braga, que abordava um certo período da ditadura militar. Por esse trabalho, recebeu o Prêmio APCA de melhor atriz em televisão. Depois disso, ainda na TV, atuou em Pátria Minha, Labirinto, Força de um Desejo, O Quinto dos Infernos, entre outros.
Em 2003, interpretou sua primeira vilã: Laura Prudente da Costa na novela Celebridade, de Gilberto Braga. Ao lado da amiga Malu Mader, protagonizou cenas memoráveis na televisão brasileira e conquistou o público com sua Cachorra, apelido da personagem. Por esse trabalho, recebeu diversos prêmios e indicações. Ainda na TV, participou de Belíssima, Três Irmãs, O Dentista Mascarado, Geração Brasil, a série Desalma, no Globoplay, entre muitos outros. Em 2017, criou, ao lado de Flavia Lins e Silva, a série Valentins, voltada ao público infantojuvenil e exibida no canal Gloob.
Em 2012, outro sucesso de público e crítica: a cômica vilã Chayene em Cheias de Charme, novela das sete escrita por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira. Ao lado de Titina Medeiros, que interpretava Socorro, sua fiel escudeira, protagonizou momentos hilários ao interpretar a cantora de tecnobrega que tentava sabotar as Empreguetes, vividas por Taís Araujo, Leandra Leal e Isabelle Drummond. A vaidosa e vilanesca Chay entrou para a história da teledramaturgia brasileira e é lembrada até hoje pelo público.
Bastidores da entrevista: Cláudia Abreu e Vitor Búrigo
Entre tantos momentos importantes na TV, Cláudia Abreu também se destacou no cinema. Seu primeiro trabalho nas telonas aconteceu em 1996 no longa Tieta do Agreste, de Cacá Diegues, que logo lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro. Na sequência, atuou em O Que é Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto, que disputou a estatueta dourada de melhor filme estrangeiro no Oscar de 1998.
Com Ed Mort, filme de Alain Fresnot, recebeu seu segundo Prêmio APCA. Depois, atuou no épico Guerra de Canudos, de Sérgio Rezende; Os Desafinados, de Walter Lima Jr., no qual foi premiada no Los Angeles Brazilian Film Festival; O Silêncio da Chuva, de Daniel Filho, que lhe rendeu uma indicação ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro; O Xangô de Baker Street, de Miguel Faria Jr.; O Homem do Ano, de José Henrique Fonseca; O Caminho das Nuvens, de Vicente Amorim; Todo Mundo Tem Problemas Sexuais, de Domingos Oliveira; O Rastro, de J. C. Feyer; Berenice Procura, de Allan Fiterman; entre outros.
Há um ano, estreou nos palcos seu primeiro monólogo: Virginia, com direção de Amir Haddad e codireção de Malu Valle. No espetáculo, que já passou por vários estados brasileiros, Cláudia Abreu interpreta a trajetória da escritora Virginia Woolf, marcada por tragédias pessoais e uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. A dramaturgia rememora acontecimentos em sua vida, a paixão pelo conhecimento, os momentos felizes com os queridos amigos do grupo intelectual de Bloomsbury, além de revelar afetos, dores e seu processo criativo.
Virginia é o resultado de vários atravessamentos que Woolf provocou em Cláudia Abreu ao longo de sua trajetória e também marca sua estreia na dramaturgia. A vida e a obra da autora inglesa são os motores de criação do espetáculo, fruto de um longo processo de pesquisa e experimentação que durou mais de cinco anos. Entre maio e junho deste ano, Cláudia Abreu passou por Fortaleza, no Ceará, e Mossoró e Natal, no Rio Grande do Norte, para apresentar o monólogo. O CINEVITOR acompanhou a turnê pelo Nordeste e conversou com a atriz, no Teatro Alberto Maranhão, na capital potiguar, sobre alguns sucessos de sua carreira.
No bate-papo, relembrou momentos marcantes de sua trajetória no teatro, na TV e no cinema. Cláudia Abreu recordou com carinho três filmes rodados no Nordeste: Guerra de Canudos, Tieta do Agreste e O Caminho das Nuvens. Falou também da retomada do cinema brasileiro e da experiência de viver sua primeira protagonista na telinha, aos 20 anos de idade, em Barriga de Aluguel. Outro trabalho citado na entrevista foi sua primeira vilã, na novela Celebridade, a recepção do público e a icônica cena da briga no banheiro entre sua personagem e Maria Clara Diniz, vivida por Malu Mader. Além disso, destacou a parceria com o amigo Allan Fiterman no longa Berenice Procura, o sucesso popular de Chayene, em Cheias de Charme (com direito a selinho no cantor Roberto Carlos), o aguardado filme das Empreguetes (baseado na novela) e sua imersão no universo de Virginia Woolf.
Aperte o play e confira:
Fotos: Brunno Martins.