Depois de tantas emoções na noite desta terça-feira, 15/08, no Palácio dos Festivais, por conta da homenagem para a consagrada atriz Léa Garcia, a programação das mostras competitivas da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado seguiu com as exibições de seus títulos.
Entre curtas e longas de ficção, o documentário Da Porta pra Fora, de Thiago Foresti, foi exibido na última sessão da noite. O longa retrata, a partir de uma perspectiva bastante pessoal, a rotina de três entregadores de aplicativo desde os primeiros dias, após a decretação do lockdown, em março de 2020 na Capital Federal. A direção de fotografia é de Attilio Zolin, com direção de arte de Daniel Sena e trilha sonora assinada por Sascha Kratzer e Rafael Maklon.
Para o filme, os entregadores foram equipados com câmeras e foram responsáveis pela gravação do dia a dia deles. Thiago também registrou algumas manifestações que ocorreram em pleno período pandêmico. A sinopse diz: durante a maior pandemia dos últimos tempos, a sociedade aguarda confinada o desenrolar dos eventos sem saber quanto tudo voltará ao normal. Do lado de fora, o aplicativo não para de apitar e três entregadores de apps arriscam suas vidas.
A equipe do filme no tapete vermelho
No palco do Palácio dos Festivais, Thiago Foresti subiu acompanhado por alguns integrantes da equipe, entre eles, o montador Daniel Sena: “Foram quase dois de uma jornada intensa e agora estamos aqui. Nosso filme fala sobre a vida dos motoboys durante a pandemia. Se tem uma palavra que define esse longa é a palavra coragem. Todos que se envolveram nessa produção demonstraram uma entrega muito grande e uma vontade muito forte de ver esse filme pronto”, disse o diretor.
Keliane Alves, uma das personagens do longa, discursou e cantou para o público: “Algumas vezes, vocês me verão cantando no filme porque esse é o meu verdadeiro sonho; um dia viver da música e ser uma cantora mundialmente conhecida. Assim como eu tenho esse sonho, outro motoboy pode ter outro sonho”. Alessandro da Conceição, conhecido como Sorriso, outro personagem do filme, falou: “Hoje eu sou presidente da AMAE DF, Associação de Motoboys do Distrito Federal. Lutamos por respeito e valorização do trabalhador motofretista, que é uma profissão de risco e perigo”.
Marcos Nunes, também protagonista, finalizou o discurso: “Faço parte desse documentário, que contou com uma equipe maravilhosa. Agradeço cada um de vocês que tiraram um tempo para assistir ao nosso filme. Eu nunca pensei que chegaríamos até aqui e que a câmera do meu celular, por conta das minhas filmagens, me colocaria aqui. Sou muito grato a todos. Espero que vocês gostem!”.
*O CINEVITOR está em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Foto: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.