Com o tema A Gente Nunca Foi Tão Mix, a 31ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade acontecerá entre os dias 9 e 19 de novembro celebrando as diferentes identidades de gênero, orientações sexuais, bem como formatos e linguagens que compõem a programação.
Neste ano, o público poderá conferir espetáculos teatrais, 119 filmes de 35 países e de 13 estados brasileiros, experiências XR com a temática queer, literatura, performances sobre temas relevantes para a comunidade LGBT+ e o tradicional Show do Gongo, com Marisa Orth.
O 31º MixBrasil abre no dia 8 de novembro para convidados com o brasileiro Levante, primeiro longa de Lillah Halla, que foi selecionado para a Semana da Crítica no Festival de Cannes, e com a première nacional da performance teatral francesa O Futuro, considerada uma exposição em movimento que traz a mensagem humana queer do ritual Shibari e é uma ode à necessidade de desaceleração do nosso mundo.
A programação internacional de cinema do Mix Brasil 2023 exibirá títulos de diretores e atores consagrados que fizeram parte da seleção de importantes festivais internacionais; a maioria inéditos no Brasil. Do Festival de Berlim, a lista traz: o nigeriano Todas as Cores Entre o Preto e o Branco, de Babatunde Apalowo, exibido na mostra Panorama; e o francês Orlando, Minha Biografia Política, de Paul Preciado, destaque da mostra Encounters; ambos foram premiados com o Teddy Award e também com o Prêmio Félix no Festival do Rio.
Sofía Otero em 20.000 Espécies de Abelhas: melhor atriz em Berlim
Ainda da Berlinale, vale destacar a presença do espanhol 20.000 Espécies de Abelhas, de Estibaliz Urresola Solaguren, que rendeu o Urso de Prata de melhor interpretação para a jovem Sofía Otero e venceu o Prêmio Félix no Festival do Rio de melhor filme internacional; além de ter sido exibido no Festival de San Sebastián e premiado nos festivais de Guadalajara, Hamptons, Hong Kong, Málaga, Seattle, entre outros.
Seguindo com seleção internacional do 31° MixBrasil, destacam-se: o francês De Volta à Córsega, de Catherine Corsini, que disputou a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano; o grego Nosso Verão Daria um Filme, de Zacharias Mavroeidis, exibido em Veneza na mostra paralela Giornate degli Autori; o alemão Sissi e Eu, de Frauke Finsterwalde, protagonizado por Sandra Hüller e exibido em Berlim e no Queer Lisboa; o americano Kokomo City: A Noite Trans de Nova York, de D. Smith, vencedor do Prêmio do Público de melhor documentário em Berlim; o turco Blue ID, de Burcu Melekoglu e Vuslat Karan, consagrado com o Prêmio do Público no IDFA, International Documentary Film Festival Amsterdam; o belga O Paraíso, de Zeno Graton, exibido na mostra Generation 14plus em Berlim; o suspense norte-americano Birder, de Nate Dushku.
E mais: o colombiano Anhell69, de Theo Montoya, premiado no Olhar de Cinema e no L.A. Outfest; o alemão Drifter, de Hannes Hirsch, exibido em Berlim; Housekeeping for Beginners, de Goran Stolevski, vencedor do Queer Lion no Festival de Veneza; Até o Cair da Noite, de Christoph Hochhäusler, que rendeu o Urso de Prata de melhor interpretação coadjuvante para Thea Ehre; o drama argentino León, de Andi Nachon e Papu Curotto; o documentário Queendom, de Agniia Galdanova, premiado no L.A. Outfest; o indiano Um Lugar Só Nosso, de Ektara Collective, vencedor do Prêmio do Público no SXSW Film Festival.
Amir Baylly no premiado longa Orlando, Minha Biografia Política, de Paul Preciado
A seleção internacional segue com: o espanhol A Amiga da Minha Amiga, de Zaida Carmona; o romance australiano Em Outros Tempos, de Goran Stolevski; Mutt, de Vuk Lungulov-Klotz, que recebeu Menção Especial na mostra Generation 14plus do Festival de Berlim; o mexicano A Marca dos Seus Lábios, de Julián Hernández; Summer Qamp, de Jen Markowitz, que ficou em segundo lugar entre os documentários no Prêmio do Público no Festival de Toronto; e Rivière, de Hugues Hariche, exibido no Festival de Locarno.
Já a seleção de filmes nacionais reúne produções premiadas dentro e fora do Brasil com temas marcados pelas investigações das afetividades e desafios cotidianos da população LGBT+. Clique aqui e confira a lista completa com os longas e curtas-metragens brasileiros desta 31ª edição.
O maior festival LGBT+ da América Latina traz ainda: o MixGames, uma seleção de novos games que celebram a diversidade e a inclusão; o Crescendo com a diversidade, destinado para o público infantil; além de homenagear com o prêmio Ícone Mix a atriz, roteirista, dramaturga, diretora e ativista pela representatividade trans no teatro e no cinema, Renata Carvalho. Totalmente gratuito, o evento acontecerá em sete espaços de São Paulo e parte da sua programação também estará on-line para todo o Brasil.
Com a proposta de unir arte e tecnologia, o festival traz espetáculos e performances multimídia inéditos no Brasil, como Intimidade Virtual, desenvolvido por artistas de Taiwan e da Austrália com a comunidade queer de São Paulo, protagonizada pelo ator brasileiro Jay Laurentino. O espetáculo é totalmente interativo, onde o público usa o celular dentro do teatro para responder perguntas sobre o amor, intimidade e relacionamento e encaminhar a ação.
Susanne Wolff e Sandra Hüller em Sissi e Eu
Na programação também estão o espetáculo transmídia Labirinto Feminino, com Wallie Ruy, Gabriela Gama e Shirtes Filho, onde monólogos intensos exploram o ciclo da violência doméstica com mulheres trans e cis; e as performances O Futuro, vinda da França com um elenco binacional, a obra faz uma ode à necessidade de desaceleração do nosso mundo, e Desiries’Series #1, solo que é um espaço de pesquisa, encontro e compartilhamento com a obra do artista e fotógrafo brasileiro Fabio Motta. As estreias acontecem entre os dias 9 e 18 de novembro no Teatro Sérgio Cardoso.
A Spcine participa do 31º Festival Mix Brasil promovendo o MixLab Spcine com workshop da produtora Stink sobre produção com inteligência artificial e da diretora Janaína Leite no metaverso, pitching de games e aulas magnas com os diretores Zeno Graton e Nate Dushku e a diretora brasileira Lillah Halla. Toda a programação acontecerá no MIS. A parceria com a Spcine também é representada por uma seleção de títulos que serão exibidos dentro da plataforma Spcine Play entre os dias 9 e 26 de novembro.
Nove instalações de experiências XR de realidades estendidas com temáticas LGBT+ vindas da França, Finlândia, Chile, Estados Unidos e Brasil serão instaladas durante o MixBrasil no MIS para que os visitantes vivam experiências de diferentes linguagens e recursos tecnológicos. São elas: Queer Utopia, inspirada em histórias reais de homens gays 60+; Tom House the VR Experience, uma experiência pela lendária residência em Los Angeles onde morou Tom of Finland, um dos mais influentes criadores da arte erótica queer; Corpo Invisível, onde um corpo encontra a si mesmo ao ser invisibilizado institucionalmente; além de sete obras digitais inéditas do polêmico artista chileno Neocristo e a estreia mundial de Eclosão de um Sonho, totalmente realizado com Inteligência Artificial pela artista Igi Ayedun.
Cena do longa Todas as Cores Entre o Preto e o Branco
Completam a seleção: Secret ID, criado com Inteligência Artificial e arte sonora, a VR questiona a hipermasculinidade e a vida dupla dos super-heróis; Labirinto Imersivo, versão em realidade virtual do espetáculo Labirinto Feminino, que explora o ponto de pessoas omissas em relação ao ciclo de violência feminina; Ex Aequo, que traz dez histórias inspiradoras de atletas profissionais que enfrentam discriminação baseada em raça, gênero, orientação sexual e deficiência; e Patience Mon Amour, série realizada para celular que conta a história de um casal de lésbicas, onde Alice descobre que sofre de endometriose e Gabrielle, que nunca quis ter filhos, decide por amor fazer reprodução assistida.
A exposição virtual Bicho Gente, Bicho, instalada no metaverso, traz uma seleção de trabalhos que vão desde desenhos feitos com mídia tradicional (tinta acrílica e pastel oleoso) até esculturas 3Ds, e representam a potência do corpo LGBT+ enquanto sobrevivente na sociedade.
Para os aficionados por games, nos dias 18 e 19 de novembro, acontecerá no MIS o MixGames. Celebrando a diversidade e a inclusão, os jogos inéditos lançados no festival serão: Lipsync Killers, jogo musical com elementos de RPG e luta, inspirado nos famosos lip sync performados por drags; My True Self, visual novel em que o jogador guia um menino trans em sua jornada para encontrar um novo nome e descobrir a si mesmo; Pivot of Hearts, uma segunda chance no amor numa visão não-monogâmica; e Hands of Timber, que aborda de forma sensorial a solidão de um homem negro e gay e através de polaroids o jogo lhe convida a interpretar o que ainda resta ao homem.
Nosso Verão Daria um Filme, de Zacharias Mavroeidis: filme premiado
O tradicionalíssimo Show do Gongo, em que desapegados realizadores e realizadoras apresentam seus vídeos para o julgamento do público do MixBrasil, cabendo à fabulosa Marisa Orth traduzir o anseio popular e decidir se os filmes serão gongados ou avaliados pelo júri, volta ao Teatro Sérgio Cardoso. A plateia mais enlouquecida do Brasil se encontrará no dia 14 de novembro a partir das 20h.
No dia 15 de novembro, também no Teatro Sérgio Cardoso, acontecem os shows de Novos Talentos Drag Queen e Canto, apresentados por Silvetty Montilla e com um júri que apontará os vencedores nessas categorias. No dia 12 de novembro, às 17h, no MIS, acontecerá um encontro com o escritor e crítico literário francês Mathieu Lindon, que trabalha há muitos anos no jornal Libération. Autor de diversos romances, recebeu em 2011, por O que amar quer dizer, o Prêmio Médicis. Foi amigo próximo de Michel Foucault e Hervé Guibert, figuras constantes em sua obra.
Na cerimônia de encerramento, que acontecerá no dia 19 de novembro, também no MIS, será a entrega dos prêmios (Coelho de Prata e Coelho de Ouro) em diversas categorias: cinema, XR e também prêmios Mix Literário e Caio Fernando Abreu.
Cena do documentário Queendom, de Agniia Galdanova
O 31º Festival Mix Brasil ocupará diversos espaços culturais de São Paulo: CineSesc, Centro Cultural São Paulo (sala Paulo Emílio), Spcine Olido, MIS: Museu da Imagem e do Som, Teatro Sérgio Cardoso, Museu da Língua Portuguesa e o IMS: Instituto Moreira Salles. A programação on-line estreia a partir do dia 9 de novembro e poderá ser assistida gratuitamente pelas plataformas do Sesc Digital, Spcine Play e Itaú Cultural Play.
Conheça os filmes estrangeiros selecionados para o Mix Brasil 2023:
PANORAMA INTERNACIONAL
20.000 Espécies de Abelhas (20.000 Especies de Abejas), de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha)
A Amiga da Minha Amiga (La Amiga de Mi Amiga), de Zaida Carmona (Espanha)
A Marca dos Seus Lábios (La Huella de Unos Labios), de Julián Hernández (México)
Anhell69, de Theo Montoya (Colômbia/Romênia/França/Alemanha)
Até o Cair da Noite (Bis ans Ende der Nacht), de Christoph Hochhäusler (Alemanha)
Birder, de Nate Dushku (EUA)
Blue ID, de Burcu Melekoglu e Vuslat Karan (Turquia)
De Volta à Córsega (Le Retour), de Catherine Corsini (França)
Drifter, de Hannes Hirsch (Alemanha)
Em Outros Tempos (Of an Age), de Goran Stolevski (Austrália)
Housekeeping for Beginners (Domakinstvo Za Pocetnici), de Goran Stolevski (Macedônia do Norte/Croácia/Sérvia/Polônia/Kosovo)
Kokomo City: A Noite Trans de Nova York, de D. Smith (EUA)
León, de Andi Nachon e Papu Curotto (Argentina)
Mutt, de Vuk Lungulov-Klotz (EUA)
Nosso Verão Daria um Filme (To kalokairi tis Karmen), de Zacharias Mavroeidis (Grécia)
O Paraíso (Le Paradis), de Zeno Graton (Bélgica/França)
Orlando, Minha Biografia Política (Orlando, Ma Biographie Politique), de Paul B. Preciado (França)
Queendom, de Agniia Galdanova (França/EUA)
Rivière, de Hugues Hariche (Suíça/França)
Sissi e Eu (Sisi & Ich), de Frauke Finsterwalder (Alemanha/Suíça/Áustria)
Summer Qamp, de Jen Markowitz (Canadá)
Todas as Cores Entre o Preto e o Branco (All the Colours of the World Are Between Black and White), de Babatunde Apalowo (Nigéria)
Um Lugar Só Nosso (Ek Jagah Apni), de Ektara Collective (Índia)
Fotos: Square Eyes/Divulgação.