Foram anunciados nesta quarta-feira, 20/03, no Cine Glauber Rocha, em Salvador, os vencedores da 19ª edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, que contou com mostras competitivas, atividades paralelas e diversos convidados.
O evento baiano totalizou 26 prêmios e cada categoria foi avaliada por um Júri Oficial e um Júri Jovem, formado pelos participantes da oficina de crítica ministrada pelo Panorama: “Escolher é difícil. Ter essa curadoria e eleger qual é o campeão realmente é complicado”, afirmou Ciro Garcez, um dos membros do Júri Jovem da competitiva baiana do festival.
O festival foi dividido entre competitivas baianas, nacionais e internacionais, cada uma com suas determinadas categorias. No total, foram 138 produções inscritas, cabendo aos jurados o papel de assistir e analisar cada uma delas: “Normalmente, a gente ficava em média cinco horas no cinema assistindo filmes. Então foi um processo desafiador, mas também gratificante”, acrescentou Ciro.
Para Garcez, o festival serviu como uma forma de dar o devido destaque para o cinema nacional: “Eu acho que é de suma importância. A gente não tem mais tanto festival como antes. Talvez esse seja o último festival de cinema em Salvador que tenha fôlego ainda”, pontuou.
O grande vencedor da categoria nacional de melhor filme foi o longa A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora; o documentário revela a história e a resistência do povo indígena Krahô, cujo território fica no estado do Tocantins. Por sua vez, na competitiva baiana quem ficou com o título foi o filme No Rastro do Pé do Bode, de Marcelo Rabelo. Além do troféu, as produções também receberam premiações em serviços.
Ganhador de três das quatro categorias nas quais concorria, o documentário baiano No Rastro do Pé de Bode foi o filme mais premiado do XIX Panorama Internacional Coisa de Cinema: “Eu diria que a sanfona de 8 baixos é um instrumento erudito, não é um instrumento somente popular, não é aquela pequena sanfona que Januário ensinou ao Luiz Gonzaga, é um instrumento extremamente difícil de executar”, discursou o diretor durante a premiação. Ele também dedicou o prêmio a todos os mestres do instrumento e especialmente a Rato Branco, seu personagem central, que faleceu de Covid-19 em 2020.
Na categoria de curta-metragem, quem levou mais prêmios foi Lara Beck, diretora de O Tempo das Coisas. Parte da Competitiva Baiana, o documentário lança um olhar contemplativo sobre as histórias e saberes da comunidade rural de São Paulinho, no baixo sul da Bahia. A produção ganhou o Prêmio Flávia Abubakir e foi o escolhido pelo Júri Jovem.
Concedido pelo Instituto Flávia Abubakir, o prêmio homônimo contemplou o melhor curta baiano com R$ 10 mil e o melhor longa baiano com R$ 50 mil; os filmes foram escolhidos entre as produções do estado que integravam as competitivas. Além disso, os contemplados pelo Júri Oficial nas competitivas Baiana e Nacional receberam prêmios em serviços da Edina Fujii-CiaRio, Mistika, Griot, IgluLoc, 2N Audiovisual e MD Filmes.
A atriz e roteirista Bruna Linzmeyer, a cineasta e diretora de fotografia Heloisa Passos e o realizador audiovisual e pesquisador cabo-verdiano Tambla Almeida formam o júri da Competitiva Nacional. Na Competição Baiana, os filmes premiados serão escolhidos pelo curador Samuel Marotta, pela produtora Keity Souza e pela crítica Cecília Barroso.
Conheça os vencedores do XIX Panorama Internacional Coisa de Cinema:
JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA NACIONAL | LONGA-METRAGEM
Melhor Filme: A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora (Portugal/Brasil)
JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA NACIONAL | CURTA-METRAGEM
Melhor Filme: As Miçangas, de Emanuel Lavor e Rafaela Camelo (DF)
Prêmio Especial do Júri: A Bata do Milho, de Eduardo Liron e Renata Mattar (SP/BA)
JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA BAIANA
Melhor Longa: No Rastro do Pé de Bode, de Marcelo Rabelo
Prêmio Especial do Júri: Café, Pépi e Limão, de Adler Kibe Paz e Pedro Léo
Melhor Curta: TAMBA: Sinfonia do Invisível, de Genilson Nery
JÚRI OFICIAL | COMPETITIVA INTERNACIONAL
Melhor Longa: Acromático (Achrome), de Maria Ignatenko (Rússia/Alemanha/Israel)
Prêmio Especial do Júri: Mátria (Matria), de Álvaro Gago (Espanha)
Melhor Curta: Tria, de Giulia Grandinetti (Itália)
COMPETITIVA NACIONAL | PRÊMIO ORLANDO SENNA
Melhor Longa: A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora (Portugal/Brasil)
Prêmio Especial do Júri: A Batalha da Rua Maria Antônia, de Vera Egito (SP)
Melhor Curta: Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harikariyoma Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yanomami (RR)
Prêmio Especial do Júri: Deixa, de Mariana Jaspe (RJ)
COMPETITIVA BAIANA | PRÊMIO ORLANDO SENNA
Melhor Longa: Cosmovisões, de Marcilia Cavalcante
Prêmio Especial do Júri: Dois Sertões, de Caio Resende e Fabiana Leite
Melhor Curta: É d’Oxum: A Força que Mora N’água, de Dayane Sena
JÚRI JOVEM | COMPETITIVA NACIONAL
Melhor Longa: Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges (BA)
Melhor Curta: Onde a Floresta Acaba, de Otavio Cury (SP)
JÚRI JOVEM | COMPETITIVA BAIANA
Melhor Longa: No Rastro do Pé de Bode, de Marcelo Rabelo
Melhor Curta: O Tempo das Coisas, de Lara Beck
PRÊMIO GAMA | CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
Melhor Filme: Coelhitos e Gambazitas, de Thomas Larson (Brasil)
Menção Honrosa: Quintal, de Mariana Netto (BA)
PRÊMIO AMAAV | MAQUIAGEM DESTAQUE
Melhor Maquiagem: Café, Pépi e Limão, por Nayara Homem
Menção Honrosa: Além da Cancela, por Elis Brito
PRÊMIO BRADA DE DIREÇÃO DE ARTE
Longa Nacional: A Batalha da Rua Maria Antônia, por Valéria Costa
Longa Baiano: Cosmovisões, por Clarissa Ribeiro
PRÊMIO INSTITUTO FLÁVIA ABUBAKIR
Melhor Longa: No Rastro do Pé de Bode, de Marcelo Rabelo
Melhor Curta: O Tempo das Coisas, de Lara Beck
Foto: Divulgação.