Cannes 2025: conheça os filmes selecionados para a Quinzena de Cineastas

por: Cinevitor
Paula Beer em Miroirs No.3, de Christian Petzold

Organizada pela La Société des réalisateurs de films (la SRF), desde 1969, a Quinzena de Cineastas (Quinzaine des Cinéastes), antes chamada de Quinzena dos Realizadores, mostra paralela ao Festival de Cannes, colabora com a descoberta de novos cineastas independentes e contemporâneos.

Com o objetivo de ser eclética e receptiva a todas as formas de expressão cinematográfica, a Quinzena destaca a produção anual de filmes de ficção, curtas e documentários no cenário independente e também popular, com cineastas talentosos e originais.

Neste ano, em sua 57ª edição, que acontecerá entre os dias 14 e 24 de maio, o comunicado oficial sobre a seleção diz: “Num mundo em convulsão, atingido por uma reação em todos os níveis, em que valores republicanos e universalistas são combatidos, onde a função subversiva da arte é ameaçada e certas grandes obras são canceladas, cineastas de todos os continentes se mantêm firmes. A riqueza e o dinamismo da jovem criação cinematográfica estão intactos. Às vezes vindos de países em guerra ou de regiões onde reinam o obscurantismo e o populismo, os filmes frustram grandes discursos e mostram outra realidade. Como sempre, o cinema está um passo à frente da sociedade. Em vez de julgar, complica. Em vez de denunciar, ele questiona. Em vez de fazer generalizações, ele está interessado nas pequenas histórias, aquelas de indivíduos que vivenciam eventos. Com raiva ou com humor, sempre com uma boa dose de poesia”.

O comunicado segue: “A 57ª edição da Quinzena é diversa, mista e rica em descobertas. Celebra uma vivacidade cinematográfica inestimável que é mais crucial do que nunca, mesmo que cineastas e produtores achem cada vez mais difícil financiar seus projetos. Ela está ao lado de diretores do mundo todo na luta contra a padronização, a comercialização e, portanto, a neutralização do cinema. Temos o prazer de compartilhar com vocês uma seleção que celebra a arte de encenar, bem como o desejo e a generosidade dos autores”.

O pôster deste ano é assinado pelo cineasta estadunidense Harmony Korine, um dos grandes agitadores do cinema independente americano, que passou 30 anos subvertendo a cultura pop e seus clichês em uma carreira que abrange cinema, pintura e obras multimídia. Ele defende uma arte do erro que chama de Mistakist Art, mergulhando o espectador em um universo hipnótico e decadente, privilegiando a imperfeição técnica, o acidente e as mudanças tonais. Em comunicado, o artista disse: “Os personagens da pintura são chamados de Twitchys. Eles estão sempre à espreita e brincando. Eles estão muito felizes por estarem em Cannes”.

Além disso, o cineasta Todd Haynes, de Segredos de um Escândalo e Carol, será homenageado com o Carrosse d’Or. Neste ano, a Quinzena criou um novo prêmio que destaca cineastas que ousam romper convenções e abrir novos caminhos no cinema francês e internacional: o diretor e roteirista Thomas Cailley será o primeiro a receber o Prix Alpine

Nesta 57ª edição, o cinema brasileiro não marca presença nas mostras competitivas. Porém, quatro curtas-metragens cearenses, realizados no projeto La Factory des Cinéastes Ceará Brasil, que teve o cineasta Karim Aïnouz como padrinho, serão exibidos na noite de abertura. Clique aqui e saiba mais.

Confira a lista completa com os filmes selecionados para a Quinzena de Cineastas 2025:

LONGA-METRAGEM

Brand New Landscape (見はらし世代), de Yuiga Danzuka (Japão)
Classe moyenne (The Party’s Over!), de Antony Cordier (França/Bélgica)
Dangerous Animals, de Sean Byrne (Austrália)
Enzo, de Robin Campillo (França) (filme de abertura)
Girl on Edge (Hua yang shao nv sha ren shi jian), de Jinghao Zhou (China)
Indomptables, de Thomas Ngijol (Camarões/França)
Kokuho, de Lee Sang-il (Japão)
L’engloutie (The Girl in the Snow), de Louise Hémon (França)
La Danse des Renards (Wild Foxes), de Valéry Carnoy (França/Bélgica)
La mort n’existe pas (Death Does Not Exist), de Félix Dufour-Laperrière (Canadá)
Les filles désir (The Girls We Want), de Prïncia Car (França)
Lucky Lu, de Lloyd Lee Choi (Canadá)
Militantropos, de Yelizaveta Smith, Alina Gorlova e Simon Mozgovyi (Ucrânia/França/Áustria)
Miroirs No.3 (Mirrors No. 3), de Christian Petzold (Alemanha)
Peak Everything (Amour Apocalypse), de Anne Émond (Canadá)
Que ma volonté soit faite (Her Will Be Done), de Julia Kowalski (França)
Sorry, Baby, de Eva Victor (EUA/Espanha/França) (filme de encerramento)
The President’s Cake (Mamlaket al-Qasab), de Hasan Hadi (Iraque)

CURTA ou MÉDIA-METRAGEM

+10K, de Gala Hernández López (França/Espanha)
Before the Sea Forgets, de Ngọc Duy Lê (Vietnã)
Bread Will Walk (Le pain se lève), de Alex Boya (Canadá)
Cœur Bleu (Blue Heart), de Samuel Suffren (Haiti)
Karmash (کرمش), de Aleem Bukhari (Paquistão)
La Mort du poisson (Death of the Fish), de Eva Lusbaronian (França)
Loynes, de Dorian Jespers (Bélgica)
Nervous Energy, de Eve Liu (EUA)
The Body, de Louris van de Geer (Austrália)
When the Geese Flew, de Arthur Gay (EUA)

Foto: Divulgação.

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