A Metamorfose dos Pássaros

por: Cinevitor

metamorfosepassarosposter1Direção: Catarina Vasconcelos

Elenco: Manuel Rosa, João Móra, Ana Vasconcelos, Henrique Vasconcelos, Inês Campos, Catarina Vasconcelos, José Manuel Mendes, João Pedro Mamede, Cláudia Varejão, Luísa Ministro, José Maria Rosa, Ana Margarida Vasconcelos, José Vasconcelos, João Vasconcelos, Nuno Vasconcelos, Teresa Vasconcelos, Pedro Vasconcelos, Henrique Serpa de Vasconcelos, Burak Agan, Ana Sofia Domingues Cabeça, Anita Carvalho, Ana Fernandes da Silva, Pedro Fernandes Duarte, Pedro Farinha, Tiago Gaio, João Guimarães, Laura Guimarães, Leonor Macedo, Manuel Molarinho, Damien Monteau, Henrique Móra, Elisa Costa Pinto, Francisco Rosa, Margarida Rêgo, Francisco Vasconcelos, Maria Vasconcelos, Pedro Maia Vasconcelos.

Ano: 2020

Sinopse: Beatriz casou-se com Henrique no dia de seu aniversário de 21 anos. Henrique, oficial da Marinha, passava longos períodos no mar. Em terra, Beatriz, que aprendeu tudo com a verticalidade das plantas, cuidou muito bem das raízes dos seis filhos.

Crítica: Depois de receber o Prêmio FIPRESCI, Federação Internacional de Críticos de Cinema, no Festival de Berlim, o belíssimo A Metamorfose dos Pássaros, da cineasta portuguesa Catarina Vasconcelos, também foi consagrado no IndieLisboa, San Sebastián e Taipei. Logo nos primeiros minutos de projeção, o longa arrebata o espectador com a sensibilidade do texto narrado. A história de uma família, contada de maneira comovente e apaixonante, traz o passado à tona, realoca-se no presente e vislumbra o futuro. Trata a saudade como um ofício e faz isso da maneira mais sublime e poética que poderia ser vista em uma obra tão particular, mas ao mesmo tempo tão ampla e universal. Catarina mergulha em suas memórias para falar de almas que transbordam e detalha com preciosidade o amor que envolve aquele clã. Tudo em A Metamorfose dos Pássaros é sobre saudade e também sobre transformações; daquelas relações, de cada época vivida, daquele país, de cada pessoa. A nostalgia marca presença constante na narrativa, seja na lembrança de uma coleção de selos, as recordações infantis, o crescimento dos filhos. As cartas narradas trazem angústias, mas também alívio; as metáforas, perfeitamente aplicadas, desvendam a percepção de cada objeto destacado; e tudo que é falado ganha relevância: as plantas, as flores, as árvores, a oração, a música, as penas de um pavão. Cada detalhe traz uma lembrança para exemplificar aquele amor retratado em belíssimas palavras. A história da formiga, da baleia, do cavalo-marinho; tudo é recordação. O futuro imaginado naquelas cartas vem premeditado com traços de melancolia e Catarina transita, com tons de fabulação, por gerações familiares com afeto que extravasa: como esses entes queridos lidam com seus contemporâneos e com o legado que lhe deixaram, seja ele emocional ou material? A Metamorfose dos Pássaros é encantador e amoroso; é poesia transformada em cinema; é afeto, na sua mais pura essência, que ganha vida em uma obra tão linda, única e sentimental. É arrebatador, inebriante e sublime. (Vitor Búrigo)

*Filme visto no 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Nota do CINEVITOR:

nota-5-estrelas

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