Die Adern der Welt
Direção: Byambasuren Davaa
Elenco: Bat-Ireedui Batmunkh, Enerel Tumen, Yalalt Namsrai, Algirchamin Baatarsuren, Ariunbyamba Sukhee, Manduul Baasansuren, Sukhbaatar Battuvshin, Purevragchaa Batzorig, Garamhand Bayanjargal, Dari Bayantungalag, Alimtsetseg Bolormaa, Gantumur Buryad, Tserenchimed Davaasuren, Amartuvshin Erdenebat, Ariunbaatar Ganbaatar, Unurjargal Jigjidsuren, Batbold Lkhagvajav, Baatartsogt Lkhagvasuren, Myagmar Mondoon, Sarantsetseg Myagmar, Tsend-Ayush Nyamsuren, Bayarsaikhan Odon, Dulamsuren Otgon, Munkh-Od Purev, Anujin Purev-Ochir, Davaasamba Sharaw, Batbold Shijirbold, Ravdandorj Shirchin, Batzorig Sukhbaatar, Dulguun Tsolmonsaikhan, Turbold Tumurbaatar, Gonchig Undarmaa, Purevdorj Uranchimeg, Batbaatar Uukhaan, Enerel Zorigtbaatar.
Ano: 2020
Sinopse: Amra mora nas estepes da Mongólia. Ele tem uma vida comum para um menino de 11 anos: seu pai o leva para a escola todas as manhãs, ele cuida das ovelhas e cabras da família à tarde e sonha em participar de um popular show de talentos. Mas a infância do garoto é brutalmente interrompida quando seu pai morre em um acidente. Amra decide honrar o legado deixado a ele e assume a luta do pai, que enfrentava as empresas mineradoras que exploram a sua região.
Crítica: Logo no começo de As Veias do Mundo, filme mongol exibido no Festival de Berlim e dirigido pela cineasta Byambasuren Davaa, a fotografia de Talal Khoury chama a atenção. Um belo cenário ao ar livre, formado por paisagens deslumbrantes, prometo ao espectador, no mínimo, um espetáculo visual. Tal promessa se cumpre ao longo dos 96 minutos de projeção e aí temos a história: um drama familiar que traz como pano de fundo a complicada situação da indústria de mineração que afeta a Mongólia. O jovem Bat-Ireedui Batmunkh interpreta Amra, um garoto que sonha participar do Mongolia’s Got Talent, um programa de televisão que funciona como um show de talentos. Seu maior desejo é cantar para um grande público e ser reconhecido por isso. Mas, antes, precisa se dedicar aos estudos e aos afazeres domésticos. Quando surge tal oportunidade, uma tragédia atravessa sua vida e novos planos terão que ser colocados em prática. Byambasuren Davaa, que assina o roteiro ao lado de Jiska Rickels, até constrói um arco dramático interessante, porém, acaba deixando de lado algumas situações que costurariam muito bem a narrativa ao desenrolar da trama. Com a missão de honrar o legado deixado pelo pai, Amra se coloca à frente da luta contra a exploração das empresas mineradoras; e isso rende ótimos momentos. Ao mesmo tempo, se prepara para uma apresentação em rede nacional no popular show de talentos. Porém, tal fato não ganha tanto destaque quanto a empolgação do menino em participar do programa. Talvez um realce maior nessa possível realização de um sonho fortaleceria o ritmo, ora lento, do filme. Há também, por exemplo, um encontro de nômades, como se fosse uma reunião de conselho para discutir a crítica situação da região, que não se desenvolve muito. Além do belo visual impresso na tela, As Veias do Mundo caminha pelas beiradas do melodrama, mas se sustenta com o carisma de seu protagonista que entrega um personagem determinado a cumprir novas funções, que não só as da infância. (Vitor Búrigo)
*Filme visto na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
Nota do CINEVITOR: