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III Curta na Serra: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Quézia Oliveira Dias no curta cearense A Beleza de Rose, de Natal Portela.

A terceira edição da mostra Curta na Serra, que acontece em Serra Negra, distrito de Bezerros, e tem como objetivo difundir a cultura do cinema no Agreste pernambucano, acontecerá entre os dias 18 e 30 de janeiro em formato híbrido

Além da exibição de 35 curtas-metragens nacionais, o evento contará com atividades formativas, culturais e ecológicas. Toda a programação on-line poderá ser acompanhada gratuitamente através do site (clique aqui). Já as atividades presenciais acontecerão de forma descentralizada.

De acordo com o cineasta Marlom Meirelles, que assina a produção executiva da mostra, uma das novidades desta edição é o recorte nacional na seleção das obras: “Nas primeiras edições, tivemos filmes voltados para Pernambuco e posteriormente para o Nordeste, tendo como intuito apresentar estes recortes da cinematografia local para um público não familiarizado com o formato de curta-metragem. Nesta terceira edição, trazemos um escopo nacional que apresenta ao público toda a pluralidade de olhares e sotaques do Brasil”.

Para a mostra, o curador Vitor Búrigo separou os curtas-metragens, que estarão disponíveis entre os dias 24 e 30 de janeiro, em três panoramas temáticos, cada um com dez obras. São eles: É Preciso Estar Atento e Forte, com importantes e urgentes pautas sociais; Fantástico Imaginário, com uma seleção com narrativas fantasiosas, mas ainda assim próximas da realidade; e O Tempo ao Redor, com histórias que atravessam estações. Cada um dos conjuntos abriga obras dos mais diversos gêneros cinematográficos, sendo possível conferir documentários, ficções, animações e filmes experimentais.

Segundo o curador: “A intenção é oferecer uma variedade de histórias e narrativas que aproximam os indivíduos da cultura do cinema e de suas identidades, sem deixar de envolver nessa relação temas sociais e políticos. A ideia é promover cultura e também debates e reflexões”, explica Vitor, que fará a mediação dos debates com os realizadores, que estarão disponíveis no canal do YouTube da mostra.

O Curta na Serra também realiza duas mostras temáticas especiais. A primeira, Mostra Homenagem Katia Mesel faz um tributo à vida e obra da cineasta pernambucana, considerada a primeira mulher a dirigir um longa-metragem em Pernambuco e a participar de um festival de cinema brasileiro. Katia é uma das homenageadas do evento ao lado de Das Neves, artista plástica natural de Bezerros. A segunda mostra especial, Mostra VerOuvindo, abriga filmes com recursos de acessibilidade comunicacional em audiodescrição: AD (legendas para surdos e ensurdecidos) e LSE (tradução para a Língua Brasileira de Sinais – Libra).

Já entre as atividades de formação, entre 18 e 21 de janeiro, o Curta na Serra promove, de forma presencial, a oficina Serra Animada, uma formação em cinema de animação com a técnica de stop motion, comandada por Paulo Leonardo. As aulas acontecerão em parceria com o Centro de Artesanato de Pernambuco, unidade Bezerros, e tem como ideia contribuir para a difusão da linguagem do stop motion. Como resultado prático, um curta-metragem animado será realizado durante as aulas.

Ainda no quesito formação, a mostra promove a masterclass Produção Audiovisual por uma Perspectiva do Interior de Pernambuco, ministrada por Caio Dornelas, idealizador da Mostra Canavial de Cinema e do Curso Engenho de Imagens. O intuito da atividade é investigar os percursos já traçados que desembocaram em realizações de projetos de filmes, festivais, cursos, laboratórios e projetos audiovisuais, mas também debater estratégias para o surgimento de ecossistemas férteis à consolidação de uma cena cinematográfica em regiões do interior do Brasil.

Ciente da importância do cinema chegar ao interior dos estados, no dia 22 de janeiro, a partir das 19h, o Curta na Serra promove, de forma presencial, uma exibição pública de curtas-metragens na Vila de Serra Negra, especialmente para os moradores da zona rural de Bezerros: “Realizar uma sessão especial ao ar livre é a forma que encontramos para difundir a cultura audiovisual para o público da região, que ainda se encontra, em sua maioria, fora das salas de cinema. Uma realidade vista aqui e em diversas outras cidades do interior”, afirma Marlom.

Também integram a programação a roda de diálogos Interiorização e audiovisual pós-pandemia, que irá reunir realizadores de mostras e festivais de cinema para falar sobre como esses eventos sobreviveram durante a pandemia e quais são as expectativas para o futuro; uma visita ao MUCAMuseu de Cinema de Animação Lula Gonzaga, em Gravatá; e ainda uma atividade de caráter ambiental: um mutirão de limpeza voluntária no Parque Ecológico da Serra Negra.

Conheça os filmes selecionados para o 3º Curta na Serra:

PANORAMA 1 | É PRECISO ESTAR ATENTO E FORTE

Baile, de Cíntia Domit Bittar (SC)
Canudos em Minha Pele, de Rosa Amorim (PE)
Faixa de Gaza, de Lúcio César Fernandes (PB)
Gilson, de Vitoria Di Bonesso (SP)
Neguinho, de Marçal Vianna (RJ)
Pega-se Facção, de Thaís Braga (PE)
Quando a Chuva Vem, de Jefferson Batista (PE)
Ser Feliz no Vão, de Lucas H. Rossi (RJ)
Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno (PR)
Vai Melhorar, de Pedro Fiuza (RN)

PANORAMA 2 | FANTÁSTICO IMAGINÁRIO

4 Bilhões de Infinitos, de Marco Antonio Pereira (MG)
Bloco do Isolamento, de Daniel Barros (PE)
Mãtãnãg, a Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho (MG)
NEO Sertão Capítulo II: Profecia, de Camilla Lapa e Pally Siqueira (PE)
Nimbus, de Marcos Buccini (PE)
O Balido Interno, de Eder Déo (PE)
O Grande Amor de um Lobo, de Adrianderson Barbosa e Kennel Rógis (RN)
O Menino que Morava no Som, de Felipe Soares (PE)
O Prazer de Matar Insetos, de Leonardo Martinelli (RJ)
Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda (PE)

PANORAMA 3 | O TEMPO AO REDOR

5 Estrelas, de Fernando Sanches (SP)
A Beleza de Rose, de Natal Portela (CE)
Extratos, de Sinai Sganzerla (SP)
Foi um Tempo de Poesia, de Petrus Cariry (CE)
Lambada Estranha, de Luisa Marques e Darks Miranda (RJ)
Noite de Seresta, de Muniz Filho e Sávio Fernandes (CE)
O Homem das Gavetas, de Duda Rodrigues (SP)
Playlist, de Pedro Melo (PE)
Tia Iracy Futebol Clube, de Layla Sah (CE)
Urubá, de Rodrigo Sena (RN)

MOSTRA HOMENAGEM KATIA MESEL

Recife de Dentro pra Fora, de Katia Mesel (1997)
Sulanca, de Katia Mesel (1986)

MOSTRA VerOuvindo

Cabocolino, de João Marcelo (PE)
Ethxô Nandudya, de Direção Coletiva (PE)
O Rio: Um Itinerário Poético, de Adelina Pontual (PE)

*O Curta na Serra é uma realização da produtora Eixo Audiovisual, com apoio da Prefeitura de Bezerros, incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco.

Foto: Divulgação.

Globo de Ouro 2022: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Kodi Smit-McPhee em Ataque dos Cães: melhor ator coadjuvante.

Sem tapete vermelho e sem transmissão pela TV, os vencedores da 79ª edição do Globo de Ouro foram anunciados neste domingo, 09/01, pelas redes sociais da HFPA, Hollywood Foreign Press Association.

A ausência de uma cerimônia televisionada, com a participação de diversas celebridades, de um dos prêmios mais conhecidos do cinema e da TV foi causada pelas polêmicas que a premiação enfrentou no começo do ano passado envolvendo acusações de corrupção entre os votantes. Além disso, a emissora americana NBC anunciou que não transmitiria mais a próxima cerimônia do Globo de Ouro por conta da falta de representatividade entre os membros da HFPA; o boicote também foi adotado por outros grandes nomes da indústria. Depois, os membros aprovaram um novo Código de Conduta Profissional e Ética estabelecendo os valores, expectativas e padrões da Hollywood Foreign Press Association.

Nos últimos meses, a HFPA reformulou completamente seu estatuto, implementando mudanças radicais sobre diversidade, equidade, inclusão e muito mais. Recentemente, 21 novos membros, todos eleitores pela primeira vez no Globo de Ouro, foram anunciados.

Neste ano, o drama Ataque dos Cães, dirigido por Jane Campion, que liderava a lista de indicações, se consagrou em três categorias: melhor filme dramático, direção e ator coadjuvante para Kodi Smit-McPhee. O musical Amor, Sublime Amor, de Steven Spielberg, se destacou com três estatuetas.

Entre as séries, Succession e Hacks foram premiadas, assim como Kate Winslet, por Mare of Easttown, e Jason Sudeikis, por Ted Lasso. Porém, o grande destaque da noite foi MJ Rodriguez, de Pose, eleita a melhor atriz em série dramática, tornando-se a primeira mulher trans a vencer o Globo de Ouro.

Com relevância questionada, o prêmio chegou a convidar algumas celebridades para a cerimônia, mas quase todas recusaram; vídeos com depoimentos de Jamie Lee Curtis e Arnold Schwarzenegger foram divulgados nas redes sociais durante o anúncio dos vencedores.

Conheça os vencedores do Globo de Ouro 2022 nas categorias de cinema:

MELHOR FILME | DRAMA
Ataque dos Cães, de Jane Campion

MELHOR FILME | COMÉDIA/MUSICAL
Amor, Sublime Amor, de Steven Spielberg

MELHOR ATOR | DRAMA
Will Smith, por King Richard: Criando Campeãs

MELHOR ATRIZ | DRAMA
Nicole Kidman, por Apresentando os Ricardos

MELHOR ATOR | COMÉDIA OU MUSICAL
Andrew Garfield, por tick, tick… Boom!

MELHOR ATRIZ | COMÉDIA OU MUSICAL
Rachel Zegler, por Amor, Sublime Amor

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Kodi Smit-McPhee, por Ataque dos Cães

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Ariana DeBose, por Amor, Sublime Amor

MELHOR DIREÇÃO
Jane Campion, por Ataque dos Cães

MELHOR ROTEIRO
Belfast, escrito por Kenneth Branagh

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi (Japão)

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Encanto, de Jared Bush, Byron Howard e Charise Castro Smith

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Duna, por Hans Zimmer

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
No Time to Die, por Billie Eilish e Finneas O’Connell (007 – Sem Tempo para Morrer)

Foto: Divulgação/Netflix.

National Society of Film Critics anuncia os melhores de 2021

por: Cinevitor
Hidetoshi Nishijima e Tôko Miura em Drive My Car, de Ryûsuke Hamaguchi.

Fundada em 1966, a National Society of Film Critics é formada por importantes críticos americanos e o seu prêmio anual, que elege os melhores da sétima arte, é considerado um dos mais prestigiados da indústria cinematográfica.

Os membros da NSFC, que tem Justin Chang como presidente, trabalham nos principais jornais e veículos de Los Angeles, Boston, Nova York, Filadélfia e Chicago, incluindo: Wall Street Journal, Los Angeles Times, New Yorker, Christian Science Monitor e NPR. Vale lembrar que qualquer filme que estreou nos Estados Unidos nos cinemas ou em uma plataforma de streaming durante o ano estava qualificado para a premiação. 

O japonês Drive My Car, de Ryûsuke Hamaguchi, premiado em Cannes, foi eleito o melhor filme de 2021 pelos críticos. O segundo lugar ficou com o francês Pequena Mamãe, de Céline Sciamma; Ataque dos Cães, de Jane Campion, uma coprodução entre Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, ficou em terceiro. De acordo com as regras da NSFC, a categoria de melhor filme estrangeiro ficou de fora da premiação deste ano porque o prêmio máximo já foi entregue para uma obra internacional.

Além disso, os prêmios foram dedicados à memória de dois membros da National Society of Film Critics: Morris Dickstein e Michael Wilmington. Liz Weis, diretora executiva da NSFC, que deixa o cargo depois de 47 anos, também foi honrada por suas décadas de liderança extraordinária e serviço incansável à organização.

Confira a lista com os melhores de 2021 segundo a National Society of Film Critics Award:

MELHOR FILME
Drive My Car (Doraibu mai kâ), de Ryûsuke Hamaguchi (48 pontos)
2º: Pequena Mamãe (Petite maman), de Céline Sciamma (25 pontos)
3º: Ataque dos Cães, de Jane Campion (23 pontos)

MELHOR DIREÇÃO
Ryûsuke Hamaguchi, por Drive My Car e Roda do Destino (46 pontos)
2º: Jane Campion, por Ataque dos Cães (36 pontos)
3º: Céline Sciamma, por Pequena Mamãe (28 pontos)

MELHOR ATRIZ
Penélope Cruz, por Madres Paralelas (55 pontos)
2º: Renate Reinsve, por The Worst Person in the World (42 pontos)
3º: Alana Haim, por Licorice Pizza (32 pontos)

MELHOR ATOR
Hidetoshi Nishijima, por Drive My Car (63 pontos)
2º: Benedict Cumberbatch, por Ataque dos Cães (44 pontos)
3º: Simon Rex, por Red Rocket (30 pontos)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Ruth Negga, por Identidade (46 pontos)
2º: Ariana DeBose, por Amor, Sublime Amor (22 pontos)
3º: Jessie Buckley, por A Filha Perdida (21 pontos)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Anders Danielsen Lie, por The Worst Person in the World (54 pontos)
2º: Vincent Lindon, por Titane (33 pontos)
3º: Mike Faist, por Amor, Sublime Amor e Kodi Smit-McPhee, por Ataque dos Cães (26 pontos)

MELHOR ROTEIRO
Drive My Car, escrito por Ryusuke Hamaguchi e Takamasa Oe (46 pontos)
2º: Madres Paralelas, escrito por Pedro Almodóvar (22 pontos)
3º: Licorice Pizza, escrito por Paul Thomas Anderson (20 pontos)

MELHOR FOTOGRAFIA
The Green Knight, por Andrew Droz Palermo (52 pontos)
2º: Ataque dos Cães, por Ari Wegner (40 pontos)
3º: Memoria, por Sayombhu Mukdeeprom (35 pontos)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Fuga (Flee), de Jonas Poher Rasmussen (41 pontos)
2º: Procession, de Robert Greene (28 pontos) e The Velvet Underground, de Todd Haynes (28 pontos)

MENÇÃO ESPECIAL (para um filme que aguarda distribuição nos Estados Unidos)
Retour à Reims (Fragments), de Jean-Gabriel Périot (França)

FILM HERITAGE AWARD
Maya Cade: pela fundação do Black Film Archive, que amplia o conhecimento e o acesso aos filmes negros realizados entre 1915 e 1979
Peter Bogdanovich e Bertrand Tavernier: que nunca perderam a paixão pelos filmes e pela história do cinema

Foto: Divulgação.

CINEVITOR #403: Entrevista com Cacau Protásio + Rodrigo Sant’Anna | Bastidores A Sogra Perfeita

por: Cinevitor
Cacau Protásio, Evelyn Castro e Rodrigo Sant’Anna em cena.

Depois de passar pelos cinemas, a comédia A Sogra Perfeita, dirigida por Cris D’Amato, de S.O.S. Mulheres ao Mar e 10 Horas para o Natal, chega ao streaming do Telecine no dia 1º de janeiro de 2022.

O longa, rodado em São Paulo, com produção da Paris Entretenimento, conta a história de Neide, interpretada por Cacau Protásio, dona de um badalado salão no subúrbio. Livre e bem-sucedida, ela quer curtir a vida, mas não consegue porque um dos seus filhos, Fábio Júnior, ainda não saiu de casa e depende dela pra tudo. Então, para conquistar sua tão sonhada liberdade, ela terá que encontrar a nora perfeita.

Com roteiro original de Flávia Guimarães e Bia Crespo, a produção marca a estreia de Cacau como protagonista solo de um longa e a personagem foi escrita especialmente para a atriz. Rodrigo Sant’Anna faz o papel do cabeleireiro Eddy, solteiro, que quer ser chique e gasta todo o salário comprando roupas de marca em outlets. Também estão no elenco André Mattos, Luis Navarro, Evelyn Castro, Polliana Aleixo, Marcelo Laham, Luan Iaconis, entre outros; o cantor Fábio Júnior faz uma participação especial.

Para falar mais sobre o filme, visitamos o set de filmagem, em São Paulo, em novembro de 2019, e registramos os bastidores da produção e entrevistamos a protagonista Cacau Protásio e o ator Rodrigo Sant’Anna.

Aperte o play e confira:

Foto: Divulgação/Paris Filmes.

A Filha Perdida

por: Cinevitor

The Lost Daughter

Direção: Maggie Gyllenhaal

Elenco: Olivia Colman, Jessie Buckley, Dakota Johnson, Ed Harris, Peter Sarsgaard, Dagmara Dominczyk, Paul Mescal, Jack Farthing, Robyn Elwell, Ellie Mae Blake, Oliver Jackson-Cohen, Panos Koronis, Alexandros Mylonas, Alba Rohrwacher, Nikos Poursanidis, Athena Martin Anderson, Konstantinos Samaa, Emmanouela Zacharopoulou, Alma Stansil, Daniela Babek, Ellie James, Isabelle Della-Porta, Abe Cohen, Vassilis Koukalani, Spyros Maragoudakis.

Ano: 2021

Sinopse: As férias pacatas de uma mulher à beira-mar mudam de rumo quando sua obsessão por uma jovem mãe hospedada nas proximidades traz à tona antigas lembranças. Baseado no livro de Elena Ferrante.

Nota do CINEVITOR:

Turma da Mônica – Lições

por: Cinevitor

Direção: Daniel Rezende

Elenco: Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Gabriel Moreira, Monica Iozzi, Paulo Vilhena, Fafá Rennó, Luiz Pacini, Malu Mader, Isabelle Drummond, Augusto Madeira, Eliana Fonseca, Gustavo Merighi, Camila Brandão, Fernando Mais, Emilly Nayara, Lucas Infante, Laís Villela, Vinícius Higo, Rodrigo Kenji, Tiago Schmitt, Giovani Donato, Vitor Queiroz, Marcos Bojar, Angélica di Paula, Adriano Paixão, Marcela Rosis, Beto Schultz, Telma Souza, Mauricio de Sousa, Mônica Sousa, Leandro Ramos, Bia Câmara, Helena Dias, Kauã Soares, Vitor Cafaggi, Sidney Gusman, João Gabriel Amaral, Thiago Blasi, João Chicarelli, Bento Ribeiro Blat, Rodrigo Blasi, Adriano Bolshi, Luciana Baptista, Felipe Castanhari, Ronaldo Souza, Felipe Riquelme, Wally Araújo, Renato Almeida, Leo Fernandes, Maria Cecília Mansur.

Ano: 2021

Sinopse: Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão fogem da escola. Agora, terão que encarar as suas consequências, e elas não serão poucas. Nesta nova jornada, a turma descobrirá o real valor e sentido da palavra amizade. Adaptado da obra Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa, e inspirado na graphic novel Lições, de Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi.

Nota do CINEVITOR:

CINEVITOR #402: Entrevista com Othon Bastos + homenagem | 16º Fest Aruanda

por: Cinevitor
O homenageado no palco do Fest Aruanda.

Considerado um dos maiores atores brasileiros da TV, do cinema e do teatro, Othon Bastos foi o grande homenageado da 16ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que aconteceu em dezembro em João Pessoa, na Paraíba.

Seu personagem Corisco, do aclamado filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, estampou o material de divulgação desta edição do festival. Entre tantos trabalhos de sucesso, Othon acumula mais de 80 filmes em seu currículo.

Nascido em 23 de maio de 1933, em Tucano, na Bahia, o ator possui inúmeras ligações com a Paraíba. Integrou o elenco da montagem de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna; atuou em Fogo Morto, longa-metragem de Marcos Farias e baseado na obra do paraibano José Lins do Rego; trabalhou em filmes do paraibano Vladimir Carvalho e é fã dos poetas Augusto dos Anjos e João Paraibano.

Depois da morte dos pais, Othon mudou-se para o Rio de Janeiro e participou de um grupo teatral comandado por Pascoal Carlos Magno. Passou por Londres, onde estudou teatro, e no Brasil trabalhou na TV Tupi. A partir da década de 1960, consagrou-se por sua atuação em filmes dirigidos por Glauber Rocha: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969).

Além disso, também atuou em outros filmes de grande projeção, como: O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte; Conterrâneos Velhos de Guerra, de Vladimir Carvalho; Central do Brasil e Abril Despedaçado, de Walter Salles; São Bernardo, de Leon Hirszman; O Homem do Pau-Brasil, de Joaquim Pedro de Andrade; O Paciente – O Caso Tancredo Neves, de Sergio Rezende; entre outros. Atualmente, Othon filma o drama Depois do Universo, original Netflix, dirigido por Diego Freitas.

Também se destacou na TV, entre novelas, séries e especiais, somando mais de 80 participações. Começou em 1956 com o Grande Teatro Tupi, da TV Tupi; na mesma emissora, atuou em Beto Rockfeller e Mulheres de Areia. Já na TV Globo, foram diversos trabalhos, entre eles: Tenda dos Milagres, Roque Santeiro, Selva de Pedra, Império, Haja Coração, Éramos Seis e muito mais.

Sua trajetória conta também com diversas honrarias, como: Prêmio Molière de Teatro, melhor ator no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro por Os Deuses e os Mortos, de Ruy Guerra; kikito de melhor ator em Gramado por São Bernardo, além de ter sido homenageado com o Kikito de Cristal; Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e Prêmio Guarani por Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky; entre muitos outros.

No palco do Fest Aruanda, Othon Bastos foi ovacionado pelo público, fez um discurso emocionante e recebeu o troféu das mãos do cineasta e amigo Júlio Bressane.

Para falar mais sobre a homenagem, conversamos com o ator logo depois da cerimônia. Na entrevista, ele falou sobre o carinho pelo festival paraibano, reforçou a importância do cinema brasileiro e relembrou sua trajetória.

Aperte o play e confira:

*O CINEVITOR esteve em João Pessoa e você acompanha a cobertura do 16º Fest Aruanda por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Mano de Carvalho.

Não Olhe para Cima

por: Cinevitor

Don’t Look Up

Direção: Adam McKay

Elenco: Jennifer Lawrence, Leonardo DiCaprio, Meryl Streep, Cate Blanchett, Rob Morgan, Jonah Hill, Mark Rylance, Tyler Perry, Timothée Chalamet, Ron Perlman, Ariana Grande, Kid Cudi, Himesh Patel, Melanie Lynskey, Michael Chiklis, Tomer Sisley, Paul Guilfoyle, Robert Joy, Jack Alberts, Ting Lik, Lance A. Williams, Shimali De Silva, Hettienne Park, Rafael Silva, Lonnie Farmer, Homa Sarabi-Daunais, Barbara Douglass, Rena Maliszewski, Erik Parillo, Robert Radochia, Conor Sweeney, Ross Partridge, Richard Donelly, Liev Schreiber, Samsara Leela Yett, Meara Mahoney-Gross, Jaden Onwuakor, Staci Roberts Steele, Wendy Bellevue, Mikhail Yarovoy, Chris Everett, Annette Miller, Stephen Thorne, Aimee Doherty, Natalie Rebenkoff, Gary Tanguay, Georgia Lyman, Patricia Dehaney, Ben Sidell, Therese Plaehn, Omar Ghonim, Jody O’Neil, Meghan Leathers, Ashleigh Banfield, Sarah Silverman, Richard Snee, Darryl Wooten, Danielle Waxman, Jeffrey Smith, Jon Glaser, Dorothy Dwyer, Odis Spencer, Sarah Nolen, Alvin Keith, Alaina Pinto, Lizzie Short, Juri Love, Sujoy De, Brahms Guignard, Sergei Bushmanov, Lewis D. Wheeler, Steve Gagliastro, David J. Curtis, Kevin Craig West, Alison Weller, Rob Lévesque, Sam Zephir, Dee Nelson, Beau Allen, Rebecca Gibel, Brian Faherty, Jacob Sanditen, Anthony Marrese, Wes Johnson, John Bucy, Christopher Deschenes, Patrick Michael Strange, Bianca de la Garza, Caitlin Ishibashi, Frank Ridley, Andrew Haserlat, Jayne McLendon, Ishaan Khattar, Brian Anastasio, Anthony Carvello, Chris Evans, Camille Farnan, Edward Fletcher, Ineke Garbacz, Michael Giannone, Greg Kriek, Janine Robinson.

Ano: 2021

Sinopse: A estudante de astronomia Kate Dibiasky e seu professor Dr. Randall Mindy descobrem que um cometa está prestes a colidir com a Terra, mas ninguém parece se importar. Alertar a humanidade sobre o impacto fatídico da rocha do tamanho do Monte Everest não será nada fácil. Com a ajuda do Dr. Oglethorpe, eles embarcam em um tour midiático que vai do gabinete da indiferente presidente Orlean, e seu filho bajulador Jason, até o The Daily Rip, um programa matinal bem-humorado apresentado por Brie e Jack. A apenas seis meses da colisão, chamar a atenção da mídia e de um público obcecado pelas redes sociais se mostra um desafio chocantemente cômico: o que será preciso fazer para o mundo apenas olhar para cima?

Nota do CINEVITOR:

CINEVITOR #401: Entrevista com Ney Matogrosso | Ney À Flor da Pele | 16º Fest Aruanda

por: Cinevitor
O artista na noite de encerramento do Fest Aruanda.

Ícone da música popular brasileira, Ney Matogrosso marcou presença na 16ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, em João Pessoa, para apresentar duas grandes obras que captam toda a sua essência e vigor.

A última noite do evento foi marcada pelo lançamento de Ney Matogrosso, a biografia, livro escrito por Julio Maria, e pela exibição do documentário Ney À Flor da Pele, de Felipe Nepomuceno, que foi o filme de encerramento desta edição. O livro mergulha no universo do intérprete, revelando sua trajetória até chegar ao símbolo performático em que se tornou. Ao transpor a vida do artista, Julio torna Ney infinito em vários aspectos. Enquanto isso, o filme valoriza e desbrava o conjunto da obra do intérprete. Cênico, cada gesto no palco não é à toa; todos os movimentos têm uma intenção.

O longa é centrado no impacto das performances de Ney Matogrosso em seu público e na reverberação desse impacto na cultura brasileira, desde a segunda metade do século XX até a atualidade. Uma antologia audiovisual, toda composta por imagens de arquivo. O diretor, que já tem uma afinidade profissional com Matogrosso, dirigiu vários DVDs do artista e trabalha com ele há mais de 10 anos.

Ney Matogrosso, que completou 80 anos em agosto, já participou de diversos filmes, entre eles: Olho Nu, de Joel Pizzini, documentário que retrata sua vida e obra; Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha, de Helena Ignez e Ícaro Martins; Primeiro Dia de um Ano Qualquer, de Domingos Oliveira; Caminhos Magnétykos, de Edgar Pêra; Boni Bonita, de Daniel Barosa; o documentário De Gravata e Unha Vermelha, de Miriam Chnaiderman; Ralé, de Helena Ignez; Sol Alegria, de Tavinho Teixeira; Sonho de Valsa, de Ana Carolina; Não Devore Meu Coração, de Felipe Bragança; entre outros.

Além disso, também atuou em curtas-metragens, como Dá Licença de Contar, de Pedro Soffer Serrano; Homem-Ave, de Rafael Saar; e Poder dos Afetos, de Helena Ignez; e nos inéditos longas Gosto de Fel, de Beto Besant, e Peixe, de Rafael Saar. Atualmente, um novo projeto está em fase de pré-produção: Homem com H, longa-metragem de ficção sobre a vida e a obra de Ney Matogrosso, que será dirigido por Esmir Filho.

Para falar mais sobre a emocionante noite de encerramento do 16º Fest Aruanda, conversamos com Ney Matogrosso logo depois da exibição do documentário.

Aperte o play e confira:

*O CINEVITOR esteve em João Pessoa e você acompanha a cobertura do 16º Fest Aruanda por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Mano de Carvalho.

Oscar 2022: Deserto Particular está fora da disputa; Seiva Bruta, curta-metragem brasileiro, é pré-selecionado

por: Cinevitor
A atriz Samantha Castillo no curta brasileiro Seiva Bruta.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou, nesta terça-feira, 21/12, uma lista com os pré-selecionados para o Oscar 2022 em dez categorias, entre elas, melhor filme internacional, antes conhecida como melhor filme estrangeiro.

O Brasil estava representado com Deserto Particular, de Aly Muritiba, premiado na mostra Giornate degli Autori, do Festival de Veneza. Mas, infelizmente, o longa não conseguiu uma vaga entre os 15 semifinalistas. Para esta 94ª edição, 93 países foram classificados, entre eles, Somália, candidato pela primeira vez.

Vale lembrar que a última vez que o Brasil concorreu na categoria de melhor filme internacional foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os semifinalistas na shortlist.

O mexicano A Noite do Fogo, de Tatiana Huezo, premiado em San Sebastián e que recebeu Menção Especial na mostra Un Certain Regard, em Cannes, segue na disputa. O longa é uma coprodução entre Alemanha, Brasil (com a produtora Desvia), Qatar, Argentina, Suíça e Estados Unidos.

Porém, o cinema brasileiro segue na disputa por uma estatueta dourada na categoria de melhor curta-metragem de ficção com Seiva Bruta (Under the Heavens), de Gustavo Milan. Na trama, Marta, uma jovem venezuelana, está imigrando para o Brasil quando encontra um jovem casal com uma filha. Sua habilidade de amamentar faz com que seus destinos se interliguem para sempre. 

O elenco conta com Samantha Castillo, Luiz Carlos Vasconcelos, Abilio Torres e Brenda Moreno. Com fotografia de Lasse Ulvedal Tolbøll e música de Ariel Marx, o curta foi premiado no HollyShorts Film Festival e ficou entre os dez mais votados pelo público do Curta Kinoforum deste ano.

Os finalistas serão revelados no dia 8 de fevereiro de 2022 e a cerimônia acontecerá no dia 27 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood.

Confira a lista com os quinze semifinalistas ao Oscar 2022 de melhor filme internacional:

ALEMANHA: I’m Your Man (Ich bin dein Mensch), de Maria Schrader
ÁUSTRIA: Great Freedom, de Sebastian Meise
BÉLGICA: Playground (Un monde), de Laura Wandel
BUTÃO: Lunana: A Yak in the Classroom, de Pawo Choyning Dorji
DINAMARCA: Fuga (Flee), de Jonas Poher Rasmussen
ESPANHA: El buen patrón, de Fernando León de Aranoa

FINLÂNDIA: Compartment Nº 6, de Juho Kuosmanen
ISLÂNDIA: Lamb, de Valdimar Jóhannsson
IRÃ: Um Herói (Ghahreman), de Asghar Farhadi
ITÁLIA: A Mão de Deus, de Paolo Sorrentino
JAPÃO: Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi
KOSOVO: Colmeia (Zgjoi), de Blerta Basholli
MÉXICO: A Noite do Fogo (Noche de Fuego), de Tatiana Huezo
NORUEGA: The Worst Person in the World (Verdens verste menneske), de Joachim Trier
PANAMÁ: Plaza Catedral, de Abner Benaim

*Clique aqui e confira as listas completas com os pré-selecionados.

Foto: Marcel Favery.

25ª Mostra de Cinema de Tiradentes: conheça os curtas-metragens selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta pernambucano Cabocolino, de Joao Marcelo: selecionado.

A 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontecerá entre os dias 21 e 29 de janeiro de 2022, exibirá 100 curtas-metragens de 18 estados brasileiros em diferentes sessões que abarcam a pluralidade da produção audiovisual nacional em um de seus formatos mais arrojados.

Seguindo todos os protocolos sanitários, a Mostra retorna com ações no formato presencial, além do ambiente on-line, que permitirá o encontro direto dos espectadores com esses filmes, sempre tão aguardados por apontarem o que de mais novo tem sido feito na produção do país.

A curadoria de curta-metragem para 2022 teve o trabalho desenvolvido pelo trio Camila Vieira, Tatiana Carvalho Costa e Felipe André Silva. Apesar da pandemia e dos impactos no cenário cultural, foram recebidas 919 inscrições, das quais definiram-se os 100 filmes, distribuídos em diversas mostras.

Os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro aparecem com a maior quantidade de trabalhos na seleção, respectivamente 30, 19 e 13. Há também filmes do Acre (2), Amazonas (2), Bahia (6), Ceará (8), Distrito Federal (4), Espírito Santo (1), Mato Grosso (1), Pará (2), Paraíba (1), Pernambuco (5), Piauí (1), Rio Grande do Norte (4), Rio Grande do Sul (4), Santa Catarina (2) e Sergipe (1).

Um levantamento, feito pelo assistente de curadoria Rubens Fabricio Anzolin, revela informações importantes sobre o cenário de curta-metragem que se apresentou à Mostra de Tiradentes. Um total de 179 dos mais de 900 curtas inscritos (ou seja, quase 20%) foram financiados com recursos da Lei Aldir Blanc (LAB), incentivo emergencial que permitiu a centenas de trabalhadores da cultura sobreviverem ou manterem-se em atividade durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19.

Para a curadora Camila Vieira, a LAB capilarizou a produção, permitindo quantidade significativa de filmes inscritos vindos não só de capitais, mas de cidades do interior dos estados: “Esse fenômeno nos fez pensar que tipo de cinema é feito fora dos centros e também percebermos, em muitos que chegaram, uma grande inexperiência com cinema, que pode ter a ver com a falta de oportunidades”, comenta.

Felipe André Silva, também curador, reforça que a LAB colocou muita gente para criar em pouco tempo e com poucos recursos, o que gerou filmes irregulares, mas também algumas potências que chamaram atenção: “Artistas de outras áreas para além do cinema se arriscaram a fazer filmes com esse fomento, o que talvez não acontecesse em outras circunstância que não fosse uma urgência como aconteceu. Se algo chama atenção nos curtas-metragens dessa edição, eu digo que é o triunfo da criatividade. Porque os cineastas precisaram se virar com o que tinham. E se, em 2020, os filmes eram feitos já com pouco dinheiro, agora eles foram feitos com quase nada”, avalia Felipe.

Para Tatiana Carvalho Costa, também curadora, há muitos curtas pré-pandemia ou feitos depois que não endereçam diretamente as questões da vivência pandêmica e trazem registros e fabulações de possibilidade de vida: “Não são necessariamente narrativas otimistas, mas de uma vida possível, imperfeita, com lampejos de alegria e beleza, com sofrimento, sobretudo uma vida em conjunto, com uma força coletiva (nas histórias e nos métodos de produção) para enfrentar um futuro incerto. Dos selecionados, me parece que poucos se fecham em questões e dramas individuais. Há alguns filmes que apresentam muito diretamente um desejo de futuro, entendendo as incertezas e a persistência de traumas que a pandemia escancarou, relacionados às desigualdades sociais ou de gênero/classe/raça”, disse Tatiana.

No total de inscrições, predominaram as ficções (42,2%), seguidas pelos documentários (28,1%), experimentais (24,4%) e animações (5,2%). Dentre os selecionados, as proporções acabaram se mantendo: respectivamente 45,8%, 29,2%, 21,9% e 3,1%.

A mistura de linguagens também chamou atenção da curadoria e dialoga com a temática da Mostra de Tiradentes em 2022, Cinema em Transição: “O audiovisual foi apropriado por criadores das artes cênicas, da performance, da música, das artes visuais, que foram investigar eles mesmos o próprio cinema”, disse Camila Vieira. O assunto vai render um debate temático, Poéticas de um cinema em transição, com a presença de alguns diretores da Mostra Temática.

Dados sobre identidade de gênero, segundo autodeclaração dos realizadores em formulário apresentado na inscrição, mostram que 47,8% dos inscritos se disseram homem cis; 27,3%, mulher cis; não-binário foram 2,8%; homem trans e mulher trans foram 0,3% cada, e travesti, 0,5%. Um total de 20,4% não declararam identidade de gênero. Felipe André Silva destaca que, entre os curtas selecionados, há quantidade significativa de filmes com direção de pessoas queer, especialmente com narrativas lésbicas: “Esses curtas de cineastas queer são alguns dos mais interessantes esse ano e nos fazem pensar se isso se deveu a políticas afirmativas que permitiram o surgimento dessas narrativas, muito necessárias, ou se foi uma circunstância desse momento. É algo ainda a ser refletido”.

Nos números de raça, também por autodeclaração, foram inscritos filmes de cineastas brancos (49,4%), negros (27%), indígenas (2,2%), amarelos (0,8%), outras (0,9%) e não-declarados (19,4%). Entre os selecionados, a proporção de etnias foi: 47,5% branca, 30,3% negra; 3% indígena; 2% amarela; 16,2% não-declarada; 1% outra. “Este é o ano com maior quantidade de curtas selecionados realizados por pessoas indígenas (3) e pessoas negras (30) na direção. Isso me parece uma tendência que vem se mostrando desde 2018, quando a Mostra começou a coletar esses dados”, pontua a curadora Tatiana Carvalho Costa.

Conheça os curtas-metragens selecionados para a 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes:

MOSTRA FOCO

A Morte de Lázaro, de Bertô (SP)
Bege Euforia, de Anália Alencar (RN)
Bicho Azul, de Rafael Spínola (RJ)
Eu Te Amo é no Sol, de Yasmin Guimarães (MG)
Iceberg, de Will Domingos (RJ)
Ingra!, de Nicolas Thomé Zetune (SP)
Madrugada, de Leonardo da Rosa e Gianluca Cozza (RS)
Na estrada sem fim há lampejos de esplendor, de Liv Costa e Sunny Maia (CE)
O Nascimento de Helena, de Rodrigo Almeida (RN)
Prata, de Lucas Melo (RJ)
Prosopopeia, de Andreia Pires (CE)
Rumo ao Desvio, de Linga Acácio (CE)
Uma paciência selvagem me trouxe até aqui, de Érica Sarmet (SP)

MOSTRA PRAÇA

[O Vazio Que Atravessa], de Fernando Moreira (MG)
A Represa é o Meu Quintal, de Bruna Carvalho Almeida (SP)
A Vida em meus Punhos, de Marília Hughes Guerreiro (BA)
Acesso, de Julia Leite (SP)
Ansdionte, de Gabriel Werneck (MG)
Central de Memórias, de Rayssa Coelho e Filipe Gama (BA)
Deus me Livre, de Carlos Henrique de Oliveira e Luis Ansorena Hervés (PR)
Ibeji Ibeji, de Victor Rodrigues (RJ)
Ímã de Geladeira, de Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo (SE)
Magnético, de Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt (SC)
Margaridinha, uma Criança Antiga, de Caroline Chamusca e Karla Beck (RJ/SP)
Meus Santos Saúdam Teus Santos, de Rodrigo Antonio (PA)
Time de Dois, de André Santos (RN)

MOSTRA PANORAMA

Abominável, de Cris Lyra e Larissa Ballarotti (SP)
Alágbedé, de Safira Moreira (BA)
Angu Recheado de Senzala, de Stanley Albano (MG)
Bicho Solto, de Dayse Barreto (SP/CE)
Cabocolino, de Joao Marcelo (PE)
Colmeia, de Maurício Chades (DF)
Coração Sozinho, de Leon Reis (CE)
Curió, de Priscila Smiths e P.H.Diaz (CE)
Curupira e a Máquina do Destino, de Janaina Wagner (SP/AM)
Dois Bois, de Perseu Azul (MT)
Dois garotos que se afastaram demais do sol, de Cibele Appes de Sousa Coelho e Lucelia Sergio (SP)
JIB, de Lira Kim (SP)
Labirinto, de Henrique Zanoni (SP)
Manhã de Domingo, de Bruno Ribeiro (RJ)
Os Demônios Menores, de Iuri Minfroy (RS)
Possa Poder, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (RS)
Quarentena, de Adriel Nizer e Nando Sturmer (PR)
Romance, de Karine Teles (RJ/MG)
Sad Faggots + Angry Dykes Club, de Viq Viç Vic (PE)
Sangue por Sangue, de Ian Abé e Rodolpho de Barros (PB)
Tereza Joséfa de Jesus, de Samuel Costa (SP)
Tito, uma Videópera Pop do Cerrado Mineiro em Chamas, de Fernando Barcellos (MG)
Transviar, de Maíra Tristão (ES)
Uma Escola no Marajó, de Camila Kzan (PA)
Usina-Desejo contra a Indústria do Medo, de Clarissa Ribeiro, Lorran Dias e Amanda Seraphico (RJ)
Viver distrai, de Ayla de Oliveira (PE)

MOSTRA TEMÁTICA

521 anos | Siia Ara, de Adanilo (AM)
Camboa, de Bruno Moreno (PI)
Centelha, de Renato Vallone (AC)
Indução ao Processo de Autodesconhecimento 00001, de Aoruaura (PE)
Mutirão: O Filme, de Lincoln Péricles (SP)
Qual é a grandeza?, de Marcus Curvelo (BA)
Rua Ataléia, de André Novais Oliveira (MG)
Voz na escuridão, de José Hélio Neto (SP)
Yãy Tu Nũnãhã Payexop: Encontro de Pajés, de Sueli Maxakali (MG)

MOSTRA FOCO MINAS

Ácaros, de Samuel Marotta (MG)
Azulscuro, de Evandro Caixeta e João Gilberto (MG)
Corre de marmita, de Luiz Pretti e Philippe Urvoy (MG)
Dinheiro, de Arthur B. Senra e Sávio Leite (MG)
Forrando a vastidão, de Higor Gomes (MG)
O dia em que Helena matou o presidente, de Fernanda Estevam (MG)
O Resto, de Pedro Gonçalves Ribeiro (MG)
Olho além do ouvido, de Bruna Schelb Corrêa e Luis Bocchino (MG)
Serrão, de Marcelo Lin (MG)
Trabalho é campo de guerra, de Pedro Carcereri (MG)
Vovó, de Franco Dafon (MG)

MOSTRA HOMENAGEM

Dias de Greve, de Adirley Queirós (DF)
Meu nome é Maninho, de Adirley Queirós (DF)
Rap, o canto da Ceilândia, de Adirley Queirós (DF)

MOSTRINHA

A Primeira Perda da Minha Vida, de Inês Peixoto (MG)
Nonna, de Maria Augusta V. Nunes (SC)
O Fundo dos Nossos Corações, de Letícia Leão (RJ)
Raone, de Camila Santana (SP)
Rua Dinorá, de Natália Maia e Samuel Brasileiro (CE)

MOSTRA JOVEM

A Realidade Não Tira Férias, de Coletivo Cidade Baixa (BA)
Ano 2020, de Coletivo Olhares (Im)Possíveis (MG)
Cacicus, de Bruno Cabral e Gabriela Dullius (RS)
Ladeira não é rampa, de Antônio Ribeiro e Sandro Garcia (RJ)
Luazul, de Letícia Batista e Vitoria Liz (SP)

MOSTRA REGIONAL

Alziras, de Hellt Rodrigues e Regiane Farias (MG)
Bulha, de Daniel Couto (MG)
Noites Traiçoeiras, de Felipe Quintiliano, Renato Loureiro e Wilmar Guilherme (MG)
O que eu gosto de fazer é ter nascido no mundo, de Monique Rangel (MG)
Santo Rio, de Lucas de P. Oliveira e Guilherme Nascimento (MG)
Taxa de Retorno, de Matheus Vieira (MG)

MOSTRA FORMAÇÃO

A Sentença, de Laura Coggiola (SP)
Cidade sempre nova, de Jefferson Cabral (RN)
Como respirar fora d’água, de Júlia Fávero e Victoria Negreiros (SP)
Idioma, de Leonardo Gelio (RJ)
Interiores, de Matheus Bizarrias (RJ)
Não vim no mundo para ser pedra, de Fabio Rodrigues Filho (BA/MG)
Noêmia e Laura, de Danielle Menezes e Iago de Medeiros (MG/RJ)
Um certo mal-estar, de Tiago Calmon (PE)

MOSTRA VALORES

Um Talvez em Tiradentes, de Amaury Bassy (MG)

Foto: Marlom Meirelles.

Conheça os indicados ao 49º Annie Awards, o Oscar da animação

por: Cinevitor
Raya e o Último Dragão: dez indicações.

Foram anunciados nesta terça-feira, 21/12, os indicados ao 49º Annie Awards, conhecido como o Oscar da animação, organizado pela ASIFA-Hollywood, International Animated Film Society. Fundada em 1960, a associação premiava os melhores nomes da animação simbolicamente, até criar a cerimônia oficial em 1972. O prêmio de melhor animação cinematográfica só surgiu na 20ª edição do evento, em 1992, premiando A Bela e a Fera.

Neste ano, Raya e o Último Dragão, do Walt Disney Animation Studios, lidera a lista com dez indicações; Encanto aparece na sequência com nove. Os vencedores serão anunciados no dia 26 de fevereiro de 2022, no Royce Hall, da UCLA.

Os homenageados desta 49ª edição serão: o animador Ruben Aquino, premiado no Annie por Mulan, Lillian Schwartz, pioneira da animação por computador, e o produtor Toshio Suzuki, do Studio Ghibli, que receberão o Winsor McCay Award; Renzo e Sayoko Kinoshita serão honrados com o June Foray Award; a Python Foundation receberá o Ub Iwerks Award; o Special Achievement Award será entregue para o artista visual Glen Vilppu; e Evan Vernon será honrado com o Certificate of Merit.

Conheça os indicados nas categorias de cinema do Annie Awards 2022:

MELHOR ANIMAÇÃO
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
Encanto
Luca
Raya e o Último Dragão
Sing 2

MELHOR ANIMAÇÃO INDEPENDENTE
Belle
Fortune Favors Lady Nikuko (Gyokou no Nikuko-chan)
Fuga (Flee)
Pompo: The Cinéphile (Eiga Daisuki Pompo-san)
Viagem ao Topo da Terra

MELHOR DIREÇÃO EM ANIMAÇÃO
Enrico Casarosa, por Luca
Jared Bush, Byron Howard e Charise Castro Smith, por Encanto
Jonas Poher Rasmussen e Kenneth Ladekjær, por Fuga
Mamoru Hosoda, por Belle
Mike Rianda e Jeff Rowe, por A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas

MELHOR ROTEIRO EM ANIMAÇÃO
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, escrito por Mike Rianda e Jeff Rowe
Belle, escrito por Mamoru Hosoda
Fuga, escrito por Jonas Poher Rasmussen e Amin Nawabi
Luca, escrito por Jesse Andrews e Mike Jones
Raya e o Último Dragão, escrito por Qui Nguyen e Adele Lim

MELHOR ANIMAÇÃO | CURTA-METRAGEM
Bestia
Easter Eggs
Maalbeek
Night Bus
Steakhouse

MELHOR ANIMAÇÃO ESTUDANTIL
A Film About A Pudding
HOPE
I Am A Pebble
Night of the Living Dread
Slouch

MELHORES EFEITOS ESPECIAIS EM ANIMAÇÃO
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
A Jornada de Vivo
Belle
Encanto
Raya e o Último Dragão

MELHOR ANIMAÇÃO DE PERSONAGEM EM ANIMAÇÃO
Din e o Dragão Genial, por Ketan Shankar Adhikari
Encanto, por Dave Hardin
Luca, por Tarun Lak
O Poderoso Chefinho 2: Negócios da Família, por Ravi Kamble Govind
Raya e o Último Dragão, por Jennifer Hager

MELHOR ANIMAÇÃO DE PERSONAGEM EM LIVE-ACTION
A Guerra do Amanhã, por Carmelo Leggiero, Cajun Hylton, Michel Alencar Magalhaes, Florent Limouzin e Dave Clayton
Flora & Ulysses, por Thomas Becker, Daniel Cavalcante, Philipp Winterstein, Victor Dinis e Thiago Martins
O Esquadrão Suicida, por Meena Ibrahim, Alvise Avati, Nicholas Cabana, Adam Goldstein e Lea Vera Toro
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, por Karl Rapley, Sebastian Trujillo, Richard John Moore, Merlin Bela Wassilij Maertz e Pascal Raimbault
Y: The Last Man, por Michael Beaulieu, Peter Pi e Aidana Sakhvaliyeva

MELHOR DESIGN DE PERSONAGEM EM ANIMAÇÃO
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, por Lindsey Olivares
A Jornada de Vivo, por Joe Moshier
Luca, por Deanna Marsigliese
Raya e o Último Dragão, por Ami Thompson
Ron Bugado, por Julien Bizat

MELHOR MÚSICA EM ANIMAÇÃO
A Jornada de Vivo, por Alex Lacamoire e Lin-Manuel Miranda
Encanto, por Lin-Manuel Miranda e Germaine Franco
Luca, por Dan Romer
Poupelle da Cidade das Chaminés, por Youki Kojima e Yuta Bandoh
Raya e o Último Dragão, por James Newton Howard e Jhené Aiko

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO EM ANIMAÇÃO
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, por Lindsey Olivares, Toby Wilson e Dave Bleich
A Jornada de Vivo, por Carlos Zaragoza, Wendell Dalit e Andy Harkness
Belle, por Tomm Moore, Ross Stewart, Alice Dieudonné, Almu Redondo e Maria Pareja
Raya e o Último Dragão, por Paul Felix, Mingjue Helen Chen e Cory Loftis
Ron Bugado, por Aurélien Predal, Till Nowak e Nathan Crowley

MELHOR STORYBOARDING EM ANIMAÇÃO
A Família Addams 2: Pé na Estrada, por Steven Garcia
A Jornada de Vivo, por Carlos Romero
Encanto, por Jason Hand
Raya e o Último Dragão, por Luis Logam
Spirit: O Indomável, por Gary Graham

MELHOR DUBLAGEM EM ANIMAÇÃO
Abbi Jacobson, como Katie Mitchell em A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
Jack Dylan Grazer, como Alberto Scorfano em Luca
John Leguizamo, como Bruno em Encanto
Kelly Marie Tran, como Raya em Raya e o Último Dragão
Stephanie Beatriz, como Mirabel em Encanto

MELHOR EDIÇÃO EM ANIMAÇÃO
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, por Greg Levitan, Collin Wightman, T.J. Young, Tony Ferdinand e Bret Allen
Encanto, por Jeremy Milton, John Wheeler, Pace Paulsen e Brian Estrada
Fuga, por Janus Billeskov Jansen
Luca, por Catherine Apple, Jason Hudak, Jennifer Jew, Tim Fox e David Suther
Raya e o Último Dragão, por Fabienne Rawley, Shannon Stein, Todd Fulkerson, Rick Hammel e Brian Millman

MELHOR PRODUÇÃO ESPECIAL
La Vie de Château (My Life In Versailles)
Mum Is Pouring Rain (Maman pleut des cordes)
Namoo
Snoopy Apresenta: Bons Velhos Tempos
The Witcher: Lenda do Lobo

Foto: Divulgação/Walt Disney Animation Studios.