Sinopse: Sob o céu em chamas numa beira de estrada do litoral cearense, o Motel Destino é palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada do jovem Heraldo transforma em definitivo o cotidiano do local.
*Filme visto no 52º Festival de Cinema de Gramado
*Clique aqui e assista ao programa especial sobre o filme com entrevistas com o elenco em Gramado: Nataly Rocha, Iago Xavier e Fabio Assunção.
Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho nos bastidores
Diretor de longas nacionais premiados, como O Som ao Redor, Aquarius, Bacurau e Retratos Fantasmas, Kleber Mendonça Filho acaba de finalizar as filmagens de seu novo projeto: O Agente Secreto, protagonizado por Wagner Moura e estrelado por Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Isabél Zuaa, Rubens Santos, Hermila Guedes e Alice Carvalho.
O longa também marca o reencontro de Kleber com Udo Kier, Thomás Aquino, Suzy Lopes, Buda Lira, Carlos Francisco e Wilson Rabelo, que participaram de Bacurau, codirigido com Juliano Dornelles, e foi visto por mais de 750 mil espectadores nos cinemas.
Rodado entre a capital pernambucana e São Paulo, O Agente Secreto, sexto longa de Kleber Mendonça Filho, teve dez semanas de filmagens. Com previsão de estreia nos cinemas em 2025 pela Vitrine Filmes, o filme é um suspense ambientado entre Recife e São Paulo dos anos 70.
Depois de dez anos, Wagner Moura volta a filmar no Brasil como ator, desta vez interpretando Marcelo, um especialista em tecnologia que chega no Recife em 1977 à procura de um pouco de paz, mas logo se torna um agente do caos na cidade. Para Wagner, filmar O Agente Secreto foi o resultado de uma longa espera para trabalhar com Kleber: “Foi uma das melhores experiências que tive. Artisticamente, Kleber é gênio, pessoalmente, um cara massa demais; ele e todos os seus, essa gente foda de Pernambuco. Recife é tão importante na minha vida… eu, Lázaro, Vladimir e Gustavo ali meninos fazendo A Máquina no Armazém 14. Fechou-se um ciclo e abriu-se, claro, outro. Porque essa relação, Kleber, Emilie, Recife, pra mim, é pra sempre”.
Kleber também comentou: “Concluir as filmagens é sempre uma conquista. Estamos nesse processo de produção desde janeiro e agora concluindo os dois meses de filmagem. Agradeço ao grande artista e pessoa que é Wagner Moura, para quem escrevi o papel principal durante os últimos três anos. A todo o elenco marcante de 70 atores e atrizes, à equipe espetacular, à grande produtora que é Emilie Lesclaux, aos amigos que apoiaram sempre todo o processo. Que experiência forte foi rodar O Agente Secreto”.
O filme é uma coprodução internacional com produção da CinemaScópio e tem como coprodutora a francesa mk2 Films, a alemã One Two Films e a holandesa Lemming, com distribuição no Brasil pela Vitrine Filmes.
A sinopse diz: Brasil, 1977. Fugindo de um passado misterioso, Marcelo, um especialista em tecnologia, na casa dos quarenta, volta ao Recife em busca de um pouco de paz, mas percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.
O elenco conta também com Laura Lufési, Robério Diógenes, João Vitor Silva, Tânia Maria, Ítalo Martins, Igor de Araújo, Geane Albuquerque, Roney Villela e Luciano Chirolli. A direção de fotografia é de Evgenia Alexandrova e a direção de arte é assinada por Thales Junqueira. O figurino é de Rita Azevedo com caracterização de Marisa Amenta; o som é assinado por Moabe Filho e Pedrinho Moreira.
Foram anunciados neste sábado, 17/08, no Palácio dos Festivais, os vencedores da 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Estômago 2: O Poderoso Chef, de Marcos Jorge, se destacou com cinco kikitos, entre eles, o de melhor longa brasileiro pelo Júri Popular.
A noite de premiação ainda consagrou outros títulos, como: o western Oeste Outra Vez, de Erico Rassi, que foi eleito pelo Júri Oficial como o melhor longa brasileiro e recebeu outros dois kikitos; a ficção retrata a fragilidade de homens brutos abandonados pelas mulheres que amam no sertão de Goiás. Destaque também para Cidade; Campo, de Juliana Rojas, e o potiguar Filhos do Mangue, de Eliane Caffé, que receberam dois prêmios cada.
Nicola Siri, que recebeu o kikito de melhor ator em prêmio dividido com seu colega João Miguel por Estômago 2: O Poderoso Chef, agradeceu: “João, esse é de nós dois! Prêmios individuais no cinema não são prêmios individuais, são prêmios do cinema, de cada filme que está aqui. É uma delícia ver todos vocês aqui. É fundamental continuar investindo, fazendo sempre o cinema, viva a arte, viva a cultura”, comemorou.
Recebendo o kikito de melhor atriz por Cidade; Campo, Fernanda Vianna comemorou o prêmio agradecendo ao festival e aos colegas de trabalho: “Queria agradecer muito ao Festival de Gramado pela resiliência e dizer que eu estou muito feliz e muito orgulhosa de estar aqui ao lado dos meus colegas de trabalho, de cena e de cinema, porque eu realmente acho que a gente faz parte da turma que vai mudar esse mundo. Viva o cinema!”.
A noite especial do audiovisual brasileiro ainda prestou uma homenagem ao apresentador Silvio Santos, com o público de pé aplaudindo o apresentador que faleceu na data de encerramento do festival, em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por Influenza.
O curta-metragem gaúcho Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta, foi eleito o melhor filme da categoria; a produção ganhou ainda como melhor montagem e melhor fotografia. O filme já havia vencido entre os curtas gaúchos com os prêmios de melhor produção e melhor filme pelo Júri da Crítica.
Além disso, a noite de encerramento também foi marcada pelo anúncio da atriz Camila Morgado como curadora da próxima edição; ela se une ao time já formado por Marcos Santuario e Caio Blat. A revelação aconteceu no tapete vermelho com a presença de Rosa Helena Volk, presidente da Gramadotur, que também anunciou a data da 53ª edição do evento: de 14 a 23 de agosto de 2025.
A mostra de longas-metragens gaúchos e o Prêmio Assembleia Legislativa Mostra Gaúcha de Curtas foram anunciados anteriormente em cerimônias separadas. Com carreira sólida como ator de teatro e cinema e um dos profissionais mais requisitados na composição de música para o teatro, Álvaro RosaCosta recebeu o Troféu Sirmar Antunes; a honraria é entregue desde 2023 e carrega o nome de um dos mais emblemáticos atores gaúchos, que faleceu em 2022.
A programação dedicada aos realizadores gaúchos no Festival de Gramado contou também com a entrega do Troféu Leonardo Machado para o ator e diretor porto-alegrense Nelson Diniz. Pela primeira vez, os Prêmios Iecine foram divididos em três categorias: diretor, produtor e animador com mais de três décadas de trabalho no audiovisual, José Maia recebeu o Prêmio Legado; Aleteia Selonk, sócia-diretora e produtora executiva da Okna Produções, recebeu o Prêmio Inovação; e o Prêmio Destaque foi entregue a Alexandre Mattos, membro-fundador da Moviola Filmes e membro do Macumba Lab: Coletivo de Profissionais Negres do Audiovisual do RS.
Conheça os vencedores do 52º Festival de Cinema de Gramado:
LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS
Melhor Filme: Oeste Outra Vez, de Erico Rassi (GO) Melhor Filme | Júri da Crítica: Cidade; Campo, de Juliana Rojas (MS/SP) Melhor Filme | Júri Popular: Estômago 2: O Poderoso Chef, de Marcos Jorge (PR) Melhor Direção: Eliane Caffé, por Filhos do Mangue Melhor Ator: João Miguel e Nicola Siri, por Estômago 2: O Poderoso Chef Melhor Atriz: Fernanda Vianna, por Cidade; Campo Melhor Atriz Coadjuvante: Genilda Maria, por Filhos do Mangue Melhor Ator Coadjuvante: Rodger Rogério, por Oeste Outra Vez Melhor Roteiro: Estômago 2: O Poderoso Chef, escrito por Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge Melhor Fotografia: Oeste Outra Vez, por André Carvalheira Melhor Direção de Arte: Estômago 2: O Poderoso Chef, por Fabíola Bonofiglio e Massimo Santomarco Melhor Montagem: Barba Ensopada de Sangue, por Karen Akerman Melhor Trilha Musical: Estômago 2: O Poderoso Chef, por Giovanni Venosta Melhor Desenho de Som: Pasárgada, por Beto Ferraz Prêmio Especial do Júri: O Clube das Mulheres de Negócios, de Anna Muylaert (SP)
CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS
Melhor Filme: Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta (RS) Melhor Filme | Júri da Crítica: Fenda, de Lis Paim (CE) Melhor Filme | Júri Popular: Ana Cecília, de Julia Regis (RS) Melhor Direção: Lucas Abrahão, por Maputo Melhor Ator: Wilson Rabelo, por Ponto e Vírgula Melhor Atriz: Edvana Carvalho, por Fenda Melhor Roteiro: A Casa Amarela, escrito por Adriel Nizer Melhor Fotografia: Pastrana, por Livia Pasqual Melhor Direção de Arte: Maputo, por Coh Amaral Melhor Montagem: Pastrana, por Bruno Carboni Melhor Trilha Musical: Ponto e Vírgula, por Liniker Melhor Desenho de Som: A Menina e o Pote, por Felippe Mussel Menção Honrosa: Ressaca, de Pedro Estrada (MG), Via Sacra, de João Campos (DF), Navio, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real (RN) e Maputo, de Lucas Abrahão (SP) Prêmio Especial do Júri: Ponto e Vírgula, de Thiago Kistenmacker (RJ)
PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS Maputo, de Lucas Abrahão (SP)
LONGAS-METRAGENS DOCUMENTAIS Clarice Niskier, Teatro dos Pés à Cabeça, de Renata Paschoal (RJ)
MOSTRA UNIVERSITÁRIA | Prêmio Edina Fujii CiaRio Melhor Filme: A Falta que Me Traz, de Laura Zimmer Helfer e Luís Alexandre (Universidade de Santa Cruz do Sul)
LONGAS-METRAGENS GAÚCHOS | Prêmio SEDAC/IECINE
Melhor Filme: A Transformação de Canuto, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho (São Miguel das Missões) Melhor Filme | Júri Popular: Infinimundo, de Bruno Martins e Diego Müller (Lajeado/Santa Cruz do Sul/Sinimbu) Melhor Direção: Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, por A Transformação de Canuto Melhor Ator: Fabrício Benitez, por A Transformação de Canuto Melhor Atriz: Cibele Tedesco, por Até que a Música Pare Melhor Roteiro: Memórias de um Esclerosado, escrito por Thais Fernandes, Rafael Corrêa e Ma Villa Real Melhor Fotografia: A Transformação de Canuto, por Camila Freitas Melhor Direção de Arte: Até que a Música Pare, por Adriana do Nascimento Borba Melhor Montagem: Memórias de um Esclerosado, por Jonatas Rubert e Thais Fernandes Melhor Desenho de Som: Memórias de um Esclerosado, por Kiko Ferraz Melhor Trilha Musical: Memórias de um Esclerosado, por André Paz
PRÊMIO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA | MOSTRA GAÚCHA DE CURTAS
Melhor Filme: Chibo, de Gabriela Poester e Henrique Lahude (Tiradentes do Sul) Melhor Direção: Rodrigo Herzog, por Está Tudo Bem Melhor Roteiro: Posso Contar nos Dedos, escrito por Victoria Kaminski e Rubens Fabrício Anzolin Melhor Atriz: Jéssica Teixeira, por Noz Pecã Melhor Ator: Victor Di Marco, por Zagêro Melhor Fotografia: Cassino, por Eloísa Soares Melhor Direção de Arte: Posso Contar nos Dedos, por Denis Souza, Victoria Kaminski e Nadine Lannes Maciel Melhor Trilha Sonora: Não Tem Mar Nessa Cidade, por Edneia Brasão e Pedro Erler Melhor Montagem: Zagêro, por Marcio Picoli e Victor Di Marco Melhor Desenho de Som: Flor, por Fábio Baltar Melhor Produção Executiva: Pastrana, por Graziella Ferst e Marlise Aúde Prêmio ACCIRS: Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta (Novo Hamburgo)
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Akiplėša (Toxic), de Saulė Bliuvaitė: melhor filme
Foram anunciados neste sábado, 17/08, os vencedores da 77ª edição do Festival de Cinema de Locarno, considerado um dos principais festivais de cinema autoral do mundo. O Leopardo de Ouro, prêmio máximo do evento, foi entregue para Akiplėša (Toxic), de Saulė Bliuvaitė.
Protagonizado por Vesta Matulyte e Ieva Rupeikaite, o drama lituano narra a história de duas meninas de 13 anos que sonham em escapar da desolação de sua cidade natal industrial. Elas criam um vínculo em uma escola de modelos, onde a promessa de uma vida melhor leva as meninas a violar seus corpos de maneira cada vez mais extrema. O júri da Competição Internacional foi presidido por Jessica Hausner e contou também com Diana Elbaum, Payal Kapadia, Luca Marinelli e Tim Blake Nelson.
Neste ano, o cinema brasileiro estava na principal mostra competitiva com o longa-metragem Transamazonia, dirigido pela sul-africana Pia Marais, uma coprodução entre França, Alemanha, Suíça, Taiwan e Brasil (pela Cabocla Filmes e O Par; com produção associada da Matizar Filmes). Além disso, o Brasil também marcou presença com outras produções nesta 77ª edição.
Com onze mostras, sendo três competitivas, o festival suíço explora o cinema sob todas as perspectivas, selecionando cuidadosamente filmes realizados para inspirar, surpreender, abrir a mente e questionar seus pressupostos.
Conheça os vencedores do 77º Festival de Cinema de Locarno:
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
LEOPARDO DE OURO | MELHOR FILME Akiplėša (Toxic), de Saulė Bliuvaitė (Lituânia)
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI Mond, de Kurdwin Ayub (Áustria)
MELHOR DIREÇÃO Laurynas Bareiša, por Seses
MELHOR INTERPRETAÇÃO Gelminė Glemžaitė, Agnė Kaktaitė, Giedrius Kiela e Paulius Markevičius, por Seses Kim Minhee, por Suyoocheon
MENÇÃO ESPECIAL Qing chun (Ku), de Wang Bing (França/Luxemburgo/Holanda) Salve Maria, de Mar Coll (Espanha)
CONCORSO CINEASTI DEL PRESENTE
LEOPARDO DE OURO | MELHOR FILME Holy Electricity, de Tato Kotetishvili (Geórgia/Holanda)
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI Kouté vwa, de Maxime Jean-Baptiste (Bélgica/França/Guiana Francesa)
MELHOR DIREÇÃO EMERGENTE Denise Fernandes, por Hanami
MELHOR INTERPRETAÇÃO Callie Hernandez, por Invention Anna Mészöly, por Fekete pont
MENÇÃO ESPECIAL Fekete pont, de Bálint Szimler (Hungria) Kada je zazvonio telefon, de Iva Radivojević (Sérvia/EUA)
PARDI DI DOMANI | COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
LEOPARDO DE OURO | MELHOR CURTA-METRAGEM INTERNACIONAL WAShhh, de Mickey Lai (Malásia/Irlanda)
LEOPARDO DE PRATA Gimn chume, de Ataka51 (Alemanha/Rússia)
MELHOR DIREÇÃO Joel Alfonso Vargas, por Que te vaya bonito, Rico
MEDIEN PATENT VERWALTUNG AG AWARD The Form, de Melika Pazouki (Irã)
MENÇÃO ESPECIAL Freak, de Claire Barnett (EUA)
PARDI DI DOMANI | Concorso Corti d’autore
LEOPARDO DE OURO UPSHOT, de Maha Haj (Palestina/Itália/França)
MENÇÃO ESPECIAL Gwe-in esi jeongche, de Syeyoung Park (Coreia do Sul)
CURTA-METRAGEM CANDIDATO AO EUROPEAN FILM AWARDS La Fille qui explose, de Caroline Poggi e Jonathan Vinel (França)
*Clique aqui e confira a lista completa com os vencedores do Festival de Locarno 2024
Para encerrar a mostra competitiva de longas-metragens brasileiros da 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado, Aly Muritiba subiu ao palco na quinta-feira, 15/08, para apresentar Barba Ensopada de Sangue, filme inspirado no livro homônimo do escritor gaúcho Daniel Galera.
A sinopse diz: após a morte de seu pai, Gabriel, interpretado por Gabriel Leone, parte para a praia da Armação, em Santa Catarina, em busca de suas origens. O que ele acaba encontrando é uma trama complexa em torno da figura misteriosa de seu avô, um esqueleto de baleia e uma cidade que quer enterrar seu passado a qualquer custo.
Com Thainá Duarte, Roberto Birindelli, Ivo Müller, Ricardo Blat e Teca Pereira no elenco, Aly Muritiba, que apresentou o primeiro episódio da série Cidade de Deus: A Luta Não Para no sábado, 10/08, em Gramado, voltou ao Palácio dos Festivais com Barba Ensopada de Sangue: “Fico muito feliz em exibir o filme mais gaúcho da mostra competitiva. O filme tem um espírito gaúcho”.
A direção de fotografia é de Inti Briones com direção de arte de Ana Paula Cardoso. O roteiro é assinado por Aly Muritiba e Jessica Sato; a produção é de Rodrigo Teixeira e Lourenço Sant’Anna. A montagem é de Karen Akerman e o desenho de som de Daniel Turini com trilha musical de Beto Vilares.
Mariëtte Rissenbeek: homenageada com o Kikito de Cristal
O protagonista Gabriel Leone também discursou: “É a primeira vez que eu venho ao festival. E não poderia ter uma primeira vez mais emocionante do que essa. Não só pelo momento do Rio Grande do Sul, mas por ter um filme na mostra competitiva, que é muito especial e emocionante pra mim”.
O autor do livro, Daniel Galera, também falou com o público presente: “Eu não estava preparado para esse discurso. Se eu soubesse falar, eu não ficava quatro anos deitado no chão olhando para o teto, levantando só às vezes para digitar um pouquinho, como foi para escrever o romance. É uma alegria estar aqui. Não é minha primeira vez em Gramado. Eu já estive aqui há muitos anos como estagiário de um portal para fazer a cobertura do festival. Muitas memórias estão voltando. Só quero agradecer todos vocês. É um privilégio imenso ter um trabalho meu adaptado para o cinema por essa equipe”, finalizou.
Depois da exibição de Barba Ensopada de Sangue, Mariëtte Rissenbeek, diretora executiva do Festival de Berlim entre os anos de 2019 e 2024, foi homenageada com o Kikito de Cristal, que em 2024 amplia as possibilidades do troféu. A honraria, tradicionalmente entregue a grandes nomes do cinema ibero-americano, agora passa a ter status global. Na sequência, foi exibido o longa Filhos de Bach, de Ansgar Ahlers, diretor e produtor alemão que integra o Júri Oficial dos longas-metragens brasileiros.
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Fotos: Edison Vara e Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.
Tapete vermelho: equipe do longa potiguar em Gramado
Depois da exibição de Cidade; Campo, de Juliana Rojas, e da homenagem para Vera Fischer, a noite de quarta-feira, 14/08, seguiu com a mostra competitiva de longas brasileiros com a apresentação do potiguar Filhos do Mangue, de Eliane Caffé.
Na história, o violento e desregrado Pedro Chão, interpretado por Felipe Camargo, aparece ferido e sem memória em uma comunidade ribeirinha. Os residentes locais o acusam de roubo e tentam, em vão, que ele recupere a memória e devolva o dinheiro. Em um julgamento popular, vem à tona uma trama que envolve violência doméstica, de gênero, tráfico de pessoas e desvio de verba pública. Condenado ao isolamento, ele busca um novo sentido para sua vida.
Esta é a premissa de Filhos do Mangue, que fez sua estreia mundial na 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado. O protagonista procura na natureza e entre os residentes da pequena vila de pescadores as peças perdidas de sua vida. O ator usou como inspiração sua convivência com os habitantes da paradisíaca Barra do Cunhaú, no Rio Grande do Norte, onde o filme foi rodado, para compor seu personagem.
Na história, a amnésia repentina de Pedro Chão o fez esquecer uma existência que ninguém gostaria de lembrar. Em seu processo de reconstrução, ele vai encontrar as pessoas de sua convivência. Entre seus muitos acusadores, estão a ex-esposa, vivida por Titina Medeiros e a filha, a atriz mirim Maria Alice da Silva. Natural de Currais Novos, município do Seridó potiguar, Titina está atualmente no ar com as novelas Cheias de Charme e No Rancho Fundo, na Rede Globo.
O projeto original baseia-se em argumento adaptado de um livro do escritor Sérgio Prado, Capitão, de 2011. A direção também deu espaços a improvisações em quase todas as cenas, porém mantendo a estrutura do roteiro, dividido entre Eliane e o dramaturgo Luis Alberto de Abreu. Filhos do Mangue é o quinto longa da realizadora paulista, que traz no currículo títulos como Era o Hotel Cambridge, Narradores de Javé e Para Onde Voam as Feiticeiras.
Titina Medeiros no tapete vermelho
O elenco traz também Roney Villela, Jeniffer Setti, Thiago Justino, Genilda Maria, Pequena Cintilante, Luana Cavalcante e outros, além de pescadores, criadores de ostras, moradores do local, da comunidade indígena Katu e trabalhadores de cooperativas da região de Canguaretama. Fernando Muniz e Beto Rodrigues assinam a produção executiva. O roteiro original é de Sergio Prado. Pedro Rocha e Rodrigo Frota são os responsáveis pela direção de fotografia e direção de arte, respectivamente. A direção de produção é assinada por Andrea Lanzoni; a distribuição é da Bretz Filmes.
O elenco completa-se com: Jurema Terra, Wilaneide Campos, Geisla Blanco, Barney Villela, Arlindo do Nascimento, Chico Gomes, Sergio Henrique, Gilmar de Oliveira, Fátima da Silva, Maria Baixinha, Seu Chão, Fernando Muniz, Vênus de Morais, Ni, Makarios Maia, George Holanda, Salesia Paulino, Felipe Freire, Marcia Lohss, Paola Mallmann, Dona Ditinha, Maria José, Socorro Rabelo e Hugo Oliveira.
A delegação do filme tomou conta do tapete vermelho da Rua Coberta com uma entrada triunfal. Depois, no palco do Palácio dos Festivais, diversos integrantes da equipe subiram e apresentaram o longa: “Estou muito feliz de estar aqui como uma atriz do Rio Grande do Norte, uma atriz potiguar. É muito gratificante estar num lugar tão importante para o cinema brasileiro como Gramado com a minha gente, com o meu povo. Tem um valor muito especial”, disse a atriz Titina Medeiros.
*Clique aqui e assista aos melhores momentos da apresentação de Filhos do Mangue e entrevistas com a atriz Titina Medeiros e com os atores Felipe Camargo e Roney Villela.
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Bruna Linzmeyer, Juliana Rojas, Fernanda Vianna e Mirella Façanha de Cidade; Campo
A mostra competitiva de longas-metragens brasileiros da 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado desta quarta-feira, 14/08, começou com a exibição de Cidade; Campo, de Juliana Rojas; o longa foi premiado no Festival de Berlim em fevereiro deste ano.
Cidade; Campo fala do processo migratório de três mulheres: após o rompimento de uma barragem de dejetos de mineração inundar sua cidade natal, a trabalhadora rural Joana, interpretada por Fernanda Vianna, migra para São Paulo. Ela vai ao encontro de sua irmã Tânia, papel de Andrea Marquee, que mora em um bairro periférico junto com seu neto Jaime, vivido por Kalleb Oliveira. Joana busca prosperar na maior cidade da América do Sul, conhecida como a cidade do trabalho. Ela adentra o universo dos subempregos por aplicativos, trabalhando como faxineira.
Já Flávia, interpretada por Mirella Façanha, e sua companheira Mara, vivida por Bruna Linzmeyer, se mudam para a fazenda que a primeira herdou do pai, falecido recentemente. As duas mulheres buscam uma nova oportunidade de vida no campo. O contato com a casa abandonada revela a Flávia aspectos desconhecidos de seu pai, com quem mantinha uma relação distante. O casal sofre um choque de realidade ao enfrentar a dureza do cotidiano rural. A natureza as obriga a enfrentar frustrações e a lidar com memórias e fantasmas. O elenco conta também com Preta Ferreira, Marcos de Andrade, Nilcéia Vicente e Raquel Ferreira.
Para apresentar o filme em Gramado, a diretora subiu ao palco do Palácio dos Festivais ao lado de integrantes de sua equipe: “Estou muito emocionada em estar de volta ao festival. Eu estive aqui com meu primeiro curta-metragem, O Lençol Branco, em 2005, há quase vinte anos e foi um dos primeiros festivais que eu participei. Desde então, faz parte da minha trajetória. Estive aqui também com outro curta, com meu primeiro longa solo [Sinfonia da Necrópole] e agora estreando Cidade; Campo. É a primeira exibição do filme no Brasil e é muito especial. É um filme bastante pessoal e subjetivo”, disse a diretora.
Vera Fischer ovacionada no palco: homenageada
A produtora Sara Silveira, da Dezenove Som e Imagens, também discursou: “Estou fazendo quarenta anos de Gramado! Eu sou gaúcha e luto pelo cinema brasileiro como o Rio Grande do Sul luta para sobreviver”.
*Clique aqui e assista aos melhores momentos da apresentação de Cidade; Campo e entrevistas com as atrizes Mirella Façanha, Bruna Linzmeyer e Fernanda Vianna e com a produtora Sara Silveira.
Depois de Cidade; Campo, o Palácio dos Festivais foi tomado pela alegria contagiante da atriz Vera Fischer, que subiu ao palco para receber o Troféu Cidade de Gramado: “Eu tenho orgulho da pornochanchada. Era um movimento muito sério. Com alegria e despudor, a pornochanchada queria tirar o ranço do militarismo dos anos 1970. Fizemos isso e foi muito lindo!”, disse a homenageada.
Ovacionada pelo público, seguiu seu discurso: “Vera Fischer está em Gramado… 52º Festival de Cinema… e ela vai ser homenageada. Capaz… Eu fico muito feliz, honrada e orgulhosa desse festival estar se posicionando com resistência. O Rio Grande do Sul quase se acabou e vocês estão aqui firmes”. E finalizou: “Eu quero continuar fazendo cinema. Queridos, o que eu posso dizer, do fundo do meu coração é: obrigada! Esse prêmio lindo e maravilhoso é nosso, é do cinema. A Vera Fischer vai fazer por onde ainda!”.
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Dira Paes: estreia como diretora e na disputa pelo kikito
A noite de terça-feira, 13/08, foi marcada por muitas emoções na 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado. A consagrada atriz Dira Paes, que já participou diversas vezes do evento, subiu ao palco do Palácio dos Festivais pela primeira vez como diretora de um longa-metragem.
Pasárgada surgiu de uma experiência pessoal de Dira: durante a pandemia de Covid-19, a artista se isolou entre as montanhas do Arraial do Sana, em Macaé, no Rio de Janeiro, onde o longa foi rodado. Rica em biodiversidade, a região abrange parte da Mata Atlântica e é uma das áreas mais procuradas por pesquisadores de aves no mundo, o que serviu de inspiração para a criação da narrativa.
A sinopse oficial diz: Irene é uma ornitóloga, interpretada por Dira Paes, solitária em seus 50 anos que, durante seu projeto de pesquisa no meio da floresta, redescobre sua tropicalidade após conhecer Manuel, vivido por Humberto Carrão, um jovem guia que fala a língua dos pássaros e traz à tona seus dilemas como mulher, mãe e profissional. O elenco conta também com Cássia Kis, Peter Ketnath e Ilson Gonçalves.
Nascida no Pará, em meio à Floresta Amazônica, a conexão de Dira com a natureza e seu compromisso com o ativismo ambiental foram elementos importantes para a construção da narrativa. Os dados de que, no Brasil, 80% dos animais contrabandeados são pássaros e que o tráfico de animais silvestres é o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para armas e drogas, acionaram ainda mais as inquietações da cineasta para tratar desse universo em Pasárgada. Uma de suas principais atividades durante o desenvolvimento do roteiro foi a observação de pássaros, fator determinante para a escolha da profissão da protagonista Irene.
Fafá de Belém e Dira Paes no tapete vermelho
Emocionada, Dira subiu ao palco ao lado de alguns integrantes da equipe, entre eles, Pablo Baião, diretor de fotografia e seu marido; e a cantora Fafá de Belém, que conta com duas músicas na trilha do longa: “É uma honra estar aqui. É emocionante atravessar esse caminho que eu já fiz várias vezes como atriz e agora como diretora. É um novo momento, uma nova emoção. Esse filme surge de um desejo profundo de fazer cinema sobre outra visão. Mas é sobre ser cinema. Eu acho que eu sou cinema. Eu queria a experiência de atravessar um filme desde a sua ideia original”, disse a diretora.
A emoção tomou conta quando Fafá de Belém pegou o microfone para discursar e, na sequência, cantar uma música para Dira: “Você é o cinema brasileiro. Você é a mulher amazônica. Você representa todas nós”.
*Clique aqui e assista aos melhores momentos da apresentação e uma entrevista com Dira Paes.
Depois da exibição de Pasárgada, a noite seguiu com a exibição de seis curtas-metragens brasileiros em competição: Movimentos Migratórios, de Rogério Cathalá; Navio, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real; Fenda, de Lis Paim; Ressaca, de Pedro Estrada; A Menina e o Pote, de Valentina Homem; e Ana Cecília, de Julia Regis.
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Fotos: Edison Vara e Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.
Rodger Rogério e Ângelo Antônio, de Oeste Outra Vez
No domingo, 11/08, a mostra competitiva de longas-metragens brasileiros do 52º Festival de Cinema de Gramado exibiu Estômago 2: O Poderoso Chef, de Marcos Jorge. A produção é a sequência de Estômago, lançado em 2008 e que se consagrou como um clássico do cinema nacional, sendo sucesso entre a crítica.
Nesta nova história, o público acompanha o que aconteceu com Raimundo Nonato, interpretado por João Miguel, após estes 16 anos, além da chegada de um novo protagonista: o mafioso Dom Caraglio, vivido por Nicola Siri.
A sinopse diz: a fantástica e divertida jornada do anti-herói Raimundo Nonato e suas aventuras filosófico-culinárias continuam. Dezesseis anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, Nonato virou o chef dos chefs na prisão, encantando com seu talento culinário e saborosa lábia tanto o diretor do presídio quanto o veterano líder dos detentos, interpretado por Paulo Miklos. Até que um terceiro chefão, o mafioso italiano Dom Caraglio chega para disputar o controle da penitenciária e o privilégio de ser servido pelo carismático cozinheiro. Ao mesmo tempo, o filme apresenta os tortuosos caminhos que transformaram o pacato filho da dona de um restaurante brasileiro no sul da Itália no poderoso chefe que, anos depois, vem ao Brasil desafiar o crime organizado por causa de Nonato.
Com roteiro de Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge, o filme conta também com Guenia Lemos, Marco Zenni, Violante Placido, Giulio Beranek, Marisa Laurito, Giorgio Gobbi, Projota e Vincent Riotta.
No palco do Palácio dos Festivais, Marcos Jorge subiu ao lado de diversos integrantes de sua equipe: “Como um sulista, apesar de ser curitibano, quando confundem meu sotaque, meu jeito, minha procedência e acham que sou gaúcho, me sinto honrado. Quanto ao filme, essa é uma ocasião muito especial”, disse o diretor.
O protagonista Nicola Siri também discursou: “Que maravilha estar em Gramado! Que maravilha que a arte e a cultura continuam lutando. Esse é um momento importante para dizer que arte e cultura são os únicos caminhos. Vocês vão assistir a um filme absurdo!”.
Nicola Siri e Projota, de Estômago 2: O Poderoso Chef
A mostra competitiva de longas brasileiros continuou no dia seguinte, segunda-feira, 12/08, com Oeste Outra Vez, dirigido pelo cineasta anapolino Erico Rassi, representante de Goiás. Segundo longa do diretor (o primeiro foi Comeback), começou a ser escrito em 2015 após receber o prêmio de desenvolvimento do Fundo Setorial do Audiovisual. Orientado por um processo criativo pessoal, o diretor embarcou em viagens de imersão e entrevistou alguns personagens da vida real que encontrava pelo caminho.
A locação escolhida para Oeste Outra Vez foi a Chapada dos Veadeiros, tendo São João da Aliança como cenário principal. Segundo Erico, algumas cenas foram escritas em função de paisagens específicas do sertão chapadense. Com direção de fotografia de André Xará Carvalheira, a montagem é de Leopoldo Joe Nakata e Erico Rassi. O desenho de som é de Ricardo Reis e a direção de arte é de Carol Tanajura.
A sinopse diz: no sertão de Goiás, homens brutos que não conseguem lidar com suas fragilidades são constantemente abandonados pelas mulheres que amam. Tristes e amargurados, eles se voltam violentamente uns contra os outros. O elenco conta com Ângelo Antônio, Rodger Rogério, Antonio Pitanga, Babu Santana, Adanilo, Daniel Porpino e Tuanny Araújo.
No palco do Palácio dos Festivais, ao lado de sua equipe, Erico disse: “Eu sei que neste momento o holofote fica no elenco e no diretor, mas eu eu queria aproveitar para exaltar a Cris [Cristiane Miotto], produtora. Todas as decisões que eu tomo passam por ela. O filme é, com certeza, tanto dela quanto meu e de todo mundo que está aqui”.
O protagonista Ângelo Antônio também discursou: “Estou muito feliz de estar aqui apresentando esse filme que eu gosto demais. Agradeço a vocês por estarem aqui. É um momento bem especial para o sul e para o cinema. Agradeço ao Erico por ter me convidado para fazer esse filme”. Babu Santana finalizou: “É um prazer estar de volta aqui em Gramado! O kikito é um prêmio tão almejado e é rara a chance de estar aqui. Agradeço a presença de todos e obrigado Erico por me permitir fazer parte dessa história também”.
Depois de Oeste Outra Vez, foram exibidos seis curtas-metragens brasileiros em competição: Maputo, de Lucas Abrahão; Ponto e Vírgula, de Thiago Kistenmacker; Castanho, de Adanilo; Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta; A Casa Amarela, de Adriel Nizer; e Via Sacra, de João Campos.
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Fotos: Cleiton Thiele e Edison Vara/Agência Pressphoto.
Nataly Rocha, Fabio Assunção e Iago Xavier em Gramado: filme de abertura
Depois de disputar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, o thriller erótico Motel Destino, novo longa-metragem do cineasta cearense Karim Aïnouz, abriu a 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado e chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, 22/08, distribuído pela Pandora Filmes.
Motel Destino carrega o nome de um local numa beira de estrada do litoral cearense, palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada de um jovem transforma em definitivo o cotidiano do motel. O rapaz em fuga, totalmente vulnerável, cruza seu caminho com o de uma mulher aprisionada pelas dinâmicas de um casamento abusivo.
Elemento recorrente na filmografia de Aïnouz, o erotismo é o pano de fundo de Motel Destino. As cores fortes e vibrantes do litoral nordestino dão a tônica visual-narrativa da nova obra, o primeiro projeto do diretor rodado inteiramente no Ceará desde O Céu de Suely (2006). O longa é um retrato íntimo de uma juventude que teve seu futuro roubado por uma elite tóxica e esmagadora, contra a qual a insubordinação e revoltas são, não raramente, a saída possível.
Estrelado por Iago Xavier, Fabio Assunção e Nataly Rocha, a coprodução entre Brasil, França e Alemanha tem roteiro assinado por Karim Aïnouz, Mauricio Zacharias e Wislan Esmeraldo. O elenco conta também com Renan Capivara, Yuri Yamamoto, Fabíola Líper, Isabela Catão, Jupyra Carvalho, David Santos e Bruna Beserra.
Por trás das câmeras, a diretora de fotografia Hélène Louvart, renomada por seus trabalhos em A Vida Invisível e Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, captura com sutileza as nuances visuais do filme. A montadora Nelly Quettier, reconhecida por Beau Travail e Lazzaro Felice, imprime uma precisão rítmica à narrativa. O diretor de arte Marcos Pedroso, de Madame Satã e Praia do Futuro, agrega uma rica expressão artística à obra. A produção foi liderada por Janaina Bernardes (Cinema Inflamável) e Fabiano Gullane e Caio Gullane (Gullane).
Para falar mais sobre o filme, conversamos com os atores Fabio Assunção, Iago Xavier e Nataly Rocha depois da exibição do longa no Palácio dos Festivais do Festival de Gramado. No bate-papo, falaram sobre entrosamento com elenco e equipe, reação do público em Cannes e Gramado, preparação, filmagens, entre outros assuntos.
A mostra competitiva de longas-metragens brasileiros da 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou neste sábado, 10/08, com a exibição de O Clube das Mulheres de Negócios, novo longa-metragem da consagrada cineasta Anna Muylaert. O filme traz inversão de papéis de gênero em uma narrativa bem-humorada que conta com um grande elenco.
A gênese do projeto se deu no final de 2015, na efervescência de movimentos feministas, quando Anna Muylaert teve a ideia de realizar um filme de inversão de papéis de gênero, que mostrasse como as mulheres são desprivilegiadas em muitas situações. Nesses nove anos desde o início da criação do filme, muitas movimentações sociopolíticas aconteceram, inclusive o #MeToo, fazendo com que Anna atualizasse o roteiro, em parceria com a Glaz Entretenimento, para incorporar também as mudanças sociais e o recente momento de extremismo político vivido pela sociedade brasileira.
Com tom de sátira e bom humor, mas sem deixar de lado as críticas sociais, O Clube das Mulheres de Negócios traz situações absurdas que fazem o espectador se questionar sobre as estruturas de poder vigentes, problematizando o machismo e classismo enraizados na sociedade. Anna Muylaert, que já fez o público rir e chorar com Que Horas Ela Volta? e Mãe Só Há Uma, agora traz diversão, reflexão e catarse para os espectadores em uma obra que dialoga diretamente com o momento cultural vivido no Brasil e no mundo.
A inversão dos papéis de gênero, com as mulheres exercendo autoridade enquanto os homens são moldados para uma postura de submissão, é apenas o começo de uma série de imagens e reflexões propostas ao longo do filme. À medida que a história vai escalando, surgem as onças que conectam todas as outras instâncias da narrativa, simbolizando o poder que transcende às rígidas divisões estabelecidas pela sociedade.
O longa conta com um grande elenco composto por nomes conhecidos do teatro, cinema e televisão brasileiros, sobretudo no universo da comédia. Entre eles estão os protagonistas Luis Miranda dando vida ao renomado fotógrafo homem Jongo e Rafael Vitti como seu inexperiente e ingênuo colega, Candinho. Eles serão as presas das mulheres de negócios: Cristina Pereira interpretando Cesárea, presidente do Clube e Louise Cardoso como sua fiel escudeira, Brasília. Irene Ravache interpreta a quatrocentona Norma com seu marido submisso, vivido por André Abujamra, 20 anos mais novo.
Também fazem parte do Clube: Katiuscia Canoro vivendo Zarife, uma mulher destemperada que quer ser presidente do Brasil e suas obedientes sobrinhas Maria Bopp e Veronica Debom. Grace Gianoukas dá vida à vaqueira predadora Yolanda, que traz a tiracolo seu marido troféu, Jadeson, interpretado por Tales Ordakji, 40 anos mais jovem. Shirley Cruz interpreta a milionária líder evangélica Bispa Patrícia, Polly Marinho é a cantora de funk hypada Kika e Helena Albergaria faz a misteriosa advogada Fay Smith. Aos 80 anos de idade, Ítala Nandi volta às telas como a conquistadora Donatella.
A diretora Anna Muylaert no tapete vermelho
Na apresentação do filme no Palácio dos Festivais, Muylaert subiu ao palco com diversas integrantes do elenco: “Nós estamos felizes em participar desse festival depois de toda a tragédia climática que aconteceu no Rio Grande do Sul. Todos nós, do elenco e equipe, estamos solidários a todos”.
No seu discurso, Anna aproveitou para relembrar sua história com Gramado: “A primeira vez que eu vim ao festival foi na década de 1980 como crítica do Estadão. Foi o ano que passou o filme Anjos da Noite, do Wilson Barros, que era meu professor de direção. E foi o ano que ganhou Anjos do Arrabalde, de Carlos Reichenbach, que estava aparecendo para o público. A segunda vez que eu vim foi nos anos 1990 como curta-metragista na era Collor quando não tinha quase filme brasileiro. Em 2002, no início da retomada, eu participei com Durval Discos, que mudou a minha vida e por isso tenho um carinho por esse festival. Foi o ano que foi lançado Amarelo Manga, Cidade de Deus e Madame Satã. Foi o início fervoroso da retomada, um momento muito especial que dava alegria de fazer parte do clube do cinema brasileiro. No ano seguinte eu fui júri”.
E seguiu: “Em 2015 eu abri o festival com Que Horas Ela Volta? em um momento que o cinema brasileiro estava bombando pelo mundo. Agora, em 2024, voltando com O Clube das Mulheres de Negócios que, não por acaso, é o meu filme que mais dialoga com Durval Discos”.
Anna também trouxe uma reflexão importante sobre o atual momento do cinema: “Acho que estamos em um momento difícil para o cinema devido ao fato que as pessoas estão vendo narrativas curtas nos celulares e em suas telas pequenas. E também porque houve uma invasão das multinacionais americanas do audiovisual que estão fazendo produções a partir de outros parâmetros do que o cinema faz. Eles trabalham muito a partir de números e estão mudando a forma de ver filmes e a forma de produzir filmes. Eu tenho a impressão que eles estão diminuindo a importância da autoria cinematográfica. Sendo mais importante a empresa e a multinacional do que o diretor, o autor. Essa importância está sendo rebaixada”.
A cineasta seguiu seu discurso: “Neste momento, queria dizer o quanto esse festival é mais importante do que nunca. Porque aqui temos sete autores, dos quais quatro são mulheres, o que eu acho algo muito bom. Queria celebrar o festival e também a Ancine. Sem a Ancine não haveria cinema brasileiro dos últimos anos. E essa ideia de autor eu acho fundamental porque qualquer obra de arte, seja cinema, teatro ou literatura, demanda humanidade, sangue, cuspe. Como diria Claudio Assis em Amarelo Manga: estômago e sexo. E eu acho que essa baixada de bola da autoria faz com que as coisas fiquem menos vivas e menos importantes. Eu acho que o cinema brasileiro, como disse Paulo Emílio Sales Gomes: o cinema brasileiro, independente da qualidade, sempre será mais interessante para nós do que qualquer filme estrangeiro. E eu acredito nisso. Eu acredito no cinema brasileiro e na autoria! Que o cinema brasileiro tenha vida longa e que tenha sangue!”.
Elenco e equipe no palco do Palácio dos Festivais
Ao final do discurso, Muylaert falou sobre o longa em competição: “Esse é um filme muito provocativo e tem múltiplas formas de ser visto e lido. Mas eu posso dizer uma coisa: todo mundo que está aqui fez esse filme com sangue, muito amor e de mãos dadas. Recebam nosso amor!”.
No dia seguinte à exibição, a diretora e o elenco participaram de um debate na Sociedade Recreio Gramadense, que foi mediado pelo jornalista gaúcho Roger Lerina. Entre diversas questões levantadas entre o público presente e a equipe do filme, a coletiva foi marcada por um momento emocionante com o forte depoimento da atriz Cristina Pereira, que revelou, pela primeira vez, publicamente, que foi estuprada aos 12 anos: “Cheguei no colégio com o uniforme aberto e ninguém se preocupou. Só queriam saber porque eu estava chegando atrasada”.
A revelação aconteceu quando debatiam uma das cenas do filme em que o personagem Candinho, interpretado por Rafael Vitti, sofre um assédio: “Quando o Candinho chora, sou eu que choro e são muitas meninas de 12 anos como aquela que estava a caminho do colégio e mataram aquela menina. É a primeira vez que falo publicamente sobre isso. Aconteceu comigo, mas está acontecendo com muitas meninas. Eu estava entrando na puberdade, nem tinha ficado menstruada. Eu não sabia nada sobre sexo, não sabia o que aquele homem tinha feito comigo, uma coisa horrível. Na minha época, não tinha educação sexual nas escolas”. Depois da fala, Cristina foi amparada pelas colegas de elenco que também estavam muito emocionadas e a abraçaram com muito carinho.
Além disso, outras questões também foram abordadas no início da coletiva. A atriz Maria Bopp comentou o entrosamento do elenco: “Esse filme tem muito do coletivo. Eu acho que é proposital um elenco tão grande. Nós somos um organismo. Estamos vivendo uma era de individualidade e individualismo e o interessante é que somos um grupo, vários tentáculos de um monstro. O coletivo faz sentido. Não acho que teria que ter um espaço individual de brilho para cada atriz, apesar de que todas são brilhantes. Brilhamos juntas”.
Katiuscia Canoro também debateu: “Eu sou uma atriz comediante aos olhos de vocês porque acho que todo mundo me conhece de uma comédia muito popular, como Zorra Total e Vai que Cola. O máximo que eu fiz da TV Globo foi A Grande Família. Todo mundo espera de mim uma comédia muito rasgada. Como palhaça, já que sou formada em palhaçaria, entende-se que nós somos o fracasso. Como fracasso, entrar num lugar desses, sendo o palhaço a única pessoa que pode dar um tapa na cara do rei, falar de coisas tão importantes e colocar várias críticas é um privilégio”.
Além da exibição de O Clube das Mulheres de Negócios, a noite de sábado contou também com a homenagem especial a Matheus Nachtergaele, que recebeu o Troféu Oscarito; e a exibição do primeiro episódio da série Cidade de Deus: A Luta Não Para, de Aly Muritiba.
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Matheus Nachtergaele: consagrado no Palácio dos Festivais
Ator, diretor, roteirista e autor, Matheus Nachtergaele é um dos maiores nomes das artes brasileiras. O multiartista de 56 anos, que está no ar como Norberto, na novela Renascer, após um hiato de dez anos sem atuar no segmento, foi homenageado na 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado com o Troféu Oscarito.
Na noite de sábado, 10/08, Nachtergaele foi ovacionado no palco do Palácio dos Festivais por sua trajetória de sucesso: “Eu tô bem nervoso. É muito difícil me fazer aceitar ser merecedor dessa honraria. O Festival de Gramado é o festival mais longevo do Brasil. Ele é a casa tradicional do cinema brasileiro. Essa homenagem é um dos pontos culminantes de uma caminhada dentro do cinema para um ator no Brasil”, disse no início do seu discurso.
Depois de receber o Troféu Oscarito das mãos do jornalista Marcos Santuario, também curador do festival, emocionou o público com suas palavras: “Eu apostei todas as minhas fichas em ser ator. Eu não tenho um plano B. Não fiz família, não tenho hobby, não escalo montanhas, não faço aeromodelismo nas horas vagas. Eu estou sempre pensando em um próximo personagem. E eu fui ator na hora do cinema brasileiro se retomar, fui recrutado para essa reconstrução e passei a ser um dos construtores do cinema que a gente tem hoje em dia no Brasil. Quero me sentir merecedor dessa homenagem. Quero abrir meu peito para essa alegria. Quero dizer também que se alegria e carinho fossem algo bem concreto, eu dividiria em 206 mil partes e daria um bocadinho para as famílias que continuam desabrigadas após a tragédia das águas aqui no Rio Grande do Sul. Mas como carinho não é tão palpável, eu só espero que essa noite expanda a resistência e o brilho dos gaúchos por toda essa região. O festival esse ano merece um aplauso a mais!”.
Nascido em São Paulo, iniciou sua trajetória no Centro de Pesquisa Teatral, de Antunes Filho, e na companhia Teatro da Vertigem, com o seu trabalho em O Livro de Jó, de 1995. A estreia nas telonas veio dois anos depois, com dois filmes antológicos: o clássico gaúcho Anahy de las Misiones, de Sérgio Silva, e O que é Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto, que concorreu ao Oscar de melhor filme internacional. Também em 1997, fez sua estreia na TV Globo, na minissérie Hilda Furacão. Dando vida à Cintura Fina, personagem que se identificava como mulher, embora tivesse nascido com um corpo masculino, Matheus desafiava as noções de gênero vigentes. Esse papel levou reconhecimento ao ator, que viria a protagonizar a minissérie O Auto da Compadecida (1999), posteriormente lançada, em formato reduzido, para os cinemas, rendendo-lhe o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como melhor ator.
No ano de 2002, participou de outro clássico do cinema nacional: Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund, que concorreu ao Oscar em quatro categorias. Atrás das câmeras, mostrou um novo talento ao dirigir A Festa da Menina Morta. O longa foi selecionado para a mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes, e venceu os prêmios de melhor filme pelo Júri Popular e pela Crítica, melhor ator, fotografia e música no Festival de Gramado; a obra ainda arrematou os prêmios de melhor direção de ficção e melhor ator no Festival do Rio.
Ano passado, durante a 51ª edição do Festival de Gramado, na qual exibiuMais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry, foi eternizado na Calçada da Fama da cidade. Matheus possui indicações e vitórias nos mais importantes festivais e premiações do cinema brasileiro e mundial: Festival de Cannes, Prêmio Platino, Festival de Cinema de Lisboa, Uruguay International Film Festival, Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Festival do Rio, Festival de Brasília, Cine Ceará e Cine PE são alguns exemplos.
Homenagem na serra gaúcha pela carreira consagrada
Nas telonas, Nachtergaele também é conhecido por trabalhos como Central do Brasil (1998), Amarelo Manga (2002) e Febre do Rato (2011), e muitos outros projetos para a TV, como Sob Pressão (2017), Cordel Encantado (2011) e Todas as Mulheres do Mundo (2020). Em 2024, Matheus retorna aos cinemas como João Grilo, personagem emblemático de sua carreira, para a continuação de O Auto da Compadecida, de Guel Arraes; a sequência estreia no dia 25 de dezembro. Matheus Nachtergaele se junta à Mariëtte Rissenbeek e Jorge Furtado, que serão homenageados com o Kikito de Cristal e Eduardo Abelin, respectivamente.
Emocionado no palco, Matheus continuou seu discurso: “Eu tenho um sonho, que já não é mais íntimo porque às vezes eu falo dele: de que um dia, no homem mais evoluído, a oração vai ser feita no bom teatro, no bom cinema, no bom show de música. Eu acho que as artes do espetáculo, que se apresentam para o coletivo, em qualquer gênero, comédia, tragédia, drama, musical, é a oração dos homens mais livres. É quando a gente se encontra para celebrar, para fazer a catarse de espanto, de alegria, de horror, de arrepio, de calafrio”.
E seguiu: “Os filmes agora moram pouco nos cinemas. Vão logo para as televisões, para os streamings. O cinema tá mudando e isso pode ser muito bom… vamos ver! Mas os lindos filmes de cinema serão como orações: um dia ocuparão o lugar das igrejas que ainda utilizam de dogma para cativar as pessoas. Vamos orar juntos e livremente. E neste sentido, os festivais de cinema serão igrejas onde pessoas bem livres estarão prontas para rezar com liberdade total. E rir e chorar o mundo juntas. Eu sonho com isso! Toda vez que eu entro em cena eu posso dizer que estou rezando”.
No palco, Nachtergaele também declamou o poema Eros e Psique, de Fernando Pessoa, e contou com a ajuda da plateia para a interação. Depois, finalizou seu discurso: “Eu não quero ocupar muito tempo, mas vou ocupar um pouco porque é o dia de ganhar o Oscarito. O ator é um ser bem perdido mesmo e essa doença de alma, quando bem utilizada, é uma coisa boa para a sociedade como um todo. Tem uma função de limpeza mesmo, uma coisa sanitária das almas. O ator, por estar se procurando por não saber quem ele é, vai pegando carona em cada personagem e vai encontrando temporariamente em si coisas que ele desconhecia. E durante aquele período fica confortável em cena sendo algo. Depois que aquilo acaba, ele tá de novo na perdição. Precisa do aplauso, precisa do amor. Ele é um perdido esfacelado que tá se procurando. Mesmo. Ele tá em sofrimento”.
Depois da homenagem a Matheus Nachtergaele, aconteceu a exibição especial do primeiro episódio da série Cidade de Deus: A Luta Não Para, que contou com a presença do diretor Aly Muritiba e integrantes do elenco, entre eles, a atriz Roberta Rodrigues, que elogiou o colega: “É uma honra estar aqui no dia em que Matheus é homenageado. Eu sou uma grande fã, somos todos. E você definiu muito o que é arte. Você é um gênio e eu fiz Cidade de Deus ao seu lado. Eu vi você atuando e isso é uma honra”.
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