Elenco: Andra Day, Trevante Rhodes, Leslie Jordan, Miss Lawrence, Natasha Lyonne, Dusan Dukic, Erik LaRay Harvey, Da’Vine Joy Randolph, Koumba Ball, Kate MacLellan, Kwasi Songui, Adriane Lenox, Letitia Brookes, Tyler James Williams, Warren ‘Slim’ Williams, Orville Thompson, Garrett Hedlund, Jeff Corbett, Damian Joseph Quinn, Robert Alan Beuth, Randy Davison, Melvin Gregg, Kevin Hanchard, Jono Townsend, Morgan Moore, Ray Shell, Arlen John Bonnar, Furly Mac, Blake DeLong, Andrew Zadel, Tristan D. Lalla, Alex Bisping, Don Anderson, Amanda Strawn, Charleine Charles, Evan Ross, Sylvia Stewart, Daphné Archer, Anita Lee, Tony Chao, Linda Sauvé, Alain Goulem, Ramona Clyke, Laurent Beaudin, Alika Autran, Kim Feeney, Diana Carmen Ratycz, Tone Bell, Richard Jutras, Rob Morgan, Jonathan Higgins, Nealla Gordon, Christopher Ricardo Price, Taryn Brown, Zuri Hawkins, Elizabeth Eveillard, Dana Gourrier, Clauter Alexandre, Joe Cobden, Ronda Louis-Jeune, Maxime Paradis, Sarah Levesque, Simon Alain, Karl Graboshas, Yvanna-Rose Leblanc, Cat Lemieux, Miryam Magri, Franklin McCay, Jesse Mitchell, Christopher Wyllie.
Ano: 2021
Sinopse: O drama apresenta a vida de uma das mais importantes cantoras de jazz da história: Billie Holiday. A história explora momentos da década de 1940 em que a artista, no auge da carreira, foi alvo do Departamento Federal de Narcóticos, do FBI, em uma operação para impedi-la de cantar Strange Fruit, música que se tornou um hino do movimento dos direitos civis no século XX.
Frances McDormand em Nomadland, de Chloé Zhao: quatro prêmios.
Foram anunciados nesta quinta-feira, 22/04, os vencedores do Independent Spirit Awards 2021, prêmio que elege as melhores produções independentes do ano.
A cerimônia de premiação, realizada em formato virtual, foi apresentada pela atriz e comediante Melissa Villaseñor e contou com a participação de nomes importantes da indústria, como: Maria Bakalova, Cate Blanchett, Don Cheadle, Laura Dern, Daveed Diggs, Dominique Fishback, Julia Garner, Kathryn Hahn, Annie Murphy, Kumail Nanjiani, Leslie Odom Jr., Adam Sandler, Lulu Wang, Phoebe Waller-Bridge e Renée Zellweger.
Neste ano, o brasileiro Bacurau, dirigido por Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, estava na disputa pelo prêmio de melhor filme internacional, mas, infelizmente, não saiu vitorioso. Além disso, o cineasta brasileiro Edson Oda concorreu na categoria de melhor filme de estreia com Nine Days.
Uma novidade nesta 36ª edição é que pela primeira vez na história do Spirit Awards, conhecido como o Oscar do cinema independente, produções televisivas e de streaming também estavam na disputa por suas realizações excepcionais em singularidade de visão, inovação e ousadia.
Conheça os vencedores do Independent Spirit Awards 2021:
CINEMA
MELHOR FILME Nomadland, produzido por Mollye Asher, Dan Janvey, Frances McDormand, Peter Spears e Chloé Zhao
MELHOR FILME DE ESTREIA O Som do Silêncio, de Darius Marder
MELHOR DIREÇÃO Chloé Zhao, por Nomadland
MELHOR ROTEIRO Bela Vingança, escrito por Emerald Fennell
MELHOR ROTEIRO DE ESTREIA Palm Springs, escrito por Andy Siara
MELHOR ATOR Riz Ahmed, por O Som do Silêncio
MELHOR ATRIZ Carey Mulligan, por Bela Vingança
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Yuh-Jung Youn, por Minari: Em Busca da Felicidade
MELHOR ATOR COADJUVANTE Paul Raci, por O Som do Silêncio
MELHOR DOCUMENTÁRIO Crip Camp: Revolução pela Inclusão, de James Lebrecht e Nicole Newnham
MELHOR FILME INTERNACIONAL Quo vadis, Aida?, de Jasmila Žbanić (Bósnia e Herzegovina)
MELHOR FOTOGRAFIA Nomadland, por Joshua James Richards
MELHOR EDIÇÃO Nomadland, por Chloé Zhao
PRÊMIO JOHN CASSAVETES Residue, de Merawi Gerima (EUA)
PRODUCERS AWARD Gerry Kim
SOMEONE TO WATCH AWARD Ekwa Msangi, por Farewell Amor
TRUER THAN FICTION AWARD Elegance Bratton, por Pier Kids
PRÊMIO ROBERT ALTMAN | MELHOR ELENCO Uma Noite em Miami…, de Regina King Elenco: Kingsley Ben-Adir, Eli Goree, Leslie Odom Jr. e Aldis Hodge
TV
MELHOR ELENCO I May Destroy You
MELHOR ATRIZ Shira Haas, por Nada Ortodoxa
MELHOR ATOR Amit Rahav, por Nada Ortodoxa
MELHOR ROTEIRO DE ESTREIA I May Destroy You
MELHOR ROTEIRO DE ESTREIA | SÉRIE DOCUMENTAL Immigration Nation
Elenco: Alan S. Kim, Steven Yeun, Yeri Han, Noel Cho, Yuh-Jung Youn, Darryl Cox, Esther Moon, Ben Hall, Eric Starkey, Will Patton, Jacob M Wade, James Carroll, Jenny Phagan, Tina Parker, Chloe Lee, Joel Telford, Scott Haze, Kaye Brownlee-France, Skip Schwink, Tea Oh, Laurie Cummings, Daniel Fortman, Laurie Frost, Warren Lane, Jonnie Parnell, Amanda Pearce, Ernie Robinson, Ed Spinelli, Debbi Tucker, April Warren.
Ano: 2020
Sinopse: Um casal coreano se muda, junto com seus dois filhos pequenos, para uma pequena fazenda no Arkansas, Estados Unidos, em busca do sonho americano. A rotina da família se transforma com a chegada de Soonja, a avó fora dos padrões que veio morar com eles. Em meio à instabilidade e aos desafios desta nova vida, o filme mostra a resiliência da família e o que realmente importa em um lar.
Crítica: O cineasta americano Lee Isaac Chung ganhou destaque ao exibir o drama Munyurangabo no Festival de Cannes, em 2007; rodado em Ruanda, foi o primeiro longa-metragem filmado no dialeto kinyarwanda e contava com atores não-profissionais. Ao longo da carreira, realizou outros trabalhos e, recentemente, voltou aos holofotes com Minari: Em Busca da Felicidade, premiado no Festival de Sundance. Filho de imigrantes coreanos, Lee Isaac Chung se baseou na história de sua família para dirigir e escrever o novo filme. A trama, basicamente, fala de esperança. Em busca de um futuro melhor, Jacob e Monica se mudam para uma pequena fazenda ao lado dos dois filhos. Ao desenrolar da narrativa, a nova rotina dessa família é retratada aos poucos. Até aqui, nada de novo. A virada no roteiro se dá com a chegada da avó materna, interpretada por Yuh-Jung Youn. Apesar de fazer parte da mesma árvore genealógica, ela é vista como uma estranha no ninho. Com isso, sua relação com David, o neto mais novo e interpretado brilhantemente pelo jovem Alan Kim, acaba sendo o ponto alto do longa. A dupla é responsável pelos momentos divertidos da trama e a aproximação entre eles, mesmo um pouco clichê, é bonita e convincente. Ao fundo disso tudo, vemos um pai preocupado em ser exemplo para os filhos, uma mãe ciente do desgaste emocional causado pela nova vida e uma responsabilidade não programada em cima das crianças. Há espaço também para mostrar a adaptação dessa família aos costumes locais, os novos amigos e a perseverança em concretizar o tão esperado sonho americano. Mesmo repetindo uma fórmula narrativa já vista diversas vezes no cinema, tratando-se desse tema, como no filme Terra de Sonhos, Lee Isaac Chung ainda consegue segurar o espectador pelo elenco. O trabalho do talentoso e carismático ator Alan Kim, aos nove anos de idade, é surpreendente. Seu personagem é quem traz alegria para o filme. Mesmo com sua ingenuidade infantil, é nele, e também em sua irmã, que a esperança é projetada. Cada esforço é realizado para garantir um futuro melhor para os jovens. Porém, desde o início, a sombra de uma tragédia é anunciada. Ainda que consiga surpreender no final, o roteiro não desapega do clichê. Há também traços de Pequena Miss Sunshine em Minari e outras situações que lembram tantos filmes. A trilha sonora assinada por Emile Mosseri se conecta à narrativa facilmente e combina com a trama, mesmo aparecendo sem necessidade em algumas cenas só pelo fato de querer forçar a emoção. O drama familiar apresentado por Lee Isaac Chung comove ao dialogar diretamente com as dificuldades enfrentadas por estrangeiros em um novo país e convence pela experiência própria vivida por ele. Mas, derrapa por não sair do lugar-comum quando fala-se de sonhos, decepções e esperança. (Vitor Búrigo)
Luiz Inácio Lula da Silva em cena do documentário Linha de Montagem.
O cinema metalúrgico, que teve em Renato Tapajós seu principal nome, será tema de um debate virtual com apresentação de Evaldo Mocarzel e mediação de Maria do Rosário Caetano. O evento on-line acontecerá no sábado, 24/04, às 19h, no YouTube.
Também participarão do Encontros Notáveis – Cinema Operário e a Obra de Renato Tapajós: os professores universitários Ricardo Antunes, da Unicamp; Jean-Claude Bernardet e Ismail Xavier, da USP; e Marcos Corrêa, autor do livro Filmar Operários: Registro e Ação Política de Cineastas Durante a Ditadura Militar no Brasil; e os cineastas Jorge Bodanzky, Roberto Gervitz e Toni Venturi.
Três documentaristas, que também participaram do ciclo do cinema metalúrgico (operário ou social) farão uma participação especial no programa: João Batista de Andrade, Adrian Cooper e Lauro Escorel. O cineasta Joel Zito Araújo, que trabalhou com Renato Tapajós na produtora Tapiri, também dará seu testemunho.
Marcos Corrêa dedicou ao Cinema Metalúrgico, realizado no ABC e na capital paulista, nos anos 1970, início dos 80, sua tese de doutorado. Ele levantou 26 títulos produzidos no período. Volkswagen: Operários na Alemanha e no Brasil, de Jorge Bodanzky e Wolf Gauer, realizado em 1974, foi o primeiro título documental a se ocupar dos operários (no caso, um operário brasileiro, visto em seu cotidiano e comparado a um operário da Volks alemã). Os outros 25, realizados entre 1976 e 1984, tiveram seu momento mais efervescente na virada em 1978, 79 e 80, momentos das greves metalúrgicas.
A partir de primeiro de maio, a TVT (TV dos Trabalhadores) dedicará um ciclo de filmes metalúrgicos aos espectadores. Ao longo de três meses, sempre aos sábados, às 21h, a sessão CineTVT apresentará filmes de Renato Tapajós (Linha de Montagem será o título inaugural), João Batista de Andrade, Roberto Gervitz e Sérgio Toledo, Cláudio Kahns, entre outros.
Vale lembrar que o debate será transmitido no canal do YouTube de Evaldo Mocarzel, jornalista, cineasta e dramaturgo, que criou com o objetivo de disponibilizar gratuitamente quase todos os seus filmes, incluindo curtas, longas e programas de televisão, além de mais de 25 projetos de documentário realizados com diversos grupos de teatro de São Paulo, como Teatro da Vertigem, Companhia Livre, Grupo XIX de Teatro, Os Fofos Encenam, Os Satyros, Teatro Kunyn, Companhia Estável, Club Noir, entre outros.
Elenco: Jasna Djuricic, Izudin Bajrovic, Boris Ler, Dino Bajrovic, Johan Heldenbergh, Raymond Thiry, Boris Isakovic, Emir Hadzihafizbegovic, Reinout Bussemaker, Teun Luijkx, Juda Goslinga, Jelena Kordic, Alban Ukaj, Ermin Bravo, Edita Malovcic, Micha Hulshof, Joes Brauers, Sol Vinken, Sanne den Hartogh, Job Raaijmakers, Irena Melcer, Rijad Gvozden, Sasa Orucevic, Jasenko Pasic, Merima Lepic, Kemal Rizvanovic, Emina Muftic, Mario Knezovic, Sanela Krsmanovic, Nusmir Muharemovic, Luna Zimic Mijovic, Jovan Zivanovic, Adi Hrustemovic, Drazen Pavlovic, Aldin Baljic, Alija Aljevic, Hadzija Hadzibajramovic, Hermans Henricius Johannes, Slaven Vidak, Ermin Sijamija, Sasa Krmpotic, Sinisa Udovicic, Irena Mulamuhic, Damir Mahmutovic, Sanin Milavic, Ali Kamer Aksoy, Dalibor Mijan, Thomas Pedevilla, Emir Spahic, Vedran Vilogorac, Mirsad Elezi, Ibrahim Buzaljko, Vitalie Bantas, Nikolina Maric, Niels Gomperts, Thomas Steyaert, Jan Mark Bogmis.
Ano: 2020
Sinopse: Bósnia, 11 de julho de 1995. Aida é uma tradutora da ONU para a pequena cidade de Srebrenica. Quando o exército sérvio toma conta da cidade, sua família está entre os milhares de cidadãos que estão procurando abrigo. Com o seu papel de fonte interna nas negociações, Aida tem acesso a informações cruciais que ela precisa interpretar. O que está no horizonte para a família dela e pessoas: resgate ou morte? Qual atitude ela deve tomar?
Anna Muylaert: cineasta será uma das palestrantes.
O cinema sempre foi uma ferramenta eficiente e produtiva para expandir conhecimento na sala de aula. Pensando nisso, a Brazucah Produções, em parceria com o Centro Paula Souza, realizará entre os meses de abril e novembro de 2021 o Circuito virtual de palestras: Cinema Brasileiro – uma reflexão sobre o contemporâneo. Com atividades gratuitas, a iniciativa é composta por 35 encontros, sendo 28 destinados a estudantes, professores e público geral e sete exclusivos para professores.
A programação destinada ao grande público será aberta no dia 27 de abril, às 16h, com a palestra Panorama do Cinema Brasileiro Contemporâneo, ministrada pela premiada diretora Anna Muylaert, de Que Horas Ela Volta? e do recente documentário Alvorada, exibido no festival É Tudo Verdade. A inscrição pode ser realizada até a data da palestra (clique aqui).
A programação de abril prosseguem com mais três atividades que vão abordar os gêneros narrativas ficcionais, animação e documentário. No dia 28, às 16h, a escritora e roteirista Sabina Anzuategui ministrará a palestra Panorama das narrativas ficcionais no Cinema Brasileiro. Já no dia 29, o público poderá participar de dois encontros: o diretor e professor de cinema Sávio Leite apresentará o Panorama das produções de Animação no Brasil, às 10h, e Flávio Brito, professor do curso de Comunicação Social da Faap, ministrará, às 16h, a palestra Documentário: o que é? Como fazer?.
As palestras de maio giram em torno da temática produção audiovisual, por meio de quatro encontros sobre roteiro, realização de documentário, segredos de produção do cinema brasileiro e técnicas de animação. Destaque para a atividade Como construir um roteiro, ministrada no dia 18, às 10h, por Sabina Anzuategui, roteirista de diversos filmes, como Uma Noite Não é Nada (2019), Ausência (2014) e Jogo das Decapitações (2013).
Até novembro, serão ministradas palestras sobre diversos aspectos da produção audiovisual, como desenvolvimento de games, realidades virtual e aumentada, produção audiovisual nas periferias, streaming, processos de criação de figurino, fomentos de novos talentos no cinema nacional, a relação de raça e gênero na produção brasileira, entre outros. As atualizações sobre os temas e palestrantes do circuito podem ser acompanhadas pela página da Brazucah Produções no Facebook.
Apenas as pessoas inscritas receberão certificados de participação. Os encontros de abril serão transmitidos ao vivo pela página do Cine Autorama no Facebook; e as atividades dos professores também serão transmitidas pelo canal do YouTube do Centro Paula Souza.
“As atividades foram pensadas para instigar o nosso olhar sobre as novas formas de ver e de se fazer cinema. Ao longo dos anos, os filmes se tornaram uma eficiente porta de entrada para acessarmos novas culturas. Além disso, as produções audiovisuais estão cada vez mais presentes nas salas de aula como mais uma opção pedagógica”, afirma Cynthia Alario, sócia e fundadora da Brazucah Produções.
Confira a programação de palestras de abril e maio:
27/04 16h: Panorama do Cinema Brasileiro Contemporâneo Palestrante: Anna Muylaert
28/04 16h: Panorama das Narrativas Ficcionais do Cinema Brasileiro Palestrante: Sabina Anzuategui
29/04 10h: Panorama das Produções de Animação no Brasil Palestrante: Sávio Leite
14h: Educação Ambiental e o Cinema (exclusiva para professores) Palestrante: Cynthia Alario
16h: Documentário: O que é? Como fazer? Palestrante: Flávio Brito
18/05 10h: Como construir um roteiro Palestrante: Sabina Anzuategui
14h: O Documentário na prática pedagógica (exclusiva para professores) Palestrante: Flávio Brito Inscrições: em breve
16h: Como realizar um documentário Palestrante: Leonardo Brant, diretor de Descarte, Comer o quê? e CTRL-V Inscrições: em breve
19/05 10h: Os segredos da produção do cinema brasileiro Palestrante: Denis Feijão, produtor de Sabotage: Maestro do Canão e A Memória que me Contam
16h: Como fazer uma animação Palestrante: Maria Luiza, professora de animação stop motion na Faap
*O Circuito virtual de palestras: cinema brasileiro – uma reflexão sobre o contemporâneo é uma contrapartida social de formação de público dos projetos Cinesolar, Cine Autorama e Rede Brazucah, organizados pela Brazucah Produções e que foram viabilizados por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e realização Ministério do Turismo e Governo Federal.
Mariana Ximenes em Capitu e o Capítulo, de Júlio Bressane.
O Festival Internacional de Cinema de Roterdã (IFFR, International Film Festival Rotterdam), que acontece na Holanda, é considerado um dos maiores do mundo e destaca obras cinematográficos dirigidas por novos cineastas. Além das seções oficiais em sua programação, há também espaço para nomes consagrados, retrospectivas e programas temáticos.
Neste ano, para comemorar sua 50ª edição, o evento acontecerá em formato híbrido e em duas etapas por conta da pandemia de Covid-19. Em fevereiro, foram realizadas exibições físicas e virtuais das mostras competitivas; filmes brasileiros marcaram presença. Agora, o IFFR encerrará seu aniversário entre os dias 2 e 6 de junho, com uma celebração festiva, incluindo apresentações ao ar livre e exibições virtuais e em cinemas de todo o país.
A programação da segunda parte incluirá o novo programa Harbour, juntamente com a tradicional mostra Bright Future, Cinema Regained e o programa Short & Mid-length. A sessão Art Directions completa a seleção com performances ao vivo, realidade virtual, uma instalação itinerante e 50 especiais, que juntos vão oferecer a oportunidade de comemorar o encerramento desta edição de aniversário presencialmente.
Para esta edição comemorativa, cada um dos programadores de longas selecionou um filme de estreia para a mostra Bright Future, criando uma linha diversificada composta de novos talentos. Aqui, o cinema brasileiro aparece representado com A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga. Produzido pela Filmes de Plástico e protagonizado por Patricia Saravy, o longa se passa em uma casa de praia quando os esforços de uma mãe para construir uma piscina se chocam com os problemas financeiros. Com isso, todas as suas frustrações vêm à tona, afastando-a de seus planos e de sua família. O drama também conta uma história maior: sobre a maternidade e o senso de responsabilidade; e sobre o Brasil, onde quem você é acaba sendo determinado pelo que você tem. Magali Biff, Messias Gois e Lavinia Castelari completam o elenco.
Patricia Saravy em A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga.
Enquanto isso, no novo programa Harbour, que apresenta a profundidade do cinema contemporâneo, duas produções brasileiras se destacam; o documentário Lutar, lutar, lutar, de Sérgio Borges e Helvécio Marins Jr., é uma delas. O filme conta a história centenária do Clube Atlético Mineiro, desde sua fundação, em 1908, até o título da Copa do Brasil de 2014, passando pela épica conquista da Libertadores de 2013.
A outra produção brasileira selecionada para a mesma mostra é Capitu e o Capítulo, do veterano Júlio Bressane, figura lendária do Cinema Marginal e que já passou pelo IFFR. O filme é inspirado em Machado de Assis, mas, segundo o diretor “não é uma tradução, nem uma adaptação de Dom Casmurro, e sim uma distorção desse romance”, no qual uma figura do livro se torna um personagem importante, que é o Capítulo. Na trama, ele aborda as crises de epilepsia das quais o escritor sofria. O elenco conta com Mariana Ximenes, Enrique Diaz, Vladimir Brichta, Djin Sganzerla, Saulo Rodrigues, Josie Antello e Cláudio Mendes; Tande Bressane e Bruno Safadi assinam a produção.
A Short & Mid-length, seleção de curtas e médias da 50ª edição, traz dois títulos brasileiros: Veronica, de Talita Caselato, sobre a profissional de limpeza Veronica Oliveira e seu projeto Faxina Boa; e Rafameia (Riff-Raff), de Mariah Teixeira e Nanda Félix, sobre uma série de eventos comuns e inquietantes, com Daniel Porpino, Thardelly Lima, Suzy Lopes, Buda Lira e Mariah Teixeira no elenco.
Em comunicado oficial, Vanja Kaludjercic, diretora do festival, disse: “Enquanto testemunhamos pequenos sinais da sociedade se abrindo gradualmente, estamos extremamente orgulhosos de celebrar o cinema em junho, durante o capítulo final de nossa 50ª edição. Se os cinemas reabrirem, estaremos lá para dar as boas-vindas ao público. Como em fevereiro, também estaremos presentes virtualmente com nosso programa completo. Não importa o que aconteça, estaremos aqui para que nosso público e cineastas ofereçam novas perspectivas e uma grande pluralidade de vozes”. Novas informações e novos títulos serão anunciados em breve.
Conheça os selecionados para a segunda etapa do Festival Internacional de Cinema de Roterdã 2021:
BRIGHT FUTURE
A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga (Brasil) All About My Sisters, de Wang Qiong (EUA) BERG, de Joke Olthaar (Holanda) Damascus Dreams, de Émilie Serri (Canadá) Faya Dayi, de Jessica Beshir (Etiópia/EUA/Qatar) Lumina, de Samuele Sestieri (Itália) OK Computer, de Pooja Shetty e Neil Pagedar (Índia) Phoenix, de Bram Droulers (Bélgica/França/Reino Unido) Rock Bottom Riser, de Fern Silva (EUA) The Son, de Noushin Meraji (Irã) Thomas der Hochspringer, de Leri Matehha (Alemanha) Woodlands Dark and Days Bewitched: a History of Folk Horror, de Kier-La Janisse (EUA)
HARBOUR
A Man and a Camera, de Guido Hendrikx (Holanda) A Song for You, de Dukar Tserang (China) Accidental Luxuriance of the Translucent Watery Rebus, de Dalibor Barić (Croácia) Amor fati, de Cláudia Varejão (Portugal/Suíça/França) An Unusual Summer, de Kamal Aljafari (Palestina) Au jour d’aujourd’hui, de Maxence Stamatiadis (França) Bengali Variation, de Siegfried (França) Birds of America, de Jacques Lœuille (França) Bottled Songs 1-4, de Chloé Gailbert-Laîné e Kevin B. Lee (Alemanha/França/EUA) Capitu e o Capítulo (Capitu and the Chapter), de Júlio Bressane (Brasil) Davos, de Daniel Hoesl e Julia Niemann (Áustria) Death on the Streets, de Johan Carlsen (Alemanha/Dinamarca/Grécia) Decameron, de Rita Hui Nga Shu (Hong Kong) Dune Dreams, de Samuel Doux (França/Bélgica) El ventre del mar, de Agustí Villaronga (Espanha) Fan Girl, de Antoinette Jadaone (Filipinas) Homeless, de Lim Seung-hyeun (Coreia do Sul) Hotele Lerallaneng, de Charlie Vundla (África do Sul) Lutar, lutar, lutar, de Sérgio Borges e Helvécio Marins Jr. (Brasil) MINAMATA Mandala, de Hara Kazuo (Japão) Nudo Mixteco, de Ángeles Cruz (México) Only the Winds, de Karim Kassem (Líbano/EUA) Persona Non Grata, de Lisa Jespersen (Dinamarca) Scarecrow, de Dmitry Davydov (Rússia) Self-portrait 2020, de Lee Dongwoo (Coreia do Sul) The Blue Danube, de Ikeda Akira (Japão) Time, de Ricky Ko (Hong Kong)
Clemens Schick e Wagner Moura em Praia do Futuro, de Karim Aïnouz.
Terceira parte de uma retrospectiva que começou em 2001 (referente ao cinema dos anos 1990) e seguiu em 2011 (os anos 2000), Cinema Brasileiro: Anos 2010, 10 Olhares resgata parte significativa da filmografia nacional da última década que contou com uma produção múltipla.
A mostra acontecerá no site oficial do evento (clique aqui), entre os dias 22 e 30 de abril, e será totalmente gratuita. Serão exibidos, ao todo, 75 filmes (43 longas e 28 curtas) e dez debates, disponíveis na plataforma Belas Artes À La Carte, parceira do evento.
Com idealização do curador Eduardo Valente, a mostra reflete sobre as linhas de força presentes na produção nacional dos últimos dez anos, permitindo muitas vezes ao atentar para o que veio antes, talvez, conseguir também olhar para um futuro. Dividido em eixos temáticos, o evento apresenta um painel da produção cinematográfica que, nesta edição, conta com a escolha de dez curadores e curadoras que propuseram recortes distintos, trazendo cada um e cada uma o seu próprio olhar: “Eles e elas tiveram liberdade total para propor títulos e maneiras de aproximar filmes, mas ao mesmo tempo nos reunimos para juntos trocarmos ideias sobre o que estes olhares, no seu conjunto, podiam projetar sobre a produção nacional na última década”, complementa Valente.
O período entre os anos 2011 e 2020 foi rico para o cinema brasileiro, especialmente por conta das políticas públicas que começaram a se desenhar da década anterior e que permitiram investimentos na cadeira cinematográfica da produção à distribuição. Um número inédito de longas e curtas foi atingido, com destacada participação em inúmeros festivais internacionais de diversos portes. Fora isso, mulheres e minorias (como a criação por realizadores negros e indígenas) tiveram uma forte presença na direção das obras, em números nunca vistos antes.
Na segunda metade da década, no entanto, o país passou por um turbilhão de mudanças políticas e sociais, que, novamente, refletiram e influenciaram o cinema, culminando num governo de extrema-direita que, por meio de suas ações, promove um desmonte sistemático das instituições voltadas para a educação e cultura. Nesse sentido, Cinema Brasileiro: Anos 2010, 10 Olhares, com seus longas e curtas, traça um painel de um país em transformação, nem sempre para melhor.
Além dos filmes, o festival contará com debates gravados entre os curadores e curadoras de cada segmento e mais dois especialistas nos temas, que discorrerão sobre as obras e o conceito trazido pelo curador para rever a década. Participarão das conversas: Amaranta Cesar, Ana Rosa Marques, Fabio Rodrigues, Ingá Maria, Carol Almeida, Alessandra Brandão, Francis Vogner, Ramayana Lira, Cléber Eduardo, Juliano Gomes, Maria Bogado, Erly Vieira, Adriana Azevedo, Vinicios Ribeiro, Heitor Augusto, Carla Italiano, Hélio Menezes, Janaína Oliveira, Hernani Heffner, Tatiana Carvalho Costa, Kênia Freitas, Camila Vieira, Luís Fernando Moura, Leonardo Bomfim, Marcelo Ikeda, Pedro Henrique Ferreira, Pedro Azevedo, Beatriz Furtado, Fábio Andrade, Rafael Parrode, Marcelo Ribeiro e Patrícia Mourão.
Confira a seleção completa da mostra Cinema Brasileiro: Anos 2010, 10 Olhares:
CACHOEIRA DOC: Desaguar em cinema: retomar territórios invadidos
O movimento observado no traçado desenhado pelos filmes reunidos, nesse segmento, antes de divisor é desaguar: confluência contra fronteiras erguidas por invasões e expropriações – de terras, corpos, povos, vidas, imaginários –, fronteiras fincadas em nome de um Brasil por cima de todos. É, portanto, de um cinema contra a Nação, e não de um cinema nacional, que se trata aqui, por meio dessa pequena coleção de filmes documentais surgidos nesta última década, e reunidos por fluxos sutis de conexão. Se o documentário é o cinema que toma para si a tarefa de empurrar as fronteiras do visível, estes longas e curtas lançam-se nas geografias – do tempo e do espaço –, em operações de retomada: do próprio corpo e desejo, das cidades, das imagens, da história e da terra.
LONGAS A Cidade é uma Só?, de Adirley Queirós (2011) Martírio, de Vincent Carelli (2016) Ressurgentes: Um Filme de Ação Direta, de Dácia Ibiapina (2014) Retratos de Identificação, de Anita Leandro (2014)
CURTAS Bicicletas de Nhanderú, de Ariel Duarte Ortega e Patricia Ferreira (Keretxu) (2011) Eu, Travesti?, de Leandro Santos (2014) Relatos Tecnopobres, de João Batista Silva (2019) Travessia, de Safira Moreira (2017)
CAROL ALMEIDA: A cidade e as brechas ocupadas
O cinema brasileiro produzido durante os anos 2010 esteve muito atento a questões sobre o direito à cidade, e fez esse debate se mover em imagem a partir de filmes muito distintos em suas propostas formais. Pensando mais especificamente sobre alguns corpos queers que se recusam de forma mais enfática a se adaptarem à arquitetura de segregação dos grandes projetos urbanos e quais espaços de existência que esses corpos conseguem criar, o recorte “A cidade e as brechas ocupadas” agrega filmes que buscam, por um gesto de recusa, um modelo de vida de algumas cidades e simultaneamente de fabulação e criação de desejo dentro das rachaduras que surgem nos blocos de concreto.
LONGAS Batguano, de Tavinho Teixeira (2014) Esse Amor que Nos Consome, de Allan Ribeiro (2012) Nova Dubai, de Gustavo Vinagre (2014) Tremor Iê, de Elena Meirelles e Lívia de Paiva (2019)
CURTAS A Felicidade Delas, de Carol Rodrigues (2019) A Maldição Tropical, de Luisa Marques e Darks Miranda (2016) Estamos Todos Aqui, de Chico Santos e Rafael Mellim (2018) Quebramar, de Cris Lyra (2019)
CLEBER EDUARDO: Espaços concretos de vidas em cinema
Esse segmento enfatiza uma linha de força de um grupo de filmes da última década e meia que conecta os modos de vidas de seus personagens com os espaços geográficos/sociais de suas vivências, amalgamando as vidas das pessoas fora da tela e das personagens na tela, sem deixar de haver jogo e criação para os filmes, reelaboração da vida cotidiana por dentro da vida em cinema, tensionando a autenticidade de corpos, espaços e falas com a elaboração cinematográfica, sem ter de firmar pacto com a ficção ou com o documentário, muito pelo contrário.
LONGAS A Vizinhança do Tigre, de Affonso Uchôa (2014) Baronesa, de Juliana Antunes (2017) Diz a Ela que me Viu Chorar, de Maíra Bühler (2019) Um Filme de Verão, de Jô Serfaty (2019)
CURTAS Chico, de Irmãos Carvalho (2016) Dona Sônia Pediu uma Arma para Seu Vizinho Alcides, de Gabriel Martins (2011) Estado Itinerante, de Ana Carolina Soares (2016) Filme Para Poeta Cego, de Gustavo Vinagre (2012)
ERLY VIEIRA JR: De corpo a corpo – personagens transbordantes, espectadorXs desejantes
Esse conjunto de filmes explora algumas das diferentes estratégias de engajamento sensório que parte da produção LGBTQIA+/queer brasileira da última década utiliza para falar diretamente aos corpos dxs espectadorxs. Há desde a dimensão coreográfica/ performática presente na mise-en-scène, até o uso de uma visualidade ‘háptica’ (que remete ao tátil), promovida por uma câmera que muitas vezes funciona como um corpo que também é afetado por aquilo que registra. Também se pode incluir aqui o diálogo entre diversos gêneros audiovisuais e hibridismos com outras linguagens contemporâneas, bem como formas de se explorar as relações nem sempre conciliatórias entre corpos dissidentes em termos de gênero e sexualidade e os espaços que habitam.
LONGAS As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra (2017) Corpo Elétrico, de Marcelo Caetano (2017) Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza (2020) Praia do Futuro, de Karim Aïnouz (2014)
CURTAS Latifúndio, de Érica Sarmet (2017) Minha História é Outra, de Mariana Campos (2019) Peixe, de Yasmin Guimarães (2019) Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira (2019)
HEITOR AUGUSTO: O corpo, novamente
Reconhecendo o crescimento exponencial de realizadores e realizadoras não-brancas no cinema brasileiro ao longo da última década, esse recorte propõe uma costura na qual o corpo, particularmente o negro, é presença. Esse segmento reúne quatro filmes de realizadores negros, dois codirigidos por pessoas negras e um por um realizador não-branco. Além de trazer oito filmes para um lugar mais detalhado de apreciação, este recorte carrega também a intenção de que os filmes aqui exibidos facilitem a aproximação a muitos outros que porventura não integram este programa.
LONGAS A Batalha do Passinho, de Emílio Domingos (2012) Baixo Centro, de Ewerton Belico e Samuel Marotta (2018) Um Filme de Dança, de Carmen Luz (2013) Vamos Fazer um Brinde, de Sabrina Rosa e Cavi Borges (2011)
CURTAS Enquadro, de Lincoln Péricles (2016) Morde e Assopra, de Stanley Albano (2020) Ponte Sobre os Abismos, de Aline Motta (2017) Tudo que é Apertado Rasga, de Fabio Rodrigues Filho (2019)
JANAÍNA OLIVEIRA: Cotidiano singular
Na última década o cenário do cinema nacional presenciou a emergência de outros sujeitos na frente e atrás das telas contando suas histórias. Nesses deslocamentos de significados entre centros e margens que essa emergência propicia, vemos surgir obras que rompem com expectativas de representações já cristalizadas em nosso imaginário. Filmes com outros repertórios possíveis para o vivido todos os dias. O segmento traz um conjunto de filmes que dialogam com os cotidianos da vida naquilo que têm de único, mas afetivamente e efetivamente comum.
LONGAS Arábia, de Affonso Uchôa e João Dumans (2017) Café com Canela, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (2017) Casa, de Letícia Simões (2019) Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira (2014)
CURTAS Filme de Domingo, de Lincoln Péricles (2020) Movimento, de Gabriel Martins (2020) No Caminho com Mário, de Aldo Ferreira, Ariel Ortega, Leo Ortega, Patricia Ferreira e Ralf Ortega (2014) Outro Fogo, de Guilherme Moura Fagundes (2017)
KÊNIA FREITAS: Movimentos Fabulares
Esse segmento, apoia-se em dois aspectos basilares na sua proposição de olhar sobre os filmes da década de 2010. O primeiro é a ideia do movimento (dança/gesto/performance) como criador de fabulação nos filmes. O segundo aspecto é de pensar uma inflexão da década situada em 2015 (como um marco temporal simbólico): o movimento de um cinema (e recepção crítica) com linhas de força mais calcadas nas encenações realistas/naturalistas e perspectivas universais/totalizantes para um cinema mais aberto às possibilidades especulativas//experimentais e marcado muitas vezes pela auto-inscrição localizada.
LONGAS Brasil S/A, de Marcelo Pedroso (2018) O que se move, de Caetano Gotardo (2012) Vaga Carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr. (2019) Yãmîyhex: As Mulheres-Espírito, de Sueli Maxakali e Isael Maxakali (2019)
CURTAS Elekô, de Coletivo Mulheres de Pedra (2015) Kbela, de Yasmin Thayná (2015) Negrum3, de Diego Paulino (2018) Para Todas as Moças, de Castiel Vitorino Brasileiro (2019)
LEONARDO BONFIM: Era uma vez, era outra vez…
O foco principal aqui é pensar como um traço marcante do cinema contemporâneo – a ideia de que um filme pode recomeçar ao longo da projeção – foi abordado por longas brasileiros na última década. Dentro desse recorte, colocaremos em diálogo obras que se desdobram em duas ou mais partes, num jogo de variações e metamorfoses, e obras que aventuram a possibilidade da coexistência – nem sempre tranquila – de muitos filmes dentro de um mesmo filme.
LONGAS A Cidade dos Piratas, de Otto Guerra (2018) António Um Dois Três, de Leonardo Mouramateus (2017) Garoto, de Júlio Bressane (2015) Luz nos Trópicos, de Paula Gaitán (2020) Os Dias com Ele, de Maria Clara Escobar (2013)
PEDRO AZEVEDO: O mundo em desencanto
O critério inicial para definir esse recorte foi territorial. Trata de se mergulhar na produção nordestina e cearense da década de 2010, entendendo-a como uma parte bastante expressiva da cinematografia brasileira contemporânea, que vem ganhando cada vez mais espaço de exibição e debate no circuito de festivais nacionais e internacionais, além de infiltrar-se progressivamente no circuito exibidor de salas comerciais. Não se trata, contudo, de reafirmar a força do cinema produzido no nordeste como um gesto esvaziado de sentido, fadado à esterilidade da boa intenção, mas de propor uma via livre de acesso a filmes de artistas nordestinos que, quando pensados, exibidos, assistidos em conjunto, possam traduzir uma série de ideias complexas sobre questões que atravessam e transcendem a experiência de ser nordestino num Brasil cujas fronteiras apontam para a formação de um estado-nação que se desenha como ficção pura.
LONGAS A Seita, de André Antônio (2015) Canto dos Ossos, de Jorge Polo e Petrus de Bairros (2020) Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diógenes (2018) Medo do Escuro, de Ivo Lopes Araújo (2015) Sol Alegria, de Tavinho Teixeira e Mariah Teixeira (2018)
RAFAEL PARRODE: Desvios do contemporâneo
Ao nos locomovemos por destroços e ruínas de um passado recente, é preciso também partir de uma autocrítica, buscando compreender em que medida o cinema brasileiro se adequou a estilos, modelos de produção e difusão, e até que ponto vínculo permanecerá de pé diante do caos que se afirma. Nessa perspectiva, em que medida seremos reféns ao invés de operadores de novas estéticas emergentes, desvinculadas de um desejo de adequação do cinema brasileiro? A década passada viu muitos filmes que moldavam-se a um padrão internacional. São filmes facilmente encaixáveis em chaves ou tendências totalizantes do cinema mundial. Não se trata aqui da imposição de uma ideia de ‘novidade’, mas de tensionar as novas formas a partir deste arcabouço histórico. Investigar essas formas do cinema que agora já pertence ao passado é também um meio de compreender as amarras e enfrentamentos que precisamos lidar hoje.
LONGAS Filme de Aborto, de Lincoln Péricles (2016) Guerra do Paraguay, de Luiz Rosemberg Filho (2016) Já Visto, Jamais Visto, de Andrea Tonacci (2013) Tava, a Casa de Pedra, de Vincent Carelli, Patricia Ferrreira (Keretxu), Ariel Duarte Ortega e Ernesto Ignacio de Carvalho (2012) Vermelha, de Getúlio Ribeiro (2019)
*A mostra Cinema Brasileiro: Anos 2010, 10 Olhares é produzido pela CUP FILMES e financiado através da Lei de Emergência Cultural Proac Expresso Lab (Lei Aldir Blanc).
Bastidores: Penélope Cruz e Pedro Almodóvar na quinta semana de filmagem.
Depois de circular por festivais com o curta-metragem The Human Voice, protagonizado por Tilda Swinton, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar já está com um novo projeto; seu último longa, Dor e Glória, foi lançado em 2019.
Depois de muitas semanas de ensaio, as filmagens do drama Madres Paralelas, seu novo filme, começaram no final de março em Madrid. A informação foi confirmada por Agustín Almodóvar, irmão do cineasta e um dos produtores do longa, que postou uma foto dos bastidores em sua conta no Twitter.
Protagonizado por Penélope Cruz e Israel Elejalde, o filme mergulha no universo feminino e se passa na capital da Espanha, nos dias de hoje. A trama contará a história de três mulheres que dão à luz no mesmo dia. O elenco conta também com nomes já bem conhecidos da trajetória de Almodóvar, como Rossy de Palma e Julieta Serrano, além de Milena Smit, Aitana Sánchez-Gijón e Daniela Santiago.
Filmagens com Penélope Cruz, Rossy de Palma e o irmão Agustín Almodóvar.
Em uma entrevista publicada pela Vanity Fair España, Almodóvar disse: “Com Madres Paralelas volto ao universo feminino, à maternidade, à família. Falo da importância dos ancestrais e descendentes. A inevitável presença da memória. Tem muitas mães na minha filmografia e as que fazem parte dessa história são muito diferentes. Neste momento, mães imperfeitas me inspiram mais”.
O roteiro, também assinado pelo cineasta, foi escrito ao longo de três meses durante a quarentena: “Vai ser um drama, intenso. Ou assim espero”, finalizou. Vale lembrar que em Abraços Partidos, filme lançado em 2009, um pôster fictício apareceu em cena com o nome Madres Paralelas.
Enquanto segue na quinta semana de filmagem, Almodóvar já tem outros projetos em andamento com sua produtora El Deseo: o longa A Manual for Cleaning Women, baseado no livro de Lucia Berlin; e dois curtas, o faroeste Extraña forma de vida e o outro ainda sem título oficial.
O clássico personagem Zé do Caixão, de José Mojica Marins, em À Meia-Noite Levarei Sua Alma.
Em levantamento inédito realizado pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, o longa À Meia-Noite Levarei Sua Alma, que inaugurou o gênero de horror no Brasil e trouxe ao mundo o personagem Zé do Caixão, foi eleito o melhor filme do cinema fantástico brasileiro de todos os tempos.
A pesquisa, realizada com especialistas e críticos de cinema, comprova a importância do cineasta e ator José Mojica Marins para a construção do cinema de gênero no país, rompendo diversas barreiras ao gestar um anti-herói 100% brasileiro e reverenciado mundo afora. A filmografia de Marins, apesar das muitas dificuldades que o realizador enfrentou ao longo de mais de cinco décadas, especialmente em relação à censura e à falta de apoio governamental, está fortemente presente na lista, com seis títulos.
A seleção também inclui episódios dirigidos por Marins em filmes coletivos, caso de Trilogia do Terror, dividido com Luiz Sergio Person e Ozualdo Candeias, e As Fábulas Negras, com Joel Caetano, Petter Baiestorf e Rodrigo Aragão.
Ao total, 389 produções de diversas épocas e metragens foram citadas na pesquisa da Abraccine, a primeira no Brasil a envolver o cinema fantástico, que abrange o tripé fantasia, ficção científica e horror. O levantamento servirá de base para uma publicação com ensaios dedicados a cada um dos 100 melhores, além de artigos históricos.
Marjorie Estiano e Isabél Zuaa em As Boas Maneiras.
A dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, que, na última década, vem se especializando no horror ligado a tensões sociais, emplacou dois filmes no top cinco: As Boas Maneiras e Trabalhar Cansa. Em dupla ou individualmente, Rojas e Dutra tiveram outros longas e curtas na lista. Em quarto lugar aparece As Filhas do Fogo, de Walter Hugo Khouri. O mestre paulista também teve outros títulos citados.
Além destes, têm também presença expressiva na lista Rodrigo Aragão, com cinco filmes; Gabriela Amaral Almeida e Jean Garrett aparecem com quatro cada. A fantasia melhor colocada é Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach, em sexto. Já a ficção científica mais votada é Branco Sai, Preto Fica (2014), de Adirley Queirós, em 19º lugar.
Organizado por Gabriel Carneiro e Paulo Henrique Silva, o livro Cinema Fantástico Brasileiro – 100 Filmes Essenciaisserá publicado no final do ano, pela editora Letramento. A publicação foi antecedida por outras quatro obras de formato semelhante: 100 Melhores Filmes Brasileiros, Documentário Brasileiro – 100 Filmes Essenciais, Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais e Curta Brasileiro – 100 Filmes Essenciais.
Criada em 2011 e filiada à Fipresci, Federação Internacional de Críticos de Cinema, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema reúne 127 profissionais de 16 estados, entre eles, Vitor Búrigo, aqui do CINEVITOR. Além da publicação de livros sobre o cinema nacional (num total de nove lançados desde 2016), a entidade realiza traduções de textos estrangeiros sobre cinema e cursos com concessão de bolsas para a diversidade e participa de júris de festivais de cinema no Brasil e no exterior.
Conheça os 100 melhores filmes do cinema fantástico brasileiro segundo a Abraccine:
1º: À Meia-Noite Levarei Sua Alma, de José Mojica Marins (1964) 2º: Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de José Mojica Marins (1967) 3º: As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra (2017) 4º: As Filhas do Fogo, de Walter Hugo Khouri (1978) 5º: Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra (2011) 6º: Filme Demência, de Carlos Reichenbach (1986) 7º: Vinil Verde, de Kleber Mendonça Filho (2004) 8º: O Anjo da Noite, de Walter Hugo Khouri (1974) 9º: Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade (1969) 10º: Ritual dos Sádicos, de José Mojica Marins (1970)
11º: O Estranho Mundo de Zé do Caixão, de José Mojica Marins (1968) 12º: Amor Só de Mãe, de Dennison Ramalho (2003) 13º: Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto (1975) 14º: O Duplo, de Juliana Rojas (2012) 15º: Mate-me Por Favor, de Anita Rocha da Silveira (2016) 16º: Quando Eu Era Vivo, de Marco Dutra (2014) 17º: Encarnação do Demônio, de José Mojica Marins (2008) 18º: O Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida (2017) 19º: Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queirós (2014) 20º: A Marvada Carne, de André Klotzel (1985)
21º: Enigma para Demônios, de Carlos Hugo Christensen (1975) 22º: As Sete Vampiras, de Ivan Cardoso (1986) 23º: O Cemitério das Almas Perdidas, de Rodrigo Aragão (2020) 24º: O Pasteleiro, de David Cardoso (1981) 25º: Trilogia do Terror, de José Mojica Marins, Luiz Sergio Person e Ozualdo Candeias (1968) 26º: Morto Não Fala, de Dennison Ramalho (2018) 27º: A Força dos Sentidos, de Jean Garrett (1979) 28º: A Mulher que Inventou o Amor, de Jean Garrett (1979) 29º: Barbosa, de Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado (1988) 30º: Exorcismo Negro, de José Mojica Marins (1974)
31º: Mangue Negro, de Rodrigo Aragão (2008) 32º: Excitação, de Jean Garrett (1976) 33º: O Auto da Compadecida, de Guel Arraes (2001) 34º: Estranho Encontro, de Walter Hugo Khouri (1958) 35º: O Menino e o Vento, de Carlos Hugo Christensen (1967) 36º: O Profeta da Fome, de Maurice Capovilla (1970) 37º: Ninfas Diabólicas, de John Doo (1978) 38º: Los Silencios, de Beatriz Seigner (2018) 39º: Estátua!, de Gabriela Amaral Almeida (2014) 40º: O 5º Poder, de Alberto Pieralise (1962)
41º: A Ostra e o Vento, de Walter Lima Jr. (1997) 42º: Reflexões de um Liquidificador, de André Klotzel (2010) 43º: Ele, o Boto, de Walter Lima Jr. (1987) 44º: Amor Voraz, de Walter Hugo Khouri (1984) 45º: A Mulher do Desejo (Casa das Sombras), de Carlos Hugo Christensen (1977) 46º: Amadas e Violentadas, de Jean Garrett (1975) 47º: Abrigo Nuclear, de Roberto Pires (1981) 48º: O Segredo da Múmia, de Ivan Cardoso (1982) 49º: Estrela Nua, de Ícaro Martins e José Antonio Garcia (1985) 50º: Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas (2014)
51º: Ninjas, de Dennison Ramalho (2010) 52º: Proezas do Satanás na Vila do Leva-e-Traz, de Paulo Gil Soares (1967) 53º: Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diógenes (2018) 54º: O Gafanhoto, de John Doo (1981) 55º: Mar Negro, de Rodrigo Aragão (2013) 56º: A Sombra do Pai, de Gabriela Amaral Almeida (2018) 57º: As Fábulas Negras, de Joel Caetano, José Mojica Marins, Petter Baiestorf e Rodrigo Aragão (2015) 58º: Frankstein Punk, de Cao Hamburger e Eliana Fonseca (1986) 59º: Nosferato no Brasil, de Ivan Cardoso (1971) 60º: A Dança dos Bonecos, de Helvécio Ratton (1986)
61º: Shock, de Jair Correia (1984) 62º: O Saci, de Rodolfo Nanni (1953) 63º: Quem é Beta?, de Nelson Pereira dos Santos (1972) 64º: Superoutro, de Edgard Navarro (1989) 65º: Vítimas do Prazer: Snuff, de Cláudio Cunha (1977) 66º: Olhos de Vampa, de Walter Rogério (1996) 67º: A Misteriosa Morte de Pérola, de Guto Parente (2014) 68º: Kyrie ou o Início do Caos, de Debora Waldman (1998) 69º: Um Ramo, de Juliana Rojas e Marco Dutra (2007) 70º: O Xangô de Baker Street, de Miguel Faria Jr. (2001)
71º: Mormaço, de Marina Meliande (2018) 72º: Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme, de Cao Hamburger (1999) 73º: A Noite Amarela, de Ramon Porto Mota (2019) 74º: Juvenília, de Paulo Sacramento (1994) 75º: Boi Aruá, de Chico Liberato (1984) 76º: Liliam, a Suja, de Antonio Meliande (1981) 77º: A Noite do Chupacabras, de Rodrigo Aragão (2011) 78º: Ritual Macabro, de Fauzi Mansur (1990) 79º: Trancado por Dentro, de Arthur Fontes (1990) 80º: Brasil ano 2000, de Walter Lima Jr. (1969)
81º: Mens sana in corpore sano, de Juliano Dornelles (2011) 82º: Uma História de Amor e Fúria, de Luiz Bolognesi (2013) 83º: O Clube dos Canibais, de Guto Parente (2018) 84º: Quem tem Medo de Lobisomem?, de Reginaldo Faria (1975) 85º: Noite Final Menos Cinco Minutos, de Debora Waldman (1994) 86º: A Princesa e o Robô, de Mauricio de Sousa (1984) 87º: A Reencarnação do Sexo, de Luiz Castellini (1982) 88º: O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão, de J. B. Tanko (1977) 89º: Adeus, de Céu D’Ellia (1988) 90º: O Barco, de Petrus Cariry (2018)
91º: Solo de Violino, de Ody Fraga (1981) 92º: Náufragos, de Gabriela Amaral Almeida e Matheus Rocha (2010) 93º: O Jovem Tataravô, de Luiz de Barros (1936) 94º: Prata Palomares, de André Faria Jr. (1971) 95º: O Nó do Diabo, de Gabriel Martins, Ian Abé, Jhesus Tribuzi e Ramon Porto Mota (2017) 96º: Veneno, de Gianni Pons (1952) 97º: Zezero, de Ozualdo Candeias (1974) 98º: Nervo Craniano Zero, de Paulo Biscaia Filho (2012) 99º: As Quatro Chaves Mágicas, de Alberto Salvá (1971) 100º: Zombio 2: Chimarrão Zombies, de Petter Baiestorf (2013)
Cena do curta Apneia, de Carol Sakura e Walkir Fernandes.
A quinta edição do ANIMAÍ! – Encontro Baiano de Animação e Games, com mostras competitivas, acontecerá entre os dias 20 e 25 de abril. Entusiastas do cinema de animação, bem como o público antenado com o mercado tecnológico dos games, terão uma excelente oportunidade de revisitar ou conhecer a produção de filmes animados e jogos produzidos na última década.
O evento retorna ao calendário das atividades cinematográficas da Bahia após um hiato de dez anos e acontecerá em formato totalmente on-line e gratuito. A mostra propõe um revisitar dos últimos dez anos e, pela primeira vez, trará em sua programação Mostras Competitivas de Animações e Games.
Uma das curadoras e produtora do ANIMAÍ!, Aline Sousa, ressalta a importância de um retorno depois de uma década justamente quando a produção audiovisual brasileira encontra-se tão ameaçada: “Após estes 10 anos é uma alegria imensa voltar a realizar o ANIMAÍ!, este que é o evento pioneiro da animação e games no estado da Bahia. E acredito que nada é por acaso, voltar a realizar o evento neste momento, é inclusive um ato político de resistência a tudo que vem acontecendo em torno da cultura no nosso país”, pontua a produtora.
Na proposta de revisitar os últimos dez anos da produção nacional de animação e games, o recorte proposto pelo ANIMAÍ! 2021 é de trazer um total de 51 trabalhos (2 longas, 6 séries, 33 curtas e 9 games), sendo divididos em sete categorias: melhor curta de animação nacional; melhor curta de animação baiano; melhor longa; melhor série; além de três Prêmios Destaques da Diversidade da Animação.
No âmbito dos games, serão seis categorias que vão abranger games publicados ou demo jogável disponibilizados de forma gratuita. As premiações abrangem seis categorias: melhor jogo nacional; melhor jogo baiano; melhor arte; melhor game designer; melhor áudio; além de um Prêmio Destaque da Diversidade do Game.
Além disso, o Animaí! terá exposições virtuais de Hugo Canuto, autor do quadrinho Contos dos Orixás, e da desenhista Ayla Sousa Caldas, bem como temáticas intituladas Animação in Bahia e Games in Bahia. As exposições seguem até o dia 5 de maio.
Conheça as animações e os games selecionados para o Animaí! 2021:
MOSTRA COMPETITIVA ANIMAÇÕES
LONGAS Miúda e o Guarda-Chuva, de Amadeu Alban (BA) Ritos de Passagem, de Chico Liberato (BA)
SERIADOS Icamiabas na Cidade Amazônia, de Otoniel Oliveira (PA) Lendas Animadas, de Adriana Meirelles e Renato Barbieri (DF) Pixcodelics, de Marco Alemar (BA) Turma do Xaxado, de Antonio Cedraz (BA) UAU Animal – Qual é o bicho?, de Vinicius Oppido (SP)
CURTAS @disexta, de André Catoto (SP) A Fuga, de Douglas Ferreira (SP) A Noiva do Coelhinho, de Rafael Franco (GO) Amarilis, de Chico Liberato (BA) Apneia, de Carol Sakura e Walkir Fernandes (PR) Até a China, de Marão (RJ) Bem, de Rubel, Ana Bolshaw, Antonia Muniz e Miguel Carvalho (RJ) Contra-Filé, de Pedro Iuá (RJ) Corações Encouraçados, de Jamile Coelho e Cintia Maria (BA) De onde vêm os dragões, de Grace Luzzi (SP) Hornzz, de Lena Franzz (RJ) Iemanjá Yemoja: A Criação das Ondas, de Celia Harumi Seki (SP) Jack Alien, de Magno Cerqueira (BA) Kindness, de Rafael Soares Gonçalves (SP) Logradouros, de Gean Almeida (BA) Maratonista de Quarentena, de Karol Azevedo e Eduardo Tosta (BA) Maria Quitéria – Honra e Glória, de Antonio Silva (BA) Meu Melhor Amigo, de Laly Cataguases (MG) Mitos Indígenas em Travessia, de Julia Vellutini e Wesley Rodrigues (SP) Moa, Ave de Rapina, de Marco Alemar (BA) Nana & Nilo na Cidade Verde, de Sandro Lopes (RJ) O Malabarista, de Iuri Moreno (GO) O Menino Cabeça de Flor, de Vanessa Heeger (BA) O Mundo de Clara, de Ayodê França (PE) O Muro Era Muito Alto, de Marão (RJ) O Ogro, de Márcio Júnior e Márcia Deretti (GO) O Violeiro Fantasma, de Wesley Rodrigues (GO) Pinguinics – O Ataque vem do Polo, de Sergio Martinelli (GO) Poética de Barro, de Giuliana Danza (MG) Quando a Chuva Vem?, de Jeferson Batista (PE) Sangro, de Tiago Minamisawa, Bruno H Castro e Guto BR (SP) Vento Viajante, de Alunos do Projeto Animação Ambiental/IMA, Escolas Municipais de Icapuí (CE) Viagem na Chuva, de Wesley Rodrigues (GO)
MOSTRA COMPETITIVA DE GAMES
Akane, do LUDIC Studios (AM) Josh Journey: Totens da Escuridão, de Provincia Studio (GO) Mana Spark, de Behemutt (SP) No Place for Bravery, de Glitch Factory (DF) Nova Island, de Behemutt (SP) Nyanroo The Supercat, de Golden Shelves (BA) Silly Bliss, de YE Studio (BA) Spaceship for Newbies, de Molotov Estúdios (BA) Tinker Racers, de Rumbora Party Games (BA) Two Strikes, de Retro Reactor (PE)
*O ANIMAÍ é uma realização da Vision Produção e Imagens, Cine Arts e Mantra Filmes. Esta quinta edição tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia, (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Protagonistas: Adam Driver e Marion Cotillard em cena.
O Festival de Cannes 2021, que acontecerá entre os dias 6 e 17 de julho, anunciou nesta segunda-feira, 19/04, que o filme de abertura desta 74ª edição será o drama musical Annette, dirigido pelo cineasta francês Leos Carax.
Nove anos depois de disputar a Palma de Ouro com Holy Motors, Leos Carax apresentará seu novo filme, o primeiro em inglês, no festival. Ambientado em uma Los Angeles contemporânea, Annette conta a história de Henry, interpretado por Adam Driver, um comediante com um senso de humor feroz e Ann, papel de Marion Cotillard, uma cantora de renome internacional. Até então, eles parecem o casal perfeito: saudáveis, felizes e cheios de glamour. Porém, o nascimento de sua primeira filha, Annette, uma garota misteriosa com um destino excepcional, mudará suas vidas.
Produzido por Charles Gillibert, Annette, o sexto longa do diretor, baseado na ideia original de Carax, com trilha sonora composta por Sparks e estrelado também por Simon Helberg e Rebecca Dyson-Smith, fará sua estreia internacional no Palais des festivals e participará da Competição Oficial. Além disso, será lançado simultaneamente nos cinemas franceses.
Visionário e enigmático, Leos Carax é autor de alguns dos mais belos momentos do cinema francês dos últimos 35 anos, com uma filmografia que nunca deixou de exibir seu domínio da direção. Um gênio poético com uma imaginação transbordante.
Com apenas 24 anos, deu início a uma trilogia da qual emanava beleza urbana e noturna em uma Paris mágica. Filmado em preto e branco, Boy Meets Girl, premiado em Cannes em 1984, homenageou o cinema mudo, o universo de Jean Cocteau e o cinema de Godard. Com Sangue Ruim, de 1986, foi premiado em Berlim com o filme estrelado por Denis Lavant, Juliette Binoche e Michel Piccoli. Em 1991, o diretor embarcou em um projeto muito ambicioso, o drama Os Amantes de Pont-Neuf, que foi filmado em três anos.
Depois de oito anos, voltou ao festival francês com Pola X na Competição Oficial. Em 2008, ao lado de outros diretores como Michel Gondry e Bong Joon-ho, participou da mostra Un Certain Regard com Tokyo!. Finalmente, em 2012, Leos Carax voltou a competir em Cannes com Holy Motors, uma experiência cinematográfica sinuosa que coloca a magia na realidade e a vida cotidiana na fantasia.
Em comunicado oficial, Pierre Lescure, presidente do Festival de Cannes, disse: “Cada filme de Leos Carax é um evento. E este cumpre o que promete! Annette é o presente que os amantes do cinema, da música e da cultura esperavam; e pelo qual ansiamos durante o ano passado”. Thierry Frémaux, diretor geral do evento, completou: “Não poderíamos ter sonhado com um reencontro mais bonito com o cinema, no Palais des festivals, onde os filmes vêm fazer valer o seu esplendor. O cinema de Carax é uma expressão desses gestos poderosos, dessas alquimias misteriosas que fazem o segredo da modernidade e da eternidade do cinema”.