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CINEVITOR #384: DocLab com Antonio Fargoni, Kennel Rogis e Marlom Meirelles | Curta Taquary 2021

por: Cinevitor

doclabtaquary2021cinevitorCena do curta Cine Aurélio, dirigido por Kennel Rogis.

A 14ª edição do Curta Taquary – Festival de Audiovisual começou na terça-feira, 16/03, Dia Nacional da Conscientização das Mudanças Climáticas, em formato on-line e gratuito. A programação, com 72 filmes selecionados, segue até 22/03, Dia da Água.

Para cada filme inscrito, uma muda de espécie nativa será plantada em Taquaritinga do Norte, Pernambuco, como forma de mobilizar a campanha de reflorestamento e recuperação de solo de áreas desmatadas e devastadas por queimadas; entre elas a de dezembro de 2016, onde 50 hectares de mata da cidade foram destruídas.

Apesar da programação mais intensa em março, o Curta Taquary 2021 começou em janeiro com as atividades de formação do DocLab – Laboratório de Realização de Documentários. Duas turmas, conduzidas pelos cineastas Antonio Fargoni, do Cinema Instantâneo, Kennel Rogis, do Cinemando, e Marlom Meirelles, do Documentando, foram realizadas de forma híbrida. As aulas e encontros foram virtuais e a produção de três documentários foi presencial com uma equipe reduzida, com apenas dois representantes de cada turma.

Para falar mais sobre o DocLab, conversamos com os cineastas-educadores sobre as oficinas virtuais, participação dos alunos e, claro, sobre os três filmes realizados: Cine Aurélio, Normandia e Taquaritinga e o Vento do Norte.

Aperte o play e confira:

Foto: Divulgação.

2º Cine Arcoverde: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor

navemanesococinearcoverdeCena do curta A Nave de Mané Socó, de Severino Dadá.

O Cine Arcoverde – Mostra de Cinema Independente de Arcoverde é uma janela de exibição de cinema destinada à divulgação da produção audiovisual independente pernambucana, nordestina e nacional. A segunda edição, de caráter não competitivo, terá formato on-line e gratuito, por conta da pandemia de Covid-19, e acontecerá entre os dias 22 e 27 de março.

Serão seis mostras, sendo cinco realizadas pela curadoria do festival, assinada por Alexandre Taquary e Thay Limeira, e uma em parceria com o VerOuvindo, festival de cinema que se dedica à acessibilidade e à audiodescrição. Ao todo, 41 filmes (34 curtas, 6 longas e 1 média) entre ficções, animações, documentários, experimentais e videoclipe, onde 54% deles foram protagonizados, dirigidos ou codirigidos por mulheres, completam a programação.

“Seguimos um recorte regional, temático e de gênero para seleção dos filmes. Um dos nossos maiores objetivos é que o Cine Arcoverde seja uma janela de exibição plural e que as pessoas consigam se identificar com as produções. Contemplamos obras dirigidas e/ou protagonizadas por mulheres, sertanejos, LGBTQIA+, como forma de resistência, amor e luta por um cinema que fazemos e acreditamos”, aponta uma das idealizadoras do projeto e coordenadora geral, Camilla Lapa.

O festival está dividido em: Mostra Sertões, com filmes produzidos por realizadores de origem sertaneja ou cuja temática seja os diversos sertões brasileiros; Mostra Pernambuco, com filmes realizados em Pernambuco ou por realizadores pernambucanos; Mostra Brasil, com filmes nacionais independentes premiados no atual circuito de festivais ou que tenham tido relevância nacional nos últimos dois anos; Mostra Diversidade, composta de obras nacionais inseridas no universo temático da diversidade de gênero e sexualidade; e Mostra Olho D’Água, composta de filmes de realizadores de Arcoverde e entorno. Além da Mostra Outros Olhares, Outros Sentidos, que contempla produções com acessibilidade.

Cada mostra contará com um longa-metragem convidado e curtas selecionados. Durante todo o período, os filmes ficarão disponíveis no site para apreciação do público em geral; apenas os longas terão um calendário especial de exibição, disponíveis por 24h.

Nesta edição, a equipe do Cine Arcoverde coloca o município de Arcoverde no centro do debate e em destaque nas telas com a mostra inédita Olho D’água, criada para dar visibilidade aos produtores da região. Além disso, vai promover debates gratuitos com transmissão aberta pelo YouTube. Na terça-feira (23), às 20h30, a realizadora Renna Costa, a artista Gabi Cavalcante e o realizador Rosa Caldeira vão discutir As Interseções do Cinema Cuir brasileiro, com mediação da curadora Thay Limeira. Na quarta-feira (24), às 19h, será a vez do debate sobre A Importância do resgate dos cinemas de rua de Pernambuco, com a presença de um dos idealizadores do festival e coordenador de articulação, Djalma Galindo, da atual secretária de cultura de Arcoverde, Juliana Aguiar, e das representantes do coletivo Cine Rua PE, Priscila Urpia e Kate Saraiva.

A abertura do festival será marcada por um pocket show do Samba de Coco das Irmãs Lopes, Samba de Coco Raízes de Arcoverde, Samba de Coco Trupé de Arcoverde e os brincantes do Riso da Terra. Já o encerramento, ficará por conta da Sessão Especial Rocky Lane, uma homenagem ao lendário cowboy arcoverdense que dedicou uma vida inteira ao antigo Cinema Bandeirante. No sábado (27), a partir das 10h, será exibido o documentário Mulheres da Roda do Samba de Coco Arcoverdense, de Amanda Lopes, neta da mestre Severina Lopes, seguido pelo curta Histórias que Se Cruzam, de Vertin Moura.

Além dos filmes, a programação conta também com uma programação extensa de atividades formativas gratuitas que serão realizadas através de encontros virtuais, como: a masterclass Construindo diegeses – Reflexões sobre a escrita criativa cinematográfica, ministrada pelo cineasta Hilton Lacerda; a masterclass Cinema Pernambucano – Um breve panorama da produção local e vislumbres do porvir, pelo produtor João Vieira Jr.; Organizando Um Filme: Oficina de Assistência de Direção, por Anny Stone e Pethrus Tibúrcio; e Gerando Um Filme: Oficina de Produção Executiva, com Tarsila Tavares.

Conheça os filmes selecionados para o 2º Cine Arcoverde:

MOSTRA BRASIL

A Barca, de Nilton Resende (AL)
A Tradicional Família Brasileira Katu, de Rodrigo Sena (RN)
Em Reforma, de Diana Coelho (RN)
Novo Mundo, de Natara Ney e Gilvan Barreto (RJ)
Por Outras Primaveras, de Anna Mol (MG)
Vai Melhorar, de Pedro Fiuza (RN)

Longa convidado: Pajeú, de Pedro Diógenes (CE)

MOSTRA DIVERSIDADE

Colômbia, de Manuela Andrade (PE)
E Agora, Maria?, de Bruna Maria e Camila Gregório (BA)
Lamento de Força Travesti, de RENNA (PE) (videoclipe)
Marie, de Leo Tabosa (PE)
Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda (PE)
Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira (SP)

Longa convidado: Mães do Derick, de Dê Kelm (PR)

MOSTRA PERNAMBUCO

Movido a Futebol, de Rafael Dourado (PE)
O Caminho das Águas, de Antonio Fargoni e Karla Ferreira (Taquaritinga do Norte)
O Mundo de Clara, de Ayodê França (Recife)
Pega-se Facção, de Thaís Braga (Caruaru)
Uma Força Extraordinária, de Amandine Goisbault (Recife)
Un, de Paulo Leonardo (PE)

Longa convidado: Espero que esta te encontre e que estejas bem, de Natara Ney (PE)

MOSTRA SERTÕES

A Nave de Mané Socó, de Severino Dadá (Pedra, PE)
A Vida é Coisa que Segue, de Bruna Schelb Corrêa (MG)
Assum Preto, de Bako Machado (Arcoverde, PE)
Margarida, presente!, de Shaynna Pidori (Serra Talhada, PE)
Michele de Michele Mesma: Narrativas de uma Mulher Sertaneja, de Michele Menezes (Ribeiro do Amparo, BA)
Ser Tão Nossa, de Antonio Fargoni (Quixadá, CE)

Longa convidado: Sertânia, de Geraldo Sarno (CE/BA)

MOSTRA OLHO D’ÁGUA

2. Arcano 13 – O Ensaio Sobre a Morte e a Vida, de Bako Machado (Arcoverde, PE)
A Sonora do Pife no Batuque da Zabumba, de Lula Moreira (Arcoverde, PE)
A Última Batalha da Ilusão, de Paulo Henrique Pontes Ferreira (Garanhuns, PE)
P.S. (Parte 1), de Hícaro Nogueira (Serra Talhada, PE)
P.S. (Parte 2), de Hícaro Nogueira (Serra Talhada, PE)

Longa convidado: O Bem Virá, de Uilma Queiroz (PE)

MOSTRA OUTROS OLHARES, OUTROS SENTIDOS

Catimbau, de Lucas Caminha (PE) | Libras e Audiodescrição
Cor de Pele, de Livia Perini (PE) | Libras, Audiodescrição e LSE
Cordel: Poesia com Acessibilidade, de Paulo Roberto de Lima Ferreira e Lígia Kiss (RN) | Libras
Em Reforma, de Diana Coelho (RN) | Libras, Audiodescrição e LSE
Nova Iorque, de Leo Tabosa (PE) | Libras, Audiodescrição e LSE
Pega-se Facção, de Thais Braga (PE) | LSE
Uma Força Extraordinária, de Amandine Goisbault (PE) | Libras e Audiodescrição
Vai Melhorar, de Pedro Fiuza (RN) | Libras, Audiodescrição e LSE

Longa convidado: Cadê, Edson?, de Dácia Ibiapina (DF)

SESSÃO ESPECIAL ROCKY LANE | HOMENAGEM

Mulheres da Roda do Samba de Coco Arcoverdense, de Amanda Lopes (PE)
Histórias que se Cruzam, de Vertin Moura (PE)

*O II Cine Arcoverde foi contemplado pelo Edital de Festivais LAB PE da Lei Aldir Blanc e pelo Funcultura 2020.

Foto: Divulgação.

Cabras da Peste

por: Cinevitor

cabrasdapesteposterDireção: Vitor Brandt

Elenco: Edmilson Filho, Matheus Nachtergaele, Letícia Lima, Leandro Ramos, Marcondes Falcão, Juliano Cazarré, Evelyn Castro, Marianna Armellini, Reynaldo Machado, Emerson Ceará, Cristiane Wersom, Renan Medeiros, Cesar Gouvêa, Fa Braun, Soren Hellerup, Daniel Torres, Bolachinha, Carolina Geraldo, Vitu Alves, Victor Allen, Christine de Lavor, Valéria ‘Rossicléa’ Vitoriano, Jessica Tamochunas, Eyrio Okura, Robson, Haroldo Guimarães.

Ano: 2021

Sinopse: Bruceuilis é um policial do interior do Ceará que, para resgatar Celestina, uma cabra considerada patrimônio da cidade, viaja até São Paulo. Lá, encontra Trindade, um escrivão da polícia que resolve se aventurar em campo, mesmo não sendo sua especialidade. Os dois policiais, com personalidades opostas, decidem trabalhar juntos para resolver um crime e vencer um criminoso, ao mesmo tempo em que desenvolvem uma amizade bastante especial.

Nota do CINEVITOR:

nota-2,5-estrelas

11ª Mostra Audiovisual de Petrópolis divulga programação on-line e gratuita

por: Cinevitor

alcionemostrapetropolisAlcione no documentário O Samba é Primo do Jazz, de Angela Zoé.

A 11ª edição da Mostra Audiovisual de Petrópolis acontecerá entre os dias 19 e 28 de março em formato on-line e gratuito por conta da pandemia de Covid-19. A programação apresentará mais de 40 atividades, entre oficinas, masterclasses, exibições de filmes nacionais e internacionais, produções juvenis e rodas de debate.

O evento começará com o filme Atravessa a Vida, de João Jardim, que estará disponível a partir das 12h do dia 19, no site oficial (clique aqui). De 15h às 17h acontece a segunda edição do fórum de Educação e Cinema. Já às 19h30, o cineasta responsável pela produção que dá início ao evento, realiza uma roda de debate com alunos do EMI-AV.

Neste ano, a mostra se destaca por sua curadoria que busca refletir questões de identidade, gênero e território. O evento conta com a co-curadoria da atriz Bruna Linzmeyer, trazendo filmes sobre corpos LGBTQIA+, como Limiar, de Coraci Ruiz, realizadora que filma o processo de transição da própria filha; e o premiado Valentina, de Cássio Pereira dos Santos, protagonizado por Thiessa Woinbackk. Entre os destaques desta edição está a exibição do primeiro episódio da série espanhola inédita no Brasil, Veneno, sobre a ícone trans Cristina Ortiz, dirigida pela dupla Los Javis, formada por Javier CalvoJavier Ambrossi.

Também como co-curador, o ator Fabrício Boliveira busca um diálogo entre realizadores negros e filmes que tem o corpo negro como protagonista, entre eles: Voltei!, de Ary Rosa e Glenda Nicácio, uma distopia no Brasil de 2030, onde as protagonistas acompanham as mudanças de rumo do país num rádio de pilha; e O Samba é Primo do Jazz, documentário de Angela Zoé, que traça um retrato da grande intérprete brasileira Alcione.

Além disso, serão exibidos os documentários: Nũhũ yãg mũ yõg hãm: Essa Terra é Nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero; Para Onde Voam as Feiticeiras, de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral; e o premiado Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, de Bárbara Paz.

De acordo com a organização da MAP, o evento vai contar ainda com sessões de cinema que valorizam a educação e a cidade de Petrópolis: “Vamos ter a retrospectiva EMI, que é uma forma de destacar esses trabalhos que fizeram parte do  curso ao longo dos últimos dez anos, uma mostra chamada Curta Petrópolis, com realizadores da cidade, além da sessão vídeo geração com filmes feitos por escolas e ONGs e a mostra itinerâncias jovens, que é para realizadores de até 29 anos. Nossa abertura vai contar ainda com a segunda edição do fórum de cinema e educação, cujas inscrições serão abertas em breve”, disse Elaine Mayworm, uma das coordenadoras da mostra.

O encerramento será com o premiado filme japonês Plano-Sequência dos Mortos, dirigido por Shin’ichirô Ueda e inédito on-line no Brasil, misturando gêneros para prestar uma grande homenagem ao cinema.

valentinapetropolisThiessa Woinbackk em Valentina, de Cássio Pereira dos Santos.

Para os amantes do audiovisual, a 11ª MAP presenteia os participantes com a oportunidade de conversar e receber orientações de profissionais que se destacam no mercado em todo o país. Serão 10 oficinas realizadas completamente online.

Entre os temas que serão trabalhados nestes encontros estão animação, análise crítica de imagem e som, realidade virtual e vídeo 360º, a trajetória feminina no mundo dos games, direção de arte e fotografia, curadoria e produção de mostras, o uso da voz em cena e dublagem, além de figurino de época para cinema e captação de som em projetos independentes.

“Entendemos o audiovisual como ferramenta transformadora para a sociedade, potencializando qualquer segmento de atuação. Por este motivo, acreditamos que a capacitação é essencial para que tenhamos cada vez mais profissionais atualizados, com as devidas bases e conhecimentos, sabendo por onde ir e como aplicar seus conhecimentos na prática. Por isso, colocamos sempre os participantes da mostra, em contato com grandes nomes do mercado, para que esse intercâmbio flua”, explica Regina Bortolini, coordenadora geral da mostra.

O evento vai contar ainda com cinco masterclasses, que vão discutir temas atuais sob a luz de especialistas e profissionais que vão compartilhar suas atuações. Karine Teles, atriz petropolitana, dará sua primeira masterclass comemorando seus 22 anos de carreira, onde trará sua trajetória para debater o lugar da mulher criadora, como roteirista, atriz, diretora e também produtora.

Ailton Krenak e Walter Carvalho se encontram numa troca sobre a importância do olhar e criação de novas imagens. Mariana Jaspe, Mayara Aguiar e Fabrício Boliveira debatem as invisibilidades e potencialidades do corpo negro no audiovisual. A atriz Marina Mathey, o ator Daniel Veiga e a fotógrafa pernambucana Céu, debatem a representatividade transvestigênere e intersexo. Por fim, Guilherme Peters e Roberto Winter trilham a relação entre a obra cinematográfica e seu contexto de produção e na sociedade, trazendo como centro Proxy Reverso, filme que também faz parte da curadoria.

Neste ano, o evento estimula ainda a participação de estudantes que passaram pelo Ensino Médio Profissionalizante em Áudio e Vídeo do Colégio Estadual Dom Pedro II, em Petrópolis, para mediarem as rodas de debate dos filmes longas-metragens. As produções foram definidas com base nas áreas de atuação dos alunos, que já seguem as mais distintas profissões atualmente. O evento tem ainda, ex-estudantes como curadores, produtores e parte da equipe que realiza mais uma MAP. Ao todo, são cerca de 20 profissionais entre ex-alunos e estudantes atuais, envolvidos na produção do evento. Cerca de 2 mil jovens que já passaram pela instituição, são esperados na programação da Retrospectiva EMI, que será um dos destaques.

*O evento é patrocinado pela Lei Aldir Blanc, através da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro; e realizado pelo Ensino Médio Integrado em Audiovisual do Colégio Dom Pedro II, Biruta Educação Audiovisual e a Reprodutora.

Fotos: Divulgação.

11º ANIMAGE – Festival Internacional de Animação de Pernambuco: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor

lecomcreanimageCena do curta animado Lé com Cré, de Cassandra Reis.

O ANIMAGE – Festival Internacional de Animação de Pernambuco acontecerá entre os dias 19 e 28 de março, em formato on-line e gratuito, com mostras de curtas, longas e realização de oficinas, painéis, masterclasses e entrevistas com expoentes da animação local, nacional e internacional.

O evento completa onze anos de existência e realiza sua primeira edição digital, com patrocínio da Lei Aldir Blanc, por conta da pandemia de Covid-19. A seleção faz um convite para um mergulho pelas profundezas das linguagens animadas, com filmes que transitam entre a mais delirante fantasia e os temas mais urgentes da atualidade.

“É uma edição especial que vai transmitir a essência do festival, que reflete uma grande mistura entre diversão e reflexão. O estilo da programação valoriza principalmente a originalidade, a criação autoral, a experimentação técnica, o conteúdo intelectual, a poesia e o lado mais artístico do cinema de animação. O público vai sentir tudo isso nesta programação especial digital”, observa Júlio Cavani, responsável pela curadoria do festival.

Para a mostra de curtas, o ANIMAGE reunirá obras a partir da avaliação de milhares de trabalhos inscritos no processo de seleção do festival dos últimos anos. Foram escolhidos mais de 80 curtas, de diversos países, que transitam por diferentes linguagens, estilos, procedências culturais, técnicas e gêneros; seja na ficção animada, no documentário ou na abstração. Há desde grandes premiados até revelações mais surpreendentes a serem descobertas, com espaço tanto para provocações sociopolíticas quanto para o mais puro entretenimento.

Entre as oito mostras de curtas, duas sessões são voltadas para o público infantil. A mostra Pequenas Histórias reúne curtas protagonizados por bonecos humanos e personagens que são crianças de diferentes culturas; a outra é a mostra infantil Mundos Mágicos, dedicada a monstrinhos, bichos e outras criaturas de lugares fantasiosos.

O público adulto está contemplado com seis mostras com temas que giram em torno de relações de amizade, música, amor, histórias de família, situações sinistras, terror abstrato, repressão política, diásporas, lealdade e mergulhos na alma humana.

A mostra Nas Profundezas reúne sete curtas que exploram mergulhos no fundo do mar e nos sentimentos humanos; histórias sobre amizade, família e lealdade entre amigos estão presentes na mostra Humanas Relações; já temas como criaturas sinistras e terror abstrato ocupam a seleção da mostra Estranhamentos; conflitos geopolíticos, migração, diáspora, golpes de estado, armas e paz são temas encontrados na mostra Planeta em Transe; há também leveza e alegria que podem ser encontradas na mostra Amor, Suingue e Simpatia, onde a música, o amor e a empatia entre pessoas de culturas diferentes são temas explorados; e a mostra Pernambuco Animando para o Mundo, com uma seleção de seis obras de destaque da atual animação pernambucana.

Dois longas participam desta edição virtual do ANIMAGE: Psiconautas, As Crianças Esquecidas (Psiconautas, los niños olvidados), dos espanhóis Alberto Vázquez e Pedro Rivero, premiado no Goya, em 2017, e exibido no Festival de Annecy; e Dilili em Paris, do francês Michel Ocelot, premiado no César, em 2019, como melhor animação.

Além dos filmes, a programação conta também com atividades paralelas, como: os painéis Produção de Longas de Animação, com Letícia Friedrich e Ulisses Brandão, e Documentários em Animação, com Nádia Mangolini e Marão, ambos mediados por Júlio Cavani; masterclasses com Wesley Rodrigues e Aída Queiroz; entrevistas com Chia Beloto, Bárbara Oliveira, Sávio Leite e Renato Duque; e as oficinas de Roteiro de Animação, com Karolina Kalor, Stop Motion Dendicasa, com Produções Ordinária, e Direção de Arte, com Rogi Silva.

Conheça os filmes selecionados para o 11º ANIMAGE:

NAS PROFUNDEZAS

Among Black Waves, de Anna Budanova (Rússia)
Coda, de Alan Holly (Irlanda)
Diep, de Michelle Verhoeks (Holanda)
Oceano, de Renato Duque (Brasil)
Quando os Dias Eram Eternos, de Marcus Vinicius Vasconcelos (Brasil)
Sob o Véu da Vida Oceânica, de Quico Meirelles (Brasil)
Viagem na Chuva, de Wesley Rodrigues (Brasil)

HUMANAS RELAÇÕES

Diamenteurs, de Chloé Mazlo (França)
Facing It, de Sam Gainsborough (Reino Unido)
Pépé Le Morse, de Lucrèce Andreae (França)
Roughhouse, de Jonathan Hodgson (França/Reino Unido)
Tailor, de Calí dos Anjos (Brasil)
The Full Story, de Daisy Jacobs e Christopher Wilder (Inglaterra)

ESTRANHAMENTOS

Agouro, de David Doutel e Vasco Sá (França/Portugal)
Em Crise, de Amir Admoni e Paula Rocha (Brasil)
Kinki, de Izumi Yoshida (Polônia)
Neputovanja, de Ana Nedeljkovic e Nikola Majdak Jr (Sérvia)
Pixied, de Agostina Ravazzola e Gabriela Sorroza (Argentina)
Plantae, de Guilherme Gehr (Brasil)
Sog, de Jonatan Schwenk (Alemanha)

MOSTRA AMOR, SUINGUE E SIMPATIA

Até a China, de Marão (Brasil)
Big{foot} Love, de Alessia Cecchet e Joshua Dean Tuthill (Itália)
Love, de Reka Bucsi (EUA)
Manolo, de Abel Ringot (França)
O Violeiro Fantasma, de Wesley Rodrigues (Brasil)
Vênus – Filó, a Fadinha Lésbica, de Sávio Leite (Brasil)

PLANETA EM TRANSE

32-Rbit, de Victor Orozco Ramirez (México)
An Excavation of Us, de Shirley Bruno (França/Grécia/Haiti)
Disexta, de André Catoto (Brasil)
Lugar em Parte Nenhuma, de Bárbara de Oliveira e João Rodrigues (Portugal)
Monsters Walking, de Diego Porral (Espanha)
Riot, de Frank Ternier (França)
The Opposites Game, de Lisa LaBracio e Anna Bergman (EUA)
Torre, de Nádia Mangolini (Brasil)
Trump Dreams, de Ruth Lingford (EUA/Reino Unido/Inglaterra)

PERNAMBUCO ANIMADO PARA O MUNDO

Barbas de Molho, de Eduardo Padrão e Leanndro Amorim
Eu o Declaro meu Inimigo, de Marcos Buccini e Tiago Delácio
Fazenda Rosa, de Chia Beloto
Guaxuma, de Nara Normande
Não Moro Mais Aqui, de Laura de Araújo
O Ex-Mágico, de Mauricio Nunes e Olimpio Costa
Súbito, de Ayodê França

MOSTRA INFANTIL | MUNDOS MÁGICOS

Cat Lake City, de Antje Heyn (Alemanha)
Hypertrain, de Etienne Kompis e Fela Bellotto (Suíça)
Island, de Max Moertl e Robert Loebel (Alemanha)
Link, de Robert Löbel (Alemanha)
Mogu&Perol, de Tsuneo Goda (Japão)
Ode à Infância, de João Monteiro e Luís Vital (Portugal)
Pawo, de Antje Heyn (Alemanha)
Utö, de David Buob (Alemanha)
Vulkansziget, de Anna Katalin Lovirty (Hungria)

MOSTRA INFANTIL | PEQUENAS HISTÓRIAS

Belly Flop, de Jeremy Collins e Kelly Dillon (África do Sul)
Bobo, de Andrej Rehak (Croácia)
Caminho dos Gigantes, de Alois Di Leo (Brasil)
El Hombre Más Chiquito del Mundo, de Juan Pablo Zaramella (Argentina)
Lé com Cré, de Cassandra Reis (Brasil)
Nimbus: O Caçador de Nuvens, de Marco Nick (Brasil)
Poustet Draka, de Martin Smatana (República Checa)

Foto: Divulgação.

Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre

por: Cinevitor

nuncararamenteasvezesempreposterNever Rarely Sometimes Always

Direção: Eliza Hittman

Elenco: Sidney Flanigan, Talia Ryder, Théodore Pellerin, Sharon Van Etten, Ryan Eggold, Aurora Richards, Rose Elizabeth Richards, Drew Seltzer, Kim Berrios Lin, Kelly Chapman, Carolina Espiro, Eliazar Jimenez, David Buneta, Christian Clements, Sam Dugger, Brian Altemus, Lizbeth MacKay, Mia Dillon, John Ballinger Sr., Amy Tribbey, Bill Vila, Omar Dugue, Bryse Gregory, Denise Pillott, Sipiwe Moyo, April Szykeruk, Ronnick McCoy, Jingjing Tian, Guy A. Fortt, Cassandra Pogensky, Frank Chavez, Michael Erik, Salem Murphy, Sonia Luz Rose Mena, Alana Barrett-Adkins, Kaeta Jarkow, Tate Pontone, Julia Grant, Tommy Kelly, Nolan Schaffer, Zachary Dill, Tamara Lee, Zachary Asnis, Luz Ozuna, Alexander Carney, Andrew Glaszek, Lester Greene, Deepti Menon, Brett Puglisi.

Ano: 2020

Sinopse: A adolescente Autumn descobre que está grávida. Certa de que sua família não dará o suporte de que necessita na Pensilvânia, a menina de 17 anos decide partir para Nova York. Ao lado da prima Skylar, ela enfrenta os dramas da gravidez precoce enquanto busca por um aborto.

Nota do CINEVITOR:

nota-4,5-estrelas

Mostra Tiradentes | SP 2021 anuncia programação on-line com 24 filmes

por: Cinevitor

mesmapartehomemtiradentesspClarissa Kiste e Irandhir Santos em A Mesma Parte de um Homem, de Ana Johann.

A nona edição da Mostra Tiradentes | SP acontecerá entre os dias 18 e 24 de março, em formato on-line e gratuito, graças à continuidade da parceria entre a Universo Produção e o Sesc SP. Em sete dias de programação, serão exibidos 24 filmes brasileiros (13 longas e 11 curtas), de 11 estados, em pré-estreias e mostras temáticas, e também debates, performance audiovisual e exposição fotográfica virtual.

Durante o evento, o público poderá assistir a todos os filmes vencedores da 24ª Mostra Tiradentes, além de outros destaques exibidos na edição mineira realizada em janeiro; os títulos estarão disponíveis no site do Sesc São Paulo (clique aqui).

Com o intuito de ampliar a reflexão com discussões e novas perspectivas, a 9ª Mostra Tiradentes | SP será norteada pela temática Vertentes da Criação, proposta pelo curador Francis Vogner dos Reis, que foi abordada na 24ª edição da Mostra Tiradentes, em janeiro. A ideia partiu da percepção de que há, em anos recentes, uma reconfiguração intelectual e empírica dos processos na produção do país, cuja singularidade está condicionada por elementos variados: universos simbólicos, ética das imagens a partir dos espaços, personagens e territórios, estética amparada em perspectiva crítica do automatismo das práticas da expressão audiovisual do mercado e, principalmente, a economia de um tempo que resiste ao modelo célere de velocidade da circulação do capital. O cinema brasileiro se reinventa nas circunstâncias impostas a ele e nas inquietações de criadores arrojados que constantemente reinventam as formas do fazer.

“Nesse contexto premente de inspirações, a nona edição da Mostra Tiradentes SP apresenta uma seleção que ilumina o cinema brasileiro contemporâneo como potente subterfúgio para a reflexão da atualidade e de suas temáticas diversas e urgentes, trazendo o cinema como forte aliado na criação de novos imaginários para o futuro”, destaca o diretor do Sesc São Paulo, Danilo Miranda.

“Vamos celebrar este encontro anual, que em 2021 será virtual, mas que fortalece nossos laços neste tempo presente histórico em que a essência está na simplicidade de fazer o que é possível com a grandeza que a arte merece ser vivenciada e aplaudida. Na 9ª edição, o público poderá conferir filmes que são destaques da produção brasileira de 2021”, comentou Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra Tiradentes | SP.

acucenatiradentes2021Cena do longa Açucena, de Isaac Donato: melhor filme da Mostra Aurora.

A abertura acontecerá no dia 18 de março, às 20h, no site oficial do evento (clique aqui). A programação consiste em uma performance audiovisual que apresenta a temática central do evento com arte, música e movimento criada por Chico de Paula e Raquel Hallak. Na sequência, será realizado o debate inaugural com o tema Vertentes da Criação, foco central do evento.

E, ainda, na abertura, o público poderá conferir a pré-estreia do filme Açucena, documentário baiano dirigido por Isaac Donato, que foi eleito pelo Júri Oficial da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes como o melhor filme da Mostra Aurora. O longa ficará disponível por 72 horas.

Dedicada exclusivamente à exibição de trabalhos de diretores em início de carreira, independentemente da idade, mas que tenham até três longas realizados, a Mostra Aurora reúne, em 2021, filmes inéditos de diretoras e diretores de cinco estados: Bahia, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro, mantendo o seu olhar para a produção autoral das mais variadas regiões do país.

Sete filmes integram a seleção da Mostra Aurora, que ficarão disponíveis por 72 horas, a partir da data de estreia/abertura do sinal:

A Mesma Parte de um Homem, de Ana Johann (PR)
Açucena, de Isaac Donato (BA)
Eu, Empresa, de Leon Sampaio e Marcus Curvelo (BA/MG)
Kevin, de Joana Oliveira (MG)
O Cerco, de Aurélio Aragão, Gustavo Bragança e Rafael Spíndola (RJ)
Oráculo, de Melissa Dullius e Gustavo Jahn (SC)
Rosa Tirana, de Rogério Sagui (BA)

Nesta edição, a Mostra Tiradentes | SP proporcionará para o público a oportunidade de conferir os longas-metragens selecionados para a Mostra Olhos Livres. Recorte da programação da Mostra Tiradentes, que se notabiliza pela diversidade de olhares e formas e sem conceitos fechados ou critérios uniformizantes, a Mostra Olhos Livres esboça um panorama mais amplo de algumas das proposições mais instigantes do cinema contemporâneo brasileiro.

A seleção ficará disponível de 19 a 24 de março:

Amador, de Cris Ventura (GO/MG)
Irmã, de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes (RS)
Nũhũ yãg mũ yõg hãm: Essa Terra é Nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero (MG)
Rodson ou (Onde o Sol não Tem Dó), de Cleyton Xavier, Clara Chroma e Orlok Sombra (CE)
Subterrânea, de Pedro Urano (RJ)
Voltei!, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA)

Sobre a seleção, os curadores comentaram: “Se a Mostra Aurora dá visibilidade a filmes e cineastas em seus primeiros trabalhos, a Mostra Olhos Livres consolidou um perfil de filmes e cineastas que já contaram com alguma visibilidade e possuem carreiras mais consolidadas, mas que na Mostra de Cinema de Tiradentes encontram um debate e uma janela muito especial. O conjunto de filmes selecionados e que já foram exibidos no evento em janeiro, se afigura como uma síntese do que há de mais forte no cinema brasileiro da temporada”.

lambadaestranhatiradentesSPCena do curta Lambada Estranha, de Luisa Marques e Darks Miranda.

Também avaliada pelo Júri Oficial na 24ª Mostra Tiradentes, a Mostra Foco de curtas será exibida em sua totalidade. Geralmente muito aguardado pelo público, devido à duração dos filmes e à possibilidade de se assistir a títulos variados numa mesma sessão, o curta-metragem sempre teve um tratamento especial na programação, sendo a Mostra Foco um dos recortes mais aguardados.

Em 2021, a seleção conta com três linhas de aproximações entre os curtas-metragens: filmes que pensam a catástrofe, a destruição e o colapso do mundo, tratando sobre em que medida isso se conecta a uma crise generalizada da política institucional e de um projeto de país; filmes que borram fronteiras entre o real e o imaginário, o que existe de possível na concretude das vivências e o que há de criação do impossível no campo da imaginação; e enredos de distopia, com alegorias que aludem ao presente, pensam os processos históricos e apontam possíveis futuros.

Ao todo, 11 filmes de nove estados integram a seleção; os curtas-metragens da Mostra Foco ficarão disponíveis de 19 a 24 de março:

4 Bilhões de Infinitos, de Marco Antônio Pereira (MG)
A Destruição do Planeta Live, de Marcus Curvelo (BA)
Abjetas 288, de Júlia da Costa e Renata Mourão (SE)
Céu de Agosto, de Jasmin Tenucci (SP)
De Costas pro Rio, de Felipe Aufiero (AM/PR)
Drama Queen, de Gabriela Luíza (MG)
Eu Te Amo, Bressan, de Gabriel Borges (PR)
Lambada Estranha, de Luisa Marques e Darks Miranda (RJ)
Novo Mundo, de Natara Ney e Gilvan Barreto (RJ)
Preces Precipitadas de um Lugar Sagrado que Não Existe Mais, de Rafael Luan e Mike Dutra (CE)
Ratoeira, de Carlos Adelino (SC)

A programação da 9ª Mostra Tiradentes | SP promoverá quatro debates, com a participação de 16 convidados. São diretores e diretoras, roteiristas, atrizes, atores e profissionais do audiovisual no centro das conversas, trazendo novas vozes e olhares, dando sequência às discussões realizadas em janeiro, com destaque para os filmes em exibição e para as diversas faces da criação como performance, dramaturgia e invenção.

Os debates da série Encontro com os Filmes realizados com longas-metragens em exibição durante a 24ª Mostra Tiradentes já estão disponíveis no canal do YouTube da Universo Produção. Clique aqui.

Fotos: Divulgação/Olhar Distribuição.

Festival de Cannes 2021: Spike Lee será o presidente do júri

por: Cinevitor

spikeleecannes2021Spike Lee vai comandar o grupo que decide o vencedor da Palma de Ouro.

Em janeiro do ano passado, o Festival de Cannes anunciou que o cineasta americano Spike Lee seria o presidente do júri de sua 73ª edição, que aconteceria em maio. Porém, por conta da pandemia de Covid-19, o evento foi adiado algumas vezes e adotou um novo formato.

Entre tantas incertezas, uma edição extraordinária chamada Spécial Cannes 2020 aconteceu presencialmente em outubro, no Palácio dos Festivais, com quatro pré-estreias de filmes da Seleção Oficial, curtas-metragens selecionados em competição e títulos da Cinéfondation. Por conta da situação, os longas não foram exibidos em competição.

Um ano depois do anúncio sobre Spike Lee, a 74ª edição do Festival de Cannes, que acontecerá entre os dias 6 e 17 de julho, acaba de confirmar que o consagrado diretor será o presidente do júri deste ano, já que não conseguiu assumir tal função na edição passada. Fiel aos seus compromissos, o cineasta prometeu apoiar o festival em seu retorno à Croisette.

Em comunicado oficial, Pierre Lescure, presidente do Festival de Cannes, disse: “Ao longo dos meses de incertezas que acabamos de passar, Spike Lee nunca parou de nos encorajar. Esse apoio finalmente está se concretizando e não poderíamos ter esperado por uma personalidade mais poderosa para mapear nossos tempos difíceis”. Thierry Frémaux, diretor geral do evento, completou: “Seu entusiasmo e paixão pelo cinema nos deram um grande impulso para preparar o grande festival que todos esperavam. A festa vai ser ótima!”.

Spike Lee fez sua estreia em Cannes em 1986, na Quinzena dos Realizadores, com a comédia Ela Quer Tudo e foi premiado. Em 1989 voltou com Faça a Coisa Certa, exibido na Competição Oficial. Com Febre da Selva disputou a Palma de Ouro, em 1991, e recebeu uma Menção Especial do Júri Ecumênico. Em 1999, voltou para a Quinzena dos Realizadores com O Verão de Sam. Com Ten Minutes Older: The Trumpet, filme no qual divide a direção com outros cineastas, entre eles, Werner Herzog, Jim Jarmusch e Wim Wenders, passou pela mostra Un Certain Regard.

Em 2018, depois de uma ausência de 22 anos, Spike Lee exibiu Infiltrado na Klan na Competição Oficial e disputou a Palma de Ouro. O filme, protagonizado por John David Washington, levou o Grande Prêmio do Júri e também uma Menção Especial do Júri Ecumênico.

A Seleção Oficial e a composição completa do júri serão divulgadas no início de junho, assim como outras informações sobre a 74ª edição.

Foto: Getty Images.

Festival Curta Cinema 30 Anos: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor

adamadoestaciocurtacinemaFernanda Montenegro em A Dama do Estácio, de Eduardo Ades.

O Festival Internacional de Curtas-Metragens do Rio de Janeiro, o Curta Cinema, comemora 30 anos com uma edição especial realizada totalmente on-line e gratuita, que acontecerá entre os dias 17 e 24 de março. A programação conta com mais de cem curtas, que serão exibidos através da plataforma Festhome TV e ficarão disponíveis por 24 horas.

O Curta Cinema começou em março de 1991 com o sonho de estabelecer um espaço de contato e de trocas entre os apaixonados por cinema e a exibição de curtas-metragens, que estavam ganhando cada vez mais espaço no meio cinematográfico. O projeto nasceu da luta para restabelecer o apoio à cultura, que tinha se pedido na época: “Trinta anos depois, mantemos o sonho e a força de lutar por estes mesmos objetivos. O Curta Cinema tornou-se uma referência no país e no mundo e agora estamos ingressando no universo virtual para, em breve, retornarmos no presencial, depois de vencermos todas estas lutas”, afirmou Ailton Franco Jr., diretor do festival.

A programação desta edição comemorativa é composta por quatro mostras e um programa educativo direcionado a alunos da rede de ensino médio e fundamental, já tradicional ao longo da história do Curta Cinema: “Por conta da pandemia de Covid-19, o festival optou por apresentar uma curadoria mais enxuta do que a dos anos anteriores e mais adequada ao on-line. Olhando pelo lado positivo, acreditamos que migrar para a internet nesse momento tão delicado que estamos vivendo, é de grande importância para atingir um público maior e levar cultura de forma democrática a todos”, disse Paulo Roberto Jr., coordenador de programação.

A seleção traz filmes que marcaram o cinema brasileiro, como: A Dama do Estácio, de Eduardo Ades, que traz Fernanda Montenegro como a protagonista Zulmira, uma velha prostituta que um dia acorda obcecada com a ideia de que vai morrer e percebe que precisa de um caixão; Uma Estrela para Ioiô, de Bruno Safadi, com Mariana Ximenes, que gira em torno do desejo de Antônio Cleide, papel de Gustavo Falcão, que deseja oferecer uma vida melhor à sua namorada, a prostituta Ioiô; Vestido de Laerte, de Claudia Priscilla e Pedro Marques, estrelado pela própria cartunista; entre outros.

Um dos principais destaques do Panorama Carioca é o documentário inédito Ar, de Beth Formaggini, que traz a visão da cineasta, internada com Covid-19, em uma cama de hospital. A mostra mantém a sua tradição como uma das principais vitrines do cinema independente feito no Estado do Rio de Janeiro.

Já o Panorama Latino-americano traz uma novidade nesta edição: a seleção dos filmes foi feita em parceria com nove importantes festivais latino-americanos, por intermédio da Red Ibero Fest. De forma colaborativa, os festivais Cortópolis (Argentina), Bogoshorts (Colômbia), Iberofest (Colômbia), Cinelebu (Chile), Shorts México (México), GIFF (México), CinefestPy (Paraguai), MUTA Festival Internacional de Apropiación Audiovisual (Peru) e Festival de Cine Nuevo Detour (Uruguai) selecionaram os mais significativos filmes latino-americanos de 2019/20. O resultado é uma curadoria inédita, múltipla e bem diferente dos anos anteriores.

pracawaltdisneycurtacinemaCena do curta pernambucano Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira.

A Mostra Panorama 30 Anos – Miragem reúne uma seleção de curtas exibidos nas três décadas do Festival Curta Cinema, criado em 1991. Os seis programas da mostra, realizada pela jornalista e curadora convidada Lais Rodrigues, trazem filmes de diferentes gerações de diretores que nos proporcionam percepções sobre o mundo e propõem reflexões sobre a produção de narrativas.

Na Mostra Origens, a intenção é trazer curtas-metragens sobre a cultura indígena do ponto de vista dos próprios índios. Com curadoria colaborativa entre o cineasta Takumã Kuikuro e artistas indígenas, a mostra traz uma seleção de filmes experimentais e outros mais produzidos realizados pelos povos nativos e originários do Brasil. O resultado final é um amálgama de propostas estéticas e abordagens muito distintas entre si, que evidencia a riqueza cultural do audiovisual produzida nas tribos brasileiras.

A Mostra Premiados de 2020 exibe os curtas vencedores das mostras Competitivas Nacional e Internacional que participaram da primeira parte da 30ª edição do Festival Curta Cinema, realizada também on-line em novembro do ano passado.

Além disso, dois filmes premiados na Competitiva Internacional foram indicados ao Oscar 2021 na categoria de melhor curta-metragem. O Presente (The Present), que conta a história de um homem palestino e sua filha tentando cruzar as fronteiras entre a Cisjordânia e Israel para comprar um presente; e White Eye, que aborda um problema familiar em Israel: preconceito de grande parte da população e da polícia contra imigrantes. Os curtas serão exibidos no sábado, dia 20/03, às 18h, e ficarão disponíveis por 24 horas.

Para esta edição comemorativa, o site Vertentes do Cinema propôs a mostra 30 Vertentes do Cinema Brasileiro Através do Curta Cinema, um recorte do que aconteceu nesses trinta anos. Um atravessamento que entrecortou a história do Brasil refletido inteiramente por lentes-olhares de cineastas diversos e ávidos por criar um novo mundo. A curadoria do crítico Fabricio Duque selecionou um curta-metragem de cada ano e que melhor representa mudanças e experimentações narrativas desses trinta anos. Os filmes serão exibidos no próprio site Vertentes do Cinema, em sessões divididas por anos e de acompanhamento linear.

Na segunda parte do festival, haverá ainda atividades paralelas, como Laboratório de Projetos de Curta Metragem, que contempla jovens cineastas com a possibilidade de realização de seus curtas; Oficina de Documentário, ministrada por Beth Formaggini; Oficina Decibéis: as fronteiras entre os curtas-metragens e os videoclipes, com Duda Leite; palestras, masterclasses e o Laboratório de Ideias, espaço virtual de discussão e criação para o desenvolvimento de roteiros de curtas-metragens. Os consultores Paulo Lins e Sylvia Palma conduzirão o debate.

Para esta edição comemorativa, o Festival Curta Cinema reformulou a tradicional Sessões Escolas no Programa Educativo e preparou quatro programas temáticos: renovação e reciclagem, imaginação criativa, família e afeto e inclusão. Cada programa é composto por dois filmes que são apresentados e contextualizados por um educador especialista na área. Os filmes ficarão disponíveis por seis meses no YouTube Sala de Leitura da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

Os curtas que compõem os programas do Panorama Carioca e Panorama Latino-americano concorrerão ao prêmio de melhor filme, eleitos pelo voto popular.

Conheça os filmes selecionados para o Festival Curta Cinema 30 Anos:

MIRAGEM – PANORAMA 30 ANOS

4Portes, de Louise Botkay (RJ) (2009)
A Dama do Estácio, de Eduardo Ades (RJ) (2012)
A Janela Aberta, de Philippe Barcinski (SP) (2002)
A Menina do Algodão, de Kleber Mendonça Filho (PE) (2003)
A Onda Traz, O Vento Leva, de Gabriel Mascaro (PE) (2012)
Angeli 24h, de Beth Formaggini (RJ) (2010)
Circuladô, de André Parente (RJ) (2006)
Command Action, de João Paulo Miranda Maria (SP) (2015)
Contos da Maré, de Douglas Soares (RJ) (2013)
De Volta ao Quarto 666, de Gustavo Spolidoro (RS) (2008)
Do Lado de Fora, #MARIELLEVIVE, de Ludmila Curi (RJ) (2018)
Dreznica, de Anna Azevedo (RJ) (2008)
Extratos, de Sinai Sganzerla (SP) (2019)
Geraldo Voador, de Bruno Vianna (RJ) (1994)
Loja de Répteis, de Pedro Severian (PE) (2014)
Natureza Morta, de Mariana Kaufman (RJ) (2015)
O Teu Sorriso, de Pedro Freire (RJ) (2009)
O Velho e o Novo, de Daniel Caetano (RJ) (2012)
Orwo Foma, de Karen Black e Lia Letícia (RJ) (2012)
Pendular, de Julia Murat (RJ) (2009)
Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira (PE) (2011)
Ruído, de Gabraz Sanna (RJ) (2017)
Tropel, de Eduardo Nunes (RJ) (2000)
Um Outro Ensaio, de Natara Ney (RJ) (2010)
Um Sol Alaranjado, de Eduardo Valente (RJ) (2001)
Uma Estrela pra Ioiô, de Bruno Safadi (RJ) (2003)
Vestido de Laerte, de Claudia Priscilla e Pedro Marques (SP) (2012)

PANORAMA CARIOCA

Amor e Luz, de Chico Serra
Aqui é meu lugar, de Breno Soares
Ar, de Beth Formaggini
Arroz, Feijão e Cinema, de Leo Barros
Atordoado, Eu Permaneço Atento, de Lucas H. Rossi dos Santos e Henrique Amud
BIG BANG BOOM, de Lívia Uchôa
Blackout, de Rossandra Leone
Corpo Aberto, de Diego Quinderé
Joãosinho da Goméa, O Rei do Candomblé, de Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra
Maré Mansa Traiçoeira, de Daniel Paes
Memórias de Parede, de Luca Salgado e Rafaela Barreto
Nome de Batismo: Frances, de Tila Chitunda
O Prazer de Matar Insetos, de Leonardo Martinelli
Ouro Para o Bem do Brasil, de Gregory Baltz
Papinha de Goiaba, de Tiago Fonseca
Por trás das Tintas, de Alek Lean
Quem Matou Chiquito Chaves?, de Giovanna Giovanini e Rodrigo Boecker
Travelling Adiante, de Lucio Branco
Viva Alfredinho, de Roberto Berliner
Zona Abissal, de Darks Miranda e Luisa Marques

PREMIADOS 2020 | NACIONAIS

Menarca, de Lillah Halla (SP)
Minha História é Outra, de Mariana Campos (RJ)
O Jardim Fantástico, de Fabio Baldo e Tico Dias (SP)
Prata, de Lucas Melo (RJ)
Sabrina, de Jéssica Barreto (SP)

PREMIADOS 2020 | INTERNACIONAIS

84, de Daniel Santiago Cortés (Colômbia)
Como Desaparecer, de Leonhard Müllner, Michael Stumpf e Robin Klengel (Áustria)
O Presente, de Farah Nabulsi (Palestina)
Wan Ju Wu, de Isabela Bianchi (Espanha)
White Eye, de Tomer Shushan (Israel)

MOSTRA ORIGENS

Anut Gidahankis Minikwekviyenekis: Conhecimento dos Antigos, de Davi Marworno (AM)
Centenário da Aldeia de Dourados, de Rossandra Cabreira (MS)
Equilíbrio, de Olinda Muniz Wanderley – Yawar (SP)
ITO, de Takumã Kuikuro (MT)
Jeroki Gwasu, de Michele Perito Concianza Kaiowá (MS)
Kaapora, de Olinda Muniz Wanderley – Yawar (SP)
Kamukuwaká: A História Sagrada do Povo Alto Xinguano, de Piratá Waurá (MT)
Karioka, de Takumã Kuikuro (MT/RJ)
Kunhangue – Universo de um Novo Mundo, de Graciela Guarani (SP)
Mbya Mirim, de Ariel Duarte Ortega e Patrícia Ferreira (RS)
O Verbo se Fez Carne, de Ziel Karapotó (PE)
Os Encantos do Rio, de Takumã Kuikuro (MT)
Pele de Branco, de Takumã Kuikuro (MT)
Prevenção do Povo Wauja Contra Covid19, de Piratá Waurá (MT)
Quarentena dos Guarani Kaiowa, de Juvenal Hermes da Silva e Thaila Cabreira da Silva
Wate’wa – O Jovens Xavantes que Batem Água, de Caimi Waiassé Xavante e Leandro Pirinai’a (MT)
Xandoca, de Davi Marworno e Takumã Kuikuro (MT)
YWY NHE’EM PORÃ, de Alberto Alvares

30 VERTENTES DO CINEMA BRASILEIRO

A Galinha que Burlou o Sistema, de Quico Meirelles (SP) (2012)
A Maldita, de Tetê Mattos (RJ) (2007)
A Pessoa é para o que Nasce, de Roberto Berliner (RJ) (1998)
As Sombras, de Juliana Rojas e Marco Dutra (SP) (2009)
Assunto de Família, de Caru Alves de Souza (SP) (2011)
Biografia do Tempo, de Marcos Pimentel e Joana Oliveira (MG) (2004)
Caligrama, de Eliane Caffé (SP) (1995)
Cartão Vermelho, de Laís Bodanzky (SP) (1994)
Ciclo 7×1, de Gil Baroni (PR) (2015)
Como se Morre no Cinema, de Luelane Loiola Corrêa (RJ) (2002)
Dias de Greve, de Adirley Queirós (DF) (2009)
Diz que é Verdade, de Claryssa Almeida e Pedro Estrada (MG) (2019)
Do Dia em que Macunaíma e Gilberto Freire Visitaram o Terreiro de Tia Ciata Mudando o Rumo da Nossa História, de Sérgio Zeigler e Vitor Angelo (SP) (1998)
Dos Restos e das Solidões, de Petrus Cariry (CE) (2006)
Egum, de Yuri Costa (RJ) (2020)
Engano, de Cavi Borges (RJ) (2008)
Esta Não é a Sua Vida, de Jorge Furtado (RS) (1991)
Kairo, de Fábio Rodrigo (SP) (2018)
Lá e Cá, de Sandra Kogut (RJ) (1995)
Macabéia, de Erly Vieira Jr, Lizandro Nunes e Virginia Jorge (ES) (2000)
Mãe de Lesbos, de Marcelo de Trói (BA) (2003)
No Interior da Minha Mãe, de Lucas Sá (MA) (2013)
Nossa Pintura, de Fábio Nascimento e Thiago Oliveira (PA) (2014)
Novela, de Otto Guerra (RS) (1993)
O Jeito Brasileiro de Ser Português, de Gustavo Melo (RJ) (2000)
Rapsódia para um Homem Comum, de Camilo Cavalcante (PE) (2005)
Recife de Dentro para Fora, de Katia Mesel (PE) (1997)
Tentei, de Laís Melo (PR) (2017)
Transverso, de Fernanda Paz (PR) (2015)
Viver a Vida, de Tata Amaral (SP) (1991)

PROGRAMAS EDUCATIVOS

A Viagem de Ícaro, de Kaco Olimpio e Larissa Fernandes (GO)
A Volta para Casa, de Diego Freitas (SP)
Apocalipse de Verão, de Carolina Durão (RJ)
Balão Azul, de Alice Gomes (RJ)
Catadora de Gente, de Mirela Kruel (RS)
O Véu de Amani, de Renata Diniz (DF)
Uma História das Cores, de Victor Hugo Fiuza (RJ)
Viagem na Chuva, de Wesley Rodrigues (GO)

PANORAMA LATINO-AMERICANO

Asi En La Tierra, de Joel Vazquez Cardenas (México)
Atmósferas, de Leinad Pájaro De la Hoz (Colômbia/Cuba)
Cabra Chica, de Maria Jesús Saiz (Chile)
Con olor a mandarina, de Sandra Da Silva (Paraguai)
El dia comenzó ayer, de Julián Hernandez (México)
El dibujo de un pez, de Juana Castro (Colômbia)
El Fin del Invierno, de Macarena Fernández Puig (Uruguai)
El punto verde en el año 3785, de Yassmina Samudio (Paraguai)
El tamaño de las cosas, de Carlos Felipe Montoya (Colômbia)
Esta obra no ha de tener título, de Juan María Bianchini (Argentina)
Expiatório, de Manuel Acuña (Cuba/México)
Fragmentos Petenciales de Obras para Desplegar Fractal e Cíclicamente, de Paola Vela (Peru)
Fronteras II, de Victoria Maréchal (Argentina)
IXCH’UMIL, de Miguel Ajcot (Guatemala)
Juan El Pescador, de Freddy Rojas Matamala (Chile)
La Cama, de Daniela Abad (Colômbia)
La Frontera, de Erika Oreguel (México)
La Fuente de Agua, de Ima Cabrera Abanto (Peru)
La tortuga de plástico, de Claudia Osejo e Miguel León (Colômbia)
La Yuyera, de Maria Avalos (Paraguai)
Lo que nos queda, de Yudiel Landa (México)
Macho, de Emmanuel Vidal Cogollo (Colômbia)
Naayilo’ob ja’ (Sueños de Agua), de Domingo Pablo Ortiz (México)
Recuerdo de mi Presentación, de Antanas Amador (México)
s/t, de Nicole Remy (Peru)
Sueños de Pedro, de Fernando Restelli e Francisco Fantin (Argentina)
Todo lo cercano se aleja, de Francisco Bouzas (Argentina)
Vapor de las raíces, de Paulina Rodríguez (México)
Wheels, de Roberto Fiesco (México)
Yí (el rio que no se corta), de Karin Porley von Bergen (Uruguai)
Yvy Marane’y – La Tierra Sin Mal, de Leticia Vazquez (Paraguai)

*Este projeto é financiado pelos recursos disponibilizados pela Lei Aldir Blanc, geridos pelo Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura.

Fotos: Divulgação.

BAFICI 2021: filmes brasileiros se destacam na programação

por: Cinevitor

obomcinemabaficiCena do documentário O Bom Cinema, de Eugenio Puppo.

O BAFICI, Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, é considerado um dos mais importantes da América Latina por destacar o cinema independente. No ano passado, o evento foi cancelado por conta da pandemia de Covid-19. Para esta edição, a organização optou por exibições ao ar livre e também em uma plataforma com 85% da programação.

Neste contexto, o BAFICI se propõe como uma ferramenta fundamental para acompanhar cineastas e aproximar o cinema do público. Sua programação inclui estreias de autores consagrados e novos talentos, retrospectivas e descobertas de cineastas de todo o mundo, seções temáticas que mostram o panorama atual do cinema com abordagens especiais e um segmento especial para crianças, o BAFICITO, com uma ampla gama de filmes infantis.

O cinema brasileiro, como de costume, ganha destaque no festival argentino com diversos títulos, entre eles, o documentário O Amor Dentro da Câmera, de Jamille Fortunato e Lara Beck Belov, na Competição Oficial Internacional. O filme conta a história de Orlando e Conceição Senna, nomes do audiovisual baiano que se conheceram em um set de filmagem. Romance de quase 60 anos, o elo dos dois entrelaça-se com o seu tempo, principalmente no que tange ao fazer fílmico brasileiro nas fases do cinema novo e do cinema marginal. A potência latino-americana também se faz presente na trajetória dos artistas.

Dirigido por Eugenio Puppo, o documentário O Bom Cinema aparece na mostra Películas sobre Películas. Uma escola católica, um momento político conturbado e um grupo de cineastas transgressores. O longa-metragem cruza esses três elementos para contar a história do surgimento do Cinema Marginal, também conhecido como Cinema Pós-Novo, Cinema de Invenção ou Cinema Experimental Brasileiro. O filme conduz o espectador a partir da criação da primeira escola superior de cinema de São Paulo, sob o olhar de um de seus alunos, o diretor Carlos Reichenbach.

Através de livres conexões que misturam a memória de Reichenbach, seus filmes de início de carreira, as ideias de Rogério Sganzerla e a produção da Boca do Lixo no final dos anos 1960, O Bom Cinema ajuda a ter a dimensão de visões bastante opostas sobre a arte cinematográfica: uma, sustentada pela escola e que remonta a um curso ainda mais antigo, criado em Minas Gerais, de um cinema com padrão técnico elevado, que fosse moralmente edificante e condescendente aos dogmas pregados pelo catolicismo; outra, defendida pelo grupo do Cinema Marginal paulista, que abraçaria uma forma de fazer cinema indissociável da experiência da vida, que envolvesse baixos custos de produção e alta liberdade de experimentação formal. Tratando de temas que ainda continuam a ecoar nos dias de hoje, O Bom Cinema é, em sua essência, um convite à valorização do cinema brasileiro e da autonomia da criação artística.

amordentrodacamerabaficiCena do documentário O Amor Dentro da Câmera, de Jamille Fortunato e Lara Beck Belov.

Na Competição Oficial Americana, o Brasil também marca presença com outros filmes, como: o premiado curta Swinguerra, de Barbara Wagner e Benjamin de Burca; Ainda Temos a Imensidão da Noite, de Gustavo Galvão; o curta-metragem Amazonas, de Daniel Carrizo e Sebastián Ferrari, uma coprodução entre Argentina e Peru; O Livro dos Prazeres, de Marcela Lordy; e o curta Para Colorir, de Juliana Costa.

Ainda na mesma mostra, a cineasta argentina Kris Niklison, que já passou pelo festival com Vergel, protagonizado por Camila Morgado, volta nesta edição com o curta Perros, uma coprodução entre Brasil e Argentina. A trama se passa em um lugar árido e remoto, no qual um homem, sua mulher e o seu peão levam uma vida monótona. Quando um acontecimento inesperado quebra essa rotina, a crueldade do patriarca se manifestará sem limites. O elenco conta com os atores brasileiros Gilsergio Botelho, Flora Rocha e Felipe Velozo.

Na Competição Oficial Argentina, Copacabana Papers, de Fernando Portabales, uma coprodução entre Argentina e Brasil, foi selecionada. Já na mostra BAFICITO, destaque para a animação Nahuel y el libro mágico, de Germán Acuña, uma coprodução entre Chile e Brasil.

Na mostra Música, Aquilo que Eu Nunca Perdi, de Marina Thomé, sobre a cantora Alzira E, nome artístico de Alzira Espíndola, e Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos, de Daniela Broitman, são os destaques brasileiros. Outros títulos nacionais que integram a seleção festival são: o documentário O Barato de Iacanga, de Thiago Mattar, que mostra os bastidores do Festival de Águas Claras, conhecido como o Woodstock do Brasil; Lutar, Lutar, Lutar, de Sérgio Borges e Helvécio Marins Jr., sobre o Atlético Mineiro; e a animação em curta-metragem De Onde Vêm os Dragões, de Grace Luzzi.

A 22ª edição do BAFICI acontecerá entre os dias 17 e 28 de março.

Fotos: Divulgação.

Conheça os indicados ao Oscar 2021; Mank, de David Fincher, lidera a lista

por: Cinevitor

mankoscar2021Amanda Seyfried em Mank, de David Fincher: dez indicações.

Foram divulgados na manhã desta segunda-feira, 15/03, os indicados ao Oscar 2021. O anúncio, transmitido ao vivo pelo site e pelas redes sociais da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, foi apresentado pela atriz Priyanka Chopra Jonas e pelo cantor, compositor e ator Nick Jonas.

Dirigido por David Fincher, Mank lidera a lista com dez indicações, entre elas, a de melhor filme. Na sequência, com seis indicações cada, aparecem: Judas e o Messias Negro, Meu Pai, Minari: Em Busca da Felicidade, Nomadland, O Som do Silêncio e Os 7 de Chicago. Neste ano, 366 longas-metragens estavam elegíveis para o prêmio, entre eles, o brasileiro Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, com destaque para Udo Kier e Sonia Braga nas categorias de atuação.

A 93ª edição do Oscar aconteceria no dia 28 de fevereiro, mas foi adiada para o dia 25 de abril por conta da pandemia de Covid-19. Vale lembrar que na história da premiação, o adiamento da cerimônia aconteceu apenas três vezes: em 1938, por conta de uma inundação em Los Angeles; em 1968, depois do assassinato de Martin Luther King Jr.; e em 1981, por causa da tentativa de assassinato ao presidente americano Ronald Reagan.

Confira a lista completa com os indicados ao Oscar 2021:

MELHOR FILME
Bela Vingança
Judas e o Messias Negro

Mank
Meu Pai

Minari: Em Busca da Felicidade
Nomadland
O Som do Silêncio
Os 7 de Chicago

MELHOR DIREÇÃO
Chloé Zhao, por Nomadland
David Fincher, por Mank
Emerald Fennell, por Bela Vingança
Lee Isaac Chung, por Minari: Em Busca da Felicidade
Thomas Vinterberg, por Druk – Mais uma Rodada

MELHOR ATRIZ
Andra Day, por Estados Unidos Vs Billie Holiday
Carey Mulligan, por Bela Vingança
Frances McDormand, por Nomadland
Vanessa Kirby, por Pieces of a Woman
Viola Davis, por A Voz Suprema do Blues

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Amanda Seyfried, por Mank
Glenn Close, por Era Uma Vez um Sonho
Maria Bakalova, por Borat: Fita de Cinema Seguinte
Olivia Colman, por Meu Pai
Yuh-Jung Youn, por Minari: Em Busca da Felicidade

MELHOR ATOR
Anthony Hopkins, por Meu Pai
Chadwick Boseman, por A Voz Suprema do Blues
Gary Oldman, por Mank
Riz Ahmed, por O Som do Silêncio
Steven Yeun, por Minari: Em Busca da Felicidade

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Daniel Kaluuya, por Judas e o Messias Negro
LaKeith Stanfield, por Judas e o Messias Negro
Leslie Odom Jr., por Uma Noite em Miami…
Paul Raci, por O Som do Silêncio
Sacha Baron Cohen, por Os 7 de Chicago

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Bela Vingança, escrito por Emerald Fennell
Judas e o Messias Negro
, escrito por Will Berson e Shaka King
Minari: Em Busca da Felicidade, escrito por Lee Isaac Chung
O Som do Silêncio, escrito por Darius Marder e Abraham Marder
Os 7 de Chicago, escrito por Aaron Sorkin

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Borat: Fita de Cinema Seguinte, escrito por Sacha Baron Cohen, Anthony Hines, Dan Swimer, Peter Baynham, Erica Rivinoja, Dan Mazer, Jena Friedman e Lee Kern
Meu Pai, escrito por Christopher Hampton e Florian Zeller
Nomadland, escrito por Chloé Zhao
O Tigre Branco
, escrito por Ramin Bahrani
Uma Noite em Miami…, escrito por Kemp Powers

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Better Days (Shaonian de ni), de Derek Tsang (Hong Kong)
Collective, de Alexander Nanau (Romênia)
Druk – Mais uma Rodada, de Thomas Vinterberg (Dinamarca)
O Homem que Vendeu Sua Pele, de Kaouther Ben Hania (Tunísia)
Quo Vadis, Aida?, de Jasmila Zbanic (Bósnia e Herzegovina)

MELHOR ANIMAÇÃO
A Caminho da Lua, de Glen Keane e John Kahrs
Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, de Dan Scanlon
Shaun, o Carneiro: O Filme – A Fazenda Contra-Ataca, de Will Becher e Richard Phelan
Soul, de Pete Docter e Kemp Powers
Wolfwalkers, de Tomm Moore e Ross Stewart

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Agente Duplo, de Maite Alberdi
Collective, de Alexander Nanau
Crip Camp: Revolução pela Inclusão, de James Lebrecht e Nicole Newnham
Professor Polvo, de Pippa Ehrlich e James Reed
Time, de Garrett Bradley

MELHOR FOTOGRAFIA
Judas e o Messias Negro, por Sean Bobbitt 
Mank, por Erik Messerschmidt
Nomadland, por Joshua James Richards
Os 7 de Chicago, por Phedon Papamichael
Relatos do Mundo, por Dariusz Wolski

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
A Voz Suprema do Blues, por Mark Ricker, Karen O’Hara e Diana Stoughton
Mank, por Donald Graham Burt e Jan Pascale
Meu Pai, por Peter Francis e Cathy Featherstone
Relatos do Mundo, por David Crank e Elizabeth Keenan
Tenet, por Nathan Crowley e Kathy Lucas

MELHOR FIGURINO
A Voz Suprema do Blues, por Ann Roth
Emma., por Alexandra Byrne
Mank, por Trish Summerville
Mulan, por Bina Daigeler
Pinóquio, por Massimo Cantini Parrini

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO
A Voz Suprema do Blues
Emma.
Era Uma Vez um Sonho
Mank
Pinóquio

MELHOR EDIÇÃO
Bela Vingança, por Frédéric Thoraval
Meu Pai, por Yorgos Lamprinos
Nomadland, por Chloé Zhao
O Som do Silêncio, por Mikkel E. G. Nielsen
Os 7 de Chicago, por Alan Baumgarten

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Destacamento Blood, por Terence Blanchard
Mank, por Trent Reznor e Atticus Ross
Minari: Em Busca da Felicidade, por Emile Mosseri
Relatos do Mundo, por James Newton Howard
Soul, por Jon Batiste, Trent Reznor e Atticus Ross

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Fight For You, por H.E.R (Judas e o Messias Negro)
Hear My Voice, por Celeste (Os 7 de Chicago)
Husavik (My Home Town), por Molly Sandén e Will Ferrell (Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars)
Io Sì (Seen), por Diane Warren, Laura Pausini e Niccolò Agliardi (Rosa e Momo)
Speak Now, por Leslie Odom Jr. e Sam Ashworth (Uma Noite em Miami…)

MELHOR SOM
Greyhound: Na Mira do Inimigo
Mank
O Som do Silêncio
Relatos do Mundo
Soul

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Amor e Monstros
Mulan
O Céu da Meia-Noite
O Grande Ivan
Tenet

MELHOR CURTA-METRAGEM | FICÇÃO
Dois Estranhos (Two Distant Strangers), de Travon Free e Martin Desmond Roe
Feeling Through, de Doug Roland
O Presente (The Present), de Farah Nabulsi
The Letter Room, de Elvira Lind
White Eye, de Tomer Shushan

MELHOR CURTA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
A Concerto Is a Conversation, de Kris Bowers e Ben Proudfoot
Colette, de Anthony Giacchino
Do Not Split, de Anders Hammer
Hunger Ward, de Skye Fitzgerald
Uma Canção para Latasha, de Sophia Nahli Allison

MELHOR CURTA-METRAGEM | ANIMAÇÃO
Genius Loci, de Adrien Merigeau
Opera, de Erick Oh
Se Algo Acontecer… Te Amo, de Michael Govier e Will McCormack
Toca (Burrow), de Madeline Sharafian
Yes-People, de Gísli Darri Halldórsson

Foto: Divulgação/Netflix.

Conheça os vencedores do 1º Pajubá – Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro

por: Cinevitor

ultimosromanticospajubavenceCarlos Eduardo Ferraz e Mateus Maia no curta Os Últimos Românticos do Mundo.

Foram anunciados neste domingo, 14/03, os vencedores da primeira edição do Pajubá – Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro, que aconteceu em formato on-line, por conta da pandemia de Covid-19, com uma série de atividades aos espectadores interessados em cultura e diversidade sexual. A cerimônia virtual foi comandada pelas drag queens Palloma Maremoto e Maybe Love.

O festival exibiu 35 filmes diversos em estética, enredo e linguagem; 30 deles selecionados pela curadoria dentre mais de 272 inscrições. O Pajubá também ofereceu debates com os realizadores, seminários e masterclasses temáticas de roteiro, criação de coletivos e políticas de visibilidade.

A inspiração para o festival nasce a partir do pajubá, que é uma expressão que define o vocabulário criado pela comunidade LGBTI+ no período da ditadura militar como forma de enfrentar a repressão policial e se proteger da opressão através de códigos sociais só entendidos por aqueles inseridos naquele contexto de marginalidade. Sendo uma forma de afirmação identitária coletiva, o pajubá se popularizou e atualmente continua sendo amplamente usado, sempre se atualizando.

Levando em conta a capacidade de grupos excluídos socialmente criarem uma linguagem e cultura própria, o festival se propõe a ser um espaço de reflexão, conhecimento e celebração da cultura LGBTI+ através da linguagem audiovisual, espaço historicamente negado a representações das minorias sexuais, muitas vezes relegados a estereótipos negativos e caricatos.

A curadoria desta primeira edição foi assinada por Iasmin Coni, Laís Lima, Márcio Paixão, Maria Lucas, Rafael Ribeiro e Thiago Tavares. O Júri Oficial foi formado por Felipe Carvalho, Galba Gogóia e Jean Pierry Oliveira.

Conheça os vencedores do 1º Pajubá – Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro:

MOSTRA COMPETITIVA BRASIL | FICÇÃO

Melhor Filme: Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda (PE)
Menção Honrosa: Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira (SP)
Troféu Madame Satã de Atuação: Sharlene Esse, por Os Últimos Românticos do Mundo
Troféu Madame Satã de Atuação | Menção Honrosa: Joana Dandara Fernandes, por Abjetas 288

MOSTRA COMPETITIVA BRASIL | DOCUMENTÁRIO

Melhor Filme: Dominique, de Tatiana Issa e Guto Barra (PA)
Menção Honrosa: Cinema Contemporâneo, de Felipe André Silva (PE)

MOSTRA COMPETITIVA REGIONAL FLUMINENSE

Melhor Filme: MC Jess, de Carla Villa-Lobos
Menção Honrosa: Educação Travesty, de Anarca Filmes (RJ)

PRÊMIO HÍBRIDA DE CRÍTICA

Melhor Filme: Copacabana Madureira, de Leonardo Martinelli (RJ)
Menção Honrosa: Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda (PE)

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: O que Pode um Corpo?, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (RS)
VOTO POPULAR: Papinha de Goiaba, de Tiago Fonseca (RJ)

Foto: Barbara Hostin.