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Festival Sundance de Cinema 2021: conheça os vencedores

por: Cinevitor

CODAsundance2021Emilia Jones em CODA, de Siân Heder: quatro prêmios.

Foram anunciados nesta terça-feira, 02/03, em uma cerimônia virtual apresentada por Patton Oswalt, os vencedores do Festival Sundance de Cinema 2021, conhecido por destacar em sua programação produções independentes que representam novas conquistas narrativas. Neste ano, o evento contou com 73 longas-metragens e 50 curtas selecionados entre mais de 14 mil inscrições.

Por conta da pandemia de Covid-19, o evento aconteceu em formato híbrido: “Esse foi um festival singular para um momento singular. Conseguimos elevar a arte independente e celebrar uma série de filmes maravilhosos reunindo-nos de novas maneiras, que funcionaram graças a audiências aventureiras em todos os lugares, ansiosas para se conectar e se envolver com o trabalho umas das outras. Assistir as pessoas se reunindo para se conectar e discutir novos trabalhos empolgantes tem sido incrivelmente recompensador; e uma confirmação retumbante de que uma ótima narrativa independente inspira conversas ricas”, disse a CEO do Sundance Institute, Keri Putnam.

Tabitha Jackson, diretora do Festival de Cinema de Sundance, completou: “Este não foi um festival virtual, foi um festival real; e o poder desses artistas com seus trabalhos foi o que o tornou assim. Foi um privilégio ajudá-los a encontrar novos públicos e entrar na cultura com grande alarde, especialmente agora, quando romper o barulho é mais difícil do que nunca”.

O time de jurados desta edição foi formado por: Julie Dash, Cynthia Erivo e Hanya Yanagihara na Competição Americana de Drama; Ashley Clark, Joshua Oppenheimer e Lana Wilson na Competição Americana de Documentário; Zeynep Atakan, Isaac Julien e Daniela Vega na Competição Internacional de Drama; e Kim Longinotto, Mohamed Saïd Ouma e Jean Tsien na Competição Internacional de Documentário. Kate e Laura Mulleavy formaram o júri da mostra Next. Para os curtas, Raúl Castillo, Tacita Dean e Inge de Leeuw escolheram os vencedores. Joy Buolamwini, Aneesh Chaganty, Dr. Mandë Holford, Lydia Dean Pilcher e Lena Vurma também fizeram parte de outros júris.

Neste ano, o cinema brasileiro estava representado por duas produções: o curta pernambucano Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho; e o longa gaúcho A Nuvem Rosa, de Iuli Gerbase, na Competição Internacional de Drama.

Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Sundance 2021:

COMPETIÇÃO AMERICANA | DRAMA

Grande Prêmio do Júri: CODA, de Siân Heder
Melhor Direção: Siân Heder, por CODA
Prêmio Waldo Salt | Melhor Roteiro: On the Count of Three, escrito por Ari Katcher e Ryan Welch
Prêmio Especial do Júri | Melhor Elenco: CODA, de Siân Heder
Prêmio Especial do Júri | Melhor Ator: Clifton Collins Jr., por Jockey
Prêmio do Público: CODA, de Siân Heder

COMPETIÇÃO AMERICANA | DOCUMENTÁRIO

Grande Prêmio do Júri: Summer Of Soul (…Or, When The Revolution Could Not Be Televised), de Ahmir “Questlove” Thompson
Melhor Direção: Natalia Almada, por Users
Prêmio Jonathan Oppenheim | Edição: Homeroom, por Kristina Motwani e Rebecca Adorno
Prêmio Especial do Júri | Cineasta Revelação: Parker Hill e Isabel Bethencourt, por Cusp
Prêmio Especial do Júri | Experimentação: Theo Anthony, por All Light, Everywhere
Prêmio do Público: Summer Of Soul (…Or, When The Revolution Could Not Be Televised), de Ahmir “Questlove” Thompson

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | DRAMA

Grande Prêmio do Júri: Hive, de Blerta Basholli (Kosovo/Suíça/Macedônia/Albânia)
Melhor Direção: Blerta Basholli, por Hive
Prêmio Especial do Júri | Creative Vision: One for the Road, de Baz Poonpiriya (China/Hong Kong/Tailândia)
Prêmio Especial do Júri | Atuação: Jesmark Scicluna, por Luzzu
Prêmio do Público: Hive, de Blerta Basholli (Kosovo/Suíça/Macedônia/Albânia)

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | DOCUMENTÁRIO

Grande Prêmio do Júri: Flee, de Jonas Poher Rasmussen (Dinamarca/França/Suécia/Norugea)
Melhor Direção: Hogir Hirori, por Sabaya (Suécia)
Prêmio Especial do Júri | Vérité Filmmaking: Camilla Nielsson, por President (Dinamarca/EUA/Noruega)
Prêmio Especial do Júri | Impact for Change: Writing With Fire, de Rintu Thomas e Sushmit Ghosh (Índia)
Prêmio do Público: Writing With Fire, de Rintu Thomas e Sushmit Ghosh (Índia)

CURTAS-METRAGENS

Grande Prêmio do Júri: Lizard, de Akinola Davies, Jr. (Reino Unido)
Prêmio do Júri | Ficção | Competição Americana: The Touch of the Master’s Hand, de Gregory Barnes
Prêmio do Júri | Ficção | Competição Internacional: Bambirak, de Zamarin Wahdat (EUA/Alemanha)
Prêmio do Júri | Não ficção: Don’t Go Tellin’ Your Momma, de Topaz Jones (EUA/Alemanha/França/Itália)
Prêmio do Júri | Animação: Souvenir Souvenir, de Bastien Dubois (França)
Prêmio Especial do Júri | Acting: Wiggle Room, de Sam Guest e Julia Baylis
Prêmio Especial do Júri | Roteiro: The Criminals, escrito por Serhat Karaaslan (França/Romênia/Turquia)

OUTROS PRÊMIOS

PRÊMIO DO PÚBLICO | NEXT: Ma Belle, My Beauty, de Marion Hill (EUA/França)
NHK AWARD: Meryman Joobeur, por Motherhood
NEXT Innovator Prize: Cryptozoo, de Dash Shaw (EUA)
PRÊMIO ALFRED P. SLOAN: Son of Monarchs, de Alexis Gambis (México/EUA)
AMAZON STUDIOS PRODUCERS AWARDS | DOCUMENTÁRIO: Philly D.A., produzido por Nicole Salazar
AMAZON STUDIOS PRODUCERS AWARDS | FICÇÃO: Run, produzido por Natalie Qasabian
ADOBE MENTORSHIP AWARD | EDIÇÃO | DOCUMENTÁRIO: Juli Vizza
ADOBE MENTORSHIP AWARD | EDIÇÃO | FICÇÃO: Terilyn Shropshire

Foto: Courtesy of Sundance Institute.

Satellite Awards 2020: conheça os indicados

por: Cinevitor

mankamandasatelliteAmanda Seyfried em Mank: onze indicações.

Fundada em 1996, a International Press Academy é uma associação de mídia de entretenimento com membros votantes do mundo todo que atuam em jornais, TV, rádio, blogs e novas plataformas de mais de vinte países.

Com a intenção de honrar as excelências artísticas dos filmes, seriados, rádio e novas mídias, a IPA criou o Satellite Awards, antes conhecido como The Golden Satellite Awards, prêmio que elege os melhores da indústria do entretenimento em categorias diversas.

Neste ano, em sua 25ª edição, Mank, de David Fincher, lidera a lista com onze indicações, entre elas, melhor direção e melhor atriz coadjuvante para Amanda Seyfried. Uma Noite em Miami…, de Regina King, aparece na sequência com nove indicações.

Um dos principais objetivos do Satellite Awards é celebrar novos trabalhos de realizadores independentes estabelecidos e em desenvolvimento, dando-lhes acesso a um público maior no mundo todo. Os vencedores serão anunciados no dia 15 de fevereiro.

Conheça os indicados nas categorias de cinema do 25º Satellite Awards:

MELHOR FILME | DRAMA
A Voz Suprema do Blues, de George C. Wolfe
Bela Vingança, de Emerald Fennell
Meu Pai, de Florian Zeller
Minari, de Lee Isaac Chung
Miss Juneteenth, de Channing Godfrey Peoples
Nomadland, de Chloé Zhao
O Som do Silêncio, de Darius Marder
Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin
Tenet, de Christopher Nolan
Uma Noite em Miami…, de Regina King

MELHOR FILME | COMÉDIA OU MUSICAL
A História Pessoal de David Copperfield, de Armando Iannucci
Borat: Fita de Cinema Seguinte, de Jason Woliner
Hamilton, de Thomas Kail
On the Rocks, de Sofia Coppola
Palm Springs, de Max Barbakow
The Forty-Year-Old Version, de Radha Blank

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Atlantis, de Valentyn Vasyanovych (Ucrânia)
Druk (Another Round), de Thomas Vinterberg (Dinamarca)
Jallikattu, de Lijo Jose Pellissery (Índia)
La llorona, de Jayro Bustamante (Guatemala)
Minha Irmã (Schwesterlein), de Stéphanie Chuat e Véronique Reymond (Suíça)
Nós Duas (Deux), de Filippo Meneghetti (França)
Tove, de Zaida Bergroth (Finlândia)
Ya no estoy aquí, de Fernando Frias (México)
Yangguang puzhao (A Sun), de Mong-Hong Chung (Taiwan)

MELHOR ANIMAÇÃO
A Caminho da Lua, de Glen Keane e John Kahrs
Accidental Luxuriance of the Translucent Watery Rebus, de Dalibor Baric
Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba the Movie: Infinity Train, de Haruo Sotozaki
No. 7 Cherry Lane, de Yonfan
Soul, de Pete Docter e Kemp Powers
Wolfwalkers, de Tomm Moore e Ross Stewart

MELHOR DOCUMENTÁRIO
A Most Beautiful Thing, de Mary Mazzio
Acasa, My Home, de Radu Ciorniciuc
Atrás da Estante, de Rachel Mason
Collective, de Alexander Nanau
Coup 53, de Taghi Amirani
Crip Camp: Revolução pela Inclusão, de James Lebrecht e Nicole Newnham
Gunda, de Viktor Kosakovskiy
MLK/FBI, de Sam Pollard
The Dissident, de Bryan Fogel
The Truffle Hunters, de Michael Dweck e Gregory Kershaw

MELHOR DIREÇÃO
Mank, por David Fincher
Meu Pai, por Florian Zeller
Minari, por Lee Isaac Chung
Nomadland, por Chloé Zhao
O Som do Silêncio, por Darius Marder
Os 7 de Chicago, por Aaron Sorkin

MELHOR ATRIZ | DRAMA
Carey Mulligan, por Bela Vingança
Frances McDormand, por Nomadland
Kate Winslet, por Ammonite
Sophia Loren, por Rosa e Momo
Vanessa Kirby, por Pieces of a Woman
Viola Davis, por A Voz Suprema do Blues

MELHOR ATOR | DRAMA
Anthony Hopkins, por Meu Pai
Chadwick Boseman, por A Voz Suprema do Blues
Delroy Lindo, por Destacamento Blood
Gary Oldman, por Mank
Riz Ahmed, por O Som do Silêncio
Steven Yeun, por Minari

MELHOR ATRIZ | COMÉDIA OU MUSICAL
Anya Taylor-Joy, por Emma.
Margot Robbie, por Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
Maria Bakalova, por Borat: Fita de Cinema Seguinte
Meryl Streep, por A Festa de Formatura
Michelle Pfeiffer, por French Exit
Rashida Jones, por On the Rocks

MELHOR ATOR | COMÉDIA OU MUSICAL
Andy Samberg, por Palm Springs
Dev Patel, por A História Pessoal de David Copperfield
Leslie Odom Jr., por Hamilton
Lin-Manuel Miranda, por Hamilton
Sacha Baron Cohen, por Borat: Fita de Cinema Seguinte

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Amanda Seyfried, por Mank
Ellen Burstyn, por Pieces of a Woman
Helena Zengel, por Relatos do Mundo
Nicole Kidman, por A Festa de Formatura
Olivia Colman, por Meu Pai
Yuh-Jung Youn, por Minari

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Bill Murray, por On the Rocks
Brian Dennehy, por Driveways
Chadwick Boseman, por Destacamento Blood
David Strathairn, por Nomadland
Kingsley Ben-Adir, por Uma Noite em Miami…
Sacha Baron Cohen, por Os 7 de Chicago

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Bela Vingança, escrito por Emerald Fennell
Mank, escrito por Jack Fincher
Minari, escrito por Lee Isaac Chung
Os 7 de Chicago, por Aaron Sorkin
Palm Springs, escrito por Andy Siara
Soul, escrito por Pete Docter, Mike Jones e Kemp Powers

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
A Voz Suprema do Blues, escrito por Ruben Santiago-Hudson
Meu Pai, escrito por Christopher Hampton e Florian Zeller
Nomadland, escrito por Jessica Bruder e Chloé Zhao
Relatos do Mundo, escrito por Luke Davies e Paul Greengrass
Rosa e Momo, escrito por Edoardo Ponti
Uma Noite em Miami…, escrito por Kemp Powers

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE E DESIGN DE PRODUÇÃO
A Festa de Formatura, por Jamie Walker McCall e Gene Serdena
A História Pessoal de David Copperfield, por Cristina Casali e Charlotte Dirickx
Mank, por Donald Graham Burt, Chris Craine, Dan Webster e Jan Pascale
Mulan, por Grant Major e Anne Kulijan
O Céu da Meia-Noite, por Jim Bissell e John Bush
Uma Noite em Miami…, por Page Buckner, Barry Robinson e Mark Zuelzke

MELHOR FOTOGRAFIA
Mank, por Eric Messerschmidt
Nomadland, por Joshua James Richards
O Céu da Meia-Noite, por Martin Ruhe
Relatos do Mundo, por Dariusz Wolski
Tenet, por Hoyte Van Hoytema
Uma Noite em Miami…, por Tami Reiker

MELHOR FIGURINO
A História Pessoal de David Copperfield, por Suzie Harmon e Robert Worley
A Voz Suprema do Blues, por Ann Roth
Emma., por Alexandra Byrne
Mank, por Trish Summerville
Mulan, por Bina Daigeler
Uma Noite em Miami…, por Francine Jamison-Tanchuck

MELHOR EDIÇÃO
Mank, por Kirk Baxter
Meu Pai, por Yorgos Lamprinos
Minari, por Harry Yoon
Nomadland, por Chloé Zhao
Os 7 de Chicago, por Alan Baumgarten
Uma Noite em Miami…, por Tariq Anwar

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Mank, por Trent Reznor e Atticus Ross
Minari, por Emile Mosseri
O Céu da Meia-Noite, por Alexandre Desplat
Relatos do Mundo, por James Newton Howard
Tenet, por Ludwig Goransson
Uma Noite em Miami…, por Terence Blanchard

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Everybody Cries, por Rod Lurie, Larry Groupe e Rita Wilson (Posto de Combate)
Hear My Voice, por Daniel Pemberton e Celeste Waite (Os 7 de Chicago)
Io Si, por Dianne Warren (Rosa e Momo)
Rocket to the Moon, por Christopher Curtis, Marjorie Duffield e Helen Park (A Caminho da Lua)
Speak Now, por Leslie Odom Jr. e Sam Ashworth (Uma Noite em Miami…)
The Other Side, por Justin Timberlake (Trolls 2)

MELHOR SOM | EDIÇÃO E MIXAGEM
A Festa de Formatura, por Gary Megregian, David Giammarco, Mark Paterson e Steven A. Morrow
Mank, por Ren Klyce, Jeremy Molod, David Parker, Nathan Nance e Drew Kunin
Nomadland, por Sergio Diaz, Zach Seivers e M. Wolf Snyder
O Céu da Meia-Noite, por Randy Thom, Dan Hiland, Todd Beckett, Danny Hambrook e Bjorn Schroeder
O Som do Silêncio, por Phillip Bladh, Nicolas Becker, Jaime Baksht, Michelle Couttolenc, Carlos Cortés e Carolina Santana
Tenet, por Willie D. Burton, Richard King, Kevin O’Connell e Gary A. Rizzo

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, por Kevin Souls e Thrain Shadbolt
Greyhound: Na Mira do Inimigo, por Nathan McGuinness e Pete Bebb
Mank, por Pablo Helman, Mathew Cowie, Erin Dusseault e Flannery Huntley
Mulan, por Sean Faden
O Céu da Meia-Noite, por Mark Bakowski, Georgina Street e Jill Brooks
Tenet, por Andrew Jackson

MELHOR ELENCO | FILME
Os 7 de Chicago

MELHOR PRIMEIRO FILME
Miss Juneteenth, de Channing Godfrey Peoples

PRÊMIO MARY PICKFORD
Tilda Swinton

MELHOR PERFORMANCE DUBLÊ
Gaëlle Cohen

PRÊMIO AUTEUR
Emerald Fennell, por Bela Vingança

PRÊMIO HUMANITÁRIO
Mark Wahlberg

PRÊMIO TESLA
Dick Pope

Foto: Divulgação/Netflix.

24ª Mostra de Cinema de Tiradentes: conheça os vencedores

por: Cinevitor

acucenatiradentes2021Açucena, de Isaac Donato: longa baiano premiado.

Foram anunciados neste sábado, 30/01, em uma cerimônia virtual transmitida pelo YouTube, os vencedores do Troféu Barroco da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O filme Açucena, de Isaac Donato, venceu como melhor longa-metragem da Mostra Aurora. A cerimônia consagrou a produção baiana com o prêmio concedido pelo Júri Oficial, formado por críticos e pesquisadores do audiovisual.

Em fala transmitida em vídeo, a integrante do júri, cineasta e curadora Graciela Guarani apontou que o filme “celebra e movimenta as imagens para dar a ver o que não é da ordem do visível”, pois “acumula delicadamente um estranho familiar, evocando uma infância ou maternidade coletivas”. Diz ainda: “Com dissonância misteriosa, estimulada a partir do cotidiano de sorrisos, gestos e falas de uma comunidade envolta numa festa-ritual, premiamos um filme de partilha de sensibilidades”.

O Prêmio Helena Ignez 2021, oferecido pelo Júri Oficial a um destaque feminino em qualquer função nos filmes das mostras Aurora e Foco, foi entregue para a diretora e roteirista Ana Johann, do filme A Mesma Parte de um Homem. A integrante do júri e pesquisadora Mariana Souto, disse que a “maturidade demonstrada em um primeiro longa-metragem de ficção e a forma consistente como a diretora maneja os jogos ficcionais, desdobrando narrativas em outras narrativas” foram essenciais para a escolha da premiada, graças ao seu trabalho no filme concorrente.

O Troféu Carlos Reichenbach, dado pelo Júri Jovem ao melhor longa da Mostra Olhos Livres, foi para Nũhũ yãg mũ yõg hãm: Essa Terra é Nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero, realizado em Minas Gerais e premiando, pela segunda vez consecutiva na seção, um filme da dupla de cineastas maxakali. Na justificativa, o Júri Jovem, formado por estudantes, defendeu que “ao traçar um mapa não localizável na iconografia, os sussurros e a oralidade tornam-se imagens. Suspensas e bifurcadas, elas desestruturam os imaginários, modificando a narrativa da lógica visual colonial”. Disseram ainda que, “em seu percurso, o mapeamento da perda possibilita a criação de traçados cartográficos dentro de uma inventividade singular que concebe temporalidades próprias, regidas por vestígios coletivos de pertencimento”.

Na Mostra Foco, o Júri Oficial escolheu o curta-metragem Abjetas 288, de Júlia da Costa e Renata Mourão. A justificativa, lida pela crítica teatral Soraya Martins, integrante do Júri Oficial, apontou que “em um panorama de filmes que respondem a um caos político e social que beira o apocalipse, o filme deste ano reconfigura a transgressão estética do cinema de invenção e aponta para um futuro combativo e vibrante”, dizendo que o “trabalho inquieto de direção e o ritmo da montagem do filme constroem uma estética do transbordamento”.

O Prêmio Canal Brasil de Curtas, que oferece R$ 15 mil a um curta também da Mostra Foco em júri formado pelo próprio canal, foi para 4 Bilhões de Infinitos, do cineasta mineiro Marco Antônio Pereira.

Prêmios oferecidos pela Mistika, Ciario/Naymar, Cinecolor, Dotcine, CTAV e The End também foram entregues. Depois da premiação, foi exibido, em pré-estreia, o premiado Valentina, de Cássio Pereira dos Santos. Para fechar a temporada audiovisual do evento, o cantor Johnny Hooker se apresentou virtualmente.

Em nove dias de programação abrangente, intensa e gratuita, em formato on-line, o mais indicado e seguro para o cenário atual de pandemia de Covid-19 no Brasil, o evento teve mais de 550 mil acessos no site, vindos de 92 países. A Mostra registrou, ainda, alcance de mais de 2 milhões nas redes sociais.

Confira a lista completa com os vencedores da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes:

MELHOR LONGA-METRAGEM | MOSTRA AURORA | JÚRI OFICIAL
Açucena, de Isaac Donato (BA)

PRÊMIO CARLOS REICHENBACH | MELHOR LONGA-METRAGEM | MOSTRA OLHOS LIVRES | JÚRI JOVEM
Nũhũ yãg mũ yõg hãm: Essa Terra é Nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero (MG)

MELHOR CURTA-METRAGEM | MOSTRA FOCO | JÚRI OFICIAL
Abjetas 288, de Júlia da Costa e Renata Mourão (SE)

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS
4 Bilhões de Infinitos, de Marco Antônio Pereira (MG)

PRÊMIO HELENA IGNEZ | DESTAQUE FEMININO
Ana Johann, diretora e roteirista de A Mesma Parte de um Homem

Foto: Divulgação.

Entrevista: Gustavo Jahn e Melissa Dullius falam sobre Oráculo, exibido na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor

oraculotiradentesentrevista1Filmografia dedicada ao cinema de experimentação.

Dirigido por Melissa Dullius e Gustavo Jahn, o longa catarinense Oráculo integra a Mostra Aurora da 24ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, que conta com a curadoria de Francis Vogner dos Reis e Lila Foster.

Os sete filmes que compõem a Aurora marcam a virada de um período paradigmático. Esses são os primeiros filmes brasileiros lançados em um ano que, para além de todo o desmonte do país que segue em curso, está marcado pela dúvida, pela morte, pela melancolia, mas também por um desejo de mudança e liberdade que se torna mais intenso.

Na trama de Oráculo, os espaços são seis: um rochedo, uma montanha, a areia desenhada pelas ondas, o quebra-mar de uma praia do outro lado do oceano, a passarela sob uma ponte que liga uma ilha ao continente, o quarto de uma adolescente. Personagens são três: um homem que está preso num ciclo de vida e morte, um segundo que revisita um lugar onde uma transformação irreversível aconteceu e uma jovem que está iniciando sua vida de artista. Oráculo situa-se entre experimento, método e dispositivo, e convida à contemplação. Particular em sua forma e ritmo, é universal nas lembranças que faz ecoar, comuns a todas as pessoas: família; começos, fins e recomeços; dores e traumas, e desejo intenso de vida e de sentido.

Para falar mais sobre o filme, entrevistamos os cineastas Gustavo Jahn e Melissa Dullius por e-mail. Confira:

O cinema experimental propõe um olhar provocador ao espectador colocando-o como testemunha daquela obra. Em Oráculo, por exemplo, observamos aqueles corpos em movimento em planos sequências que mostram o deslocamento deles naquele espaço, trazendo uma reflexão sobre como ocupam e preenchem os lugares vazios; seja de dentro pra fora ou de fora pra dentro (entre dores, traumas, desejos). Como surgiu a ideia de unir esses espaços e personagens em um filme?

Oráculo é um filme que parte de um dispositivo, criando ilhas ficcionais que cada personagem habita. Cada ilha corresponde a um rolo de película 16mm com 120 metros de comprimento e aproximadamente 11 minutos de duração. Dentro de cada plano, uma ação se desenrola, do ponto de partida ao de chegada, primeiro o momento entre a câmera começar a rodar até o rolo terminar, depois afinados na montagem pelos pontos de corte. Os espaços e os personagens escolhidos são encontros, ou melhor, reencontros, são relações antigas que se renovaram no momento da filmagem, no compromisso de fazer acontecer a tomada única. Entre a câmera e as personagens, o elo é esse intervalo, o tempo a preencher, e o espaço a ocupar ou percorrer. A união que consolida o filme se dá em dois movimentos. De nossa parte, pela montagem, na escolha da ordem em que os planos se sucedem, e pela parte d*s espectador*s, nos processos mentais e afetivos se desenvolvem durante a experiência de assistir ao filme.

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As locações são fundamentais em Oráculo, já que aparecem também como personagens. Seja a ponte no início, a praia, um quarto, um rochedo, uma montanha, uma passarela que liga uma ilha ao continente. Como foi a escolha desses lugares e de que maneira eles colaboram para o desenrolar de cada trama particular?

Os lugares em Oráculo são espaços que conhecemos bem, com os quais temos familiaridade e que despertam em nós um sentimento de passado, ao mesmo tempo melancólico e reconfortante. A prainha onde encontra a rocha na primeira cena é logo atrás da casa onde Gustavo cresceu, e lá já rodamos cenas de ao menos 3 outros filmes: Éternau (2006), Filme de Pedra (trabalho em progresso desde 2012) e Passeio Noturno (2015). A ponte velha, que aparece no primeiro plano, onde entram os créditos, é a chamada ponte velha cartão postal da cidade [Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis]. O que interessou ali foi o ângulo da qual foi filmada, do continente para a ilha, num recanto onde uma antiga cidade parece ainda respirar, no morro, nas árvores, nas casas e vielas que habitam a cabeceira da ponte do lado de cá. A passarela vai um pouco pelo mesmo caminho, a ligação entre a ilha e o continente, possível de fazer a pé, com o mar batendo lá embaixo, o vento, a sensação de começar um caminho em que não se pode voltar, cada vez que cruza-se a passarela. São sensações que vibram fundo na gente. O quarto foi uma escolha da Alice, que quando perguntada onde queria filmar, respondeu: meu quarto é o meu lugar preferido no mundo.

De certa forma, os personagens vieram antes do espaço e por vezes indicaram o espaço, como no caso da Alice, ou do Fernando, que no texto em off sugeriu o caminho pela passarela da ponte, nos levando a filmar lá. Ou ainda a Luana, que aparece na cena em Barcelona, junto com a Alice, e por estarem lá, acabaram levando o filme pra lá também. Ainda assim, os personagens só existem nesses espaços, são os espaços que definem as possibilidades de existir, enquanto gestos, ação. O drama da primeira cena se resume a descer de uma rocha, é o espaço que o define. Então os espaços e os personagens são indissociáveis. Cada cena é como uma ilha, e o que liga as ilhas, o mar onde flutuam, é o tempo. A montanha está ali para afirmar isso, nos parece, deixando transparecer uma premissa, que é bem simples e há muito tempo sabida, que tudo está ligado e compartilha da mesma substância.

Como aconteceu a escolha do elenco e como funcionou o processo com eles desde a construção dos personagens até o momento das filmagens?

O elenco é formado por figuras em sua maioria ligadas às artes, principalmente ao teatro, com quem compartilhamos trajetórias e trocamos há bastante tempo. O Juarez Nunes, que aparece em duas cenas, Gustavo conheceu em 1998 na Udesc [Universidade do Estado de Santa Catarina], no curso de Artes Cênicas. Desde então, Juarez atuou em seis filmes que fizemos, começando em 2002. A sua presença em cena e a sua visão do ator como corpo performático nos influenciaram desde o princípio. Luana Raiter é da mesma geração, estudou teatro também na Udesc e forma o núcleo do ERRO Grupo, com Pedro Bennaton. São os pais de Alice Bennaton, que faz a sua estreia no cinema. Aline Maya, que também vem dessa geração, que estudou teatro na Udesc, entrou no projeto através de Pedro MC, também parceiro de longa data. A exceção talvez seria o Fernando, que não é ator e não trabalha no campo das artes, e é pai do Gustavo. Ainda assim, sobre sua cena e jeito de caminhar um amigo comentou: é o embaixador da poesia! Esse título nos agradou.

Então tem uma familiaridade muito grande entre esse grupo, e uma confiança também, baseada no respeito e admiração mútua.

O trabalho com o elenco foi nessa linha, como rodamos cada cena apenas uma vez, precisávamos confiar uns nos outros. O método era claro, a ação precisava preencher o tempo de um rolo de 122m de película 16mm, que dá aproximadamente 11 minutos. Dentro desse limite, marcamos alguns pontos, onde a ação começava, depois o meio, e onde tínhamos que estar antes que o rolo acabasse. Tudo muito simples, trabalhando com precisão mas aceitando o inesperado. Dentro dessa propostas, os atores, que são mais performers no filme, tiveram o espaço para estar presentes e agirem, para acontecer através dos seus gestos e ações.

Os personagens, antes dos atores eram ideias vagas. Foi mesmo a presença, repertório pessoal, experiência e trajetória de cada um que encarnou o/a personagem, os/as pôs de pé, e  fez viver e caminhar. É, como o Juarez bem coloca, um trabalho em camadas, alguém sendo um personagem sendo a si mesmo.

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Depois de uma vasta carreira com curtas e médias, e com o longa Muito Romântico, temos Oráculo na Mostra Aurora da 24ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes. Como é fazer parte dessa seleção tão aguardada pelos espectadores/cinéfilos/críticos, ainda mais em uma edição completamente diferente e com maior abrangência de público por conta do formato on-line?

A produção de discurso sobre os filmes e seus contextos, com a cobertura abrangente e dedicada d*s crític*s, bem como as reações do público, sejam colegas realizador*s, colaborador*s, velh*s amigos ou gente que nos assiste pela primeira vez, chegam de maneira muito diferente do que se estivéssemos em um mesmo ambiente. Mas de jeito nenhum menos intensa. Essas trocas nos entusiasmam, ensinam e fortalecem. É ótimo sentir o filme nascendo em terreno tão fértil. Na nossa cabeça, Oráculo iria estrear em uma sala de cinema. Isso na era pré-pandemia, é claro. Com seus planos longos, contemplativos, seu tempo estendido, Oráculo é um desafio, de certa maneira. Demanda a concentração que a sala de cinema oferece.

Mas nunca sabemos tão bem o que um filme é até ele começar a ser exibido e entrar em contato com o público, é aí que ele ganha vida. A situação hoje é de isolamento, é de distância, de acesso remoto. Então é isso e pronto. Assim se veem filmes agora, assim estreiam filmes agora. É uma alegria integrar o festival de 2021. Já participamos de edições anteriores do festival, mas nunca estivemos presentes, por morarmos no exterior e o festival não ter ainda coincidido com uma estada nossa no Brasil.

Para nós, essa estreia é também um modo de agregar ao contexto brasileiro atual, um gesto cuja intenção é injetar poesia na dureza cotidiana. E há aspectos decididamente positivos, como uma acessibilidade virtualmente maior do que se as exibições estivessem restritas ao âmbito dos festivais presenciais. Viva Tiradentes!

Entrevista e edição: Vitor Búrigo
Fotos: Divulgação/Distruktur.

Eu, Empresa

por: Cinevitor

euempresaposter1Direção: Leon Sampaio, Marcus Curvelo

Elenco: Marcus Curvelo, Carlos Baumgarten, Aristides de Sousa (Juninho Vende-Se), Mariana Rios, Carol Alves, Thiago Almasy, Ritah Oliveira, Felipe Pedrosa, Rachel Sauder, Gaba Reznik, Ricardo Carvalho, Mateus Egghead, Rodrigo Curvelo, Nei Barros de Oliveira, Flora Rocha, Deilton José, Giro Gaiato, Rafael Rocha, Vitor D’Emidio, Adenísio dos Santos, Axsan Alves Nascimento, Alison Santos, Dilton Santos Costa, Jorge Allucard, Jorge Pereira, Marcos Vieira, Maurício Borges, Adalício Macedo (Fofão), Anderson Brito (Bujiganga), Fernando Conceição (Gelado), José Gonçalves (Renny), Renato Nascimento, Valter das Virgens, Washington Souza (Juninho), Maroca, Matheus Araponga, Ana Paula Rosário, Caio Ramos Ferrer, Nathália Luna, Driele Martinez, Laize Ricarte, Nathalí Macedo, Franciel Cruz, Filó, Isabela Gentil, Gil Lima.

Ano: 2021

Sinopse: Um trabalhador informal enfrenta problemas financeiros e emocionais. Sem oportunidades decentes de trabalho, ele cria um canal no YouTube pra tentar monetizar suas pequenas histórias de fracasso, enquanto presta serviços precarizados para empresas estrangeiras.

*Filme visto na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Nota do CINEVITOR:

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CINEVITOR #382: Entrevista com Raquel Hallak | 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor

raquelhallaktiradentes2021Balanço geral da 24ª edição com Raquel Hallak.

A 24ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes segue até o dia 30 de janeiro em formato on-line e gratuito. A seleção deste ano traz 114 filmes, entre longas e curtas-metragens, de 19 estados brasileiros, e reúne o que há de mais recente na cinematografia brasileira contemporânea apresentando a diversidade e a pujança criativa do setor, mesmo em cenário adverso da pandemia de Covid-19.

Para este ano, Vertentes da Criação foi o tema proposto pelos curadores Francis Vogner dos Reis e Lila Foster para a edição de 2021. A ideia partiu da percepção de que há, em anos recentes, uma reconfiguração intelectual e empírica dos processos na produção do país, cuja singularidade está condicionada por elementos variados: universos simbólicos, ética das imagens a partir dos espaços, personagens e territórios, estética amparada em perspectiva crítica do automatismo das práticas da expressão audiovisual do mercado e, principalmente, a economia de um tempo que resiste ao modelo célere de velocidade da circulação do capital. O cinema brasileiro se reinventa nas circunstâncias impostas a ele e nas inquietações de criadores arrojados que constantemente reinventam as formas do fazer.

Para falar mais sobre o evento, que abre o calendário audiovisual brasileiro, conversamos com Raquel Hallak d’Angelo, uma das diretoras da Universo Produção e também coordenadora da Mostra de Cinema de Tiradentes.

Em entrevista ao CINEVITOR, Raquel fez um balanço geral da 24ª edição e falou sobre os desafios e a logística para realizar a Mostra on-line, destacou a temática desta edição e a versatilidade da homenageada Paula Gaitán, reforçou a importância dos festivais para a carreira de um filme, comentou sobre a abrangência das obras em formato virtual e o interesse dos espectadores pelas produções, comemorou o sucesso das oficinas e os acessos no site, refletiu sobre as tendências para a próxima edição, falou sobre compartilhamento nas redes e o uso da internet a nosso favor, enfatizou a proposta do evento em ser um aliado do cinema brasileiro e ressaltou a força dessa edição histórica para o público e realizadores.

Aperte o play e confira:

Foto: Divulgação/Universo Produção.

Turma da Mônica – Lições: teaser oficial apresenta dois novos personagens

por: Cinevitor

turmamonicalicoesteaser1Tina e Rolo: dos quadrinhos para os cinemas!

Dirigido por Daniel Rezende, Turma da Mônica – Lições, o aguardado filme com as aventuras da turminha do Bairro do Limoeiro, acaba de revelar, em seu primeiro teaser oficial, dois novos personagens muito conhecidos e queridos pelo público dos quadrinhos. O lançamento do vídeo acontece na véspera do Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos, comemorado no dia 30 de janeiro.

No teaser, a professora, interpretada por Malu Mader, explica o que é metamorfose, ciclo de crescimento e transformação da lagarta em borboleta. A Turminha formada por Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) também está crescendo e precisa lidar com os desafios da passagem da infância para a pré-adolescência.

Na nova aventura, eles se esquecem de fazer o dever de casa e decidem fugir da escola, mas nem tudo sai como o esperado. O vídeo também apresenta Tina caracterizada pela primeira vez, vivida por Isabelle Drummond, e Rolo, papel de Gustavo Merighi. A dupla conta para Mônica que é possível crescer sem deixar de ser criança. No elenco também estão Monica Iozzi, que vive Dona Luísa, mãe da Mônica, e Paulo Vilhena, Seu Cebola, o pai do Cebolinha.

O filme é uma adaptação da graphic novel homônima, escrita e desenhada pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. O primeiro longa live-action, Turma da Mônia – Laços, levou mais de dois milhões de espectadores aos cinemas.

Confira o teaser de Turma da Mônica – Lições, que tem estreia prevista para 2021:

Foto: Serendipity Inc.

Entrevista: Edilson Silva fala sobre Mirador, de Bruno Costa, exibido na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor

miradortiradentes01Protagonista: boxeador na ficção.

Protagonizado por Edilson Silva e dirigido por Bruno Costa, o longa paranaense Mirador, integra a Mostra Praça da 24ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes. Diante dos desafios impostos pela pandemia, o encontro ao vivo e as calorosas trocas na praça tiveram que ser adaptados para a esfera virtual. Mesmo que o presencial não seja possível, a essência permanece com sessões de longas e curtas que trazem um apelo popular e a mobilização de importantes debates em relação ao contemporâneo.

No filme, também selecionado para o Festival de Havana, Maycon é um boxeador que treina para retornar aos ringues enquanto divide seu tempo com dois subempregos. Pai de Malu, fruto de uma relação casual que teve com Michele, ele tem sua vida revirada quando se vê na situação de ter que cuidar da filha sozinho. Entre a rotina exaustiva de treinos e bicos para sobreviver, a maior luta de Maycon ainda está por ser vencida: tornar-se pai.

O elenco conta também com Stephanie Fernandes, Luiz Pazello, Léa Albuquerque, Victor Haygert, Jordan Machado, Rafaelle Becker, Giovana Soar e Sandro Tueros.

Para falar mais sobre Mirador, entrevistamos o protagonista Edilson Silva por e-mail. Confira:

Sua carreira traz trabalhos bem marcantes em filmes como O Porteiro do Dia, Bacurau, Divino Amor, Azougue Nazaré, entre outros. Como surgiu o convite para interpretar o Maycon em Mirador?

O Bruno [Costa, diretor] entrou em contato comigo via Facebook. Primeiramente, ele se apresentou, falou que era amigo da Nathália Tereza, que eles foram da mesma turma de cinema na faculdade e que tinha assistido ao filme dela [De Tanto Olhar o Céu Gastei Meus Olhos] no qual eu participei e protagonizei junto com a atriz Maria Eny; e que tinha visto o filme através da indicação do William [Biagioli, roteirista], que tinha assistido no Curta Brasília, e que estava com um projeto de longa-metragem e gostaria de me apresentar. Se possível, gostaria muito que eu fizesse o personagem principal. Então, fomos conversando e ele foi me falando do Mirador.

Como foi sua preparação para esse protagonista? Você já tinha alguma experiência com boxe?

Minha preparação para o Maycon foi através de muitos treinos na academia, vendo referências que o Bruno me mandava e assistindo lutas de boxe para ir me preparando com o que eu ia encontrar quando chegasse em Curitiba. Até então, eu nunca havia praticado nenhum tipo de esporte de luta. Meu único esporte era o futebol.

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Impossível não perguntar: como foi atuar ao lado da carismática Maria Luiza da Costa, que encanta qualquer espectador?

Rapaz… trabalhar com a Malu foi um grande presente que ganhei! A Maria Luiza é um ser maravilhoso! Sabemos que trabalhar com crianças em set nunca é fácil. Já tinha atuado antes com uma outra criança e já tinha passado pela experiência de que crianças são imprevisíveis. Com a Malu não foi diferente. Tinha horas que ela não queria ficar na posição em que a direção gostaria e fazia umas birrinhas (risos). Mas, a gente ia se adequando ao momento dela e, muitas vezes, aproveitando as reações e as expressões que ela fazia, as coisas aconteciam magicamente. Ela é muito talentosa!

Seu personagem retrata a vida real de diversos brasileiros. Você se inspirou em alguma situação ou em alguém para criar o universo de Maycon?

Eu me inspirei na minha própria história de vida, que desde muito jovem tive que batalhar bastante para ajudar minha mãe nas obrigações de casa, assim que meu pai faleceu. Na época, eu tinha apenas 12 anos de idade. E minha história tem um pouco a ver com a de Maycon. Eu tenho uma filha de 14 anos de idade, fruto de um primeiro relacionamento que eu tive (aos 20 anos de idade), e quando eu me separei da mãe da minha filha, ela tinha quase dois anos. Até hoje ela mora comigo e com minha mãe.

É interessante ver em Mirador esse encontro entre os diversos cinemas que o Brasil nos proporciona com obras tão marcantes e elogiáveis; seja na escolha do gênero, locações, sotaques, histórias. Na equipe, por exemplo, temos uma diversidade que soma ainda mais para o resultado final. Como você enxerga a produção audiovisual no Brasil nos dias de hoje, mesmo sendo ameaçada constantemente?  

É inegável que a demanda de projetos cinematográficos caíram muito e, mesmo com tantas ameaças que o setor vem sofrendo, eu vejo o mercado do audiovisual como um mercado sólido, que diante das dificuldades, e de tudo que estamos vivendo, como a falta de incentivos, redução de investimentos na área artística, um governo que é contra a cultura, etc…. ainda se produz muitos filmes e séries. E isso se dá porque temos uma vasta diversidade de ótimos profissionais espalhados por esse Brasil inteiro.

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Como você espera que Mirador chegue no espectador e de que maneira o filme pode tocá-lo?

Eu espero que Mirador chegue da melhor forma e possa ser acessado e assistido pelo máximo de pessoas possíveis; que o espectador possa ver e se identificar com a trama. Tenho certeza que muitas mulheres vão se identificar com a história do Maycon e Malu.

Para encerrar, como está sendo participar da Mostra Tiradentes? Como você avalia a repercussão do filme nessa edição on-line (que possibilita uma abrangência maior de público)?

Participar da mostra Tiradentes é sempre uma honra. Acho que essa é a terceira vez que estou participando e quero parabenizar a todos os envolvidos(as) nessa super produção que organizam tão bem essa grande janela que é a Mostra. E o feedback sobre o filme está incrível. Tenho recebido várias mensagens falando muito bem. E esse ano, já que a Mostra não está acontecendo presencialmente por conta da pandemia de Covid-19, teve um ponto positivo: mais pessoas estão tendo a oportunidade de assistir aos filmes em primeira mão, algo que normalmente levaria mais tempo.

Mirador fica disponível até às 23h59 do dia 30 de janeiro no site do festival. Clique aqui.

Entrevista e edição: Vitor Búrigo
Fotos: Ana Málaga/Divulgação.

13º Curta Canoa: conheça os vencedores

por: Cinevitor

curtacanoavencedoresAne Oliva e Wanderlândia Melo no curta alagoano A Barca, de Nilton Resende.

Foram anunciados nesta quinta-feira, 28/01, os vencedores da 13ª edição do Curta Canoa – Festival latino-americano de Cinema de Canoa Quebrada, em uma transmissão pelo canal do evento no YouTube.

Os vencedores foram agraciados com o Troféu Lua Estrela, confeccionado a partir de reaproveitamento florestal e tecido de algodão, em uma criação de Juan Carlos Bartolucci, Pedro Nogueira, Iara Bartolucci e Neurivania da Silva Nogueira, todos artesãos de Canoa Quebrada.

O festival concedeu Menção Honrosa pela Contribuição Cultural ao documentário Sacada – A Lenda, de Toninho Duarte, do Amapá. O filme, baseado em fatos reais, retrata a história da vida de Raimundo dos Santos Souza, homem que se tornou respeitado através do domínio na manipulação de plantas e ervas da Amazônia.

Uma Menção Honrosa pela Contribuição Histórica também foi entregue ao filme Fatinha, do cearense Alexandre Fleming Câmara Vale. O documentário conta a história de Maria da Silva, conhecida como Fatinha, natural de Canoa Quebrada. Ela foi adotada aos 14 anos por membros de uma equipe de produção francesa que filmava, em Majorlândia e Canoa Quebrada, o longa-metragem de ficção Operação Tumulto (Le Grabuge), de Edouart Luntz. Nos idos de 1967, Canoa ainda era uma praia longínqua e desconhecida. A história de Fatinha transformou-se na narrativa fundadora do processo de internacionalização de Canoa.

O Júri Oficial deste ano foi formado por: Estevan Silveira, diretor e produtor curitibano; Marcelo Ikeda, professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará; e Marilha Naccari, diretora do Congresso Brasileiro de Cinema.

Nesta edição, o Festival Curta Canoa teve pela primeira vez o prêmio de melhor filme pelo Júri da Crítica, que foi formado por Daniel Araújo, Diego Benevides e Thiago Cesar, todos membros da Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema. Rompendo a tradição de reconhecer apenas um filme entre tantos, o júri decidiu outorgar dois Prêmios da Crítica. A decisão foi tomada ao repensar a relação que se tem com as imagens em um período em que o estímulo imagético ultrapassa a própria compreensão do modo como nos relacionamos no mundo. É mais que um desafio individual do artista contemporâneo, é um ato político de reafirmação da subjetividade humana.

O festival aconteceu entre os dias 23 e 28 de janeiro, com programação totalmente on-line por conta da pandemia de Covid-19. Durante o evento, foram exibidas 24 produções entre ficções, documentários e experimentais de 14 estados.

Conheça os vencedores do 13º Curta Canoa:

MELHOR FILME
Contrastes – Impressões de Israel, de Jackson Abacatu (MG)

MELHOR DIREÇÃO
A Barca, por Nilton Resende

MELHOR ROTEIRO
O Malabarista, escrito por Iuri Moreno

MELHOR FOTOGRAFIA
Marie, por Petrus Cariry

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Tambor ou Bola, por Wilson Santos e Orquestra de Tambores

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Marie, por Isabela Stampanoni

MELHOR ATOR
Rômulo Braga, por Marie

MELHOR ATRIZ
Jennifer Vieira, por Terceiro Dia

MELHOR SOM
Contrastes – Impressões de Israel, por Jackson Abacatu

MELHOR MONTAGEM
Tambor ou Bola, por Glauber Xavier

MENÇÃO HONROSA | CONTRIBUIÇÃO CULTURAL
Sacada – A Lenda, de Toninho Duarte

MENÇÃO HONROSA | CONTRIBUIÇÃO HISTÓRICA
Fatinha, de Alexandre Fleming Câmara Vale

PRÊMIOS DA CRÍTICA
Introdução aos Estudos Oníricos, de Amanda Pontes
Pequenas Considerações Sobre o Espaço-Tempo, de Michelline Helena

Foto: Vanessa Mota.

O Cerco

por: Cinevitor

ocercoposter1Direção: Aurélio Aragão, Gustavo Bragança, Rafael Spínola

Elenco: Liliane Rovaris, Geovanna Lopes, Marco Lopes, Matheus Lopes, Alberto Moura Jr, Breno Nina, Aurélio Aragão, Gustavo Bragança, Rafael Spínola, Lobo Mauro, Fabricio Menicucci, Filipe Cretton, Iara Maria, Lindembergue Bragança, Lucas Nascimento, Lucas Santana, Doralice Maria, Valter Couto, Benjamim Aragão, Antonio Pedro Coutinho, Emanuel Aragão, Gabriel Pardal, Marina Provenzzano, Renato Linhares, Rossini Vianna Jr., Stella Rabello.

Ano: 2020

Sinopse: Ana está cercada. No apartamento debaixo, os fantasmas do passado e no terraço, os fantasmas do futuro. Mas ela resiste.

*Filme visto na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Nota do CINEVITOR:

nota-3-estrelas

Oscar 2021: 93 países disputam o prêmio de melhor filme internacional

por: Cinevitor

barbarahectoroscar2021Brasil na disputa com Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta quinta-feira, 28/01, a lista oficial com os filmes elegíveis que estão na disputa pela estatueta dourada de melhor filme internacional no Oscar 2021, categoria antes chamada de melhor filme estrangeiro.

Para esta 93ª edição, 93 países foram classificados, entre eles, Lesoto, Sudão e Suriname, candidatos pela primeira vez. No início deste ano, o Conselho de Governadores da Academia votou para expandir a lista de pré-selecionados de 10 para 15 filmes. Os membros da Academia, de todos os ramos, são convidados a participar da rodada preliminar de votação e devem atender a um requisito mínimo de visualização para serem elegíveis para votar na categoria. A lista com os 15 filmes escolhidos será anunciada no dia 9 de fevereiro. Desse grupo saem os cinco finalistas que serão revelados no dia 15 de março.

A cerimônia, que foi adiada por conta da pandemia de Covid-19, acontecerá no dia 25 de abril, em Los Angeles; o Brasil está na disputa com Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, de Bárbara Paz. O longa, que traça um paralelo entre a arte e a doença do cineasta Hector Babenco, recebeu o prêmio de melhor documentário da mostra Venice Classics do Festival de Veneza do ano passado.

Vale lembrar que um longa-metragem internacional é definido como um longa-metragem (mais de 40 minutos) produzido fora dos Estados Unidos com uma faixa de diálogo predominantemente (mais de 50%) não falada em inglês.

E mais: o filme de Bárbara Paz também foi qualificado para concorrer na categoria de melhor documentário. Em comunicado oficial, a Academia divulgou que 238 longas-metragens foram inscritos para o prêmio, sendo assim, também podem se qualificar para outras categorias, incluindo melhor filme. A partir de agora, membros específicos do ramo documental votam para determinar a lista final. Outros seis títulos brasileiros também estão na disputa: Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil, de Carol Benjamin; Dentro da Minha Pele, de Toni Venturi e Val Gomes; Protocolo da Morte, de André Di Mauro; Libelu – Abaixo a Ditadura, de Diógenes Muniz; Meu Querido Supermercado, de Tali Yankelevich; e Narciso em Férias, de Renato Terra e Ricardo Calil.

Confira a lista completa com os 93 filmes estrangeiros candidatos ao Oscar 2021:

ÁFRICA DO SUL: Toorbos, de Rene van Rooyen
ALBÂNIA: Open Door (Derë e hapur), de Florenc Papas
ALEMANHA: Und morgen die ganze Welt (And Tomorrow the Entire World), de Julia von Heinz
ARÁBIA SAUDITA
: Sayidat Al Bahr (Scales), de Shahad Ameen
ARGENTINA: Los sonámbulos, de Paula Hernández
ARMÊNIA: Songs of Solomon, de Arman Nshanyan
ÁUSTRIA: Quando a Vida Acontece (Was wir wollten), de Ulrike Kofler
BANGLADESH: Sincerely Yours, Dhaka (Iti, Tomari Dhaka), de Tanvir Ahsan, Saleh Sobhan Auneem, Mir Mukarram Hossain, Golam Kibria, Abdullah Al Noor, Robiul Alam Robi, Krishnendu Chattopadhyay, Nuhash Humayun, Mahmudul Islam, Rahat Rahman e Syed Ahmed Shawki
BÉLGICA: Filles de joie (Working Girls), de Frédéric Fonteyne e Anne Paulicevich
BOLÍVIA: Chaco, de Diego Mondaca
BÓSNIA E HERZEGOVINA: Quo Vadis, Aida?, de Jasmila Zbanic
BRASIL: Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, de Bárbara Paz
BULGÁRIA: Bashtata (The Father), de Kristina Grozeva e Petar Valchanov
CAMARÕES: The Fisherman’s Diary, de Enah Johnscot
CAMBOJA: Fathers, de Huy Yaleng
CANADÁ: 14 jours, 12 nuits, de Jean-Philippe Duval
CAZAQUISTÃO
: The Crying Steppe, de Marina Kunarova
CHILE: Agente Duplo (El Agente Topo), de Maite Alberdi
CHINA: Leap, de Peter Chan
COLÔMBIA: El olvido que seremos, de Fernando Trueba
COREIA DO SUL: The Man Standing Next (Namsanui bujangdeul), de Woo Min-ho
COSTA DO MARFIM: La nuit des rois (Night of the Kings), de Philippe Lacôte
COSTA RICA: Terra das Cinzas (Ceniza Negra), de Sofia Quiros
CROÁCIA: Dopunska Nastava (Extracurricular), de Ivan-Goran Vitez
CUBA: Buscando a Casal, de Jorge Luis Sánchez
DINAMARCA: Druk (Another Round), de Thomas Vinterberg
EQUADOR: Vacío, de Paúl Venegas
EGITO: When We’re Born, de Tamer Ezzat
ESLOVÁQUIA: The Auschwitz Report, de Peter Bebjak
ESLOVÊNIA: Histórias do Bosque de Castanhas (Zgodbe iz kostanjevih gozdov), de Gregor Božič
ESPANHA: A Trincheira Infinita (La trinchera infinita), de Aitor Arregi, Jon Garaño e Jose Mari Goenaga
ESTÔNIA: Viimeiset (The Last Ones), de Veiko Õunpuu
FILIPINAS: Mindanao, de Brillante Mendoza
FINLÂNDIA: Tove, de Zaida Bergroth
FRANÇA: Nós Duas (Deux), de Filippo Meneghetti
GEÓRGIA: Beginning, de Dea Kulumbegashvili
GRÉCIA: Mila (Apples), de Christos Nikou
GUATEMALALa llorona, de Jayro Bustamante
HONG KONG: Shaonian de ni (Better Days), de Derek Tsang
HOLANDA: Buladó, de Eché Janga
HONDURAS: Días de luz (Days of Light), de Gloria Carrión Fonseca, Julio López Fernández, Enrique Medrano, Mauro Borges Mora, Enrique Pérez Him e Sergio Ramírez 
HUNGRIA: Felkészülés meghatározatlan ideig tartó együttlétre (Preparations to Be Together for an Unknown Period of Time), de Lili Horvát
ÍNDIA: Jallikattu, de Lijo Jose Pellissery
INDONÉSIA: Perempuan Tanah Jahanam (Impetigore), de Joko Anwar
IRÃ: Crianças do Sol (Khorshid), de Majid Majidi
IRLANDA: Arracht, de Tom Sullivan
ISLÂNDIA: Agnes Joy, de Silja Hauksdóttir
ISRAEL: Asia, de Ruthy Pribar
ITÁLIA: Notturno, de Gianfranco Rosi
JAPÃO: Mães de Verdade (True Mothers), de Naomi Kawase
JORDÂNIA: 200 Meters, de Ameen Nayfeh
KOSOVO: Exil, de Visar Morina
LESOTOIsso Não é um Enterro, é uma Ressurreição (This Is Not a Burial, It’s a Resurrection), de Lemohang Jeremiah Mosese
LETÔNIA: Dveselu putenis (Blizzard of Souls), de Dzintars Dreibergs
LÍBANO: Broken Keys, de Jimmy Keyrouz
LITUÂNIA: Nova Lituania, de Karolis Kaupinis
LUXEMBURGO: Cuentos del río (River Tales), de Julie Schroell
MACEDÔNIA DO NORTE: Willow, de Milcho Manchevski
MALÁSIA: Roh, de Emir Ezwan
MARROCOS: O Santo Desconhecido (The Unknown Saint), de Alaa Eddine Aljem
MÉXICO: Ya no estoy aquí, de Fernando Frias
MONGÓLIA: As Veias do Mundo (Die Adern der Welt), de Byambasuren Davaa
MONTENEGRO: Grudi (Breasts), de Marija Perovic
NIGÉRIA: The Milkmaid, de Desmond Ovbiagele
NORUEGA: Håp (Hope), de Maria Sødahl
PALESTINA: Gaza mon amour, de Arab Nasser e Tarzan Nasser
PANAMÁ: Causa Justa, de Luis Franco Brantley e Luis Pacheco
PAQUISTÃO: Zindagi Tamasha (Circus of Life), de Sarmad Sultan Khoosat
PARAGUAI
: Matar a un Muerto, de Hugo Giménez
PERU: Canção Sem Nome (Canción sin nombre), de Melina León
POLÔNIA: Sniegu juz nigdy nie bedzie (Never Gonna Snow Again), de Malgorzata Szumowska e Michal Englert
PORTUGAL: Vitalina Varela, de Pedro Costa
QUÊNIA: The Letter (Barua), de Chris King e Maia Lekow
QUIRGUISTÃO: Running to the Sky, de Mirlan Abdykalykov
REPÚBLICA CHECA: O Charlatão (Charlatan), de Agnieszka Holland
REPÚBLICA DOMINICANA: Mis 500 locos, de Leticia Tonos
ROMÊNIA: Collective (Colectiv), de Alexander Nanau
RÚSSIA: Dorogie tovarishchi (Dear Comrades), de Andrey Konchalovskiy
SENEGAL: Nafi’s Father (Baamum Nafi), de Mamadou Dia
SÉRVIA: Dara in Jasenovac, de Predrag Antonijević
SINGAPURA: Estação das Chuvas, de Anthony Chen
SUDÃO: You Will Die at 20, de Amjad Abu Alala
SUÉCIA: Charter, de Amanda Kernell
SUÍÇA: Minha Irmã (Schwesterlein), de Stéphanie Chuat e Véronique Reymond
SURINAME: Wiren, de Ivan Tai-Apin
TAIWAN: Yangguang puzhao (A Sun), de Mong-Hong Chung
TAILÂNDIA: Happy Old Year, de Nawapol Thamrongrattanarit
TUNÍSIA: The Man Who Sold His Skin, de Kaouther Ben Hania
TURQUIA: Milagre na Cela 7, de Mehmet Ada Öztekin
UCRÂNIA: Atlantis (Атлантида), de Valentyn Vasyanovych
URUGUAI: Alelí, de Leticia Jorge
VENEZUELA: Era Uma Vez na Venezuela (Once Upon a Time in Venezuela), de Anabel Rodriguez Rios
VIETNÃ: Dreamy Eyes, de Victor Vu

Foto: Divulgação.

Entrevista: Julia Katharine fala sobre Won’t You Come Out to Play?, curta exibido na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor

juliakatharinetiradentes2021Cineasta, roteirista e atriz: destaque em Tiradentes.

Em 2018, Julia Katharine recebeu o Prêmio Helena Ignez de destaque feminino na Mostra de Cinema de Tiradentes por seu trabalho no longa Lembro Mais dos Corvos, de Gustavo Vinagre. No ano seguinte, exibiu seu primeiro curta-metragem como diretora, Tea for Two, na Mostra Foco. Na edição do ano passado, ministrou a oficina Roteiro Colaborativo, ao lado de Thais de Almeida Prado, com destaque na criação de um roteiro ficcional colaborativo.

Agora, nesta 24ª edição, participa com Won’t You Come Out to Play? na Mostra Panorama, que apresenta um conjunto amplo e diversificado da produção de curtas-metragens realizados em 2020. Propostas experimentais, construções ficcionais e olhares documentais são lançados por realizadores de diferentes territórios do país.

Em entrevista ao CINEVITOR, a cineasta falou sobre a edição de 2021 da Mostra Tiradentes: “Ter sido selecionada mais uma vez, e em um ano tão atípico, com a mostra acontecendo on-line e não presencialmente, foi um presente, não só pra mim, como para todos os envolvidos no filme. Ficamos felizes demais e queríamos estar todos juntos no Cine Tenda celebrando a nossa arte. A importância de estar na Mostra é ter a chance de levar o filme para um público maior, já que estamos on-line e, mais uma vez, um estímulo para que eu siga fazendo filmes, contando histórias e o melhor, trabalhando com pessoas que eu admiro e tenho profundo amor”.

O filme também fez parte do Sesc Cultura ConVIDA! no programa Curtas de Quarentena, no qual cineastas se inspiraram no período de isolamento social para produzir seus filmes. Escrito e dirigido por Julia, o curta começa em um dia ensolarado de quarentena, no meio de uma pandemia mundial, quando Vanessa e Virgínia fazem escolhas para suas vidas.

tunafilmejuliaSet virtual: a atriz Tuna Dwek em cena.

Para a realização do curta, os atores captaram as imagens em seus celulares e/ou computadores, sem contato presencial com a equipe. Filmado durante a quarentena, por conta da pandemia de Covid-19, entre julho e outubro de 2020, o filme conta com Claudia Campolina, Tuna Dwek, Carlos Eduardo Valente, Bruno Perillo e Julia Katharine no elenco.

Sobre filmar à distância, Julia revelou: “Foi muito difícil dirigir remotamente porque um dos meus maiores prazeres em fazer cinema é a reunião que acontece. Ensaio, leitura de texto, conversa fiada pra nos aproximarmos mais; tudo isso me inspira e eu amo vê-los atuar estando junto, próxima sabe?! Cada um filmou suas cenas pelo celular, seguindo indicações minhas e todos estavam empolgados. Tivemos só uma reunião via Zoom e foi lindo. A Claudia Campolina e o João Marcos de Almeida, que é o montador do filme, foram os que mais me ajudaram a lidar com essa falta que senti do presencial. Conversamos muito e eles foram parceiros incríveis nessa quarentena, só tenho gratidão. Espero que o próximo seja presencial e que eu possa desfrutar da companhia de todos. Espero tê-los no elenco do meu próximo filme”.

A diretora também falou sobre o elenco: “Eu sempre escolho meus atores enquanto escrevo o roteiro. Eu tinha claro que a Claudia seria a Virgínia, o Carlos Eduardo, o pai e a Tuna, a Celina, a mãe. Só o personagem do Bruno Perillo que eu não sabia quem chamar e a Claudia trouxe ele para o filme e foi muito bom. Eu amei o Bruno de cara, já tinha visto ele na TV antes e gostado, tínhamos um outro personagem que caiu, que foi desenvolvido para o Dennis Teixeira, um ator que eu adoro e um amigo querido. Eu amo trabalhar com quem tenho afinidades e afeto. Tudo flui melhor e mais fácil. Sou grata por todos eles terem acreditado na história que eu queria contar”.

filmejulia2tiradentesClaudia Campolina em cena.

Do elenco, a atriz Tuna Dwek, que na edição passada de Tiradentes participou com o curta Estamos Todos na Sarjeta, Mas Alguns de Nós Olham as Estrelas, de João Marcos de Almeida e Sergio Silva, falou sobre o carinho que tem pelo evento: “Pra mim, é um festival muito afetuoso que não tem preconceito e abraça o cinema independente com muito respeito e critério, que é o que a gente busca. Tiradentes amplia o universo da exibição dando acesso a todos, estimula encontros e, a partir disso, nascem outros filmes. É um festival que dá muitos frutos”, disse ao CINEVITOR.

Julia Katharine falou também sobre o processo de criação do filme na quarentena: “A ideia do curta surgiu de uma vontade antiga de falar sobre uma família disfuncional, que não sabe lidar com o fato de que entre eles existe uma pessoa trans. E também pelo fato de que eu precisava falar sobre luto, sobre perda. Ano passado perdi algumas amigas pela Covid-19 e fui muito afetada emocionalmente pela quarentena”.

Sobre a repercussão virtual de Won’t You Come Out to Play? em Tiradentes, Julia destacou: “Tenho recebido mensagens muito carinhosas com apontamentos muito distintos e isso me deixa muito feliz. Sinto que o filme tocou muita gente e mesmo aqueles que não gostaram me escrevem dizendo e eu amo muito tudo o que eles trazem, pois me faz pensar e me faz querer ser melhor no meu ofício, digo, nos meus ofícios, pois eu atuo, roteirizo e dirijo meus filmes, exceto o ‘This is not Dancin Days’, que fiz para a Gilda Nomacce e só para ela. Estou bem feliz e tenho certeza de que todo o elenco e o meu montador maravilhoso João Marcos de Almeida também estão”.

O curta fica disponível até às 23h59 do dia 30 de janeiro no site do festival. Clique aqui.

Fotos: Leo Lara/Universo Produção/Divulgação.