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Conheça os indicados ao 32º GLAAD Media Awards; Alice Júnior e Pabllo Vittar estão na disputa

por: Cinevitor

alicejuniorGLAADBrasil na disputa: Anne Celestino Mota e Emmanuel Rosset em Alice Júnior.

A GLAAD, Gay & Lesbian Alliance Against Defamation, é uma ONG americana que monitora publicações relacionadas ao público LGBTQIA+ na mídia. Foi fundada em novembro de 1985 por jornalistas e escritores em resposta à uma cobertura sensacionalista do New York Post sobre a epidemia da AIDS.

Desde 1990 realiza uma premiação, conhecida como GLAAD Media Awards, que reconhece e homenageia os meios de comunicação e artistas por suas representações justas, precisas e inclusivas da comunidade LGBTQIA+ e os problemas que afetam sua vidas. O evento já se tornou a premiação anual LGBTQ mais visível do mundo, com mensagens poderosas de aceitação para o público global.

Para sua 32ª edição, o anúncio dos indicados foi realizado em uma transmissão ao vivo na conta da GLAAD no TikTok. A apresentação contou com a atriz Josie Totah, com a drag queen Shangela e com o ator Jonathan Bennett. Os vencedores serão anunciados durante uma cerimônia virtual programada para abril de 2021.

Os homenageados de 2020, anunciadas anteriormente, serão honrados em uma data separada: a cantora Taylor Swift receberá o Vanguard Award; a escritora, ativista de direitos de transgêneros e apresentadora de TV, Janet Mock ganhará o Stephen F. Kolzak Award; o produtor Ryan Murphy receberá o Vito Russo Award; e a atriz Judith Light ganhará o Excellence in Media Award.

O GLAAD também restabeleceu o Prêmio Barbara Gittings de Excelência em Mídia LGBTQ, que homenageia um indivíduo, grupo ou meio de comunicação comunitário pioneiro que tenha feito uma contribuição significativa para o desenvolvimento da mídia LGBTQIA+. O homenageado deste ano é o jornal Windy City Times, pioneira publicação de notícias LGBTQ de Chicago, criada em 1985 por Jeff McCourt, Bob Bearden, Drew Badanish e Tracy Baim.

Neste ano, vale destacar a presença do brasileiro Alice Júnior, de Gil Baroni na disputa. Na trama, Alice Júnior é uma youtuber trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo.

O premiado longa, protagonizado por Anne Celestino Mota, fala sobre a adolescência, suas inquietações, seus sonhos e retrata a escola como um ambiente de ensino indispensável, mas que muitas vezes pode ser opressor. O diretor Gil Baroni, o roteirista e criador da ideia original Luiz Bertazzo e o corroteirista Adriel Nizer Silva, desenvolveram a história ao longo de um ano e meio.

Outra nome brasileiro que chama atenção na lista é da cantora Pabllo Vittar, que aparece na categoria de Melhor Artista Musical com o álbum 111. A drag queen brasileira já foi consagrada por veículos internacionais importantes, como Forbes, The New York Times e The Guardian.

Conheça os indicados ao 32º GLAAD Media Awards nas categorias de cinema:

MELHOR FILME | LANÇAMENTO AMPLO
A Festa de Formatura
A Voz Suprema do Blues
Alguém Avisa?
Jovens Bruxas: Nova Irmandade
The Old Guard

MELHOR FILME | LANÇAMENTO LIMITADO
Ammonite
E Então Nós Dançamos
I Carry You With Me
Kajillionaire
Lingua Franca
Monsoon
Rosa e Momo
The Boys in the Band
The True Adventures of Wolfboy
Você Nem Imagina

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Atrás da Estante
Equal
For They Know Not What They Do
Howard: Sons de um Gênio
Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado
Revelação
Scream, Queen: My Nightmare on Elm Street
Visible: Out on Television
We Are The Radical Monarchs
Welcome to Chechnya

MELHOR FILME PARA TV/STREAMING
Alice Júnior
Dashing in December
La Leyenda Negra
Má Educação
Seu Nome Gravado em Mim
The Christmas House
The Christmas Setup
The Thing About Harry
Tio Frank
Unpregnant

Foto: Divulgação/Olhar Distribuição.

24ª Mostra de Cinema de Tiradentes: cineastas falam sobre curtas-metragens e repercussão on-line

por: Cinevitor

enterradonoquintaltiradentesIsabela Catão em Enterrado no Quintal, de Diego Bauer.

Com a temática Vertentes da Criação, a 24ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes segue sua programação até o dia 30 de janeiro em formato on-line e gratuito. A seleção deste ano traz 114 filmes, entre longas e curtas-metragens, de 19 estados brasileiros, e reúne o que há de mais recente na cinematografia brasileira contemporânea apresentando a diversidade e a pujança criativa do setor, mesmo em cenário adverso da pandemia de Covid-19 e de dificuldades financeiras para os profissionais da área nos últimos dois anos.

Neste ano, o evento que abre o calendário audiovisual brasileiro selecionou 79 curtas-metragens para as diferentes sessões que anualmente atraem centenas de espectadores interessados em conhecer os rumos do formato na produção brasileira. A curadoria, composta por Camila Vieira, Tatiana Carvalho Costa e Felipe André Silva, recebeu 748 inscrições, de onde foram definidos os títulos, distribuídos nas mostras Foco, Panorama, Foco Minas, Temática, Praça, Formação, Jovem e Mostrinha.

Os estados de Minas Gerais e São Paulo aparecem com maior quantidade de trabalhos na seleção, com 16 filmes cada. Há ainda produções de Alagoas (1), Amazonas (4), Bahia (4), Ceará (4), Brasília (2), Espírito Santo (2), Goiás (1), Mato Grosso (1), Pará (2), Paraíba (2), Paraná (5), Pernambuco (3), Rio de Janeiro (8), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (6), Santa Catarina (2) e Sergipe (2).

Em entrevista ao CINEVITOR, Felipe André Silva, que estreia na equipe de curadoria de curtas, falou sobre o processo de seleção: “Foi bastante intenso. Pelo menos pra mim, que cheguei já com as engrenagens rodando. Tivemos cerca de um mês e meio para visionar, discutir e estabelecer as grades, tudo isso respeitando o diálogo com o tema geral da Mostra, que também foi descoberto dentro do processo. Talvez seja essa a principal diferença do trabalho realizado aqui para aquela curadoria que eu fazia no Janela Internacional de Cinema do Recife, por exemplo. Em Tiradentes, a temática precisa realmente ser lida como o fio condutor da seleção e das discussões, então, é muito importante entender o que os filmes podem oferecer para esse debate. Felizmente, Vertentes da Criação é um tema que abre uma gama enorme de possibilidades de enfrentamento e discussão. Então, nosso trabalho ficou um pouco mais divertido nesse sentido, na busca por compor esse quebra cabeças”.

O cineasta, que exibiu o curta Cinema Contemporâneo no ano passado em Tiradentes, falou também sobre o convite para a curadoria: “Minha primeira participação de fato na Mostra foi em 2020, quando tive a felicidade de entrar na seleção da mostra Foco com um curta. Por isso me pegou muito de surpresa o convite feito pela produção para que eu me juntasse ao time de curadores, sobretudo porque meu nome nunca foi necessariamente associado a esse trabalho, e também porque, assim eu acreditava, essa função estava muito mais ligada a pesquisadores e acadêmicos de cinema, pelo menos em Tiradentes. Acredito que o Francis [Vogner dos Reis, coordenador curatorial da Mostra] queria justamente isso, adicionar um componente cuja visão e construção de pensamento não estava necessariamente ligado a academia (não que isso seja um problema, obviamente); alguém com um viés mais puramente cinéfilo, por assim dizer. Mas recebi a tarefa com muita alegria, obviamente”.

juliawontfilmetiradentesClaudia Campolina em Won’t You Come Out to Play?, de Julia Katharine.

Pelos dados de etnia/raça autodeclarados pelos realizadores de curtas-metragens, foram 403 brancos/caucasianos, 124 negros, 75 pardos, 9 asiáticos, 5 indígenas, 1 afroindígena e 1 não-branco. Nos dados de identidade de gênero, também autodeclarados, constam entre os inscritos 308 homens brancos cisgênero, 252 mulheres cis, 1 travesti, 1 travesti não-binário, 3 homens transgêneros, 5 mulheres transgêneros e 15 não-binários. Considerando os 79 curtas-metragens selecionados, os dados de raça e gênero de realizadores são de 8 mulheres cis negras, 2 mulheres cis pardas, 26 mulheres cis brancas, 1 mulher cis indígena, 1 mulher trans amarela, 1 travesti negra, 10 homens cis negros, 1 homem cis pardo, 21 homens cis brancos, 1 homem trans branco, 2 não-binários brancos e 1 não-binário negro.

Por conta das exibições virtuais, os curtas-metragens, que sempre se destacaram no evento, dessa vez ganharam uma abrangência ainda maior. Para Diego Bauer, cineasta manauara, que fez sua estreia em Tiradentes em 2018 com o curta Obeso Mórbido, é uma alegria ver seu novo trabalho, Enterrado no Quintal, na seleção da Mostra Panorama deste ano: “A repercussão tem sido incrível. É um sentimento de que aos poucos vamos encontrando maneiras particulares de investir em uma linha de cinema. É muito recompensador quando um festival como Tiradentes acredita e investe numa maneira de dar visibilidade ao seu trabalho”.

Sobre o formato on-line, Bauer comentou: “Eu nunca nem cheguei perto de viver uma discussão como estou tendo agora com Enterrado no Quintal nesta edição de Tiradentes. Toda hora chega mensagem e alguns comentários, coisas realmente espontâneas. Vou pesquisando no Twitter e aparecem pessoas comentando sobre o filme e, com isso, percebemos o quanto Tiradentes tem um alcance incrível. Realmente o Brasil inteiro está de olho no festival. A edição on-line atraiu gente que sempre quis participar e nunca teve como. Acho que gerou um alcance incrível e a repercussão tem sido muito boa”.

olhostristestiradentesDaniel Veiga em Você Tem Olhos Tristes, de Diogo Leite.

Com ficções leves para assistir em família, narrativas divertidas para curtir e documentários com questões sociais importantes, a Mostra Praça apresenta produções diversificadas que apelam para uma relação mais direta com um público mais amplo. Nesta edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, 13 curtas-metragens aparecem distribuídos em três sessões, entre eles, Você Tem Olhos Tristes, de Diogo Leite. No filme, Luan, interpretado por Daniel Veiga, trabalha como bikeboy de aplicativo e enfrenta dilemas e preconceitos na sua jornada diária de entregas em uma cidade grande.

O diretor falou sobre a importância de ser selecionado para o evento: “É um dos maiores festivais do Brasil e é a segunda exibição de Você Tem Olhos Tristes em um festival; a estreia foi no Festival de Gramado ano passado. Necessário lembrar que é a primeira vez que tenho um filme exibido em Tiradentes. Sempre me falaram muito bem do festival, o ambiente, os debates e as trocas pelas ruas da cidade. Muito feliz por estar participando”. Diogo também falou sobre a repercussão virtual: “Você faz um post nas redes sociais convidando as pessoas a assistir on-line, pouco depois elas estão discutindo o filme. De alguma maneira, os debates ou trocas têm sido democratizados por pessoas que às vezes não são frequentadores de festivais de cinema. É uma experiência bem legal e enriquecedora de acompanhar de como reverbera o filme em cada pessoa”.

Ainda na Mostra Praça, o curta potiguar Casa com Parede, de Dênia Cruz, registra a história de luta de mulheres, homens e crianças do assentamento 8 de Março, criado em 2013. Considerada a 12ª ocupação urbana de Natal, no Rio Grande do Norte, o território foi destruído por um incêndio em 2017. “Ter nosso filmes circulando é uma alegria, pois, é chegar nas pessoas e é para isso que contamos histórias. E claro que estar em festivais é muito importante e a Mostra Tiradentes é uma referência, um dos festivais mais reconhecidos do país. Ter nosso documentário na seleção é um misto de alegria, honra e responsabilidade”.

Dênia também comentou: “A pandemia nos fez repensar muitas coisas e nós, que fazemos arte, mais ainda. Tudo é uma adaptação. As edições virtuais de festivais trouxeram uma oportunidade singular, que é o acesso a múltiplos territórios, pois podemos chegar a um número imensamente maior de público e isso é muito positivo. Porém, o não presencial nos tirou a oportunidade do contato direto com o público, do network, do conhecer os lugares, enfim, adaptações. Agora, ter nosso filme numa edição histórica como essa, é um privilégio também. E a repercussão é muito positiva”.

casaparedetiradentesCena do curta potiguar Casa com Parede, de Dênia Cruz.

Dedicadas ao público infantil e juvenil da Mostra de Cinema de Tiradentes, as sessões Mostrinha e Jovem apresentam narrativas ficcionais nos formatos de animação e live-action. Para as crianças, cinco curtas trazem histórias lúdicas e educativas. Para os jovens, três curtas narram dramas com personagens em processo de amadurecimento para a vida adulta. De Brasília, a ficção Foguete, de Pedro Henrique Chaves, conta a história de um pai que leva seu filho para brincar em uma praça com um foguete, em que outras crianças se divertem. O brinquedo foi colocado na praça há muito tempo e o pai se recorda de quando ele mesmo era pequeno e também gostava de brincar ali.

O diretor falou sobre a participação do curta no evento mineiro: “Estou feliz demais com o caminho que o filme está trilhando em festivais, mas estar em Tiradentes é mais que especial. O festival é uma grande vitrine do cinema brasileiro e ter um filme selecionado ao lado de obras de outros grandes artistas abre novas oportunidades. Estar em Tiradentes, acima de tudo, é um passo importante para o início da minha carreira. Foguete é o meu segundo curta, que dirigi aos 17 anos, e de lá para cá tenho aprendido lições importantes. Ter esse espaço no festival me mantém animado para seguir contando histórias. E agradeço a curadoria da Mostra por estar de olho em novos cineastas. Isso significa muito”.

Pedro também destacou a importância da edição on-line: “Mesmo contando uma história tão brasiliense, fico feliz que Foguete tenha conversado com outros públicos. Apesar de não acontecer presencialmente, a conexão com o público é a melhor possível e a Mostra de Tiradentes manteve seu acolhimento e a grandeza das exibições e debates. O que a Mostra tem feito para o cinema brasileiro, em tempos tão difíceis, é fundamental para seguirmos resistindo. Agora vamos aproveitar essa possibilidade que o virtual nos traz, de seguirmos conectados, e levar essas histórias para diferentes lugares alcançando um público ainda maior. E ano que vem, com todos vacinados, estaremos juntos”.

foguetetiradentesPietro Barbosa e Marcelo Pelucio em Foguete, de Pedro Henrique Chaves.

Em 2018, Julia Katharine recebeu o Prêmio Helena Ignez de destaque feminino por seu trabalho no longa Lembro Mais dos Corvos, de Gustavo Vinagre. No ano seguinte, exibiu seu primeiro curta como diretora, Tea for Two, na Mostra Foco. Agora, participa com Won’t You Come Out to Play? na Mostra Panorama, que apresenta um conjunto amplo e diversificado da produção de curtas-metragens realizados em 2020. Propostas experimentais, construções ficcionais e olhares documentais são lançados por realizadores de diferentes territórios do país. A cineasta, atriz e roteirista falou sobre a edição de 2021: “A importância de estar na Mostra é ter a chance de levar o filme para um público maior, já que estamos on-line e, mais uma vez, um estímulo para que eu siga fazendo filmes, contando histórias e o melhor, trabalhando com pessoas que eu admiro e tenho profundo amor”. Clique aqui e leia a entrevista completa com Julia Katharine.

O cineasta mineiro Marco Antônio Pereira, que já participou da Mostra Tiradentes algumas vezes, exibe nesta edição o curta-metragem 4 Bilhões de Infinitos na Mostra Foco, cujos filmes são avaliados pelo Júri Oficial e destaca distopias cotidianas e figurações de um pós-mundo. “Exibi A Retirada para um Coração Bruto em 2018, quando ganhamos o prêmio do Júri Popular. Depois, em 2019, voltamos com Teoria sobre um Planeta Estranho. E agora chegamos com 4 Bilhões de Infinitos. Estar numa seleção de Tiradentes significa muito para nós, pois é o maior festival do nosso estado e um dos maiores do Brasil. Essa janela oferecida pelo festival legitima muito nosso trabalho”, disse. E completou: “O filme está tendo uma ótima repercussão. Muitas pessoas me mandam mensagem; alguns amando, outros odiando. Mas, o que é inegável é o grande alcance que o filme está tendo agora disponibilizado diretamente na internet. Muitas pessoas na minha cidade [Cordisburgo] estão acompanhando o festival. É a primeira vez que isso acontece”.

4bilhoesinfinitostiradentes2Cena do curta mineiro 4 Bilhões de Infinitos, de Marco Antônio Pereira.

Consagrado em diversos festivais, O Jardim Fantástico, de Fábio Baldo e Tico Dias, é outro destaque da Mostra Panorama. No filme, uma professora utiliza Ayahuasca com seus alunos e vê as crianças se conectarem com os poderes ancestrais da floresta. “A Mostra de Cinema de Tiradentes teve um papel fundamental ao longa da minha trajetória como realizador de filmes. Foi o primeiro grande festival brasileiro a olhar com carinho para os meus primeiros curtas que carregavam uma experimentação forte e tinham narrativas mais arriscadas. Caos (2010) foi exibido na Mostra Foco nesse mesmo ano depois de ter sido rejeitado por inúmeros festivais brasileiros. Foi Tiradentes que me deu certeza que eu deveria continuar experimentando cada vez mais nos meus próximos projetos”, disse Fábio Baldo.

O diretor também comentou sobre a repercussão das exibições virtuais: “É interessante esse universo das exibições on-line. O Jardim Fantástico já era um curta que tinha participado de inúmeros festivais on-line ao longo de 2020 e alcançou um público muito grande. Não imaginei que ele ainda pudesse ter repercussão. Mas, ao longo dessa semana, comecei a receber inúmeras mensagens de novas pessoas que ainda não tinham tido contato com o curta, além de críticos que tiraram um tempo para escrever sobre ele. Uma ferramenta interessante pra medir a recepção do público e a quantidade de pessoas que estão vendo seu filme é o Letterboxd. Desde que o festival começou, o filme teve quase cem novas logagens. Achei impressionante o alcance”.

ojardimfantasticokinoforumCurta paulista O Jardim Fantástico, de Fábio Baldo e Tico Dias.

Dirigido por Drica Czech e Laís Catalano Aranha, Fora de Época mostra Renata, lésbica com familiares conservadores, que acaba de votar no segundo turno das eleições presidenciais de 2018. Ansiosa e abalada psicologicamente, ela pede para que os amigos a avisem sobre o resultado e foge para um sítio da família. Sentindo-se deslocada e sem conseguir dormir, entra na casa velha onde sua mãe decidiu passar os últimos dias de vida isolada. Ao limpar o local, Renata encontra um livro que muda sua visão sobre sua mãe e sua própria história, fazendo-a tomar uma decisão sobre como deverá seguir sua vida a partir de agora.

Sobre participar do evento, Laís Catalano Aranha destacou: “Ter nosso filme selecionado para a Mostra de Cinema de Tiradentes é muito importante, já que este é um dos maiores eventos do cinema nacional, e que abre o calendário audiovisual no país. Esta seleção é um marcador pra gente, porque estamos entre realizadores que admiramos”. Drica Czech completou: “Além disso, é importante que um filme independente, com enfoque na questão do apagamento de histórias de mulheres lésbicas e bissexuais, consiga ocupar um espaço de grande visibilidade como este”.

As diretoras também falaram sobre o formato virtual: “Ao mesmo tempo que perdemos uma das partes mais bacanas de um festival, que é compartilhar uma sala de cinema e trocar impressões com outras pessoas ali, ao vivo, esta edição atípica traz uma oportunidade de levar nosso filme a mais pessoas”, disse Laís. “Tivemos retorno de pessoas de várias regiões do Brasil e com perfis bem diversos, expandindo o alcance que o curta teria caso a Mostra fosse presencial. Além disso, por ser uma edição on-line, o compartilhamento do filme em redes sociais acaba permitindo que ele chegue a pessoas que provavelmente não teriam acesso ou mesmo conhecimento deste trabalho”, completou Drica.

foradeepocatiradentesDrica Czech no curta Fora de Época.

O curta paraibano A Pontualidade dos Tubarões, de Raysa Prado, recentemente premiado no Fest Aruanda e no Comunicurtas, parte de uma alusão à literatura de Gabriel García Márquez para fabular sobre um jovem que sobrevive de pequenos bicos e aguarda ligações telefônicas em seu apartamento. “Tiradentes, na minha opinião, é um dos, se não o maior, festival de cinema brasileiro e ver A Pontualidade dos Tubarões selecionado para a 24ª edição me surpreendeu e me deixou muito feliz. É mais uma forma de dizer e ouvir que esse trabalho tão carinhoso e cuidadoso, criado coletivamente, valeu e vale a pena, mesmo com todas as dificuldades de se produzir cinema independente no atual cenário brasileiro”, disse a diretora.

Raysa também destacou a abrangência virtual do filme: “Tem sido muito bonito receber retornos de pessoas que até então eu não conhecia. Perceber que o filme se torna de quem assiste para além da criação minha e de Joseph e também de quem já nos conhecia. É potencializador ver o que o cinema é capaz de fazer para além de análises do filme. As pessoas, quando se sentem provocadas, compartilham experiências pessoais, lembram de alguma coisa que viveram, de alguma vez que se sentiram como João ou até mesmo da saudade que surge na quarentena de ver o mar. Tudo isso reafirma que o filme se torna outro quando é visto. Eu quero muito que A Pontualidade dos Tubarões seja visto por mais e mais pessoas e adquira mais significados. Claro que a vontade de estar em Tiradentes, presencialmente, sem pandemia, é o primeiro sentimento que vem, mas acho que o formato virtual também tem suas potencialidades que são interessantes de serem exploradas”.

tubaroestiradentesJoseph Anderson em A Pontualidade dos Tubarões.

O curador Felipe André Silva fez um balanço geral sobre a qualidade das obras inscritas para esta edição e falou também sobre o processo criativo dos realizadores e do cinema contemporâneo brasileiro: “É claro que o cinema brasileiro é maior do que essa porção que se inscreve em Tiradentes anualmente, mas é muito interessante perceber que temas e motivos chamaram mais a atenção dos realizadores no último ano. Nesse ano, em específico, eu acredito que rolou a tendência algo triste e coercitiva dos tais ‘filmes de pandemia’, quase que invariavelmente filmes solitários, confinados, ensimesmados e tristes, reflexos muito claros e pouco imaginativos do estado de coisas no nosso país e no mundo. Mas acho difícil usar isso, por exemplo, para dizer que a nossa produção está melhor ou pior. Os filmes da seleção que usam a chave da pandemia por exemplo, para apontar outros caminhos são muito interessantes, e o processo de artesania deles é que talvez seja o importante de se observar, porque deve ser um dos caminhos possíveis”.

Para finalizar, Felipe também destacou o formato on-line desta edição: “Tem sido uma experiência muito interessante, e inédita, receber comentários tão imediatos sobre a seleção, as composições de sessão, a resposta física que esses filmes tem gerado nas pessoas. Talvez já seja uma discussão cansada, mas é muito importante pensar o que vai sobrar para o virtual quando os festivais presenciais retornarem, pois vivemos alguns momentos muito fortes e interessantes de diálogo no nosso nicho em 2020, possibilitados pela democratização desses eventos. Espero que seja uma ideia ainda possível no futuro”.

A 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes acontece até o dia 30 de janeiro. Os filmes estão disponíveis no site do evento. Clique aqui e saiba mais.

Entrevistas e edição: Vitor Búrigo
Fotos: Divulgação, Larissa Martins (Enterrado no Quintal), Paola Resende (Foguete), Allis Bezerra (O Jardim Fantástico).

Dente por Dente

por: Cinevitor

dentepordenteposterDireção: Júlio Taubkin e Pedro Arantes

Elenco: Juliano Cazarré, Paolla Oliveira, Aderbal Freire Filho, Renata Sorrah, Juliana Gerais, Paula Cohen, Phillip Lavra, Bruno Bellarmino, Paulo Tiefenthaler, Adriano Barroso, Digão Ribeiro, Domênica Dias, Ana Flávia Cavalcanti, Ana Hartmann, Cesar Gouvêa, Luiz Mazzei, Eduardo Semerjian, Herculano Almeida, Ederson Almeida, José Geraldo Junior, Ana Junqueira, Brenda Ligia, Chico Santos.

Ano: 2021

Sinopse: Ademar é sócio de uma empresa de segurança particular que presta serviço para uma grande construtora de São Paulo. Quando seu sócio Teixeira desaparece, ele começa uma investigação e, junto com Joana, mulher de Teixeira, percebe que o amigo estava envolvido em um esquema criminoso. A incansável busca de Ademar pela verdade é marcada por sonhos premonitórios assustadores.

*Clique aqui e assista ao programa especial sobre o filme com entrevista com o protagonista Juliano Cazarré

Nota do CINEVITOR:

nota-3-estrelas

A Mesma Parte de um Homem

por: Cinevitor

mesmapartedehomemposter1Direção: Ana Johann

Elenco: Clarissa Kiste, Laís Cristina, Irandhir Santos, Otávio Linhares, Zeca Cenovicz, Hélio Barbosa, Richard Rabelo, Lidio Ramalho, Luigi (Israel).

Ano: 2021

Sinopse: Renata vive isolada no interior com sua filha adolescente e seu marido, compreendendo o medo como um sentimento comum. A chegada de um desconhecido desperta nela o desejo por tudo o que estava adormecido.

*Filme visto na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Nota do CINEVITOR:

nota-3,5-estrelas

Rosa Tirana

por: Cinevitor

Direção: Rogério Sagui

Elenco: Kiarah Rocha, José Dumont, Stela de Jesus, Rogério Leandro, Carlos White, Yan Quadros, Jocimário Kannário, Mufula, Eliene D´Goió, Sindy Rodrigues, Maria Flor, Lucas Leite, Gilson Rodrigues, Tina Dias, Nilzinha das Veredas, Alan Martins, Shaw Costa, Lourdes Santana, Euleni Meira, Vitalha Dias, Adelza Quirino, Tim Borges, Léia Porto, Rafael Carvalho, Simone Ferreira, Iuri Farias, Lany Fernandes, Vicente Fernandes, Kaio Paixão, Nicole Brito, Maria Clara, Natielly Leal, Priscila Silva, Samira Rocha, Naiane Costa, Kethelin Oliveira, Amanda Evelyn, Luis Felipe, Pedro Luiz, Eloah Sofia, Tiago Pereira, Nicoly Santos, Giovana Terezinha, Lype Souza, Wesley Santos, Ana Claudia, Keisy Sousa, Thaila Barreto, Rodrigo de Araújo, Adriana Barreto, Léo, Raissa, Mônica Freitas, Pedro Lucas, Sindy Rodrigues, João Machado, André Machado, Dona Vilma, Dona Sinha, Zé do Pandeiro, Ana Júlia Dias, Jorge Domingos (Gil), Maria Santos, Marcelo Silva, Adriana Moreira, Maria Eduarda Silva, Anna Clara Silva, Rei do Zinco, Macto Kleiton, Val Cunha, Cleide Jane Sousa, Jéssica Silva, Elisângela Limeira, Vitor Limeira, Neide Santana, Tony Soares, Marcinho Chaves, Mary Nascimento, Edna Rocha, Eliene Nascimento, Elivelton Nascimento, Laisa Costa, Kauane Brito, Kleber Queiroz, Sandra Rocha, Seu Otácilio, Lany Fernandes, Vicente Fernandes, Juarez Oliveira, Glauber Sá, Marcos Rocha, Olavo Luz, Júlia Leticia, Seu Antônio, Leandro Silva, Hiale Silva, Marcia Gomes, Maria Lúcia, Ana Julia Rocha, Nádia Azevedo, Carolina Amorim, Monique Silveira, Rayne Reis, Rone Fagundes, Isis Oliveira, Bárbara Luiza, Verônica dos Santos, João Soroba, Valdivio, Mirai Rocha, João Dias, Miguel Araújo, Ângela Rodrigues, Rogério Sagui, Cleide Jane, Jocira Nascimento, Michele Freire, Erene Curvelo, Luciclesia Castro, Camile Victoria, Julia Ramos Castro, Maria Eduarda, Luis Fabiano Almeida, Aline Santana, Kaio Paixão, Edu Novais, Thiago Bennet, Fabricia Freitas, Soraia de Jesus, Vinícius Meira, Bruna Gadelha, Wesley Berdinaze, Henrique Siqueira, Regiane Moreno, Andrey Santos, Samira Santos, Vitória Santos, Lalume Carvalho, Geovane Pimentel, Yara Alves, Maria Iris, Jeferson Trindade, José Venâncio, Lucas dos Santos.

Ano: 2020

Sinopse: Em uma terra banhada de sol, durante a maior seca que o sertão nordestino já viveu, a menina Rosa mergulha em uma longa travessia pela caatinga árida e fantasiosa em busca de um encontro com Nossa Senhora Imaculada, a rainha do sertão. Com um tom perspicaz, a trama é envolvida por um amalgama de fatores que, na aridez da paisagem retratada, torna-se fertilizante para a compreensão do drama humano a partir do olhar da pequena protagonista.

*Filme visto na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Nota do CINEVITOR:

nota-3-estrelas

CINEVITOR #381: Entrevista com Juliano Cazarré | Dente por Dente

por: Cinevitor

dentepordentecinevitorProtagonista em cena: thriller brasileiro.

Estrelado por Juliano Cazarré, Paolla Oliveira e Renata Sorrah, Dente por Dente, dirigido por Júlio Taubkin e Pedro Arantes, chega aos cinemas nesta quinta-feira, 28/01, com distribuição da Vitrine Filmes.

Na trama, Ademar, papel de Cazarré, é sócio da empresa de segurança de Valadares, vivido por Aderbal Freire Filho, pai de Joana, interpretada por Paolla Oliveira. Juntos, Ademar e Joana investigam as razões da morte do amigo, marido e sócio, Teixeira, papel de Paulo Tiefenthaler, que está desaparecido. No elenco ainda estão nomes como Juliana Gerais, Digão Ribeiro, Paula Cohen, Phillip Lavra, Bruno Bellarmino, Adriano Barroso, Domênica Dias e Ana Flávia Cavalcanti.

Em uma época que marca o crescimento do cinema de gênero no Brasil, o thriller majoritariamente aborda a questão da violência social e da gentrificação nas metrópoles, com pessoas sendo expulsas de suas casas para construção de grandes empreendimentos imobiliários.

O longa, que destaca em sua trama o suspense investigativo com um toque de horror entre as avenidas, hotéis e construções da capital paulista, teve sua estreia na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e participou do Fantastik Festival, no qual recebeu o prêmio de melhor longa pelo Júri ACCRJ e Júri Popular.

Para falar mais sobre Dente por Dente, conversamos com o protagonista Juliano Cazarré, que falou sobre sua preparação e construção do personagem, colegas de elenco, filme de gênero no Brasil e também relembrou outros trabalhos de sua carreira nos cinemas.

Aperte o play e confira:

Foto: Divulgação/Vitrine Filmes.

Kevin

por: Cinevitor

kevinposter1Direção: Joana Oliveira

Elenco: Joana Oliveira, Kevin Adweko, Gustavo Fioravante, Mariana Mól, Nelma Costa, João Dumans, Magda Santiago, Pablo Moreno Fernandes, Savio Leite, Gilberto Monteiro de Sousa Lima, Adam Losodit Okula, Jerica Malaika Okula, Leila Ulrike Okula, Angela Asingo Okula, Amuron Rebecca Ochango, Herbert Stehr, Marcus Mascarenhas.

Ano: 2021

Sinopse: É a primeira vez que Joana, uma brasileira, visita sua amiga Kevin em seu país, a Uganda. Elas se conheceram há 20 anos quando estudaram juntas na Alemanha e faz muito tempo que não se veem. Agora estão próximas de completar 40 anos e a vida se mostra mais complexa que na juventude. Esse é um filme sobre uma amizade entre mulheres.

*Filme visto na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Nota do CINEVITOR:

nota-4-estrelas

National Board of Review anuncia lista com os melhores de 2020 no cinema

por: Cinevitor

chadwicknationalboardChadwick Boseman em Destacamento Blood: homenagem póstuma.

A National Board of Review, importante e tradicional organização de críticos de cinema dos Estados Unidos, fundada em 1909, divulga, desde 1932, uma lista com os melhores do ano da indústria cinematográfica. Em 2020, mais de 280 filmes foram analisados por um seleto grupo de cineastas, profissionais e acadêmicos da sétima arte.

Entre os consagrados, como Destacamento Blood, de Spike Lee, a organização também anunciou nesta terça-feira, 26/01, em Nova York, que o ator Chadwick Boseman receberá postumamente o NBR Icon Award, uma homenagem que celebra o trabalho dos principais artistas cinematográficos que contribuem significativamente para a história, cultura e excelência do cinema. “Chadwick Boseman foi um talento extraordinário que representou o melhor que um ator poderia ser, independentemente do papel”, disse Annie Schulhof, presidente da National Board of Review. A cerimônia de entrega dos prêmios ainda não tem data definida.

Neste ano, o cinema brasileiro não marcou presença na lista. A última vez que uma produção nacional apareceu entre os melhores da NBR foi no ano passado com o drama A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, entre os cinco melhores longas estrangeiros.

Confira a lista com os melhores do cinema em 2020 segundo a National Board of Review:

MELHOR FILME: Destacamento Blood, de Spike Lee
MELHOR DIREÇÃO: Spike Lee, por Destacamento Blood
MELHOR ATOR: Riz Ahmed, por O Som do Silêncio
MELHOR ATRIZ: Carey Mulligan, por Bela Vingança
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Paul Raci, por O Som do Silêncio
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Yuh-jung Youn, por Minari
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Minari, escrito por Lee Isaac Chung
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Relatos do Mundo, escrito por Paul Greengrass e Luke Davies
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO: Soul, de Pete Docter e Kemp Powers
ATOR/ATRIZ REVELAÇÃO: Sidney Flanigan, por Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre
MELHOR DIREÇÃO ESTREANTE: Channing Godfrey Peoples, por Miss Juneteenth
MELHOR FILME ESTRANGEIRO: La llorona, de Jayro Bustamante (Guatemala/França)
MELHOR DOCUMENTÁRIO: Time, de Garrett Bradley
MELHOR ELENCO: Destacamento Blood
PRÊMIO NBR FREEDOM OF EXPRESSION: Uma Noite em Miami…, de Regina King
EXCELÊNCIA EM FOTOGRAFIA: Nomadland, por Joshua James Richards
NBR ICON AWARD: Chadwick Boseman
NBR SPOTLIGHT AWARD: Radha Blank, por escrever, dirigir, produzir e estrelar The Forty-Year-Old Version

MELHORES FILMES DO ANO
Bela Vingança, de Emerald Fennell
First Cow, de Kelly Reichardt
Judas e o Messias Negro, de Shaka King
Minari, de Lee Isaac Chung
Nomadland, de Chloé Zhao
O Céu da Meia-Noite, de George Clooney
O Som do Silêncio, de Darius Marder
Relatos do Mundo, de Paul Greengrass
Soul, de Pete Docter e Kemp Powers
The Forty-Year-Old Version, de Radha Blank

TOP 5 FILMES ESTRANGEIROS
Agente Duplo, de Maite Alberdi (Chile/Holanda/Espanha/Alemanha/EUA)
Apples, de Christos Nikou (Grécia/Polônia/Eslovênia)
Collective, de Alexander Nanau (Romênia/Luxemburgo)
Dear Comrades (Dorogie tovarishchi), de Andrey Konchalovskiy (Rússia)
Night of the Kings (La nuit des rois), de Philippe Lacôte (França/Costa do Marfim/Canadá/Senegal)

TOP 5 DOCUMENTÁRIOS
As Mortes de Dick Johnson, de Kirsten Johnson
Até o Fim: A Luta Pela Democracia, de Lisa Cortes e Liz Garbus
Boys State, de Amanda McBaine e Jesse Moss
Miss Americana, de Lana Wilson
The Truffle Hunters, de Michael Dweck e Gregory Kershaw

TOP 10 FILMES INDEPENDENTES
A Subida, de Michael Angelo Covino
Driveways, de Andrew Ahn
Farewell Amor, de Ekwa Msangi
Miss Juneteenth, de Channing Godfrey Peoples
Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, de Eliza Hittman
Posto de Combate, de Rod Lurie
Relic, de Natalie Erika James
Saint Frances, de Alex Thompson
The Nest, de Sean Durkin
Wolfwalkers, de Tomm Moore e Ross Stewart

Foto: Divulgação/Netflix.

Bacurau, de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, é indicado ao Independent Spirit Awards 2021

por: Cinevitor

bacurauspiritawardsCinema brasileiro na disputa: Danny Barbosa em Bacurau.

Foram anunciados nesta terça-feira, 26/01, os indicados ao Independent Spirit Awards 2021, prêmio que elege as melhores produções independentes do ano. O anúncio aconteceu durante uma transmissão no YouTube, que foi apresentada por Olivia Wilde, Barry Jenkins e Laverne Cox.

Neste ano, vale destacar a presença do brasileiro Bacurau, dirigido por Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, na categoria de melhor filme internacional. O longa, premiado no Festival de Cannes, tem se destacado internacionalmente nesta temporada com reconhecimento de diversos críticos e premiações. Além disso, o cineasta brasileiro Edson Oda concorre na categoria de melhor filme de estreia com Nine Days, produção americana premiada no Festival de Sundance.

Uma novidade nesta 36ª edição é que pela primeira vez na história do Spirit Awards, conhecido como o Oscar do cinema independente, as produções televisivas e de streaming também estão na disputa por suas realizações excepcionais em singularidade de visão, inovação e ousadia.

Conheça os indicados ao Independent Spirit Awards 2021 nas categorias de cinema, que acontecerá no dia 22 de abril:

MELHOR FILME
A Voz Suprema do Blues, produzido por Todd Black, Denzel Washington e Dany Wolf
First Cow, produzido por Neil Kopp, Vincent Savino e Anish Savjani
Minari, produzido por Dede Gardner, Jeremy Kleiner e Christina Oh
Nomadland, produzido por Mollye Asher, Dan Janvey, Frances McDormand, Peter Spears e Chloé Zhao
Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, produzido por Sara Murphy e Adele Romanski

MELHOR FILME DE ESTREIA
I Carry You with Me, de Heidi Ewing
The Forty-Year-Old Version, de Radha Blank
Miss Juneteenth, de Channing Godfrey Peoples
Nine Days, de Edson Oda
O Som do Silêncio, de Darius Marder

MELHOR DIREÇÃO
Chloé Zhao, por Nomadland
Eliza Hittman, por Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre
Emerald Fennell, por Bela Vingança
Kelly Reichardt, por First Cow
Lee Isaac Chung, por Minari

MELHOR ROTEIRO
Bela Vingança, escrito por Emerald Fennell
Má Educação, escrito por Mike Makowsky
Minari, escrito por Lee Isaac Chung
Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, escrito por Eliza Hittman
Você Nem Imagina, escrito por Alice Wu

MELHOR ROTEIRO DE ESTREIA
A Assistente, escrito por Kitty Green
Lapsis, escrito por Noah Hutton
Miss Juneteenth, escrito por Channing Godfrey Peoples
Palm Springs, escrito por Andy Siara
Straight Up, escrito por James Sweeney

MELHOR ATOR
Adarsh Gourav, por O Tigre Branco
Chadwick Boseman, por A Voz Suprema do Blues
Riz Ahmed, por O Som do Silêncio
Rob Morgan, por Bull
Steven Yeun, por Minari

MELHOR ATRIZ
Carey Mulligan, por Bela Vingança
Frances McDormand, por Nomadland
Julia Garner, por A Assistente
Nicole Beharie, por Miss Juneteenth
Sidney Flanigan, por Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre
Viola Davis, por A Voz Suprema do Blues

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Alexis Chikaeze, por Miss Juneteenth
Talia Ryder, por Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre
Valerie Mahaffey, por French Exit
Yeri Han, por Minari
Yuh-jung Youn, por Minari

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Benedict Wong, por Nine Days
Colman Domingo, por A Voz Suprema do Blues
Glynn Turman, por A Voz Suprema do Blues
Orion Lee, por First Cow
Paul Raci, por O Som do Silêncio

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Agente Duplo, de Maite Alberdi
As Mortes de Dick Johnson, de Kirsten Johnson
Collective, de Alexander Nanau
Crip Camp: Revolução pela Inclusão, de James Lebrecht e Nicole Newnham
Time, de Garrett Bradley

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Bacurau, de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho (Brasil)
La nuit des rois, de Philippe Lacôte (França/Costa do Marfim/Canadá/Senegal)
Preparations to Be Together for an Unknown Period of Time, de Lili Horvát (Hungria)
Quo vadis, Aida?, de Jasmila Žbanić (Bósnia e Herzegovina)
The Disciple, de Chaitanya Tamahane (Índia)

MELHOR FOTOGRAFIA
A Assistente, por Michael Latham
Bull, por Shabier Kirchner
Ela Morre Amanhã, por Jay Keitel
Nomadland, por Joshua James Richards
Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, por Hélène Louvart

MELHOR EDIÇÃO
I Carry You With Me, por Enat Sidi
Nomadland, por Chloé Zhao
Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, por Scott Cummings
O Homem Invisível, por Andy Canny
Residue, por Merawi Gerima

PRÊMIO JOHN CASSAVETES
La leyenda negra, de Patricia Vidal Delgado (EUA)
Lingua Franca, de Isabel Sandoval (EUA/Filipinas)
Residue, de Merawi Gerima (EUA)
Saint Frances, de Alex Thompson (EUA)
The Killing of Two Lovers, de Robert Machoian (EUA)

PRODUCERS AWARD
Gerry Kim
Kara Durrett
Lucas Joaquin

SOMEONE TO WATCH AWARD
Annie Silverstein, por Bull
David Midell, por The Killing of Kenneth Chamberlain
Ekwa Msangi, por Farewell Amor

TRUER THAN FICTION AWARD
Cecilia Aldarondo, por Landfall
Elegance Bratton, por Pier Kids
Elizabeth Lo, por Stray

PRÊMIO ROBERT ALTMAN | MELHOR ELENCO
Uma Noite em Miami…, de Regina King

Foto: Victor Jucá.

Associação Cearense de Críticos de Cinema elege os melhores filmes de 2020

por: Cinevitor

katiablanderaceccineKatia Blander em Noite de Seresta, de Sávio Fernandes e Muniz Filho.

A Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema, anuncia nesta terça-feira, 26/01, os filmes que mais se destacaram em 2020, segundo o corpo de associados composto por profissionais da crítica de cinema que atuam no Ceará. Ao longo da votação, foram citados 73 filmes entre longas, médias e curtas-metragens.

Para as categorias de melhor longa-metragem brasileiro e estrangeiro, além de considerar os lançamentos comerciais entre 1 de janeiro e 31 de dezembro, os filmes que estrearam diretamente em serviços de streaming também estavam elegíveis. Na categoria de melhor longa-metragem cearense, além dos critérios anteriores, também foram consideradas as produções exibidas em festivais de cinema; nesse ano, principalmente os eventos à distância.

‘”Os festivais sempre foram uma peça fundamental para a atividade crítica, um espaço de redescoberta, de diálogo… Em 2020 essa importância foi acentuada”, pontua Ailton Monteiro, tesoureiro da gestão. “Tivemos mais de 10 longas-metragens cearenses elegíveis para a categoria. Oito exibidos em festivais on-line que, até ano passado, eram tradicionalmente presenciais”. O critério para os prêmios de melhor curta/média brasileiro e cearense contemplava os filmes exibidos em mostras e festivais, presenciais ou on-line, ao longo de 2020.

“Atravessado pelos olhares da entidade, o recorte dessa premiação expõe origens bem diferentes”, analisa Arthur Gadelha, presidente da gestão. “Os cearenses ‘Cabeça de Nêgo’ e ‘Noite de Seresta’ contam histórias bastante distintas e tiveram uma vida intensa pelos festivais em que foram apresentados juntos. ‘Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou’ é um filme muito especial sobre cinema que conseguiu, nesse ano tão caótico, estrear dentro de uma sala de cinema. ‘República’ é um filme feito na quarentena por uma das artistas mais elétricas do cinema brasileiro, enquanto ‘Retrato de uma Jovem em Chamas’ vem da mesma edição do Festival de Cannes que premiou ‘Bacurau’, em 2019”. conclui.

Conheça os melhores filmes de 2020 segundo a Aceccine:

MELHOR LONGA-METRAGEM CEARENSE
Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso

MELHOR LONGA-METRAGEM BRASILEIRO
Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, de Bárbara Paz

MELHOR LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO
Retrato de uma Jovem em Chamas, de Céline Sciamma (França)

MELHOR CURTA-METRAGEM CEARENSE
Noite de Seresta, de Sávio Fernandes e Muniz Filho

MELHOR CURTA-METRAGEM BRASILEIRO
República, de Grace Passô (SP)

Foto: Divulgação.

Festival de Berlim: série brasileira Os Últimos Dias de Gilda, de Gustavo Pizzi, é selecionada para a Berlinale Series 2021

por: Cinevitor

ultimosdiasgildaberlimProtagonista: Karine Teles na série Os Últimos Dias de Gilda.

Por conta da pandemia de Covid-19, a 71ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim desenvolveu um novo formato para 2021: as plataformas da indústria European Film Market, Berlinale Co-Production Market, Berlinale Talents e o World Cinema Fund darão início ao evento em março com uma programação on-line. Em junho, acontecerá a segunda parte com inúmeras exibições de filmes para o público em cinemas e ao ar livre. A divisão permite manter os dois pilares de sustentação: mercado de cinema e festival.

“Há uma grande vontade de nos encontrarmos cara a cara. A situação atual não permite um festival físico em fevereiro, ao mesmo tempo em que é importante oferecer um mercado à indústria cinematográfica ainda no primeiro trimestre do ano”, afirma a diretora executiva da Berlinale, Mariette Rissenbeek. “Com a mudança do formato do festival em 2021, teremos a chance de proteger a saúde de todos os convidados e apoiar a retomada da indústria do cinema. Com o evento de verão, queremos celebrar um festival de cinema e oferecer ao público da Berlinale a tão esperada experiência comunitária de cinema e cultura”, completou.

O processo atual de seleção de filmes para a Competição e as seções terá continuidade. O programa será anunciado em fevereiro e apresentado virtualmente à indústria cinematográfica no European Film Market. Um júri internacional assistirá aos filmes em Berlim e escolherá os vencedores. Além dos premiados, uma seleção de filmes também será apresentada ao público no verão.

“Em resposta aos tempos em que vivemos, decidimos dividir a nossa oferta em dois eventos distintos, mas relacionados, e assim cumprir a missão da Berlinale. Enquanto em março a indústria cinematográfica estará reunida (on-line) e poderá apoiar e iluminar nossa seleção, no verão, como um recomeço, 70 anos após a primeira edição, nosso público poderá celebrar os cineastas e suas equipes, nos cinemas e a céu aberto. Isso dá a oportunidade de vivenciar as diferentes seções e perfis do festival, assistir aos filmes da Competição Internacional e comemorar com os vencedores dos Ursos de Ouro e Prata em um clima alegre”, afirma Carlo Chatrian, diretor artístico do Festival de Berlim.

Enquanto isso, novidades começam a ser reveladas. Nesta terça-feira, 26/01, foram anunciadas as produções que farão parte da Berlinale Series 2021. Em um ano inusitado, a seleção é composta por seis títulos que, com temas, narrativas e estilo visual pouco convencionais e surpreendentes, constituem um espelho do nosso tempo. O conteúdo latino-americano é representado pela primeira vez na Berlinale Series com a produções argentina Entre Hombres e a brasileira Os Últimos Dias de Gilda. Além disso, Philly D.A., uma produção americana da dupla indicada ao Oscar Josh Penn e Michael Gottwald, é a primeira série de documentários a ser convidada para o programa.

Desde 2015, o programa Berlinale Series reúne uma seleção exclusiva com o melhor das novas produções de séries em todo o mundo. De acordo com o festival, a mostra apresenta trabalhos de criadores que usam consistentemente a liberdade criativa de contar histórias em série e complementam a variedade de formatos com narrativas contemporâneas e relevantes. A Berlinale Series consagra a Berlinale como um dos primeiros festivais em todo o mundo a dar visibilidade à mudança dos hábitos de consumo de entretenimento e à importância crescente da narrativa em série, reconhecendo os muitos desenvolvimentos estético-artísticos, dramatúrgicos e formais importantes da narrativa audiovisual nesta área, que já se equiparam às produções cinematográficas.

diasdegloria2berlimKarine Teles em cena: a atriz também assina o roteiro.

As produções selecionadas para a Berlinale Series, que tradicionalmente são exibidas no Zoo Palast, com sessões de gala e tapete vermelho para homenagear o elenco e equipes, este ano serão exibidas on-line, entre os dias 1 e 5 de março.

A série original do Canal Brasil, Os Últimos Dias de Gilda, criada e dirigida por Gustavo Pizzi, dos premiados longas Benzinho e Riscado, e protagonizada por Karine Teles e Julia Stockler, é um dos destaques da programação: “A seleção de Os Últimos  Dias de Gilda para o Festival de Berlim confirma que o Canal Brasil está  no caminho certo, de apostar em séries originais, com uma assinatura de excelência. Com esse olhar diferenciado, estamos atingindo a qual idade das maiores séries do mundo”, comemora André Saddy, diretor geral do Canal Brasil.

Em quatro episódios, Os Últimos Dias de Gilda, que estreou em novembro, está disponível nos serviços de streaming Canais Globo e Globoplay e ganhará uma maratona no Canal Brasil, na sexta-feira, dia 29/01, a partir das 23h15. A série propõe uma reflexão sobre liberdade, o papel da mulher, aceitação do corpo e a onda de conservadorismo dos dias atuais, abordando temas como o avanço das igrejas neopentecostais e das milícias em comunidades e a perigosa aliança entre a religião e o poder público. A série é uma adaptação do monólogo teatral homônimo de Rodrigo de Roure.

“A seleção de Os Últimos Dias de Gilda na Berlinale Series representa a coroação de um processo muito importante que o Canal Brasil vem desenvolvendo há muitos anos, no sentido de dar aos criadores o protagonismo e a liberdade fundamentais para fazerem seu trabalho. Gilda tem se mostrado uma série com forte apelo popular no Brasil e, agora, a partir da seleção em Berlim, existe a possibilidade de falar pro mundo todo sobre uma história nossa que traz uma narrativa sobre os nossos jeitos de nos relacionarmos, fala dos nossos conflitos e preconceitos; uma história sobre política, liberdade e aceitação mútua. É sobre as diferenças, mas também é sobre a importância da empatia. Gilda é sobre a solidariedade e a união necessária pra gente seguir em frente, principalmente nesse momento da história”, disse Gustavo Pizzi.

Interpretada pela atriz Karine Teles, que também é corroteirista da série, Gilda é uma mulher livre, no mais amplo sentido da palavra, cujo comportamento incomoda muita gente ao seu redor. Com excelentes dotes culinários, cria porcos e galinhas no quintal de sua casa para o abate e produz receitas capazes de encantar amigos e amantes. Sua independência incomoda a vizinhança, principalmente Cacilda, papel de Julia Stockler, esposa de Ismael, vivido por Higor Campagnaro, que está se candidatando a um cargo público através de um partido ligado a um grupo religioso.

Gilda mantém-se de forma independente, recusa-se a aceitar a  opressão e o machismo e escolheu se relacionar de forma livre com diversas pessoas, sem amarras ou rótulos. Já Cacilda representa valores mais conservadores, julgando o tempo todo o comportamento sexual da vizinha e classificando sua fé como bruxaria. Não bastasse a agressividade de todos ao seu redor, Gilda ainda precisa lidar com o aumento da violência urbana e a briga entre traficantes, policiais e milicianos em busca do controle da comunidade onde mora.

O elenco conta também com Erom Cordeiro, Antonio Saboia, Bruno Balthazar, Dida Camero, Ana Carbatti, Lucas Gouvêa, Philipp Lavra, Renato Luciano, Mauricio Piancó, Digão Ribeiro, João Vitor Silva e Inez Viana.

Confira a lista completa com a séries selecionadas para a Berlinale Series 2021:

Entre Hombres, de Pablo Fendrik (Argentina) (HBO)
Ich und die Anderen (Me and the Others), de David Schalko (Áustria/Alemanha) (Sky)
It’s a Sin, de Peter Hoar (Reino Unido) (Channel 4 e HBO Max com All3Media International)
Os Últimos Dias de Gilda, de Gustavo Pizzi (Brasil) (Canal Brasil)
Philly D.A., de Ted Passon e Yoni Brook (EUA)
Snöänglar (Snow Angels), de Anna Zackrisson (Suécia/Dinamarca) (SVT/DR)

Foto: Divulgação/Canal Brasil.

Seridó Cine – Festival Audiovisual: conheça os selecionados

por: Cinevitor

naturezahomemseridoArlindo Bezerra em Natureza do Homem, de André Santos.

A primeira edição do Seridó Cine – Festival Audiovisual acontecerá entre os dias 8 e 13 de fevereiro em formato on-line. Ao todo, serão exibidas cinquenta obras audiovisuais divididas nas seguintes categorias: Mostra Clip, Mostra Arretada, Mostra Curta Arretada, Mostra RN Ficção e Mostra RN Doc.

O Seridó Cine conta com um recorte voltado apenas para produções audiovisuais nordestinas. Ao todo, o festival recebeu 325 produções audiovisuais. A coordenação da curadoria ficou a cargo da jornalista, produtora, curadora e cineclubista Priscilla Urpia. Para ela, foi animador ver tantos filmes inscritos: “É uma constatação de que a região se insere no mapa das produções audiovisuais do país. São narrativas diversas que contam histórias e trazem filmes especiais. A missão de dar a ver essas obras foi um exercício de apresentar um recorte das produções nordestinas, tendo como objetivo principal trazer o maior número de representantes de diversos estados”.

Priscilla destaca ainda que todos os filmes são contemplados, premiados quando inscritos, pois trata-se de uma grande janela de exibição: “É fundamental para o audiovisual brasileiro a continuidade das produções da região do Nordeste, evidenciando o potencial e alcance de obras que ultrapassam territórios. Viva o cinema nordestino”, completou.

Raildon Lucena, diretor do Seridó Cine, também falou sobre o festival: “A ideia surgiu após a Mostra Nordeste do Curta Caicó. Percebi que seria interessante um novo festival com um recorte voltado apenas para produções nordestinas e abrangendo outros formatos, como clipes, médias e longas. É uma forma de potencializarmos a produção regional, valorizando os realizadores nordestinos”.

Conheça os selecionados para o Seridó Cine – Festival Audiovisual:

MOSTRA ARRETADA

A História de Parelhas, de Alex Macedo (RN)
Aponta pra Fé – Ou todas as músicas da minha vida, de Kalyne Almeida (PB)
Cavalo, de Rafhael Barbosa e Werner Salles (AL)
Fendas, de Carlos Segundo (RN)
O Jogador, de Gabriel Lima e Geraldo Guedes (PB)
O que acontece quando nada acontece, de Alcimar Veríssimo (PE)
Retirante Juvenil, de Dan Borges (BA)
Sapato 36, de Petrônio Lorena (PE)

MOSTRA CURTA ARRETADA

A Barca, de Nilton Resende (AL)
Iracema Plaza Hotel, de Reinaldo Jorge Menezes (CE)
Memórias de Quando Metemos o Pé na Estrada, de Weslley Oliveira (PI)
Nadir, de Fábio Rogério (SE)
Não Moro Mais Em Mim, de Vitor Celson e Bruna Guido (PE)
Nimbus, de Marcos Buccini (PE)
O Balido Interno, de Eder Deó (PE)
Os Porcos e a Reza, de Rogério Luiz Oliveira e Filipe Gama (BA)
Remoinho, de Tiago A. Neves (PB)
Trincheira, de Paulo Silver (AL)
Uma Força Extraordinária, de Amandine Goisbault (PE)

MOSTRA RN DOC

A Tradicional Familia Brasileira Katu, de Rodrigo Sena
Bixa Presa, de Eli Cafrê
Cabeça de Luz, de Carito Cavalcanti
Cadeira na área, de Mara Macêdo
Casa com Parede, de Dênia Cruz
Codinome Breno, de Manoel Batista
Geoparque Seridó, de Canindé Soares e Diego Cavalcanti
Júlia Porrada, de Igor Ribeiro
O Photographo Zézelino, de Damião Paz, Henrique José e Meysa Medeiros
Rosa de Aroeira, de Mônica Mac Dowell
Somente Após o Descanso, de Sihan Felix

MOSTRA RN FICÇÃO

Dona Cila, não me espere para o jantar, de Carlos Segundo
Em Reforma, de Diana Coelho
Mais Um João, de Athos Muniz
Natureza do Homem, de André Santos
Nocaute, de João Marcelino
Paralise, de Júlia Sena
Quaerenti, de Romero Oliviera e Mickaelly Moreira
Quem Sabe Ele Mude, de Kell Allen
Sicários: Entre bornais e patentes, de Gabriel Santos e Danúbio Silva
Vai Melhorar, de Pedro Fiuza
Womaneater, de Paula Pardillos

MOSTRA CLIP

Além Mar (Forró do Cabrunco), de Tárcísio Ferreira (AL)
Antúrio Branco (Sargáço Nightclub), de Pablo Reis (PE)
Camisa 9 (Diniz K9), de Thales Victor (RN)
Chato (Marco Gabriel), de Jessica Lauane (MA)
Modais (Silvio Filgueira), de Nicolas de Souza (RN)
Origem (Wescley Gama), de Dynho Silva (RN)
Primeiros Tons (André Dias), de Glauco Neves (BA)
Quadros (Juliana Gomes), de Diego Sevla (RN)
Sad Nostalgic Dream (Bessa Beach Army), de Kaio G e Lucas Cavalcanti (PB)
Tirem as Cercas (Regiane Araújo feat. Núbia e Débora Melo), de Thais Lima

O Seridó Cine – Festival Audiovisual é uma realização da Referência Comunicação com recursos da Lei Aldir Blanc Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Governo do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

Foto: Luana Tayze.