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24ª Mostra de Cinema de Tiradentes anuncia filmes selecionados para a Mostra Aurora

por: Cinevitor

oraculotiradentesauroraCena do filme catarinense Oráculo, de Melissa Dullius e Gustavo Jahn.

Para a 24ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontecerá entre os dias 22 e 30 de janeiro, a Mostra Aurora vai apresentar um recorte absolutamente inédito do cinema brasileiro contemporâneo de invenção. Serão exibidos sete filmes dentro desta seção que integra a programação e, que, pela primeira vez em sua história, reúne três títulos da Bahia. A seleção ficou a cargo da dupla de curadoria Francis Vogner dos Reis e Lila Foster.

Todas as produções serão avaliadas pelo Júri Oficial e concorrem ao Troféu Barroco e a prêmios de parceiros da Mostra: “Considerando a circunstância histórica tão complicada para o cinema brasileiro atualmente, foi muito importante chegarmos a esse recorte tão expressivo e inédito”, destaca Francis Vogner. Para o curador, os títulos têm singularidades que os tornam experiências distintas entre si e representam um instantâneo do atual cenário de realização no país, com produções modestas, de baixo orçamento, sem editais e de possibilidade reduzida de circulação devido a efeitos da pandemia.

Por sua vez, Lila Foster diz ter sido inevitável, para a Aurora em 2021, pensar no atravessamento do tempo no cinema brasileiro, já há alguns anos sofrendo uma série de arrochos, de mudança no financiamento e na circulação dos filmes. A situação se agravou em 2020, por conta do esvaziamento das políticas de fomento em âmbito federal e por quase um ano de isolamento devido à pandemia, o que afetou diretamente toda a cadeia profissional do setor. “A relação espectatorial com os filmes se tornou muito diferente também, diante de um público que está em quarentena e das salas que ficaram fechadas por tanto tempo. Alguns filmes deste ano na Aurora, de formas muito interessantes, fazem uma espécie de dobra no tempo em relação a esse tempo acelerado que a gente tem vivido”, comentou Lila.

Um time diversificado de profissionais foi convidado para avaliar os filmes da Mostra Aurora e é formado por: Mariana Souto, professora de cinema de Universidade de Brasília/DF); Graciela Guarani, comunicadora, produtora cultural e cineasta/MS; Ivone Margulies, professora da Hunter College em NY/EUA; Leonardo Bomfim, crítico e programador da Cinemateca do Capitólio em Porto Alegre/RS; e Soraya Martins, atriz, crítica e curadora teatral independente/MG.

Caberá ao Júri Oficial escolher o melhor filme da Mostra Aurora, o melhor filme da Mostra Foco e o Destaque Feminino, um prêmio criado e entregue a uma mulher em uma das funções da criação cinematográfica em algum longa ou curta presente nas mostras Aurora e Foco.

Os filmes da Mostra Aurora estarão disponíveis em formato on-line, poderão ser assistidos por um período de 48 horas a partir da abertura do sinal de cada filme e serão debatidos sempre na manhã seguinte à sua estreia, no programa da série Encontro com os Filmes. Toda programação será realizada virtualmente pelo site oficial do evento (clique aqui).

Sobre os filmes selecionados: O Cerco (RJ) já leva ao título a questão do corpo cerceado que tem sido parte da vida durante a pandemia e trata disso atualizando tensões do cotidiano carioca, num ambiente confinado, de movimentos intimistas e cenários limitados. Já Eu, Empresa (BA/MG) promove um jogo entre performance, ficção e documentário para tratar da precarização do mercado audiovisual brasileiro, o que se agrava em tempos são sombrios como os atuais, marcados pelo esvaziamento de órgãos de fomento e marginalização da cultura em âmbito federal.

De natureza mais fabular, A Mesma Parte de um Homem (PR) mostra o isolamento de uma mãe e sua filha em meio a acontecimentos dramáticos que não se mostram de imediato, numa ambiência naturalista e surreal que se apresenta como exercício de dramaturgia a partir de corpos tensionados e de um espaço enclausurado. No caso de Rosa Tirana (BA), a fabulação mítica do sertão baiano é feita pela ótica do olhar infantil, da imaginação, medo e projeção de uma criança a partir de seu entorno e suas relações.

Na chave da observação e da atenção aos corpos retratados em cena, Açucena (BA) olha para sua personagem com um tempo dilatado e uma montagem muito especial, que documenta também o próprio processo de espera que caracteriza o andamento do filme. Kevin (MG) tem caráter similar, ao acompanhar a personagem-título em situações que parecem estar muito próximas do cotidiano, mas com a presença da diretora do filme, que estimula e encena determinados acontecimentos diante da câmera. Por fim, em chave mais experimental, Oráculo (SC) se constitui de planos-sequências cujas densidades dramáticas se modulam com o cenário de natureza, as pessoas, as performances e um trabalho sonoro de invenção.

Conheça os filmes selecionados para a Mostra Aurora da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes:

A Mesma Parte de um Homem, de Ana Johann (PR)
Açucena, de Isaac Donato (BA)
Eu, Empresa, de Leon Sampaio e Marcus Curvelo (BA/MG)
Kevin, de Joana Oliveira (MG)
O Cerco, de Aurélio Aragão, Gustavo Bragança e Rafael Spíndola (RJ)
Oráculo, de Melissa Dullius e Gustavo Jahn (SC)
Rosa Tirana, de Rogério Sagui (BA)

Foto: Divulgação.

Especial: os 15 melhores filmes brasileiros de 2020

por: Cinevitor

top12brasilcinevitorCinema brasileiro em 2020: em casa e na telona.

O ano de 2020 daria um filme. Se alguém contasse o que teríamos pela frente, seria quase impossível acreditar. Uma pandemia capaz de transformar, bagunçar e parar a rotina das pessoas em pleno século 21? Jamais. Em janeiro, tudo parecia bem. Tivemos estreias nos cinemas, festivais, entrevistas presenciais. Em fevereiro teve Carnaval, aquele respiro festivo logo no início do ano, mas já com uma certa desconfiança de algo muito estranho no ar. A festa acabou, a ressaca chegou e o tal Covid-19, aquele novo coronavírus descoberto na China, apareceu sem ser convidado.

Os cinemas fecharam, as produções foram interrompidas, os filmes adiaram seus lançamentos e os festivais não tinham ideia de como seriam realizados. Isso só para citar o setor audiovisual, um dos mais afetados nesse ano tão sombrio. Sem contar os números apavorantes de mortes e infectados e a irresponsabilidade de governantes mundiais que duvidaram do perigo. Principalmente por aqui.

Realmente, o ano de 2020 daria um filme. Se fosse brasileiro, sua narrativa contaria também, se já não bastasse um vírus letal para amarrar a trama, com os absurdos esbravejados pelo desalmado governante desta nação, com toda sua arrogância e prepotência. A falta de empatia causou danos imensuráveis nas vidas pessoais e profissionais. O cinema brasileiro, em um vácuo profundo e perdido em meio ao caos, sofreu ainda mais com a ampliação da paralisia do Governo Federal relativa ao setor, que se amplificou pelos impactos da pandemia. Ao longo do turbilhão, o descaso com a Ancine, Agência Nacional do Cinema, e com a Cinemateca Brasileira, só reforçava o desinteresse em relação aos artistas e à história e memória cultural do país. Até que surgiu um respiro: a Lei Aldir Blanc, uma iniciativa da Deputada Federal Benedita da Silva, com a intenção de ajudar os trabalhadores da cultura e os espaços culturais.

Aos poucos, as atividades foram se readaptando, os cinemas reabrindo e as produções retomadas seguindo os protocolos de segurança da OMS, Organização Mundial da Saúde. Os festivais, quase todos realizados em formato virtual, ganharam maior abrangência. Com isso, as obras tiveram uma visibilidade mais democrática e amplificada. O ano de 2020 cravou, de vez, a força das plataformas digitais na rotina dos cinéfilos. Filmes programados para as telonas acabaram estreando diretamente em streaming. Se por um lado o cinema brasileiro perdeu em bilheteria, algo que já se discute há tempos quando bate de frente com um blockbuster gringo, por outro o público teve fácil acesso à obras que antes teriam ficado restritas a um público limitado de poucas salas de cinema.

Ainda que ameaçado, em um ano desesperador, o cinema brasileiro ganhou força. Foi prestigiado, foi notado e também se destacou em festivais internacionais, mesmo em formatos remotos. Não tivemos a alegria dos anos anteriores de sentir a emoção de um aplauso ao final da sessão, de abraçar os amigos e parabenizar os realizadores presencialmente. Ou até mesmo de brindar encontros e reencontros cinematográficos depois daquela sessão eufórica em um festival. Interagimos virtualmente. Fizemos entrevistas pelo computador ou por uma tela de celular. Mas demos um jeito de vibrar e se orgulhar de nossa arte. Mesmo com máscara e álcool em gel.

Sabemos que o nosso cinema sempre foi muito bem representado em diversos gêneros e para todos os públicos; em grandes, pequenas e independentes produções. Fato é que não vivemos o melhor momento da nossa cultura, que diariamente é ameaçada. Mas, por aqui, seguimos na luta e com o compromisso de cativar, emocionar, gerar reflexão e debates, fazer sorrir, chorar e eternizar momentos únicos. O cinema brasileiro leva nossa identidade para todos os cantos do país e do mundo. Com sotaques, histórias, personagens inesquecíveis e profissionais competentes. Gera empregos, exporta talento e criatividade.

Como de costume, fazer uma lista com os melhores do ano não é uma tarefa fácil. Ainda mais quando nos deparamos com obras tão impressionantes e relevantes. Nosso passado, presente e futuro foram retratados brilhantemente em diversos curtas e longas. Fomos surpreendidos, mas também cruzamos com decepções. Choramos, sorrimos, aplaudimos. Mas também cansamos. Vimos o mesmo filme algumas vezes, outros sem vontade. Descobrimos atores, atrizes, realizadores. Percebemos uma preocupação necessária em escancarar nossos traumas nas telonas (ou telinhas) e também sentimos orgulho daquilo que é nosso, feito com amor e dedicação. Sim, o ano de 2020 daria um filme. De qualquer gênero, brasileiro e premiado.

Sendo assim, para encerrar esse ano tão atípico, porém repleto de produções elogiáveis, fizemos uma lista com os melhores longas-metragens brasileiros de 2020 que estrearam em circuito comercial nas salas de cinema e nas plataformas digitais. Confira:

15º: MARIA LUIZA
Dirigido por Marcelo Díaz

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Vencedor do prêmio de melhor documentário no Merlinka Festival, Maria Luiza retrata a história de Maria Luiza da Silva, cabo da FAB durante 22 anos e aposentada por invalidez, após assumir sua condição de transexual. O filme aborda os conflitos, as desilusões e as conquistas da cabo em seu processo de busca de identidade; investiga os motivos pelos quais foi impedida de continuar a exercer sua atividade militar como mecânica de aviação e realizar seu sonho: vestir a farda feminina. Maria Luiza nasceu em Ceres, Goiás, como José Carlos, mas nunca se reconheceu como uma figura masculina. Curiosamente, era o dia de Santos Dumont, patrono da aviação brasileira. Quando completou 18 anos, prestou o serviço militar e entrou para a FAB. Enquanto servia na área de mecânica de aeronaves na Base Aérea de Brasília, revelou seu desejo pela mudança de sexo. Após muitas passagens por médicos e psicólogos da Aeronáutica, em 1998 recebeu o diagnóstico de transexual e em 2000 o comando decidiu que ela deveria se aposentar com a metade do soldo que recebia na época. Pediu ajuda ao Ministério Público e deu início a um longo processo pelo reconhecimento de sua identidade como mulher trans. Em 2005, fez a cirurgia de transgenitalização e em 2007 corrigiu gênero e nome nos documentos civis. Apenas um ano, foi emitida sua nova identidade militar como Cabo Maria Luiza, fato sem precedentes no país. O longa passou por diversos festivais, entre eles: É Tudo Verdade, Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, FIDBA – Festival Internacional de Documentários de Buenos Aires, San Diego Latino Film Festival, Amsterdam Transgender Film Festival, Geneva International Queer Film Festival, Amazônia Doc – Festival Pan-Amazônico de Cinema, Seattle Latino Film Festival, International Queer Film Festival Playa del Carmen, entre outros.

*Disponível nas plataformas Now, Vivo Play, Apple TV+, Oi Play, YouTube, iTunes e Google Play.

14º: ALICE JÚNIOR
Dirigido por Gil Baroni

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A estreia nacional de Alice Júnior, filme de Gil Baroni, aconteceu em setembro do ano passado na 26ª edição do Festival de Cinema de Vitória. O filme conta a história de Alice, interpretada por Anne Celestino Mota, uma garota transexual que quer dar o primeiro beijo, ser feliz e viver as experiências da adolescência sem ser rotulada e reprimida. O premiado longa fala sobre a adolescência, suas inquietações, seus sonhos e retrata a escola como um ambiente de ensino indispensável, mas que muitas vezes pode ser opressor. O diretor Gil Baroni, o roteirista e criador da ideia original Luiz Bertazzo e o corroteirista Adriel Nizer Silva, desenvolveram a história ao longo de um ano e meio. Alice Júnior integrou a seleção da mostra Generation no Festival de Berlim deste ano; no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro recebeu os prêmios de melhor atriz para Anne Mota, melhor montagem, trilha sonora e atriz coadjuvante para Thaís Schier; no Festival do Rio, foi eleito o melhor filme da Mostra Geração segundo o público; na 27ª edição do Festival Mix Brasil foi consagrado com três estatuetas: melhor interpretação, Menção Honrosa e melhor longa nacional segundo o público. Além disso, o filme circulou com sucesso em festivais internacionais e recebeu o Prêmio do Júri no aGLIFF, Austin Gay and Lesbian International Film Festival, e integrou a seleção do Outfest Los Angeles LGBTQ Film Festival, considerado o maior festival com temática LGBTQIA+ do mundo. Recentemente, apareceu entre os melhores do ano na lista The Best Queer Films of 2020 do site americano IndieWire.

EXTRAS: entrevista com Anne Mota e Gil Baroni no Festival de Vitória + trailer.

*Disponível nas plataformas Netflix, YouTube e Google Play.

13º: DISFORIA
Dirigido por Lucas Cassales

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Exibido na mostra de longas-metragens gaúchos da 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado, Disforia estreou nos cinemas em março, mas teve sua carreira interrompida por conta da pandemia. Na trama, Dário, interpretado por Rafael Sieg, sofre pela dificuldade em se recuperar de um acontecimento assustador de seu passado. Ao se aproximar da menina Sofia, vivida por Isabella Lima, as emoções e a culpa tomam conta de sua vida, a partir das sensações estranhas e perturbadoras que a menina causa nas pessoas ao seu redor. Atormentado, ele precisa encarar o passado e o mistério envolvendo a família de Sofia. Trata-se de um thriller de horror psicológico, que aborda alguns temas como estresse pós traumático, transtornos psicológicos, depressão pós parto, solidão e insanidade. Além disso, transgride os limites entre o real e o imaginário. Depois de uma carreira consolidada em curtas-metragens, com filmes como O Corpo e Abismo, Lucas Cassales fez sua estreia em longas com Disforia e levou o prêmio de melhor direção no Rio Fantastik Festival, em 2019. O elenco conta também com Vinícius Ferreira, Juliana Wolkmer, Janaina Kremer e Ida Celina Weber.

*Disponível no Amazon Prime Video, Now, Google Play, iTunes, Vivo Play, Looke e YouTube.

12º: CASA
Dirigido por Letícia Simões

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Em uma narrativa pessoal, da própria diretora, o documentário mostra situações corriqueiras, como revisitar os álbuns de família, a infância, as lembranças, a doença, o amor, a profissão, o casamento, conversas à mesa de refeições, livros e poemas. A cineasta Letícia Simões busca extrapolar o caráter íntimo e mostra como que, para cada uma das mulheres de sua família, o cotidiano e a própria vida, ganham contornos diferentes entre si, e que ora se complementam, ora se chocam, revelando suas decisões e suas trajetórias. Letícia, a filha recém-separada, se culpa por ter se distanciado da mãe em dez anos longe de casa; Heliana, a mãe, está encarando uma séria crise depressiva que começou depois da decisão de colocar a sua mãe, Carmelita, num asilo de idosos. Na construção dos espaços de afeto entre essas mulheres, Casa questiona o que é sanidade, o que é memória, o que é o feminino, o que é a solidão, o que é família, o que é casa. O filme recebeu o Prêmio da Crítica no 8º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, foi eleito o melhor longa do 26º Festival de Cinema de Vitória e premiado pelo Júri Jovem do Panorama Internacional Coisa de Cinema. Além disso, foi exibido na Mostra de São Paulo, XII Janela Internacional de Cinema do Recife, Festival de Havana, Mostra de Cinema de Gostoso, Festival do Rio, entre outros.

EXTRA: entrevista com Letícia Simões no Olhar de Cinema.

*Disponível nas plataformas Now, Vivo Play e Oi Play.

11º: O BARCO
Dirigido por Petrus Cariry

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Vencedor de quatro prêmios na 28ª edição do Festival Cine Ceará, entre eles, melhor filme pelo júri Olhar Universitário, O Barco, de Petrus Cariry, estreou nos cinemas em novembro. No filme, Esmerina, papel de Verônica Cavalcanti, é mãe de 26 filhos, cada um chamado por uma letra do alfabeto. A família leva uma vida pacata em uma vila de pescadores até que um barco naufraga trazendo Ana, vivida por Samya de Lavor, uma misteriosa mulher que vai mudar a rotina da família. O mais afetado é o filho A, interpretado por Rômulo Braga, o mais velho da prole, que desperta para a vontade de romper com o lugar onde passou sua vida inteira para, finalmente, conhecer o mundo. O elenco ainda conta com a participação dos atores paraibanos Everaldo Pontes, que interpreta um velho sábio da vila; e Nanego Lira, como o patriarca da família. A história é inspirada no conto homônimo do escritor cearense Carlos Emílio Corrêa Lima, que foi adaptado para o cinema pelo próprio diretor em parceria com Rosemberg Cariry e Firmino Holanda (também montador do filme). Além de diretor, roteirista e montador, Petrus também assina a direção de fotografia, trabalho que foi premiado no Islantilla Cineforum (Espanha), no 3º Rivne International Film Festival (Ucrânia), no Rio Fantastik Festival (Brasil), no  Festicini 2018 – Festival Internacional de Cinema Independente (Brasil) e no 13º Encontro Nacional de Cinema dos Sertões. O longa também foi exibido em festivais e mostras dos Estados Unidos, Alemanha, Itália, Nigéria, México, Chile, Colômbia e Portugal.

EXTRAS: cena exclusiva + trailer + melhores momentos da apresentação do filme e entrevistas com o diretor e com a atriz Veronica Cavalcanti no Cine Ceará.

*Em cartaz nos cinemas e disponível nas plataformas Google Play e YouTube.

10º: PARTIDA
Dirigido por Caco Ciocler

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O premiado documentário Partida, de Caco Ciocler, que também dirigiu Esse Viver Ninguém Me Tira, estreou direto nas plataformas de streaming. Antes do lançamento, passou na 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e foi escolhido pelo público como um dos finalistas ao Troféu Bandeira Paulista. O filme também foi exibido no Festival do Rio e conquistou quatro prêmios no 14º Fest Aruanda, em João Pessoa: Prêmio Especial do Júri, melhor som para Vasco Pimentel, melhor atriz para Georgette Fadel e melhor montagem para Tiago Marinho. A produção também foi selecionada para o 23º Festival de Málaga. No longa, diante do resultado da última eleição no Brasil, a atriz Georgette promete se candidatar à Presidência da República em 2022 por um partido formado só por mulheres, o Partida. Embarca em uma viagem de ônibus ao Uruguai na tentativa de passar a virada do ano ao lado do ex-presidente Pepe Mujica, sua maior inspiração política viva. Ainda nos primeiros minutos, esbarra em Léo, empresário com posições políticas bem diferentes das suas. O antagonista inesperado, quem diria, torna-se seu maior parceiro de jornada. Sob a paisagem caminhante, as irreconciliáveis brigas entre a esquerda e a direita, que dividiam amigos, famílias e o país, são revisitadas num performático jogo entre ficção e documentário. Na companhia de outros viajantes e de um grande amor, a esperança do encontro guia o sentido utópico de Partida. O elenco conta também com Léo Steinbruch, Paula Cesari, Vasco Pimentel, Sarah Lessa, Jefferson dos Reis, Julia Zakia, Beto Amaral, Manoela Rabinovitch, Ivan Drukier Waintrob e Luiza Zakia.

*Disponível nas plataformas Now, Vivo Play, Oi Play, Petra Belas Artes à la Carte, Filme Filme, Looke, iTunes e Google Play.

9º: AOS OLHOS DE ERNESTO
Dirigido por Ana Luiza Azevedo

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Com estreia programada para abril deste ano, Aos Olhos de Ernesto, de Ana Luiza Azevedo, teve seu lançamento adiado por conta da pandemia de Covid-19. Na trama, a solidão, a amizade, o amor e as redescobertas na terceira idade permeiam a história de Ernesto, vivido pelo ator uruguaio Jorge Bolani, do filme Whisky. Aos 78 anos, o personagem, ex-fotógrafo uruguaio, se depara com uma crescente cegueira e as limitações diversas que acompanham a avançada idade. Viúvo e pai de filho único, Ramiro, papel de Julio Andrade, que vive longe, Ernesto ressignifica sua vida e os padrões da velhice ao conhecer a jovem Bia, interpretada por Gabriela Poester, que o ajuda, até mesmo a reencontrar um grande amor. Também estão no elenco: Jorge d’Elia, como Javier, o vizinho de Ernesto; Glória Demassi, que vive Lucía, o amor uruguaio do protagonista; e as participações de Mirna Spritzer, Áurea Baptista, Janaína Kremer, Celina Alcântara e Marcos Contreras. Escrito por Ana Luiza, em parceria com Jorge Furtado, o roteiro passou por laboratórios de desenvolvimento e teve consultoria do escritor cubano Senel Paz, autor de Morango e Chocolate. Premiado pela crítica na 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Aos Olhos de Ernesto também recebeu os prêmios de melhor filme pelo público e melhor ator, para o uruguaio Jorge Bolani, no 23º Festival Internacional de Cine de Punta del Este; e foi consagrado na 24ª edição do Inffinito Film Festival, no qual foi eleito o melhor filme de ficção e também ganhou os prêmios de melhor direção e melhor roteiro. Além disso, teve sua estreia mundial no 24º Festival Internacional de Busan, na Coreia do Sul, o maior festival de cinema da Ásia, na categoria World Cinema.

EXTRAS: cena exclusiva + trailer.

*Disponível nas plataformas Now, Vivo Play e Oi Play.

8º: CIDADE PÁSSARO
Dirigido por Matias Mariani

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Após estrear na Mostra Panorama do Festival de Berlim deste ano, Cidade Pássaro foi lançado mundialmente na plataforma Netflix. Rodado em São Paulo e protagonizado por dois atores nigerianos, o filme conta a história de Amadi, papel de OC Ukeje, que viaja para a capital paulista em busca de seu irmão Ikenna, interpretado por Chukwudi Iwuji, o primogênito de uma família da etnia Igbo. Enquanto procura seu irmão, Amadi conhece uma vibrante comunidade de imigrantes, uma camada da população paulistana da qual pouco se fala. O filme conta também com Indira Nascimento, no papel de Emília, que passa a ser a ligação de Amadi com a cidade de São Paulo. O longa trata de temas como família, pertencimento, as fronteiras que definem cada um, a ideia de pátria e de lar. Com roteiro assinado por Chika Anadu, Francine Barbosa, Maíra Bühler, Matias Mariani, Júlia Murat, Chioma Thompson e Roberto Winter, Cidade Pássaro também foi exibido na Mostra de São Paulo e selecionado para o Festival de Havana.

*Disponível na Netflix.

7º: SOL ALEGRIA
Dirigido por Tavinho Teixeira

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Selecionado para a seção Bright Future do Festival Internacional de Cinema de Roterdã, em 2018, Sol Alegria, dirigido pelo paraibano Tavinho Teixeira, foi exibido pela primeira vez no Brasil na competição de longas do 7º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O filme acompanha uma excêntrica família que viaja em uma missão por um Brasil ditatorial para salvar a humanidade da extinção. A direção de fotografia é assinada por Ivo Lopes Araújo, dos filmes A Cidade Onde Envelheço e Tatuagem; a direção de arte é de Thales Junqueira, de Aquarius, Mãe Só Há Uma, Divino Amor e Bacurau. Na trama, enquanto o país está sob o jugo de uma junta militar e pastores corruptos pregam o apocalipse, uma família excêntrica e sem lei caminha pelo interior brasileiro. Seu primeiro objetivo é entregar uma remessa de armas a um grupo de freiras militantes que se retiraram para a selva, vivendo da renda de sua plantação de cannabis. Sol Alegria levou o Prêmio Especial do Júri no Olhar de Cinema e foi exibido no Festival Mix Brasil, Queer Lisboa, Mostra de São Paulo, Cine Ceará, Festival de Hamburgo, Festival de Brasília e CineBH. Esse é o terceiro longa de Tavinho Teixeira, que, além de dirigir, integra o elenco ao lado do cantor Ney Matogrosso, da atriz Joana Medeiros, do ator português Mauro Soares, das atrizes Suzy Lopes, Mariah Teixeira, Vera Valdez, Anita Medeiros e do ator Everaldo Pontes.

EXTRA: entrevista com a atriz Joana Medeiros no Olhar de Cinema + matéria especial sobre o filme no Olhar de Cinema.

*Disponível no MUBI.

6º: ZONA ÁRIDA
Dirigido por Fernanda Pessoa

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Depois de Histórias que Nosso Cinema (Não) Contava, a cineasta Fernanda Pessoa apresenta Zona Árida, seu segundo longa documental, que foi premiado em três laboratórios de pós-produção e fez sua estreia mundial na competitiva Next Masters do festival Dok Leipzig, no qual recebeu Menção Honrosa. No filme, Fernanda revisita Mesa, uma cidade ao sul do estado do Arizona, nos Estados Unidos, considerada a mais conservadora do país de acordo com um estudo de 2014 realizado pelas universidades UCLA e MIT. Em 2001, a diretora tinha 15 anos e foi uma estudante de intercâmbio por um ano em Mesa. Quinze anos depois, e dois meses antes da eleição de Donald Trump, ela volta para entender sua experiência e as ideias conservadoras, passando por temas como a fronteira mexicana, o estilo de vida cowboy, religiosidade e patriotismo. Em setembro de 2016, com uma pequena equipe de filmagem, revisitou lugares e reencontrou pessoas que fizeram parte de sua experiência da adolescência. Zona Árida é um filme em primeira pessoa, no qual Fernanda ressignifica sua experiência, faz um reencontro com um período importante de sua adolescência e traça um retrato profundo da América. O filme também foi exibido no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo deste ano.

*Disponível nas plataformas Now, Vivo Play, Oi Play, YouTube, iTunes e Google Play.

5º: FIM DE FESTA
Dirigido por Hilton Lacerda

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Vencedor dos prêmios de melhor filme e melhor roteiro na última edição do Festival do Rio, Fim de Festa conta com direção e roteiro do cineasta pernambucano Hilton Lacerda, de Tatuagem. O filme é o segundo longa do diretor, que se inspirou num caso real para apresentar as mudanças que ocorrem no Brasil de hoje. Irandhir Santos é o protagonista do drama em que vive um investigador de polícia encarregado de desvendar o assassinato de uma turista francesa durante o carnaval do Recife, em Pernambuco. Na trama, o carnaval chegou ao fim. Uma jovem francesa foi brutalmente assassinada na cidade. O policial Breno volta antecipadamente de suas férias para investigar o crime, surpreendendo seu filho com três amigos hospedados em sua casa. Enquanto procura por pistas, a cidade desenterra traumas do passado de Breno e revela um estranho universo de lugares e memórias. Com fotografia de Ivo Lopes Araújo e trilha sonora de DJ Dolores, o longa conta também com Suzy Lopes, Gustavo Patriota, Arthur Canavarro, Geyson Luiz, Nash Laila, Amanda Beça, Safira Moreira, Leandro Vila, Ariclenes Barroso e uma participação especial de Hermila Guedes no elenco.

EXTRAS: entrevistas com Irandhir Santos, Suzy Lopes e Hilton Lacerda + crítica do filme + trailer.

*Disponível em DVD e nas plataformas Telecine Play, YouTube e Google Play.

4º: SERTÂNIA
Dirigido por Geraldo Sarno

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O cineasta baiano Geraldo Sarno desbravou o sertão nordestino em mais de 50 anos de carreira e cerca de 20 produções audiovisuais, entre curtas, longas e programas de TV. Nome representativo do cinema brasileiro, Sarno fez de sua filmografia um mergulho profundo sobre a vida e os costumes do sertanejo, dando voz a um povo que vive sob o sol da miséria, da violência, das relações políticas e da busca por dias melhores. O diretor de 82 anos marca seu retorno aos cinemas com Sertânia, realizado pela produtora cearense Cariri Filmes e rodado durante quatro semanas nas cidades de Milagres, Brumado e Marcionílio de Souza, no interior da Bahia. Dessa vez, Sarno ambienta a história no período pré-cangaço, na cidade fictícia de Sertânia. O protagonista é Antão, interpretado por Vertin Moura, um homem que nasceu em Canudos e que, após a vida familiar marcada por perdas e pela saída do Nordeste para São Paulo, se vê parte do bando de jagunços de Jesuíno Mourão, papel de Julio Adrião. A trama explora as relações de poder no interior nordestino, as dores familiares que atormentam a vida do protagonista, a luta pela sobrevivência e os rostos que habitam esse sertão pobre e violento. O filme conta com direção de fotografia de Miguel Vassy, montagem realizada em parceria com Renato Vallone, música de Lindenbergue Cardoso e participação da população local. O roteiro foi desenvolvido por mais de dez anos por Sarno. O elenco conta também com Lourinelson Vladmir, Igor de Carvalho, Gilsérgio Botelho, Kécia do Prado, Edgard Navarro, Isa Mei, Marcelo Cordeiro, Rogério Leandro, Marcos Duarte e Teófilo Gobira. Sertânia foi o grande vencedor do 43º Festival Guarnicê de Cinema e foi exibido também na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, 9º Olhar de Cinema, Festival ECRÃ e Festival de Havana.

EXTRAS: cena exclusiva + matéria especial sobre cinema brasileiro no Olhar de Cinema.

*Em cartaz nos cinemas.

3º: INDIANARA
Dirigido por Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa

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O documentário apresenta a história da ativista transexual Indianarae Alves Siqueira, que luta com seu bando pela sobrevivência das pessoas trans no Brasil. Dirigido por Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, ganhou projeção internacional quando foi exibido na mostra da ACID, Association du cinéma indépendant pour sa diffusion, evento paralelo ao Festival de Cannes, em maio do ano passado. Depois disso, foi selecionado para mais de cinquenta festivais internacionais e apresentado em mais de vinte países da Europa, da América e da Ásia. A obra é um retrato da matriarca e fundadora da Casa Nem, abrigo do Rio de Janeiro voltado para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade. Vegana, anticapitalista e puta, como se define, Indianarae milita pela sobrevivência das pessoas LGBTQIA+, mas também pelos oprimidos da sociedade em geral. No filme, prestes a completar 50 anos, cansada dos embates e às vésperas de se casar, ela ensaia abandonar a política das ruas. Mas, diante da perda da companheira de luta, Marielle Franco, e do avanço do totalitarismo no Brasil, ela arranca forças para partir para um último ato de resistência. Premiado como melhor filme no Festival de Cerbère, na França; no Festival Visionär, na Alemanha; e no Festival Fire, na Espanha, foi apresentado em quase 200 países pela plataforma MUBI e aparece como o segundo brasileiro mais bem avaliado, atrás apenas de Cidade de Deus. Na França, foi lançado em circuito comercial em 70 salas de cinema e também em DVD e VoD. Além de ser exibido no Instanbul Film Festival, na Turquia, e no Queer Lisboa como filme de abertura, Indianara também fez sucesso no Brasil. Foi exibido na 43ª Mostra de São Paulo, no XII Janela Internacional de Cinema do Recife e acumulou muitos outros prêmios, como: melhor longa-metragem na 27ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade; melhor filme na 9ª Mostra Ecofalante de Cinema; Menção Honrosa no 8º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba; Prêmio da Crítica e melhor figurino no 14º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro; entre outros.

EXTRAS: crítica do filme + entrevista com Indianarae no Olhar de Cinema + entrevista no Fest Aruanda + participação especial no programa sobre os cartazes do cinema brasileiro.

*Disponível no Telecine Play, iTunes, Google Play, NOW, Looke e Vivo Play.

2º: BABENCO – ALGUÉM TEM QUE OUVIR O CORAÇÃO E DIZER: PAROU
Dirigido por Bárbara Paz

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Dirigido por Bárbara Paz, o documentário Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou traça um paralelo entre a arte e a doença do cineasta Hector Babenco. O filme revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e a fragilidade física que marcou sua vida. Recentemente, o longa foi escolhido pelo Comitê Brasileiro de Seleção da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais para representar o Brasil na categoria de melhor filme internacional do Oscar 2021; sendo assim, agora disputa uma vaga entre os finalistas da premiação americana. Nesta imersão amorosa na vida do cineasta, Bárbara se desnuda, consciente, em situações íntimas e dolorosas. Do primeiro câncer, aos 38, até a morte, aos 70 anos, Babenco fez do cinema remédio e alimento para continuar vivendo. O filme já foi selecionado para mais de 20 festivais internacionais e estreou mundialmente no Festival de Veneza do ano passado, no qual recebeu o prêmio de melhor documentário na mostra Venice Classics e o prêmio Bisato D’Oro 2019, entregue pela crítica independente. No início do ano, foi premiado no Festival internacional de Cinema de Mumbai, na Índia. Também foi selecionado para os festivais do Cairo, Havana, Mar del Plata, Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Festival do Rio, Mostra Tiradentes, Fest Aruanda, FIDBA, na Argentina, Baltic Sea Docs, na Letônia, e para o Mill Valley Film Festival, nos Estados Unidos.

EXTRAS: entrevista com Bárbara Paz + exibição no Fest Aruanda + entrevista na Mostra de São Paulo.

*Em cartaz nos cinemas e disponível nas plataformas Now, Looke, Oi Play e Vivo Play.

1º: PACARRETE
Dirigido por Allan Deberton

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Estrelado por Marcélia Cartaxo e filmado na cidade de Russas, interior do Ceará, o premiado Pacarrete, dirigido por Allan Deberton, estreou nos cinemas brasileiros no dia 26 de novembro. O longa, que seria lançado em abril deste ano, foi adiado por conta da pandemia. Um dos filmes mais elogiados e festejados pela crítica e pelo público, Pacarrete foi o grande vencedor da 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado e foi consagrado com oito kikitos, entre eles, melhor filme e melhor atriz. Exibido em 39 festivais, desde então, já coleciona vinte e sete prêmios ao redor do mundo. Primeiro longa-metragem de Deberton, Pacarrete aborda questões como a loucura, os desafios de ser artista e o drama da velhice de uma bailarina clássica, que gosta de ser chamada de Pacarrete, que significa margarida em francês. O filme é livremente inspirado na conterrânea do diretor e demorou 12 anos para ser realizado. Nascida e criada em Russas, Pacarrete alimentou desde criança o sonho de ser artista e viver a vida na ponta da sapatilha, mesmo sendo de uma cidade conservadora. Mas é em Fortaleza que ela consegue estar no centro dos holofotes como bailarina clássica e se torna professora de ballet. Com a aposentadoria, ela retorna para sua cidade natal onde pretende continuar seu trabalho artístico, mas só encontra desrespeito à sua arte: em vez de plateias de admiradores e aplausos, ela se defronta com o despeito daqueles que cruzam seu caminho; e a bailarina e professora de outrora se transforma na “louca da cidade”. Para viver essa mulher que fez da aspiração de ser uma bailarina o objetivo de sua vida, Deberton convidou a premiada atriz paraibana Marcélia Cartaxo, vencedora do Urso de Prata no Festival de Berlim, em 1985, por A Hora da Estrela. O elenco principal ainda conta com as elogiadas atrizes paraibanas Zezita Matos e Soia Lira; o ator baiano João Miguel; e os cearenses Rodger Rogério, Débora Ingrid, Samya De Lavor e Edneia Tutti Quinto; além da participação de atores e atrizes da própria cidade. A preparação do elenco é de Christian Duurvoort, que trabalhou em Ensaio Sobre a Cegueira e O Banheiro do Papa. Com roteiro escrito por Allan Deberton, André Araújo, Samuel Brasileiro e Natália Maia, o filme conta com fotografia de Beto Martins e trilha sonora de Fred Silveira; César Teixeira e Clara Bastos assinam como produtores e Deberton, ao lado de Ariadne Mazzetti, assinam a produção executiva. O longa, que começou sua trajetória no Shanghai International Film Festival, se destacou com muitos prêmios, entre eles: melhor filme na 6ª Mostra de Cinema de Gostoso; melhor filme, atriz, direção, roteiro e edição no LABRFF, Los Angeles Brazilian Film Festival; melhor filme pelo júri oficial e popular no FAM, Florianópolis Audiovisual Mercosul; melhor filme e melhor atriz no FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa; melhor atriz para Marcélia Cartaxo no 26º Festival de Cinema de Vitória; entre outros. Em uma enquete realizada no Instagram do CINEVITOR, Pacarrete também foi eleito pelos seguidores como o melhor filme brasileiro do ano.

EXTRAS: crítica do filme + entrevista com Marcélia Cartaxo em Gramado + trailer + melhores momentos da exibição do filme em Russas no do CINEFESTIVAL – Festival de Cinema do Vale do Jaguaribe + matéria especial sobre o filme na Mostra de São Paulo + entrevista com Marcélia Cartaxo e Soia Lira no Festival de Vitória + entrevista com Zezita Matos e Soia Lira no Festival de Gramado + entrevista com Marcélia Cartaxo na Mostra de Cinema de Gostoso + entrevista com Marcélia Cartaxo no LABRFF + homenagem para Marcélia Cartaxo no LABRFF.

*Em cartaz nos cinemas e em breve nas plataformas digitais.

MENÇÃO HONROSA: aos festivais de cinema, que diante do cenário da pandemia de Covid-19 se reinventaram e se adaptaram a novos formatos. Um festival on-line, definitivamente, não é a mesma coisa que um presencial. Porém, há um lado positivo nisso tudo. As produções ganharam uma repercussão maior, já que o espectador, que não tinha como marcar presença fisicamente, teve acesso à programação dentro de sua casa. Os eventos ganharam outra abrangência e os organizadores de diversos festivais se empenharam para realizá-los de novas maneiras, com novos formatos e mantendo o comprometimento com os realizadores e com o público. Os diálogos sobre as obras foram ampliados, a visibilidade destes filmes, tanto curtas como longas, se multiplicou e ganhou novos olhares. Sabíamos que seria muito difícil participar de algo nos mesmos moldes do ano passado. Mas, lá atrás, ainda enxergávamos um futuro mais positivo. Hoje, vemos o reflexo de atitudes irresponsáveis de governantes, autoridades e, também, de cidadãos. Seguimos unindo forças para encarar esse momento e com um certo respiro de ter esse novo acesso à arte para nos acompanhar (para quem dá valor e reconhece sua importância).

MENÇÃO ESPECIAL (em ordem alfabética):
10 Horas para o Natal, de Cris D’Amato
A Febre, de Maya Da-Rin
Açúcar, de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira
Adoniran – Meu Nome é João Rubinato, de Pedro Serrano
AmarElo – É Tudo Pra Ontem, de Fred Ouro Preto
Atrás da Sombra, de Thiago Camargo
Breve Miragem de Sol, de Eryk Rocha
Carlinhos e Carlão, de Pedro Amorim
Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil, de Carol Benjamin
Guerra de Algodão, de Cláudio Marques e Marília Hughes
Lorna Washington: Sobrevivendo a Supostas Perdas, de Rian Córdova e Leonardo Menezes
M-8 – Quando a Morte Socorre a Vida, de Jeferson De
Mulher Oceano, de Djin Sganzerla
Narciso em Férias, de Renato Terra e Ricardo Calil
Ontem Havia Coisas Estranhas no Céu, de Bruno Risas
Os 8 Magníficos, de Domingos Oliveira
Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra
Três Verões, de Sandra Kogut
Verlust, de Esmir Filho

Textos: Vitor Búrigo
Fotos: Divulgação, Luiz Alves (Pacarrete), Victor Jucá (Fim de Festa), Miguel Vassy (Sertânia), Petrus Cariry (O Barco), Mari Nagem (Zona Árida), Diego Bressani (Maria Luiza).

24ª Mostra de Cinema de Tiradentes: conheça os curtas-metragens selecionados

por: Cinevitor

quatrobilhoescurtatiradentesAdalberto Gomes no curta 4 Bilhões de Infinitos, de Marco Antônio Pereira.

A 24ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontecerá entre os dias 22 e 30 de janeiro de 2021, selecionou 79 curtas-metragens de 19 estados brasileiros para as diferentes sessões que anualmente atraem centenas de espectadores interessados em conhecer os rumos do formato na produção brasileira. Por conta da pandemia de Covid-19, a Mostra terá realização predominantemente remota, com ações pontuais na cidade de Tiradentes.

A curadoria de curta-metragem, composta por Camila Vieira, Tatiana Carvalho Costa e Felipe André Silva, recebeu 748 inscrições, de onde foram definidos os 79 títulos, distribuídos nas mostras Foco, Panorama, Foco Minas, Temática, Praça, Formação, Jovem e Mostrinha. Os estados de Minas Gerais e São Paulo aparecem com maior quantidade de trabalhos na seleção, com 16 filmes cada. Há ainda produções de Alagoas (1), Amazonas (4), Bahia (4), Ceará (4), Brasília (2), Espírito Santo (2), Goiás (1), Mato Grosso (1), Pará (2), Paraíba (2), Paraná (5), Pernambuco (3), Rio de Janeiro (8), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (6), Santa Catarina (2) e Sergipe (2).

“No processo de seleção, percebemos muitos curtas realizados durante o isolamento social devido à pandemia e selecionamos aqueles que conseguiram propor deslocamentos ao estado permanente de tristeza que nos imobiliza”, comenta Camila Vieira, uma das curadoras. “O que nos chamou atenção foram curtas feitos com as restrições do isolamento que buscaram formas inventivas de realização de cinema e processos de criação, como ‘República’, da Grace Passô, ou ‘Minha Bateria está Fraca e está Ficando Tarde’, de Rubiane Maia e Tom Nóbrega, entre outros”.

Para Felipe André Silva, que estreia na equipe de curadoria de curtas da Mostra de Tiradentes, a percepção foi de que especialmente a produção de classe média e seus “filmes de pandemia” encontrou dificuldades para se expandir além das temáticas sobre si mesma ou escapar das limitações espaciais impostas pelo isolamento: “Foi então um desafio que nós adotamos, o de encontrar trabalhos que quebrassem com essa lógica”, afirma Felipe. Ele chama atenção para títulos como Drama Queen, de Gabriela Luiza, Levantado do Chão, de Melissa Dulius e Gustavo Jahn, ou Eu te Amo, Bressan, como exemplares da liberdade estética e narrativa potencializadas pelo contexto, e não só para falar de pandemia.

Na edição desse ano da Mostra Foco, cujos filmes são avaliados pelo Júri Oficial, será possível, segundo a equipe de curadoria, perceber três linhas de aproximações entre os curtas, que vão desde propostas experimentais a construções ficcionais. A primeira é de curtas que pensam a catástrofe, a destruição e o colapso do mundo em que vivemos, tratando sobre em que medida isso se conecta a uma crise generalizada da política institucional e de um projeto de país; a segunda linha inclui curtas que borram fronteiras entre o real e o imaginário, o que existe de possível na concretude das vivências e o que há de criação do impossível no campo da imaginação; e a terceira linha são filmes de distopia, com alegorias que aludem ao presente, pensam os processos históricos e apontam possíveis futuros.

Já a Mostra Panorama contém curtas de realizadores com trajetórias já reconhecidas no cinema contemporâneo brasileiro, casos das duplas Gustavo Jahn e Melissa Dullius, Lucas Parente e Rodrigo Lima e de nomes como Julia Katharine e Ricardo Alves Jr., entre outros: “Mas também selecionamos na Panorama curtas de jovens realizadores que estão se aventurando nas ficções em diálogo com os códigos do cinema de gênero e outros que estão buscando diferentes processos de criação dentro do documentário”, destaca Camila Vieira.

Para Felipe André, será estimulante ao público se deparar com alguns voos criativos surpreendentes dentro da vasta seleção: “No meio de um mundo que está ruindo, foi importante atentarmos também para o que se apresentava como virtuosismo cinematográfico. A Mostra de Tiradentes é o espaço de celebração do cinema que olha para a frente e ainda aquele que está sendo feito nas condições permitidas pelo momento histórico. Assim como se anunciava em 2020, a imaginação prossegue sendo uma potência, e isso será reiterado dentro das propostas temáticas da edição de 2021″, disse o curador.

Conheça os curtas-metragens selecionados para a 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes:

MOSTRA FOCO

4 BILHÕES DE INFINITOS, de Marco Antônio Pereira (MG)
A DESTRUIÇÃO DO PLANETA LIVE, de Marcus Curvelo (BA)
ABJETAS 288, de Júlia da Costa e Renata Mourão (SE)
DE COSTAS PRO RIO, de Felipe Aufiero (AM/PR)
DRAMA QUEEN, de Gabriela Luíza (MG)
EU TE AMO, BRESSAN, de Gabriel Borges (PR)
LAMBADA ESTRANHA, de Luisa Marques e Darks Miranda (RJ)
NOVO MUNDO, de Natara Ney e Gilvan Barreto (RJ)
PRECES PRECIPITADAS DE UM LUGAR SAGRADO QUE NÃO EXISTE MAIS, de Rafael Luan e Mike Dutra (CE)
CÉU DE AGOSTO, de Jasmin Tenucci (SP)
RATOEIRA, de Carlos Adelino (SC)

MOSTRA PANORAMA

À BEIRA DO PLANETA MAINHA SOPROU A GENTE, de Bruna Barros e Bruna Castro (BA)
A PONTUALIDADE DOS TUBARÕES, de Raysa Prado (PB)
ADELAIDE, AQUI NÃO HÁ SEGUNDA VEZ PARA O ERRO, de Anna Zêpa (SP)
ANIMAIS NA PISTA, de Otto Cabral (PB)
BABELON, de Leon Barbero (SP)
CAMINHOS ENCOBERTOS, de Beatriz Macruz e Maria Clara Guiral (SP)
CHOVEU HÁ POUCO NA MONTANHA DESERTA, de Rei Souza (GO)
CONSTRUÇÃO, de Leonardo da Rosa (RS)
ENTERRADO NO QUINTAL, de Diego Bauer (AM)
FORA DE ÉPOCA, de Drica Czech e Laís Catalano Aranha (SP)
ILHA DO SOL, de Lucas Parente, Rodrigo Lima e Walter Reis (RJ)
LEVANTADO DO CHÃO, de Melissa Dullius e Gustavo Jahn (SC/RS)
MANGUE-BRANCO, de Flávia K. Ventura (SP)
MENARCA, de Lillah Halla (SP)
MILTON FREIRE, UM GRITO ALÉM DA HISTÓRIA, de Victor Abreu (RJ)
MINHA BATERIA ESTÁ FRACA E ESTÁ FICANDO TARDE, de Rubiane Maia e Tom Nóbrega (SP)
O JARDIM FANTÁSTICO, de Fábio Baldo e Tico Dias (SP)
OPY’I REGUA, de Júlia Gimenes e Sérgio Guidoux (RS)
DE DORA, POR SARA, de Sara Antunes (SP)
SEIVA BRUTA, de Gustavo Milan (AM)
TRÊS GRAÇAS, de Luana Laux (ES)
VAGALUMES, de Léo Bittencourt (RJ)
VIDA DENTRO DE UM MELÃO, de Helena Frade (MG)
VITÓRIA, de RICARDO ALVES JR (MG)
VOCÊ JÁ TENTOU OLHAR NOS MEUS OLHOS?, de Tiago Felipe (PR)
WON’T YOU COME OUT TO PLAY?, de Julia Katharine (SP)

MOSTRA FORMAÇÃO

A VERDADE SAI DE SEU POÇO PARA ENVERGONHAR A HUMANIDADE, de Matheus Strelow (RS)
CAMINHOS NA NOITE, de Douglas Oliveira (SE)
COMBOIO PRA LUA, de Rebeca Francoff (MG)
ELA VIU ARANHAS, de Larissa Muniz (MG)
NOÇÕES DE CASA, de Giulia Maria Reis (RJ)
O FILHO DO HOMEM, de Fillipe Rodrigues (PA)
PARA TODES, de Victor Hugo, Samara Garcia e equipe (RJ)
PÁTRIA, de Lívia Costa e Sunny Maia (CE)
VANDER, de Barbara Carmo (BA)

MOSTRA JOVEM

LETÍCIA, MONTE BONITO, 04, de Julia Regis (RS)
POR OUTRAS PRIMAVERAS, de Anna Carolina Moura Mol de Freitas (MG)
TRAÇADOS, de Rudyeri Ribeiro (PA)

MOSTRA FOCO MINAS

23 MINUTOS, de Rodrigo Beetz e Wesley Figueiredo (MG)
CRUA, de Clara Vilas Boas e Emanuele Sales (MG)
LENÇOL BRANCO, de Rebecca Moreno (MG)
MINEIROS, de Amanda Dias (MG)
O MUNDO MINERAL, de Guerreiro do Divino Amor (MG)
PIETÀ, de Pink Molotov (MG)
SAPATÃO: UMA RACHA/DURA NO SISTEMA, de Dévora mc (MG)
VIDEOMEMORIA, de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito (PE/MG)
VIGÍLIA, de Rafael dos Santos Rocha (MG)

MOSTRA PRAÇA

5 FITAS, de Heraldo de Deus e Vilma Martins (BA)
AINDA TE AMO DEMAIS, de Flávia Correia (AL)
CASA COM PAREDE, de Dênia Cruz (RN)
ELA QUE MORA NO ANDAR DE CIMA, de Amarildo Martins (PR)
MAGNÉTICA, de Marco Arruda (RS)
NOITE DE SERESTA, de Sávio Fernandes e Muniz Filho (CE)
O BARCO E O RIO, de Bernardo Ale Abinader (AM)
PEGA-SE FACÇÃO, de Thaís Braga (PE)
PRIMEIRO CARNAVAL, de Alan Medina (SP)
QUARTA: DIA DE JOGO, de Clara Henriques e Luiza França (RJ)
RÁDIO CAPITAL ALVORADA, de Rafael Stadniki (DF)
REBU, de Mayara Santana (PE)
VOCÊ TEM OLHOS TRISTES, de Diogo Leite (SP)

MOSTRINHA

FOGUETE, de Pedro Henrique Chaves (DF)
MITOS INDÍGENAS EM TRAVESSIA, de Julia Vellutni e Wesley Rodrigues (SP)
NAPO, de Gustavo Ribeiro (PR)
O MENINO E O OVO, de Juliana Capilé (MT)
VENTO VIAJANTE, Os Alunos e Analúcia Godoi (CE)

MOSTRA TEMÁTICA VERTENTES DA CRIAÇÃO

FILME DE DOMINGO, de Lincoln Péricles (SP)
REPÚBLICA, de Grace Passô (SP)
UMA NOITE SEM LUA, de Castiel Vitorino Brasileiro (ES/SP)

Foto: Divulgação.

Alice Júnior é destaque internacional entre os melhores filmes de 2020 com temática LGBTQIA+

por: Cinevitor

alicejuniorindiewire2020Protagonista: Anne Celestino Mota no brasileiro Alice Júnior.

Considerado um dos sites mais importantes sobre a indústria cinematográfica, o americano IndieWire é também conhecido por suas listas de melhores do ano. O cinema brasileiro já apareceu algumas vezes entre os favoritos dos críticos da publicação e não foi diferente em 2020.

Na lista The Best Queer Films of 2020, que destaca as melhores produções com temática LGBTQIA+, a comédia dramática Alice Júnior, de Gil Baroni, se destaca entre os doze títulos escolhidos. Na trama, Alice Júnior é uma youtuber trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo.

O premiado longa, protagonizado por Anne Celestino Mota, fala sobre a adolescência, suas inquietações, seus sonhos e retrata a escola como um ambiente de ensino indispensável, mas que muitas vezes pode ser opressor. O diretor Gil Baroni, o roteirista e criador da ideia original Luiz Bertazzo e o corroteirista Adriel Nizer Silva, desenvolveram a história ao longo de um ano e meio.

Alice Júnior integrou a seleção da mostra Generation no Festival de Berlim deste ano; no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro recebeu os prêmios de melhor atriz para Anne Mota, melhor montagem, trilha sonora e atriz coadjuvante para Thaís Schier; no Festival do Rio, foi eleito o melhor filme da Mostra Geração segundo o público; na 27ª edição do Festival Mix Brasil foi consagrado com três estatuetas: melhor interpretação, Menção Honrosa e melhor longa nacional segundo o público.

Além disso, o filme circulou com sucesso em festivais internacionais e recebeu o Prêmio do Júri no aGLIFF, Austin Gay and Lesbian International Film Festival, e integrou a seleção do Outfest Los Angeles LGBTQ Film Festival, considerado o maior festival com temática LGBTQIA+ do mundo.

Sobre Alice Júnior, Jude Dry escreveu no site: “Exalando charme, energia contagiante e confiança inabalável, Alice é a adolescente trans protagonista dos seus sonhos no cinema. Ela é vice-campeã em um reality show para jovens modelos, que ela nunca deixa seu adorado público esquecer por meio de suas atualizações animadas no YouTube. Ela está vivendo sua melhor fase em uma cidade chique brasileira quando seu pai a muda inesperadamente para um lugar mais conservador. Enquanto Alice luta com os uniformes escolares dos meninos e o bullying ignorante, ela também se abre para novas formas de amizade. O diretor Gil Baroni faz uma grande estreia com essa comédia trans glamourosa, sincera e comemorativa. Mais filmes trans como este, por favor”.

Conheça os 12 melhores filmes de 2020 com temática LGBTQIA+, lançados no cinema ou em streaming, segundo o IndieWire:

A Verdadeira História de Ned Kelly, de Justin Kurzel (Austrália/Reino Unido/França)
Alice Júnior, de Gil Baroni (Brasil)
Atrás da Estante, de Rachel Mason (EUA)
Funny Boy, de Deepa Mehta (Canadá/EUA)
Kajillionaire, de Miranda July (EUA)
Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado, de Cristina Costantini e Kareem Tabsch (EUA)
Lingua Franca, de Isabel Sandoval (EUA/Filipinas)
Monsoon, de Hong Khaou (Reino Unido)
Possessor, de Brandon Cronenberg (Canadá/Reino Unido)
Shirley, de Josephine Decker (EUA)
The Boys in the Band, de Joe Mantello (EUA)
Welcome to Chechnya, de David France (EUA)

Foto: Divulgação/Olhar Distribuição.

24ª Mostra de Cinema de Tiradentes abre inscrições para oficinas do Programa de Formação Audiovisual

por: Cinevitor

oficinastiradentes2Oficina ministrada por Cleumo Segond na última edição da Mostra.

A 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes, maior evento dedicado ao cinema brasileiro contemporâneo e que abre o calendário audiovisual do país, acontecerá entre os dias 22 e 30 de janeiro de 2021 e já está com inscrições abertas para as oficinas que integram seu Programa de Formação Audiovisual. Devido à pandemia de Covid-19, todas as atividades serão realizadas em ambiente digital, mantendo o mesmo propósito e conceito das edições realizadas presencialmente.

Para esta edição, a Mostra Tiradentes promoverá dez oficinas com oferta de 225 vagas. Será permitida apenas uma inscrição por pessoa. Os interessados podem se inscrever até 11 de janeiro, ou até se esgotarem as inscrições, pelo site oficial do evento (clique aqui). Todas as atividades são gratuitas.

De 23 a 26 de janeiro de 2021, das 14h30 às 17h30, o roteirista, diretor e professor de cinema Leandro Afonso e o professor e roteirista Diogo Cronemberger serão os responsáveis pela oficina Por uma mise-en-scène pandêmica. Serão oferecidas 25 vagas para interessados a partir de 16 anos. O objetivo da atividade é refletir sobre outras possibilidades de direção cinematográfica, incitadas pela pandemia, mas exploradas muito antes dela. A oficina propõe abordar e analisar obras que utilizaram pouquíssimos recursos e, ainda assim, se tornaram emblemáticas.

Nas mesmas datas, das 16h às 19h, o ator e cineasta Renan Rovida ministrará a oficina Atuação no Cinema, com oferta de 20 vagas. A atividade tem como objetivo estimular a apreciação e a experimentação na atuação para o cinema brasileiro. Durante a oficina, os participantes terão um breve panorama do histórico da atuação, do teatro ao cinema, por meio de exercícios práticos de criação de personagens e cenas.

Entre os dias 23 e 25 de janeiro, das 10h às 13h, o especialista em marketing para cinema José Agripino da Silva Neto será o responsável pela oficina Audiência do Audiovisual – Como os filmes podem alcançar seus públicos. Serão oferecidas 25 vagas para roteiristas, diretores e produtores. O objetivo da atividade é desenvolver o pensamento de construção de audiências para as obras audiovisuais. Serão apresentadas ferramentas e análises de casos de sucesso para que cada participante compreenda como atrair e manter uma audiência interessada em seus projetos.

De 23 a 27 de janeiro, das 09h30 às 12h30, o diretor de som Léo Bortolin ministrará a oficina O poder da cultura sonora para o som no cinema, com oferta de 20 vagas. A partir de estudos e práticas da direção de som no cinema, a atividade promoverá reflexões sobre conceitos e teorias do elemento sonoro nas produções cinematográficas, além de ampliar a percepção auditiva dos participantes por meio de exercícios e análises fílmicas.

oficinastiradentes1Oficina de Julia Nogueira sobre Produção para TV e Cinema em janeiro deste ano.

Entre os dias 25 e 27 de janeiro, das 10h30 às 12h30 e das 14h às 16h, o artista visual Lucas Rossi Gervilla será o responsável pela oficina Documentários Domésticos, com oferta de 25 vagas para interessados a partir de 16 anos. O objetivo da atividade é compartilhar ferramentas para que os participantes possam contar suas próprias histórias por meio de pequenos documentários. A oficina focará em técnicas de filmagem e produção, sem sair de casa, utilizando equipamentos de baixo custo e acessórios fáceis de serem encontrados ou adaptados; e abordará os princípios básicos da edição e montagem.

De 25 a 29 de janeiro, das 15h às 18h, a diretora de arte e roteirista Camila Tarifa ministrará a oficina Roteiro de Curtas, com oferta de 20 vagas. O objetivo da atividade é ensinar conceitos básicos da escrita de um roteiro de curta-metragem, por meio da análise de modelos clássicos e contemporâneos da linguagem curta do audiovisual; e escrever um roteiro de curta-metragem a partir das ferramentas colocadas em cada aula.

Entre os dias 27 e 29 de janeiro, das 10h às 12h e das 14h30 às 16h30, o especialista em marketing, roteirista e consultor Gustavo Padovani será o responsável pela oficina Roteiro para narrativas audiovisuais, com oferta de 25 vagas. O objetivo da atividade é aprimorar a capacidade técnica e criativa dos participantes ao treinar práticas de escritas de roteiro, metodologias de criação, análises de estruturas narrativas e estímulo a um olhar crítico para os produtos audiovisuais contemporâneos.

De 27 a 30 de janeiro, das 9h às 12h, a produtora, roteirista e diretora Cris Reque ministrará a oficina Produção executiva de audiovisual, com oferta de 25 vagas. A proposta da atividade é permitir que os participantes tenham as ferramentas básicas para elaborar um projeto, sob o ponto de vista da produção executiva e compreender as etapas, demandas, documentos e a organização do trabalho executivo numa obra audiovisual.

Na mesma data, das 15h às 18h, a cineasta e educadora Larissa Figueiredo será a responsável pela oficina Reencantar o corpo, reencantar o mundo, com oferta de 20 vagas. A atividade, que tem no cinema sua base de criação, convida outras artes e outras epistemologias para provocar os participantes a produzirem pequenos vídeos diariamente, como diários corporais e audiovisuais, para juntos escutar os corpos através do cinema e acolher o que eles têm a ensinar neste período de intimidades cerceadas de liberdade.

De 28 a 30 de janeiro, das 10h às 13h, a produtora executiva, diretora de produção e curadora Maria Flor Brazil ministrará a oficina Da ideia ao filme: Como desenvolver o seu projeto, com oferta de 20 vagas. A atividade pretende ser um ponto de partida para pessoas de todas as áreas que desejam realizar um filme, com uma proposta já definida, mas que não possuem intimidade com o universo audiovisual. O objetivo é estimular e estruturar as ideias para criação de um Projeto Audiovisual definitivo, pronto para ser realizado ou apresentado em editais.

As oficinas integram o Programa de Formação Audiovisual que a Universo Produção realiza no âmbito do Cinema sem Fronteiras 2021. As atividades têm por objetivo contribuir para formação, capacitação, qualificação de profissionais, questão vital para o crescimento da indústria audiovisual no Brasil e, ao mesmo tempo, estimular a formação de novos talentos, oportunizar o encontro e o intercâmbio de ideias e conhecimento.

Fotos: Leo Lara e Jackson Romanelli/Universo Produção.

FESTin 2020: filmes brasileiros são premiados

por: Cinevitor

pacarreteFestinMarcélia Cartaxo em Pacarrete: melhor atriz.

O FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa tem como missão a difusão e o desenvolvimento do cinema nos países de língua portuguesa. Com isso, procura promover e estimular o audiovisual através do intercâmbio cultural, de modo que sejam celebrados encontros entre as diferentes expressões dos países lusófonos.

Neste ano, em sua 11ª edição, o evento aconteceu em formato inédito por conta da pandemia de Covid-19. Entre os dias 9 e 15 de dezembro, os filmes foram exibidos presencialmente no Cinema São Jorge, em Lisboa. Depois disso, o festival passou a acontecer virtualmente na plataforma FESTin ON e segue até o dia 30 de dezembro.

Na impossibilidade de realizar presencialmente a cerimônia de premiação, o FESTin anunciou neste domingo, 27/12, os vencedores em um vídeo especial transmitido no YouTube e apresentado por Fabiana Avelar. Neste ano, o cinema brasileiro dominou o festival com vários prêmios.

O júri de longas de ficção foi formado por: Carlos Gonçalves, jornalista angolano; César Meneghetti, cineasta brasileiro; e Isa Catarina Mateus, programadora cultural. Os documentários foram avaliados por: Isabel Leitão, cantora e compositora portuguesa; Luca Alverdi, editor e produtor; e Paulo André Moraes de Lima, diplomata brasileiro. O time de jurados dos curtas contou com Clébio Viriato Ribeiro, realizador, produtor e gestor cultural brasileiro; Hamilton Trindade, realizador de São Tomé e Príncipe; e Luis Dias, realizador português. Na Mostra FESTinha, o júri foi composto por crianças de 6 a 9 anos de idade.

Dirigido por Allan Deberton, Pacarrete levou o Troféu Pessoa de melhor longa de ficção. Sobre a escolha, o júri justificou: “Por representar um tema tão atual, como a desconstrução da cultura, que narra perfeitamente as contradições de um país profundamente ferido, Allan Deberton faz uma síntese do artista brasileiro contemporâneo”.

A protagonista de Pacarrete, Marcélia Cartaxo, foi consagrada como melhor atriz: “Pela interpretação apurada e repleta de carisma, capaz de envolver progressivamente o espectador a ponto de fazê-lo aceitar a personagem de uma artista aparentemente louca e distante da realidade, mas que no final revelará toda sua determinação e humanidade evocando uma forte emoção levando o espectador a encontrar a beleza onde ela parecia não existir”, definiu o júri.

Entre tantos prêmios, o cinema brasileiro estava representado por outros diversos longas-metragens, como: Lamento, de Diego Lopes e Claudio Bitencourt; Raia 4, de Emiliano Cunha; Volume Morto, de Kauê Telloli; A Jangada de Welles, de Petrus Cariry e Firmino Holanda; Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, de Bárbara Paz; Flores do Cárcere, de Paulo Caldas e Barbara Cunha; e Quero Botar Meu Bloco na Rua, de Adriana L. Dutra.

Os curtas-metragens brasileiros também marcaram presença: A Margem, de Rodrigo Tavares; A Pedra, de Iuli Gerbase; Aqui e Agora, de Diogo Soares Martins; Brasil x Holanda, de Caroline Biagi; Cultural, de Armando Lima; Fotografias, de Marcelo Giannini; Mood, de Raquel Freire; O Pião, de Karina Mello; Roupa de Sair, de Amarildo Martins; Transfugo, de Rodrigo Tavares; O Véu de Amani, de Renata Diniz; A Galinha Ruiva, de Irson Jr. e alunos do CMEI Princípio do Saber; As Aventuras de Pety, de Anahí Borges; Lá do Alto, de Luciano Vidigal; Nana & Nilo em dia de sol e chuva, de Sandro Lopes; O Menino que foi na Casa do Vento Norte, de Irson Jr. e alunos do CMEI Princípio do Saber; Os Guerreiros da Rua, de Erickson Marinho; SeuBôla encontrando os Nôuras, de Bruno de Castro; Vivi Lobo e o Quarto Mágico, de Isabelle Santos e Edu MZ Camargo; e Zana, O Filho da Mata, de Augustto Gomes.

Neste ano, a Mostra Cinema Brasileiro, exibida fora de competição, que ocorre desde o primeiro ano do FESTin, apresentou quatro longas de ficção, três documentários e cinco curtas-metragens, sendo uma delas coprodução de Brasil com Senegal. Os longas exibidos foram: Ara Pyau – A Primavera Guarani, de Carlos Eduardo Magalhães; Boca de Ouro, de Daniel Filho; José Aparecido de Oliveira – O Maior Mineiro do Mundo, de Mário Lúcio Brandão Filho e Gustavo Brandão; Legalidade, de Zeca Brito; Maria do Caritó, de João Paulo Jabur; Palace II – 3 Quartos com Vista para o Mar, de Rafael Machado; Simonal, de Leonardo Domingues; e Vidas Descartáveis, de Alexandre Valenti e Alberto Graça.

Os curtas exibidos na Mostra Cinema Brasileiro foram: As Janelas que Encontramos no Caminho, de Thaís Orchi Abdala; Doberman, de Ernesto Solis; Olhos de Cachoeira, de Adler Kibe Paz; Palanteer M’Bedd, de Mamadou Diop; e Soccer Boys, de Carlos Guilherme Vogel.

Ao longo de sua história o FESTIn já exibiu mais de 850 filmes, entre ficções, documentários e animações, nos formatos curta, média e longa-metragem. Há também atividades paralelas voltadas ao diálogo, à difusão e à formação no âmbito do audiovisual. O Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa é referência no setor por ser o único evento em Portugal dedicado exclusivamente à cultura cinematográfica lusófona.

Conheça os vencedores do FESTin 2020:

MELHOR FILME
Pacarrete, de Allan Deberton (Brasil)

MELHOR DIREÇÃO
Kauê Teloli, por Volume Morto (Brasil)

MELHOR ATOR
Marco Ricca, por Lamento

MENÇÃO HONROSA | MELHOR ATOR
Daniel Infantini, por Volume Morto

MELHOR ATRIZ
Marcélia Cartaxo, por Pacarrete

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Os Últimos Dias, de Cristina Ferreira Gomes (Portugal)

MENÇÃO HONROSA | MELHOR DOCUMENTÁRIO
Flores do Cárcere, de Paulo Caldas e Barbara Cunha (Brasil)

MELHOR CURTA-METRAGEM
A Margem, de Rodrigo Tavares (Portugal)

MELHOR CURTA-METRAGEM | MENÇÃO HONROSA
A Gravidez é Nossa, de David Aguacheiro e Tina Krüger (Moçambique)
O Véu de Amani, de Renata Diniz (Brasil)

MELHOR FILME INFANTIL
Os Guerreiros da Rua, de Erickson Marinho (Brasil)

MENÇÃO HONROSA | MELHOR FILME INFANTIL
Zana, O Filho da Mata, de Augustto Gomes (Brasil)

Foto: Luiz Alves.

Paula Gaitán será homenageada na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor

paulahomenagemgaitanA cineasta Paula Gaitán em Tiradentes, em 2008.

Consciente de todas as complexidades de um ano atípico, a 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que será realizada entre os dias 22 e 30 de janeiro de 2021, levará para sua temática parte dos questionamentos de um tempo único da história do mundo.

Por conta da pandemia de Covid-19, o cinema foi um dos quadros mais afetados, diretamente, em várias frentes: fechamento das salas de exibição, interrupção de projetos e filmagens em andamento e, especificamente no Brasil, a ampliação da paralisia do Governo Federal relativa ao setor, que se amplificou pelos impactos da pandemia.

Para este ano, Vertentes da criação foi o tema proposto pelos curadores Francis Vogner dos Reis e Lila Foster para a edição de 2021. A ideia partiu da percepção de que há, em anos recentes, uma reconfiguração intelectual e empírica dos processos na produção do país, cuja singularidade está condicionada por elementos variados: universos simbólicos, ética das imagens a partir dos espaços, personagens e territórios, estética amparada em perspectiva crítica do automatismo das práticas da expressão audiovisual do mercado e, principalmente, a economia de um tempo que resiste ao modelo célere de velocidade da circulação do capital. O cinema brasileiro se reinventa nas circunstâncias impostas a ele e nas inquietações de criadores arrojados que constantemente reinventam as formas do fazer. Clique aqui e saiba mais.

Ao se falar em Vertentes da criação, o nome da cineasta Paula Gaitán parece se acomodar à perfeição. Na ousadia expressiva e na variedade criativa, trata-se de uma artista incontornável, e não apenas no cinema brasileiro contemporâneo, a julgar pelas constantes celebrações e retrospectivas de sua obra ao redor do mundo nos últimos anos. Gaitán realiza longas, curtas e médias-metragens, faz filmes com dinheiro, sem dinheiro, filme caseiro, performances, musical de memória, filme híbrido, documentário especulativo, ficção poética, cine-retrato abstrato, videoclipes, séries de entrevistas, artes visuais e outros mais. “Ela usa a câmera como uma pintora usa o pincel. E tudo para ela é música, dos ruídos às cores”, destaca Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial da Mostra.

Escolhida para receber a homenagem e o Troféu Barroco da 24ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, Paula Gaitán, de origem colombiana, lançou seu primeiro filme em 1989: Uaka, filmado no Xingu. Antes, já atuava no campo artístico como atriz, fotógrafa e diretora de arte. Foi parceira de Glauber Rocha em alguns de seus trabalhos mais importantes, fazendo o cartaz de Cabeças Cortadas, de 1970; a cenografia de A Idade da Terra, de 1980, no qual também atuou diante das câmeras; e ilustrações de livros do realizador baiano.

luznostropicos1O ator português Carloto Cotta em Luz nos Trópicos.

Como diretora, assinou filmes diversos, ora inovando nas abordagens e nas formas visuais e sonoras, como Diário de Sintra (2007) e Noite (2014), ora se aproximando intimamente de figuras importantes da criação, como Vida (2010), com Maria Gladys, Agreste (2010), com Marcélia Cartaxo, e É Rocha e Rio, Negro Léo (2020). Na ficção, dirigiu Exilados do Vulcão (2013) e Luz nos Trópicos (2020).

Para celebrar a trajetória de Paula Gaitán, a Mostra vai promover um encontro virtual com a cineasta e uma Mostra Homenagem, com a exibição de oito trabalhos da cineasta: os longas Diário de Sintra, Exilados do Vulcão, Noite, Luz nos Trópicos, o videoclipe A Mulher do Fim do Mundo, de Elza Soares, e três filmes inéditos: o curta Ópera dos Cachorros, o média Se hace camino al andar e o filme de abertura que abre a programação da Mostra, na noite do dia 22 de janeiro, em pré-estreia mundial, que a diretora está finalizando para apresentar no evento.

“A obra da Paula responde de maneira abrangente ao emblema da experimentação estética e da experiência poética. Cada um de seus filmes se empenha em buscas distintas, sempre novas, abrindo caminhos inexplorados sobretudo por ela mesma. A cada filme ela refaz, repensa, redescobre e reinterpreta a dimensão do personagem, do tempo, do plano, da montagem e do som. Homenageá-la é reconhecer a dimensão de uma obra já consolidada e investigar as imagens de um trabalho misterioso e inquieto, de independência e singularidade radicais, que possuem poucos paralelos na produção artística atual”, destaca Francis Vogner.

*Clique aqui e leia nossa entrevista com Paula Gaitán realizada durante o 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba sobre Luz nos Trópicos, que foi premiado como melhor filme.

Foto: Leo Lara/Universo Produção.

Soul

por: Cinevitor

soulposter1Direção: Pete Docter, Kemp Powers.

Elenco: Jamie Foxx, Tina Fey, Graham Norton, Rachel House, Alice Braga, Richard Ayoade, Phylicia Rashad, Donnell Rawlings, Questlove, Angela Bassett, Cora Champommier, Margo Hall, Daveed Diggs, Rhodessa Jones, Wes Studi, Sakina Jaffrey, Fortune Feimster, Calum Grant, Laura Mooney, Peggy Flood, Zenobia Shroff, June Squibb, Ochuwa Oghie, Jeannie Tirado, Cathy Cavadini, Dorian Lockett, Doris Burke, Ronnie Del Carmen, Esther Chae, Elisapie Isaac, Marcus Shelby, Jason Pace, Avery Kidd Waddell, Jorge Lucas, Carol Valença, Luciana Mello, Sérgio Rufino, Adriana Pissardini, Sylvia Salusti, Marcio Marconato, Cecília Lemes, Francisco Jr., Gabriel Noya, Gigi Patta, Christina Rodrigues, Vagner Fagundes, Luiza Viegas, César Marchetti, Isabel De Sá, Glauco Marques, Dláigelles Silva, Lucinha, Adna Cruz, Robson Kumode, Suzete Piloto, Shallana Costa, Leticia Quinto, Camila Castellani, Ramon Campos, Marcelo Salsicha Caodaglio, Aline Altêmio, Elisapie Isaac, Nestor Chiesse.

Ano: 2020

Sinopse: Joe Gardner é um professor de música do Ensino Médio que alcança a grande chance de sua vida: tocar no melhor clube de jazz da cidade. Mas, um pequeno passo em falso o leva das ruas de Nova York para um lugar fantástico, onde novas almas obtêm suas personalidades, peculiaridades e interesses, antes de irem para a Terra. Determinado a retornar à sua vida, Joe se une a uma alma precoce, chamada 22, que nunca entendeu o apelo da experiência humana. Ao tentar desesperadamente mostrar para 22 o que há de bom em viver, Joe pode descobrir as respostas para algumas das perguntas mais importantes da vida.

Nota do CINEVITOR:

nota-3,5-estrelas

Toca

por: Cinevitor

Burrow

Direção: Madeline Sharafian

Ano: 2020

Sinopse: Uma jovem coelhinha embarca em uma jornada para cavar a toca dos seus sonhos, mesmo sem ter a mínima ideia do que está fazendo. Em vez de revelar suas falhas aos vizinhos, ela acaba cavando mais e mais problemas. Ao atingir o fundo, ela descobre que pedir ajuda não é vergonha.

Nota do CINEVITOR:

Um Tio Quase Perfeito 2, com Marcus Majella, ganha trailer e data de estreia

por: Cinevitor

tioquaseperfeito2trailerSequência da franquia confirmada para janeiro.

Em clima de férias de verão e com estreia programada para o dia 7 de janeiro de 2021, Um Tio Quase Perfeito 2 acaba de divulgar seu trailer oficial com as primeiras cenas divulgadas dessa comédia para toda a família. O filme é estrelado por Marcus Majella, que está de volta como Tio Tony, o carismático personagem que conquistou o Brasil no primeiro filme da franquia, lançado em 2017.

Na história, Tony aparece mais maduro e responsável: deixou pra trás os trambiques e agora trabalha coordenando uma super colônia de férias. Mas ele perde completamente o juízo quando entra em cena o politicamente correto e todo certinho Beto, papel de Danton Mello, namorado da irmã, Ângela, interpretada por Leticia Isnard, e candidato a padrasto dos seus amados sobrinhos.

O elenco conta também com Ana Lúcia Torre, como Cecilia, mãe de Tony e Ângela, e com Eduardo Galvão, em um de seus últimos papeis; o ator, que também fez o primeiro longa da franquia, interpreta Gustavo, ex-marido de Ângela e pai das crianças. Julia Svacinna, João Barreto, Soffia Monteiro e Fhelipe Gomes completam o elenco.

Dirigido por Pedro Antonio, o longa é produzido pela Arpoador Audiovisual e coproduzido pela  Sony Pictures, Globo Filmes, Telecine e Morena Filmes. A distribuição é da H2O Films.

Confira o trailer de Um Tio Quase Perfeito 2:

Foto: Desirée do Valle.

7ª Mostra de Cinema de Gostoso acontecerá em fevereiro e será on-line

por: Cinevitor

mostragostosoonlineCinema na praia: exibições ao ar livre.

A Mostra de Cinema de Gostoso, que geralmente acontece em novembro, no Rio Grande do Norte, se aproxima de sua sétima edição já consolidada no calendário dos principais festivais de cinema do Brasil.

Valorizada pelo impacto positivo na economia local e reconhecida por realizadores, jornalistas e pelo público de todo o país por sua programação de qualidade, este ano a Mostra passará por ajustes e será realizada sob as condições excepcionais exigidas pela pandemia de Covid-19.

Com direção geral e curadoria de Eugênio Puppo e Matheus Sundfeld, a 7ª Mostra de Cinema de Gostoso será realizada em formato on-line, de 24 a 28 de fevereiro de 2021, com acesso totalmente gratuito. Através de parcerias a serem firmadas com plataformas de streaming e sites, o projeto continuará oferecendo uma programação composta pela exibição de filmes e a realização de debates, masterclasses e oficinas.

Se por um lado este ano não será possível a experiência única das exibições ao ar livre na Praia do Maceió, entre outras atividades e vivências da Mostra, por outro, na internet é possível expandir e ampliar o alcance e o engajamento do público, com mais visibilidade aos parceiros e às ações da Mostra de Cinema de Gostoso.

Em janeiro de 2021, mais detalhes sobre o formato e programação serão divulgados. A Mostra é uma realização da Heco Produções, CDHEC – Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania e Guajirú Produções.

Foto: Divulgação/Heco Produções.

Festival Internacional de Cinema de Roterdã 2021: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor

carroreiroterda2Matheus Nachtergaele no filme pernambucano Carro Rei, de Renata Pinheiro.

O Festival Internacional de Cinema de Roterdã (IFFR, International Film Festival Rotterdam), que acontece na Holanda, é considerado um dos maiores do mundo e destaca obras cinematográficos dirigidas por novos cineastas. Além das seções oficiais em sua programação, também apresenta retrospectivas e programas temáticos.

Neste ano, para comemorar sua 50ª edição, o evento acontecerá em formato híbrido e em duas etapas por conta da pandemia de Covid-19. O festival começa no dia 1º de fevereiro e segue até o dia 7, com exibições físicas e virtuais de suas mostras competitivas, além de exibições on-line em uma plataforma especial. Depois, o IFFR encerrará seu aniversário entre os dias 2 e 6 de junho, com uma celebração festiva, incluindo apresentações ao ar livre e exibições em cinemas de todo o país.

O cinema brasileiro está representado com duas produções. Na competição oficial, conhecida como Tiger Competition, aparece com Madalena, de Madiano Marcheti. Na trama, a morte de uma mulher trans une três vidas no coração agrário do Brasil. O elenco conta com Natália Mazarim, Rafael de Bona e Pamella Yule e foi rodado em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Além disso, foi o único representante do Brasil no Festival de San Sebastián, na Espanha, na categoria Working in Progress, em 2019.

O filme tem como ponto de partida o corpo de Madalena, encontrado em uma plantação de soja. Na sequência, a trama acompanha a história de três jovens, Luziane, Bianca e Cristiano, que vivem contextos diferentes em uma mesma cidade. Embora não se conheçam, o espírito de Madalena, que esvoaça sobre a cidade, torna-se um elo entre os três. O longa denuncia a violência constante do país que mais mata a população LGBTQIA+.

Em nota oficial, o diretor comentou: “Estou extremamente feliz e honrado pela oportunidade de estrear meu primeiro longa-metragem em um festival da envergadura do Festival de Roterdã. Nós, cineastas brasileiros, enfrentamos muitas dificuldades para fazer com que nossos filmes cheguem às telas, sobretudo no momento atual que é particularmente sombrio no que diz respeito ao setor da cultura. Por isso, sou muito grato por ter a chance de levar mais um filme brasileiro para uma janela internacional de cinema tão prestigiada. Um filme do Centro-Oeste brasileiro que procura levantar discussões que considero importantes e urgentes, como meio ambiente e direitos humanos”.

madalenaroterda1Cena do filme brasileiro Madalena, de Madiano Marcheti.

O júri da Tiger Competition será formado por: Lemohang Jeremiah Mosese, cineasta e artista visual; Orwa Nyrabia, diretora artística do IDFA, International Documentary Film Festival Amsterdam; Hala Elkoussy, artista visual e cineasta; Helena van der Meulen, roteirista; e Ilse Hughan, produtora de filmes. O time concederá três prêmios: o Tiger Award, com uma recompensa de 40 mil euros em dinheiro, e dois Special Jury Awards, cada um com uma recompensa de 10 mil euros.

Na seção Big Screen Competition, o Brasil se destaca com Carro Rei, de Renata Pinheiro. A trama destaca um rapaz com a habilidade de conversar com carros e um carro com ideias totalitárias. O filme tem como tema uma mobilização popular que toma um caminho irracional e perigoso, combinando elementos fantásticos para abordar questões sociais e políticas do presente. A história se passa em Caruaru, uma cidade média nordestina, em Pernambuco, onde a crise econômica afeta a todos, especialmente a classe trabalhadora. A ideologia de extrema direita, carregada de falsas esperanças, se espalha com velocidade; e ela chega de carro.

O protagonista é Uno, papel de Luciano Pedro Jr, que ganha esse nome em homenagem ao primeiro carro adquirido por seus pais, e no qual ele nasceu a caminho da maternidade. Uno, desde criança, fala com esse mesmo carro, e o considera como seu melhor amigo. Um acidente trágico separa os dois: Uno se torna um jovem ativista ambiental, enquanto o carro é despachado para o ferro-velho do seu tio Zé Macaco, interpretado por Matheus Nachtergaele, um mecânico com ideias mirabolantes.

A diretora, que assina o roteiro com Sergio Oliveira e Leo Pyrata, define o longa como “um filme sobre luta de classes. O projeto surge da observação das cidades brasileiras e da constatação de um exagerado apego da população aos automóveis. Os carros particulares ocupam as ruas, as mentes e os planos dos governantes: são mais que veículos, são tratados com mais regalias que os transeuntes. Essa importância desproporcional dos automóveis na sociedade brasileira, pode ser fruto de uma falsa crença que o carro é um símbolo de ascensão social e prosperidade. Carro Rei é o resultado de uma investigação artística que busca construir uma relação interpessoal entre personagens inusitados, objetos inanimados e humanos, em ambientes que revelam essa complexidade. Nos meus filmes tento construir uma narrativa considerando que linguagem visual é tão importante quanto o diálogo. E neste contexto, os objetos também tem grande significância e são personagens vivos”.

A Big Screen Competition, recentemente ampliada com uma seleção maior de títulos na nova estrutura da programação do IFFR, apresenta uma seleção diversa que preenche a lacuna entre o cinema popular, clássico e de arte. O filme vencedor receberá o prêmio VPRO Big Screen, terá estreia garantida na Holanda e será transmitido na TV holandesa. Há também um prêmio em dinheiro de 30 mil euros; metade para o distribuidor que decidir comprar o filme.

Conheça os filmes selecionados para o Festival Internacional de Cinema de Roterdã 2021:

TIGER COMPETITION

Agate mousse, de Selim Mourad (Líbano)
Bebia, à mon seul désir, de Juja Dobrachkous (Geórgia/Reino Unido)
Bipolar, de Queena Li (China)
Black Medusa, de ismaël e Youssef Chebbi (Tunísia)
A Corsican Summer, de Pascal Tagnati (França)
The Edge of Daybreak, de Taiki Sakpisit (Tailândia/Suíça)
Feast, de Tim Leyendekker (Holanda)
Friends and Strangers, de James Vaughan (Austrália)
Gritt, de Itonje Søimer Guttormsen (Noruega)
Landscapes of Resistance, de Marta Popivoda (Sérvia/Alemanha/França)
Liborio, de Nino Martínez Sosa (República Dominicana/Porto Rico/Qatar)
Looking For Venera, de Norika Sefa (Kosovo/Macedônia)
Madalena, de Madiano Marcheti (Brasil)
Mayday, de Karen Cinorre (EUA)
Mighty Flash, de Ainhoa Rodríguez (Espanha)
Pebbles, de Vinothraj P.S. (Índia)

BIG SCREEN COMPETITION

Archipel, de Félix Dufour-Laperrière (Canadá)
Aristocrats, de Sode Yukiko (Japão)
As We Like It, de Chen Hung-i/Muni Wei (Taiwan)
Aurora, de Paz Fábrega (Costa Rica/México)
Carro Rei, de Renata Pinheiro (Brasil)
The Cemil Show, de Bariş Sarhan (Turquia)
Drifting, de Jun Li (Hong Kong)
The Harbour, de Rajeev Ravi (Índia)
The Last Farmer, de M. Manikandan (Índia)
Les Sorcières de l’Orient, de Julien Faraut (França)
Lone Wolf, de Jonathan Ogilvie (Austrália)
The North Wind, de Renata Litvinova (Rússia)
El perro que no calla, de Ana Katz (Argentina)
Sexual Drive, de Yoshida Kota (Japão)
The Year Before the War, de Dāvis Sīmanis (Letônia)

*Clique aqui e confira a seleção completa.

Fotos: Boulevard Filmes/Vitrine Filmes.