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Candango: Memórias do Festival: Lino Meireles fala sobre o documentário que conta a história do Festival de Brasília

por: Cinevitor

festbrasiliadoc1Festival de Brasília do Cinema Brasileiro: memória cultural do país.

Dirigido pelo brasiliense Lino Meireles e realizado com recursos próprios, Candango: Memórias do Festival é um documentário que reúne depoimentos de cineastas, atores, organizadores, jornalistas e profissionais da arte e da fotografia para contar a história do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, criado em 1965 pelo crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes.

As filmagens somaram 65 horas de entrevistas realizadas em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Ruy Guerra, Neville D’Almeida, Lúcia Murat, Helena Ignez, Vladimir Carvalho e Cacá Diegues, além de outros veteranos e nomes da nova geração de diretores e atrizes como Maeve Jinkins, José Eduardo Belmonte, Juliano Cazarré, Claudio Assis e Rodrigo Santoro falaram da importância do festival para o cinema brasileiro e relataram experiências vividas em suas respectivas participações no evento.

Candango: Memórias do Festival é um projeto de autoria de Lino Meireles que contempla um livro de mesmo título, lançado há três anos na 50ª edição do festival, e um banco de dados com informações de todas as edições do evento. Meireles espera que a história do Festival de Brasília continue sendo narrada por profissionais que se interessem pela memória cultural do país e considera que o primeiro volume do seu livro é apenas o início de um trabalho que deve ter prosseguimento.

festbrasiliadoc3Lino Meireles: cineasta brasiliense.

Em 1965, um ano após o início da ditadura militar brasileira, um oásis de liberdade foi inaugurado na capital do país: o Festival de Cinema de Brasília, marco da resistência cultural e política. Este documentário conta a trajetória do evento a partir de relatos das pessoas que construíram a história do festival, entre elas a cineasta e atriz Helena Ignez, o diretor de fotografia Walter Carvalho, o ator Antonio Pitanga e o crítico Rubens Ewald Filho. O filme propõe o resgate da memória do que se passou em mais de 50 anos de celebração do cinema brasileiro pelas lembranças de mais de 50 entrevistados.

Para falar mais sobre o longa, que integra a seleção da 53ª edição do Festival de Brasília, conversamos com o diretor por e-mail. Confira os melhores momentos:

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro sempre foi considerado um dos mais importantes entre tantos eventos ligados ao cinema no país. Como surgiu a ideia de contar a história do festival?

Engraçado, tive a ideia durante o festival de 2016. Um amigo ia reexibir seu primeiro curta-metragem, de 1996, durante uma tarde. Aquele filme, Depois do Escuro, foi o primeiro trabalho do Rodrigo Santoro para cinema. Quem imaginaria isso? Que a carreira dele no cinema começou em Brasília? Comecei a imaginar, quantas histórias não aconteceram durante estes anos todos que, hoje em dia, poderiam adquirir uma importância muito maior devido aos seus efeitos posteriores? Fora a importância histórica do próprio festival. Era um projeto que eu poderia dedicar à minha cidade.

Sendo brasiliense, qual sua ligação com o evento? Você sempre participou? Quais suas histórias pessoais mais marcantes do festival?

Minha relação sempre foi como espectador. Participei com meu primeiro curta-metragem, em 2010, da Mostra Brasília, exclusiva para filmes da capital mas que, naquele ano, incluía todos os inscritos. Acho que só por isso entrei; hoje tem uma curadoria. Lamento dizer que não tenho nada de marcante exceto os filmes… e aquela sala do Cine Brasília entupida. Nunca houve algo como aquilo, tem um trecho do filme sobre isso. Ficava sem um centímetro quadrado livre em todas as superfícies. Talvez por ser um mero espectador, pude fazer o filme pronto para ouvir as histórias dos outros.

O filme funciona muito bem como um registro histórico não só do festival, mas também do cinema brasileiro. Ao longo da projeção, percebemos a evolução da nossa filmografia: primeiro a forte presença masculina entre os selecionados e premiados; depois a ascensão das mulheres; a interferência da censura; a consagração de outras produções fora do eixo Rio/São Paulo, como o cinema pernambucano; o surgimento de novos realizadores promissores; entre outros momentos marcantes. Como funcionou e quanto tempo durou sua pesquisa para traçar essa linha narrativa e cronológica?

Eu conhecia isso, e por isso mesmo sabia que daria um filme. Se for bom ou ruim depende da expectativa de cada espectador, mas a importância do filme é garantida por explicitar essa movimentação que você identifica. A história do festival é a história do nosso Cinema. Em cada época procuramos episódios que pudessem falar da época como um todo e a história do festival fala do nosso cinema como um todo também. A pesquisa foi longa e a busca por material de arquivo extensa. Dois anos. Por isso saiu mais coisa: um livro e uma enciclopédia digital do festival, provavelmente a única no país, disponível on-line. Clique aqui.

festbrasiliadoc2Cine Brasília: local de muitas histórias e momentos inesquecíveis.

O documentário traz um time importante e consagrado de entrevistados. Com tantas histórias narradas (desde as vaias no Cine Brasília, encontros no Hotel Nacional, discursos potentes, brigas, festas, convidados ilustres), como foi feita a escolha dos entrevistados? E como funcionou o processo de montagem? Ao total, quantas horas de material foram filmadas?

A busca por entrevistados foi um tiroteio glorioso, pra todos os lados. A preocupação era gravar depoimentos para a posterioridade sem pensar em como montar tudo depois. Eu tinha um intervalo de tempo para fazer, fomos formando equipes nas cidades onde passamos, e topávamos tudo. Por isso, num futuro próximo, as entrevistas ficarão disponíveis via internet, na íntegra. Tínhamos 61 horas de entrevistas e 40 de material de arquivo. Foi esse material de arquivo que ditou o rumo do filme. Primeiro fizemos uma busca abrangente e, à medida em que focávamos nas histórias que seriam contadas, renovávamos a pesquisa. Eu não consigo assistir trechos do que ficou de fora. É doído.

O documentário, super informativo, traz um sentimento de nostalgia, principalmente pra quem já participou presencialmente, e também resgata a essência do festival. Fala-se dos filmes, da importância do público, da crítica, dos realizadores e de como ser premiado em Brasília alavancava a carreira de uma obra. Exibido em alguns festivais, Candango chega agora ao próprio Festival de Brasília. Como você acha e/ou espera que o filme reverbere nos espectadores? Qual sua expectativa?

É um momento propício para este filme. Um momento de desmonte, de pandemia… A perspectiva histórica que ele traz é de refletir o poder e a resistência do nosso cinema. De que ele já passou por isso e se reconstrói, levando o tempo que precisar. Vale a pena fazer cinema aqui. Com essa mensagem, torço para que o filme alcance o máximo de pessoas possível, mas sempre mantenho minhas expectativas tímidas por uma característica minha. O filme pode ecoar por muito tempo. A própria identidade do festival, de resistência, parecia antiquada dez anos atrás, e hoje é mais necessária do que nunca. Minha realização pessoal é ter feito o filme. Ele estará por aí por bastante tempo.

*O filme pode ser visto entre os dias 15 e 20 de dezembro na plataforma Canais Globo.

Entrevista e edição: Vitor Búrigo.
Fotos: Divulgação.

Cuidado com Quem Chama

por: Cinevitor

Host

Direção: Rob Savage

Elenco: Haley Bishop, Jemma Moore, Emma Louise Webb, Radina Drandova, Caroline Ward, Alan Emrys, Patrick Ward, Edward Linard, Jinny Lofthouse, Seylan Baxter, Jack Brydon, James Swanton.

Ano: 2020

Sinopse: Confinados durante a quarentena, seis amigos contratam uma médium para realizar uma sessão espírita virtual, mas as coisas começam a fugir ao controle.

Nota do CINEVITOR:

Mulher-Maravilha 1984

por: Cinevitor

mm84posterWonder Woman 1984

Direção: Patty Jenkins

Elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Kristen Wiig, Pedro Pascal, Robin Wright, Connie Nielsen, Lilly Aspell, Amr Waked, Kristoffer Polaha, Natasha Rothwell, Ravi Patel, Oliver Cotton, Lucian Perez, Gabriella Wilde, Kelvin Yu, Stuart Milligan, Shane Attwooll, David Al-Fahmi, Kevin Wallace, Wai Wong, Doutzen Kroes, Hari James, Betty Adewole, Camilla Roholm, Jessie Graff, Bronte Lavine, Briony Scarlett, Jade Johnson, Saïd Taghmaoui, Hayley Warnes, Miranda Chambers, Moe Sasegbon, Gwendolyn Smith, Ewen Bremner, Eugene Brave Rock, Lucy Davis, Lyon Beckwith, Ryan Watson, James C. Burke, Brandon Thane Wilson, Oakley Bull, Andy Riddle, Rey Rey Terry, Tina Edwards, John Bucy, Tracy Tobin, Asim Chaudhry, Raquel Merediz, Tessa Bonham Jones, Philip Philmar, Mensah Bediako, Russell Barnett, Peter Brooke, Jarren Dalmeda, Jasmine Clark, Jonathan Ajayi, Ed Birch, Bruce Mackinnon, Aykut Hilmi, Zaydun Khalaf, Patrick Lyster, Constantine Gregory, Luis Torrecilla, Sarah Barlondo, Lambro Demetriou, Jonny Barry, Michael Gabel, Colin Stinton, Mikayla Jade, Rich Lawton, Pedro Leandro, Bernardo Santos.

Ano: 2020

Sinopse: Avançando para a década de 1980, a próxima aventura da Mulher-Maravilha nos cinemas a coloca frente a dois novos inimigos: Max Lord e Mulher-Leopardo.

Nota do CINEVITOR:

nota-3-estrelas

Querência

por: Cinevitor

querenciaposter1Direção: Helvécio Marins Jr.

Elenco: Marcelo di Souza, Kaic Lima, Carlos Dalmir, Marcia Rosa, Vanessa Ribeiro, Rone Trindade, Nivaldo Botelho, Abadia Amparo Pires do Maciel, Diélyka Souza Maciel, Antonio Pires do Maciel, José Rones Trindade, Nilson Leite da Silva, Flaviano Nunes, Chocolate, Adilson José, Elaine Aparecida dos Santos, Dyan Carlos Rodrigues, Antonio de Assis Campos Cordeiro, Édson Pereira Mesquita, Moacir Cezar Naves, Francielle Luzia de Oliveira Alves, Margarida Brandão, Maria Sebastiana Martin Álvaro, Julia Cecília Gonçalves Rocha, Lucio & Luciano, Juscilene Divino Alves, Geraldo Latão, Junior Vieira, Adelson de Jesus Barbosa Ferreira, Ariel Cardoso da Silva, Claudinei Costa Moreira, Daniel Gomes Carvalho, Eudes Rayne Mendes Gomes Amorin, Felipe Pereira Carneiro, Marcony Campos Cordeiro, Phablício Graciano Chagas, Reinaldo Alves do Rosário, Valter Mendes da Silva, Welson de Jesus Barbosa Ferreira, Willian Alves de Oliveira, José Reinaldo de Almeida Machado, Helvécio Marins Jr., Édson Pereira Mesquita.

Ano: 2019

Sinopse: Marcelo vive no sertão de Minas Gerais. Ama a vida no campo e trabalha como vaqueiro, mas quer se tornar narrador profissional de rodeios. Um dia a fazenda em que vive sofre um grave assalto. O incidente o impacta profundamente. Com a ajuda de seus melhores amigos, encara o desafio de se reerguer para realizar seu maior sonho: o desafio de se tornar um grande narrador de rodeios.

Nota do CINEVITOR:

nota-3-estrelas

Conheça os vencedores do 15º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro

por: Cinevitor

aruanda15vencedoresCerimônia de encerramento presencial, em João Pessoa, na Paraíba. 

Os vencedores da 15ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro foram anunciados nesta quarta-feira, 16/12, em cerimônia presencial no Cinépolis Manaíra Shopping, em João Pessoa. Os melhores curtas e longas, escolhidos pelo júri especializado e por júri popular, foram apresentados ao público. Neste ano, foram entregues também R$ 47 mil em premiação.

Na Mostra Competitiva Nacional de longa-metragem, o grande vencedor foi o documentário Glauber, Claro, de César Meneghetti, premiado em cinco categorias, entre elas, a de melhor filme, além de R$ 8 mil. Neste ano, o júri oficial não atribuiu prêmio de direção de arte.

Entre os curtas, A Profundidade da Areia, de Hugo Reis, e A Pontualidade dos Tubarões, de Raysa Prado, empataram na categoria de melhor filme, além do prêmio de R$ 4 mil. Neste ano, o júri não atribuiu prêmio de melhor figurino.

Na mostra Sob o Céu Nordestino, o pernambucano King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante, foi consagrado em sete categorias, entre elas, melhor filme, além de R$ 5mil. O curta paraibano Remoinho, de Tiago A. Neves foi escolhido pelo júri e levou o prêmio de R$ 3 mil.

O Júri da Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, formando por Marcelo Milici, Suzana Uchôa Itiberê e Bertrand Lira, concedeu o prêmio de melhor curta-metragem para A Profundidade da Areia, de Hugo Reis, pela abordagem fantástica de um tema urgente, com significativo trabalho de som e ousadia narrativa. O vencedor do prêmio de melhor longa-metragem foi Codinome Clemente, de Isa Albuquerque, pelo resgate de um personagem ímpar que abraçou a luta armada em um dos momentos mais tenebrosos da história recente do Brasil.

O Prêmio Mistika, em serviços de produção, de conformação, correção de cor, finalização, aplicação de letreiros, masterização de DCP e arquivos digitais (com validade por 1 ano) foi entregue para o melhor longa nacional e o melhor longa da mostra Sob o Céu Nordestino no valor de 20 mil reais; para os curtas nacionais e nordestinos, foram entregues 5 mil reais.

Nesta edição comemorativa, que aconteceu em formato híbrido, três nomes foram homenageados. Pela contribuição como diretor de fotografia ao audiovisual paraibano, João Carlos Beltrão foi o primeiro homenageado da noite. Helena Solberg, a segunda homenageada da noite, foi agraciada pelo conjunto da obra como cineasta, produtora e roteirista. Vânia Perazzo foi homenageada pelo conjunto da obra e pioneirismo no cinema paraibano.

O Comitê de Seleção de Curtas-Metragens da Mostra Competitiva Nacional foi formado por: Amilton Pinheiro, Marcus Mello e Suyene Correia. O Júri Oficial da Mostra Competitiva de Longas e Curtas contou com Susanna Lira e Helena Solberg; já o júri da Mostra Competitiva de Longas e Curtas Sob o Céu Nordestino teve Danny Barbosa no comando.

Confira a lista completa com os vencedores do Fest Aruanda 2020:

MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL | LONGAS-METRAGENS

Melhor Filme: Glauber, Claro, de César Augusto Meneghetti (SP)
Melhor Filme | Júri Popular: Codinome Clemente, de Isa Albuquerque (RJ)
Melhor Direção: José Barahona, por Nheengatu – A Língua da Amazônia
Melhor Roteiro: Glauber, Claro, escrito por César Meneghetti
Melhor Personagem Feminino: Kátia Silvério, por Chico Rei Entre Nós
Melhor Personagem Masculino: Glauber Rocha, por Glauber, Claro
Melhor Fotografia: Glauber, Claro, por Eugenio Barcelloni
Melhor Desenho de Som: Nheengatu – A Língua da Amazônia, por José Barahona e Damião Lopes
Melhor Edição: Glauber, Claro, por Willem Dias
Melhor Trilha Sonora: Chico Rei Entre Nós, por Sérgio Pererê

MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL | CURTAS-METRAGENS

Melhor Filme: A Profundidade da Areia, de Hugo Reis (ES)
Melhor Filme | Júri Popular: Recôncavo, de Pedro Henrique Barbosa (DF)
Melhor Direção: À Beira do Planeta Mainha Soprou a Gente, de Bruna Barros e Bruna Castro
Melhor Roteiro: A Profundidade da Areia, escrito por Hugo Reis
Melhor Atriz: Zezita Matos, por Remoinho
Melhor Ator: André Morais, por Pranto
Melhor Desenho de Som: A Profundidade da Areia, por Hugo Reis
Melhor Fotografia: A Profundidade da Areia, por Igor Pontini
Melhor Edição: À Beira do Planeta Mainha Soprou a Gente, por Bruna Barros e Bruna Castro
Melhor Trilha Sonora: Rasga Mortalha, por João Simas, Thierry Castelo, Jales Carvalho, Viviane Vazzi, Pedro e André Lucap
Melhor Direção de Arte: Rasga Mortalha, por Raul Luna
Menção Honrosa: A Pontualidade dos Tubarões, de Raysa Prado (PB)
Menção Honrosa: Mãtãnãg, a Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho (MG)

MOSTRA SOB O CÉU NORDESTINO | LONGAS

Melhor Filme: King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante (PE)
Melhor Filme | Júri Popular: King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante
Melhor Direção: Camilo Cavalcante, por King Kong en Asunción
Melhor Roteiro: King Kong en Asunción, escrito por Camilo Cavalcante
Melhor Atriz: Rejane Arruda, por As Órbitas da Água
Melhor Ator: Antonio Saboia, por As Órbitas da Água
Melhor Fotografia: King Kong en Asunción, por Camilo Soares
Melhor Edição: A Jangada de Welles, por Petrus Cariry e Firmino Holanda
Melhor Desenho de Som: Swingueira, por João Martins e Juliana Gurgel
Melhor Trilha Sonora: King Kong en Asunción, por Shaman Herrera
Melhor Direção de Arte: Aponta pra Fé – Ou Todas as Músicas da Minha Vida, por Helder Nóbrega
Melhor Figurino: King Kong en Asunción, por Luján Riquelme, Lia González e Paulo Ricardo

MOSTRA SOB O CÉU NORDESTINO | CURTAS

Melhor Filme: Remoinho, de Tiago A. Neves
Melhor Filme | Júri Popular: Makinaria, de Igor Tadeu
Melhor Direção: Tiago A. Neves, por Remoinho
Melhor Roteiro: Cura-me, escrito por Eduardo Varandas Araruna
Melhor Atriz: Ingrid Trigueiro, por Cura-me
Melhor Ator: André Morais, por Pranto
Melhor Fotografia: Reinado Imaginário, por Tiago A. Neves
Melhor Edição: Makinaria, por João Paulo Palitot
Melhor Desenho de Som: Pranto, por Edson Lemos
Melhor Trilha Sonora: A Pontualidade dos Tubarões, por Paulo Ramon
Melhor Direção de Arte: Pranto, por Ju Escorel
Melhor Figurino: E Agora Você?, por JR Nessim

PRÊMIO ABRACCINE

Melhor Curta: A Profundidade da Areia, de Hugo Reis
Melhor Longa: Codinome Clemente, de Isa Albuquerque

OUTROS PRÊMIOS

Prêmio Laboratório Aruanda/Energisa de Projetos – Susanna Lira

1º lugar + R$ 2 mil: Anna Diniz; projeto: Feminicídio na Paraíba
2º lugar: Maycon de Carvalho Sousa; projeto: Fosséis
3º lugar: Bruna Dias e Carine Fiúza; projeto: Um Oceano Inteiro

MOSTRA TV UNIVERSITÁRIA
*Júri: Lucia Caus, Ana Lúcia Medeiros e Alberto Ricardo Pessoa

Documentário: Em Palcos Televisivos, de Fabiano Diniz (TV UFPB)
Programa de TV: Entremeios, de Danielle Huebra (TV UFPB)
Interprograma: Conheça a história do eclipse que colocou o Brasil no centro da ciência mundial, de Ruth Andrade (TVU Rio Grande do Norte)
Reportagem: o júri considerou que os trabalhos não atingiram a pontuação necessária para a premiação

PRÊMIOS PARAIBANOS

Videoclipe: Terezinha, da Banda Permeia
Lyric Vídeo: Ingsson Vasconcelos e Poet, Banda Sky Boon/Lyric Vídeo – Yuri da Costa
TCC: Urbano Sertão, de João Victor Torres

*Clique aqui e confira nossa entrevista com Lucio Vilar, diretor executivo do festival, sobre essa edição especial.

Foto: Mano de Carvalho.

Festival Sundance de Cinema 2021: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor

lucianainabitavelsundanceLuciana Souza no curta brasileiro Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho.

A 43ª edição do Festival Sundance de Cinema, um dos eventos mais importantes do cinema independente, que acontecerá entre os dias 28 de janeiro e 3 de fevereiro de 2021, anunciou nesta terça-feira, 15/12, sua seleção oficial.

Por conta da pandemia de Covid-19, o evento será em formato híbrido: presencial e on-line. Algumas sessões estão programadas para o Ray Theatre, em Utah; outras estarão disponíveis virtualmente e também em drive-in em 24 estados americanos.

Neste ano, serão 72 longas-metragens na programação. Entre os curtas, foram selecionados 50, de 27 países, entre 9.933 inscrições. Nesta mostra, o Brasil está representado pelo premiado Inabitável, curta pernambucano dirigido por Matheus Farias e Enock Carvalho.

O curta é protagonizado pela baiana Luciana Souza e conta também com as atrizes pernambucanas Sophia WilliamErlene Melo, Laís Vieira e Eduarda Lemos; e os atores Val Júnior e Carlos Eduardo Ferraz. O filme narra a história de Marilene, que procura por sua filha desaparecida depois de não retornar de uma festa. “Estamos muito felizes com o fato de o filme estar na seleção oficial do Festival de Sundance porque isso significa que muitas pessoas descobrirão Inabitável a partir de agora. Isso gera uma nova onda de pensamentos em torno do filme, novos debates e críticas. Sundance é uma maravilhosa vitrine para o cinema mundial e o filme toca em questões sobre o Brasil que são muito importantes”, afirma Enock Carvalho.

Outro representante brasileiro é o longa gaúcho A Nuvem Rosa, de Iuli Gerbase e produzido por Patricia Barbieri, que aparece na Competição Internacional de Drama. Na trama, uma nuvem rosa tóxica surge em diversos países, forçando todos a ficarem confinados. Giovana está presa em um apartamento com Yago, um cara que havia recém conhecido em uma festa. Enquanto esperam a nuvem passar, eles precisam viver como um casal. Ao longo dos anos, Yago vive sua própria utopia, enquanto Giovana sente-se cada vez mais aprisionada. O elenco conta com Renata de Lélis, Eduardo Mendonça, Helena Becker, Kaya Rodrigues e Girley Brasil Paes.

nuvemrosasundanceCena do longa A Nuvem Rosa, de Iuli Gerbase: selecionado.

Sobre a edição de 2020, Tabitha Jackson, diretora do Festival de Sundance, disse: “Apesar dos desafios que este ano trouxe, nada poderia nos impedir de celebrar o cinema independente, artistas visionários, perspectivas únicas e você, nosso público aventureiro. Então, pela primeira vez, estamos trazendo o festival até você; tanto on-line quanto no mundo real. O coração do nosso festival é a nossa comunidade. A união de artistas e público forma algo verdadeiramente extraordinário”.

A programação deste ano conta com 50% dos filmes dirigidos por uma ou mais mulheres. Além disso, 4% são dirigidos por um ou mais indivíduos não binários; 15% dirigidos por uma ou mais pessoas que se identificam como LGBTQIA+; e 51% dirigidos por um ou mais artistas negros.

Na Competição Americana, destacam-se ficções e documentários inéditos de novos nomes do cinema independente americano; na Competição Internacional, produções dirigidas por talentos emergentes do cinema mundial oferecem novas perspectivas e estilos inventivos; na Mostra Next, filmes americanos considerados ousados e criativos completam a programação; na seção Premieres, destacam-se algumas das estreias mais esperadas para o próximo ano; em Midnight, uma seleção que vai do horror à comédia, com obras que desafiam a classificação de gênero; em Spotlight, é possível rever alguns filmes consagrados no ano anterior; em Indie Series, uma vitrine dedicada para criadores emergentes de conteúdo produzido de forma independente para plataformas de transmissão, web e streaming; na mostra Shorts, uma seleção de curtas de vários países; e a New Frontier apresenta uma vitrine para trabalhos dinâmicos e inovadores entre cinema, arte e tecnologia.

Conheça os filmes selecionados para o Festival de Sundance 2021:

COMPETIÇÃO AMERICANA | DRAMA

Coda, de Siân Heder
I Was a Simple Man, de Christopher Makoto Yogi
Jockey, de Clint Bentley
John and the Hole, de Pascual Sisto
Mayday, de Karen Cinorre
On the Count of Three, de Jerrod Carmichael
Passing, de Rebecca Hall
Superior, de Erin Vassilopoulos
Together Together, de Nikole Beckwith
Wild Indian, de Lyle Mitchell Corbine Jr.

COMPETIÇÃO AMERICANA | DOCUMENTÁRIO

Ailey, de Jamila Wignot
All Light, Everywhere, de Theo Anthony
At the Ready, de Maisie Crow
Cusp, de Parker Hill e Isabel Bethencourt
Homeroom, de Peter Nicks
Rebel Hearts, de Pedro Kos
Rita Moreno: Just a Girl Who Decided to Go For It, de Mariem Pérez Riera
Summer Of Soul (…Or, When The Revolution Could Not Be Televised), de Ahmir “Questlove” Thompson
Try Harder!, de Debbie Lum
Users, de Natalia Almada (EUA/México)

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | DRAMA

The Dog Who Wouldn’t Be Quiet, de Ana Katz (Argentina)
El Planeta, de Amalia Ulman (EUA/Espanha)
Fire in the Mountains, de Ajitpal Singh (Índia)
Hive, de Blerta Basholli (Kosovo/Suíça/Macedônia/Albânia)
Human Factors, de Ronny Trocker (Alemanha/Itália/Dinamarca)
Luzzu, de Alex Camilleri (Malta)
One for the Road, de Baz Poonpiriya (China/Hong Kong/Tailândia)
A Nuvem Rosa (The Pink Cloud), de Iuli Gerbase (Brasil)
Pleasure, de Ninja Thyberg (Suécia/Holanda/França)
Prime Time, de Jakub Piątek (Polônia)

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | DOCUMENTÁRIO

Faya Dayi, de Jessica Beshir (Etiópia/EUA)
Flee, de Jonas Poher Rasmussen (Dinamarca/França/Suécia/Norugea)
Inconvenient Indian, de Michelle Latimer (Canadá)
Misha and the Wolves, de Sam Hobkinson (Reino Unido/Bélgica)
The Most Beautiful Boy in the World, de Kristina Lindström e Kristian Petri (Suécia)
Playing With Sharks, de Sally Aitken (Austrália)
President, de Camilla Nielsson (Dinamarca/EUA/Noruega)
Sabaya, de Hogir Hirori (Suécia)
Taming the Garden, de Salomé Jashi (Suíça/Alemanha/Geórgia)
Writing With Fire, de Rintu Thomas e Sushmit Ghosh (Índia)

NEXT

The Blazing World, de Carlson Young (EUA)
Cryptozoo, de Dash Shaw (EUA)
First Date, de Manuel Crosby e Darren Knapp (EUA)
Ma Belle, My Beauty, de Marion Hill (EUA/França)
R#J, de Carey Williams (EUA)
Searchers, de Pacho Velez (EUA)
Son of Monarchs, de Alexis Gambis (México/EUA)
Strawberry Mansion, de Albert Birney e Kentucker Audley (EUA)
We’re All Going to the World’s Fair, de Jane Schoenbrun (EUA)

PREMIERES

Amy Tan: Unintended Memoir, de James Redford (EUA)
Bring Your Own Brigade, de Lucy Walker (EUA)
Eight for Silver, de Sean Ellis (EUA/França)
How it Ends, de Daryl Wein e Zoe Lister-Jones (EUA)
In The Earth, de Ben Wheatley (Reino Unido)
In The Same Breath, de Nanfu Wang (EUA)
Land, de Robin Wright (EUA)
Marvelous and The Black Hole, de Kate Tsang (EUA)
Mass, de Fran Kranz (EUA)
My Name is Pauli Murray, de Betsy West e Julie Cohen (EUA)
Philly D.A., criado por Ted Passon, Yoni Brook e Nicole Salazar (EUA)
Prisoners of the Ghostland, de Sion Sono (EUA)
The Sparks Brothers, de Edgar Wright (Reino Unido)
Street Gang: How We Got To Sesame Street, de Marilyn Agrelo (EUA)

MIDNIGHT

Censor, de Prano Bailey-Bond (Reino Unido)
Coming Home in the Dark, de James Ashcroft (Nova Zelândia)
A Glitch in the Matrix, de Rodney Ascher (EUA)
Knocking, de Frida Kempff (Suécia)
Mother Schmuckers, de Lenny Guit e Harpo Guit (Bélgica)
Violation, de Madeleine Sims-Fewer e Dusty Mancinelli (Canadá)

SPOTLIGHT

Night of the Kings, de Philippe Lacôte (França/Costa do Marfim/Canadá/Senegal)
The World to Come, de Mona Fastvold (EUA)

SPECIAL SCREENINGS

Life in a Day 2020, de Kevin Macdonald (Reino Unido/EUA)

CURTAS

FICÇÃO | U.S. Fiction

Ava From My Class, de Youmin Kang (EUA/Coreia do Sul)
Bambirak, de Zamarin Wahdat (EUA/Alemanha)
BJ’s Mobile Gift Shop, de Jason Park
Bruiser, de Miles Warren
Don’t Go Tellin’ Your Momma, de Topaz Jones (EUA/Alemanha/França/Itália)
Doublespeak, de Hazel McKibbin
i ran from it and was still in it, de Darol Olu Kae
In the Air Tonight, de Andrew Norman Wilson
LATA, de Alisha Mehta (EUA/Índia)
Raspberry, de Julian Doan
The Touch of the Master’s Hand, de Gregory Barnes
White Wedding, de Melody C Roscher
Wiggle Room, de Sam Guest e Julia Baylis
Yoruga, de Federico Torrado Tobón (EUA/Colômbia)
You Wouldn’t Understand, de Trish Harnetiaux (EUA)

FICÇÃO | INTERNACIONAL

The Affected, de Rikke Gregersen (Noruega)
Black Bodies, de Kelly Fyffe-Marshall (Canadá)
The Criminals, de Serhat Karaaslan (França/Romênia/Turquia)
Excuse Me, Miss, Miss, Miss, de Sonny Calvento (Filipinas)
Five Tiger, de Nomawonga Khumalo (África do Sul)
Flex, de Josefin Malmen e David Strindberg (Suécia)
Like the Ones I Used to Know, de Annie St-Pierre (Canadá)
Lizard, de Akinola Davies, Jr. (Reino Unido)
The Longest Dream I Remember, de Carlos Lenin (México)
Mountain Cat, de Lkhagvadulam Purev-Ochir (Mongólia/Reino Unido)
Inabitável (Unliveable), de Matheus Farias e Enock Carvalho (Brasil)
The Unseen River, de Phạm Ngọc Lân (Vietnã/Laos)
We’re Not Animals, de Noé Debré (França)

DOCUMENTÁRIO

A Concerto is a Conversation, de Ben Proudfoot e Kris Bowers (EUA)
Dear Philadelphia, de Renee Osubu (EUA/Reino Unido)
The Field Trip, de Meghan O’Hara, Mike Attie e Rodrigo Ojeda-Beck (EUA)
My Own Landscapes, de Antoine Chapon (França)
The Rifleman, de Sierra Pettengill (EUA)
Snowy, de Kaitlyn Schwalje e Alex Wolf Lewis (EUA)
Spirits and Rocks: an Azorean Myth, de Aylin Gökmen (Suíça/Portugal)
Tears Teacher, de Noemie Nakai (Japão)
This is the Way We Rise, de Ciara Lacy (EUA)
To Know Her, de Natalie Chao (EUA/Hong Kong)
When We Were Bullies, de Jay Rosenblatt (EUA/Alemanha)
Up at Night, de Nelson Makengo (República Democrática do Congo/Bélgica)

ANIMAÇÃO

The Fire Next Time, de Renaldho Pelle (Reino Unido)
Forever, de Mitch McGlocklin (EUA)
The Fourfold, de Alisi Telengut (Canadá)
Ghost Dogs, de Joe Cappa (EUA)
GNT, de Sara Hirner e Rosemary Vasquez-Brown (Austrália)
KKUM, de Kang-min Kim (Coreia do Sul/EUA)
Little Miss Fate, de Joder von Rotz (Suíça)
Misery Loves Company, de Sasha Lee (EUA/Coreia do Sul)
Souvenir Souvenir, de Bastien Dubois (França)
Trepanation, de Nick Flaherty (EUA)

INDIE SERIES PROGRAM

4 Feet High, de María Belén Poncio e Rosario Perazolo Masjoan (Argentina/França)
Seeds of Deceit, de Miriam Guttmann (Holanda)
These Days, de Adam Brooks (EUA)
Would You Rather, criado por Lise Akoka e Romane Guéret (França/Alemanha)

*Clique aqui e confira a programação completa.

Foto: Gustavo Pessoa.

Entrevista: Lucio Vilar fala sobre a 15ª edição do Fest Aruanda, formato híbrido, curadoria e repercussão

por: Cinevitor

festaruanda2020lucioLucio Vilar, diretor executivo do festival, na edição do ano passado.

A 15ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que começou na quinta-feira, 10/12, e segue até o dia 17 de dezembro, precisou passar por mudanças para comemorar seus 15 anos e também os 60 anos do filme que dá nome ao evento, o curta-metragem Aruanda, de Linduarte Noronha, lançado em 1960.

A realidade imposta pela Covid-19, com os cinemas fechados ou ainda com muitas restrições, levou os eventos audiovisuais para a internet e esses foram os fatores que também levaram o diretor executivo do Fest Aruanda, Lucio Vilar, a pensar novos caminhos. Por fim, prevaleceu a decisão final da realização em formato híbrido: presencial e on-line. Assim, serão duas sessões presenciais, respeitando todos os protocolos sanitários já seguidos pela rede Cinépolis, no Brasil, com metade da lotação da sala, uso de máscaras, entre outros: sessão de abertura, que já aconteceu em João Pessoa, na Paraíba, e de encerramento.

As demais sessões seguem totalmente on-line através de uma plataforma especial (clique aqui). A linha curatorial do festival, assinada pelo jornalista Amilton Pinheiro, “transita, esse ano, por temas que estão na ordem do dia, no Brasil, como as questões indígenas, pautas identitárias, raciais, intolerância, ditadura militar e suas implicações nos anos 70 e o país, hoje, em turbulência com ameaças à sua jovem democracia”, aponta Vilar. Como sempre, a programação está distribuída entre curtas e longas das mostras Competitiva Nacional e Sob o Céu Nordestino, somando 42 filmes que poderão ser acessados a partir da plataforma para todo o Brasil e mundo.

festaruanda2020parte2Sala lotada para a sessão de abertura da edição passada.

Para falar mais sobre a realização desta 15ª edição do Fest Aruanda, conversamos virtualmente com Lucio Vilar, diretor executivo do evento, sobre a preparação do festival on-line, dificuldades, curadoria, cinema nordestino, plataforma especial e saldo final. Confira os melhores momentos:

PREPARATIVOS

“Quando você está fazendo a prestação de contas de uma edição, já começa a pensar na próxima. No caso, a próxima tinha toda essa simbologia dos 15 anos do festival, os 60 anos de Aruanda e os 90 anos do Linduarte Noronha se estivesse vivo. Já tínhamos isso muito claro, que o caráter do festival seria de efeméride. Porém, em março fomos surpreendidos pela pandemia, mas ainda tínhamos a doce ilusão que as coisas poderiam estar mais calmas no final do ano. Ninguém tinha noção exata da dimensão de tudo isso. Então, fomos nos adequando. Foi um processo muito doloroso, de muita angústia e a situação se complicando; os outros festivais sendo prorrogados e já adotando o on-line. Até então, eu acreditava que poderia fazer presencial no final do ano. Com isso, continuamos trabalhando na curadoria com o Amilton Pinheiro sempre presente”.

FILME DE ABERTURA

“A primeira vez que eu falei com o Roberto Berliner [diretor do documentário Os Quatro Paralamas], disse que queria fazer a abertura na praia. Ele vibrou, achou o máximo e ainda cogitou a presença do Herbert Vianna. Não deu certo, mas mantivemos o filme na abertura do festival e foi importante. Obedecemos todos os protocolos. A própria Cinépolis, nossa parceira há seis anos, já vem fazendo isso desde a reabertura das salas”.

REPERCUSSÃO VIRTUAL

“O mais bacana que tenho percebido é que as visualizações das mesas e dos debates vão aumentando com o passar dos dias porque fica tudo gravado. Fizemos um painel, por exemplo, que fiquei impressionado [Aruanda, 60 Anos Depois, com mediação de Maria do Rosário Caetano e participação dos cineastas Jorge Bodanzky e Vladimir Carvalho]. Foi uma aula magna com revelações sobre os bastidores e também sobre o processo de formação do Bodanzky falando sobre o quanto o filme foi importante ele”. Clique aqui e assista.

“Os debates presenciais ficavam muito restritos ao público presente. Acredito que o debate é a coisa mais importante de um festival, pois é um momento de aprendizado para todos; é um momento muito rico. E o festival oferece isso desde o início, assim como a requalificação profissional com as oficinas. No virtual, ganha-se ainda mais com muitas visualizações”.

aruandafilmeCena de Aruanda, de Linduarte Noronha: clássico do cinema brasileiro.

PLATAFORMA ESPECIAL

“Uma coisa que começamos a vislumbrar é que essa plataforma possa servir para outros fins. Por exemplo, os curtas não ganham tanto espaço de tela. De repente, podemos ter um aparato que possa democratizar isso. Essa plataforma foi pensada para o festival, mas já começo a vislumbrar para outras possibilidades. Eu ainda não sei como será, mas já é algo muito positivo”.

“A Paraíba é um dos estados com a mais intensa e consistente produção de curtas-metragens, tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo. Esses conteúdos às vezes se perdem porque ficam só em festivais, sem outro destino. Mais do que nunca, essa ideia de seguir com a plataforma, sendo vitrine para essa produção local e regional, ou até mesmo como uma Cinemateca do próprio festival, é muito positiva. São ideias que vamos pautar”.

“Nesta primeira experiência, tivemos alguns percalços e as próprias pessoas não estavam acostumadas. Mas agora, a máquina já está mais azeitada, pois demos o suporte e ensinamos o passo a passo. Isso faz parte do processo. Nunca fizemos e é uma experiência absolutamente nova. A empresa é a mesma que fez a plataforma do Olhar de Cinema [que aconteceu em outubro]. Ainda não temos os números oficiais, mas essa plataforma gera relatórios que serão muito importantes para avaliar o festival e o seu alcance para futuras edições, considerando que ainda não teremos a certeza do que virá”.

CINEMA NORDESTINO

“Para mim, esse viés nordestino no Fest Aruanda é um dos nossos maiores acertos. Em 2018, quando tivemos uma grande quantidade de longas, a mostra ganhou caráter competitivo. Foi uma virada de página na Paraíba. Acredito que a repercussão é a melhor possível, pois garantimos esse espaço de legitimação do curta-metragem nordestino e paraibano dentro do Aruanda. Em dados ainda não oficiais, o longa metragem paraibano Aponta Pra Fé – Ou Todas as Músicas da Minha Vida, de Kalyne Almeida, uma jovem diretora, foi um dos mais requisitados na sessão de ontem [domingo, 13/12]. Você começa a perceber uma procura e um interesse em conhecer a produção paraibana”.

aruandainscricoes2020Equipe do filme paraibano Desvio, de Arthur Lins: grande vencedor do ano passado.

REDES SOCIAIS

“Estamos com as redes sociais muito mais ativas do que nos anos anteriores. Sendo um festival híbrido, não teria como ficar só nas mídias tradicionais. Sabemos que quem dá o gás hoje em dia é a rede social. Precisávamos de gente jovem e com perfil para fazer isso. Estamos com uma equipe muito boa. Foi uma decisão acertada”.

CURADORIA E SALDO FINAL

“Acredito que com todas as dificuldades, angústias e incertezas que tivemos, já é uma grande vitória realizar nessas condições. Nos sentimos vitoriosos por ter realizado uma abertura digna. Foi muito válido. No sentido de, mais uma vez, reafirmar a importância do cinema paraibano, que vem desde 1960 e muita gente desconhece. Vocês precisam conhecer o filme Aruanda, que está disponível no YouTube, porque isso é a nossa história e é um filme que não envelheceu. É um clássico! Colocamos em debate, através dos filmes, um conjunto da obra da curadoria que permeia todos os filmes conectados. Há uma coesão e uma coerência do ponto de vista curatorial. Há uma linha que liga todos eles, é impressionante”.

“Aruanda, que abriu o festival, traz a temática negra colocada a partir do ponto de vista de um diretor branco, mas que revoluciona a maneira de fazer documentário no Brasil. O filme influenciou Glauber Rocha, que escreveu um artigo no suplemente dominical do Jornal do Brasil, que se tornou uma peça célebre, falando sobre introduzir o moderno no documentário brasileiro. Esses filmes todos, essas escolhas e as mesas, já permitem, nesse momento do festival, uma avaliação muito positiva de vitória. Esse é o sentimento diante todas as incertezas que vivemos. Quinze anos não poderiam passar em branco e tínhamos que manter o festival em pé. Ainda com duas sessões presenciais para manter o gostinho do calor da plateia; a abertura foi muito emocionante e o encerramento também promete pelas surpresas que sempre acontecem”, finalizou.

*Clique aqui e conheça os selecionados para a 15ª edição do Fest Aruanda, que segue até o dia 17 de dezembro.

Fotos: Mano de Carvalho/Divulgação.

CINEVITOR #380: Entrevista com Lázaro Ramos | Edição Especial + Homenagem 30º Cine Ceará

por: Cinevitor

lazaroramoscineceara1O ator em O Silêncio da Chuva, de Daniel Filho: filme de encerramento.

A última noite da 30ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema foi marcada por muita emoção por conta da premiação e também pela homenagem ao ator Lázaro Ramos, que recebeu o Troféu Eusélio Oliveira.

Antes do anúncio dos vencedores, foi realizada a solenidade de encerramento, gravada no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. O ator enviou um vídeo de agradecimento, projetado na ocasião. Após a homenagem, foi exibido o longa O Silêncio da Chuva, de Daniel Filho, em sessão hors-concours, no qual interpreta o detetive Espinosa.

Nascido em Salvador, Bahia, Lázaro é ator, apresentador, dramaturgo, dublador, cineasta e escritor. Iniciou a carreira teatral aos 15 anos de idade, quando entrou para o Bando de Teatro Olodum, dirigido por Márcio Meirelles. Seu primeiro trabalho no cinema foi em Jenipapo, de Monique Gardenberg, seguido por Cinderela Baiana, de Conrado Sanchez, e Sabor da Paixão, de Fina Torres, com Penélope Cruz.

Madame Satã, de Karim Aïnouz, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e também pela APCA, foi seu primeiro filme como protagonista, iniciando uma trajetória que inclui Carandiru; As Três Marias; O Homem do Ano; O Homem que Copiava, vencedor do prêmio de melhor ator no Festival de Havana; Meu Tio Matou um Cara; A Máquina; Quanto Vale ou é por Quilo?; Cidade Baixa; Ó Paí, Ó; Saneamento Básico, O Filme; O Grande Kilapy, prêmio de melhor ator no FESTin Lisboa; Tudo Que Aprendemos Juntos; Mundo Cão; entre outros filmes e diversos trabalhos na TV, como a minissérie Mister Brau.

Além da turnê da peça O Topo da Montanha, em que atuou com a mulher, Taís Araújo, seus trabalhos mais recentes nas telonas foram: Correndo Atrás, de Jeferson De; e O Beijo no Asfalto, de Murilo Benício. Para 2021, está previsto o lançamento de Medida Provisória, longa que marca sua estreia na direção de ficção para os cinemas.

Em um bate-papo virtual, conversamos com o ator sobre a homenagem no Cine Ceará, o inédito O Silêncio da Chuva, de Daniel Filho, e relembramos alguns sucessos de sua consagrada carreira.

Aperte o play e confira:

Foto: Divulgação/Elo Company.

Boston Society of Film Critics: conheça os melhores de 2020

por: Cinevitor

acabarcomtudobostonJesse Plemons e Jessie Buckley em Estou Pensando em Acabar com Tudo.

A Sociedade de Críticos de Cinema de Boston, Boston Society of Film Critics, foi fundada em 1981 com a proposta de que a perspectiva crítica de Boston seja ouvida em nível nacional e internacional, premiando os melhores filmes e cineastas do ano, cinemas locais e sociedades cinematográficas que oferecem excelentes programações.

Neste ano atípico para os cinemas, a BSFC dedica sua seleção de melhores do ano em solidariedade e apoio aos cinemas locais, trabalhadores da área e todos aqueles que perseveram em apoiar a indústria de exibição de filmes durante estes tempos difíceis.

Na edição passada, o drama Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig, venceu em quatro categorias, entre elas, melhor filme e melhor atriz para Saoirse Ronan. Em 2020, a cineasta chinesa Chloé Zhao foi consagrada com Nomadland.

Conheça os melhores de 2020 segundo os críticos de Boston:

MELHOR FILME
Nomadland, de Chloé Zhao

MELHOR ATOR
Anthony Hopkins, por The Father

MELHOR ATRIZ
Sidney Flanigan, por Nunca Raramente Às Vezes Sempre

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Paul Raci, por Sound of Metal

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Youn Yuh-jung, por Minari

MELHOR DIREÇÃO
Chloé Zhao, por Nomadland

MELHOR ROTEIRO
Estou Pensando em Acabar com Tudo, escrito por Charlie Kaufman

MELHOR FOTOGRAFIA
Nomadland, por Joshua James Richards

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Collective, de Alexander Nanau

MELHOR FILME INTERNACIONAL
La Llorona, de Jayro Bustamante (Guatemala/França)

MELHOR ANIMAÇÃO
A Casa Lobo, de Joaquín Cociña e Cristóbal León

MELHOR EDIÇÃO
Estou Pensando em Acabar com Tudo, por Robert Frazen

MELHOR ELENCO
A Voz Suprema do Blues

MELHOR TRILHA SONORA
Minari, por Emile Mosseri

REVELAÇÃO | DIREÇÃO
Florian Zeller, por The Father

Foto: Divulgação/Netflix.

European Film Awards 2020: conheça os vencedores

por: Cinevitor

anotherroundEFA2020Another Round, de Thomas Vinterberg: quatro prêmios.

Foram anunciados neste sábado, 12/12, em uma cerimônia virtual, os vencedores do 33º European Film Awards, premiação criada pela European Film Academy que elege as melhores produções cinematográficas europeias. Os premiados são escolhidos pelos membros da EFA, que conta com mais de 3.800 integrantes.

Por conta da pandemia de Covid-19, a cerimônia que aconteceria na Islândia teve que ser cancelada e foi realizada em Berlim. Segundo o comunicado oficial, a capital islandesa sediará o evento no próximo ano. Os indicados deste ano também foram anunciados virtualmente, diretamente da Espanha.

Dirigido por Thomas Vinterberg e protagonizado por Mads Mikkelsen, a comédia dramática Another Round (Druk) se destacou na premiação e venceu em quatro categorias, entra elas, a de melhor filme.

Confira a lista completa com os vencedores do European Film Awards 2020:

MELHOR FILME EUROPEU
Another Round (Druk), de Thomas Vinterberg (Dinamarca/Suécia/Holanda)

MELHOR DIREÇÃO
Thomas Vinterberg, por Another Round (Druk)

MELHOR ATRIZ EUROPEIA
Paula Beer, por Undine

MELHOR ATOR EUROPEU
Mads Mikkelsen, por Another Round (Druk)

MELHOR ROTEIRO
Another Round (Druk), escrito por Thomas Vinterberg e Tobias Lindholm

MELHOR FILME EUROPEU DE COMÉDIA
The Big Hit (Un triomphe), de Emmanuel Courcol (França)

MELHOR DOCUMENTÁRIO EUROPEU
Colectiv (Collective), de Alexander Nanau (Romênia/Luxemburgo)

MELHOR FILME EUROPEU DE ANIMAÇÃO
Josep, de Aurel (França/Espanha/Bélgica)

EUROPEAN DISCOVERY | PRÊMIO FIPRESCI
Sole, de Carlo Sironi (Itália/Polônia)

MELHOR CURTA-METRAGEM EUROPEU
All Cats Are Grey in the Dark, de Lasse Linder (Suíça)

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO
La trinchera infinita, por Yolanda Piña, Félix Terrero e Nacho Díaz

MELHOR TRILHA SONORA
Berlin Alexanderplatz, por Dascha Dauenhauer

MELHOR SOM
Pequena Garota, por Yolande Decarsin e Kristian Selin Eidnes Andersen

MELHOR FOTOGRAFIA
A Vida Solitária de Antonio Ligabue, por Matteo Cocco

MELHOR EDIÇÃO
Il Varco – Once More Unto the Breach, por Maria Fantastica Valmori

MELHORES EFEITOS VISUAIS
O Poço, por Iñaki Madariaga

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
A Vida Extraordinária de David Copperfield, por Cristina Casali

MELHOR FIGURINO
A Vida Solitária de Antonio Ligabue, por Ursula Patzak

Eurimages Co-Production Award: Luís Urbano
European University Film Award: Saudi Runaway, de Susanne Regina Meures (Suíça)
European Film Award for Innovative Storytelling: Women Make Film: A New Road Movie Through Cinema, de Mark Cousins (Reino Unido)

Foto: Divulgação.

30º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema: conheça os vencedores

por: Cinevitor

vencedorescineceara2020Katia Blander e Sávio Fernandes no encerramento: prêmios para o curta Noite de Seresta.

Foram anunciados nesta sexta-feira, 11/12, os vencedores do 30º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema. A cerimônia de premiação foi gravada no Theatro José de Alencar e transmitida na tela do Cineteatro São Luiz, seguindo os protocolos de biossegurança, no canal do festival no YouTube e na TV Ceará.

Antes do anúncio dos vencedores, foi realizada a solenidade de encerramento, gravada no Cineteatro São Luiz. Lázaro Ramos foi homenageado pelo festival e recebeu o Troféu Eusélio Oliveira. O ator enviou um vídeo de agradecimento, projetado na ocasião. Após a homenagem, foi exibido o longa O Silêncio da Chuva, de Daniel Filho, em sessão hors-concours.

O documentário autobiográfico A Meia Voz (A Media Voz), de Patricia Pérez e Heidi Hassan, ganhou o Troféu Mucuripe nas categorias de melhor longa-metragem e melhor montagem, além do prêmio no valor de R$ 20 mil para distribuição do filme no Brasil, conforme regulamento do festival. O prêmio de melhor direção foi para Théo Court por Branco no Branco (Blanco en Blanco). A coprodução entre Chile, Espanha, França e Alemanha também venceu em outras três categorias.

Na Competitiva Brasileira de curta-metragem, o filme cearense Não Te Amo Mais, de Yasmin Gomes, ganhou o Troféu Mucuripe de melhor curta, eleito pelo júri oficial da mostra, e o Prêmio CTAv (Centro Técnico Audiovisual). Já O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader, venceu o Prêmio da Crítica, concedido pelo Júri Abraccine, e o Troféu Samburá de melhor curta-metragem, oferecido pela Fundação Demócrito Rocha e o Vida & Arte.

Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso, foi o vencedor do Troféu Mucuripe de melhor longa da Mostra Olhar do Ceará, eleito pelo júri oficial. Noite de Seresta, de Sávio Fernandes e Muniz Filho, foi eleito o melhor curta-metragem pelo júri oficial da mostra e ganhou, além do Troféu Mucuripe, o Prêmio Unifor de Audiovisual no valor de R$ 5 mil.

O Júri Olhar Universitário, formado por alunos de audiovisual da Universidade Federal do Ceará, Unifor, Vila das Artes e Porto Iracema das Artes, concedeu o Prêmio Olhar Universitário de melhor curta para Terceiro Dia, de Jéssica Queiroz. O longa-metragem Rio de Vozes, de Andrea Santana e Jean-Pierre Duret, foi o vencedor do Prêmio Enel de Sustentabilidade, no valor de R$ 5 mil. Foi escolhido por ser o filme que melhor desenvolveu a temática Um mundo melhor e mais sustentável para as gerações futuras.

Escolhido pelo júri Olhar Universitário, o Prêmio Cagece Mostra Hábitos de melhor curta-metragem, no valor de R$ 3 mil, foi para Trajetória, de José Walter Brilhante Júnior. A mostra, voltada para a realização de filmes captados em aparelho celular e dispositivos móveis, foi uma realização do 30° Cine Ceará em parceria com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos –  CAGECE.

Neste ano, o Júri Oficial foi formado por Ela Bittencourt, George Walter e Celso Sabadin na Mostra Competitiva ibero-americana de longa-metragem; Flávia Miranda, Filippo Pitanga e Carlos Wanderley na Mostra Competitiva de curta-metragem; e Daniele Ellery, Camila Osório e Daniel Garcia na Mostra Olhar do Ceará.

Conheça os vencedores do 30º Cine Ceará:

MOSTRA COMPETITIVA IBERO-AMERICANA DE LONGA-METRAGEM

Melhor Filme: A Meia Voz, de Patricia Pérez e Heidi Hassan (Espanha/França/Suíça/Cuba)
Melhor Direção: Théo Court, por Branco no Branco
Melhor Atriz: Amanda Minujín, por As Boas Intenções
Melhor Ator: Roney Villela, por A Morte Habita à Noite
Melhor Roteiro: Era Uma Vez na Venezuela, escrito por Anabel Rodríguez Ríos e Sepp Brudermann
Melhor Fotografia: Era Uma Vez na Venezuela, por John Márquez
Melhor Montagem: A Meia Voz, por Heidi Hassan, Patricia Pérez e Diana Toucedo
Melhor Trilha Sonora Original: Branco no Branco, por Jonay Armas
Melhor Som: Branco no Branco, por Carlos García
Melhor Direção de Arte: Branco no Branco, por Amparo Baeza

MOSTRA COMPETITIVA BRASILEIRA DE CURTA-METRAGEM

Melhor Filme: Não Te Amo Mais, de Yasmin Gomes (CE)
Melhor Direção: A Volta para Casa, de Diego Freitas (SP)
Melhor Roteiro: A Beleza de Rose, de Natal Portela (CE)
Prêmio Aquisição Canal Brasil: 5 Estrelas, de Fernando Sanches (SP)
Troféu Samburá | Melhor curta-metragem: O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader (AM)
Troféu Samburá | Melhor Direção: Natal Portela, por A Beleza de Rose (CE)

MOSTRA OLHAR DO CEARÁ

Melhor longa-metragem: Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso
Melhor curta-metragem: Noite de Seresta, de Sávio Fernandes e Muniz Filho
Prêmio Unifor de Audiovisual: Noite de Seresta, de Sávio Fernandes e Muniz Filho
Prêmio Olhar Universitário de melhor curta-metragem: Terceiro Dia, de Jéssica Queiroz

OUTROS PRÊMIOS

Prêmio Enel de Sustentabilidade: Rio de Vozes, de Andrea Santana e Jean-Pierre Duret
Prêmio da Crítica | Melhor longa-metragem: Era Uma Vez na Venezuela, de Anabel Rodríguez
Prêmio da Crítica | Melhor curta-metragem: O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader
Prêmio Cagece Mostra Hábitos: Trajetória, de José Walter Brilhante Júnior

*O CINEVITOR está em Fortaleza e você acompanha a cobertura do 30º Cine Ceará por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Chico Gadelha.

A Meia Voz, de Heidi Hassan e Patricia Pérez Fernández, encerra a mostra competitiva de longas do 30º Cine Ceará

por: Cinevitor

meiavozcineceara1Documentário autobiográfico: premiado ao redor do mundo.

O documentário A Meia Voz (A Media Voz), dirigido pelas cineastas cubanas Heidi Hassan e Patricia Pérez Fernández, encerrou, na quinta-feira, 10/12, a Mostra Competitiva ibero-americana de longas-metragens da 30ª edição do Cine Ceará.

Através da correspondência audiovisual entre duas cineastas cubanas radicadas na Galiza e Genebra, articula-se o diálogo deste documentário etnoautobiográfico. Duas mulheres à beira dos 40 anos enfrentam os desafios da emigração, tentando se reconstruir longe do seu país natal. Duas histórias em que identidade, maternidade e criação se entrelaçam e impulsionam.

Vencedor do principal prêmio no IDFA, Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, A Meia Voz também foi consagrado no Festival de Havana, Málaga, Atenas, Ventana Sur e CinéMartinique. Para falar mais sobre o filme, as diretoras participaram, direto de Madri, na Espanha, do debate mediado pela crítica de cinema Neusa Barbosa, que aconteceu no dia seguinte à exibição no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza.

Sobre o começo do projeto, Patricia Pérez Fernández falou: “Foram quatro anos em fase de financiamento para conquistar os produtores sobre um projeto com caráter tão pessoal. Queríamos convencê-los de que, embora fosse um filme autobiográfico, falava também de um contexto geral. Tivemos que encontrar as palavras certas que dessem sentido ao projeto. Quando, finalmente, conseguimos o dinheiro, decidimos começar essa comunicação entre nós duas, que aparece já no começo do filme em tempo real. Passamos oito meses em intercâmbio de vídeo-cartas; demorou um pouco para encontrar a voz que precisávamos para traças esse arco entre nós”.

E completou: “A motivação principal para realizar o filme era entender como nos sentíamos com 40 anos, mulheres, imigrantes cubanas e cineastas. Todas essas respostas foram encontradas durante o processo do filme. Essa busca pela identidade, foi, pelo menos, o ponto de partida do processo criativo”.

meiavozdiretorasPatricia e Heidi: as cineastas participaram virtualmente do debate.

Heidi Hassan comentou sobre a linguagem do documentário: “Durante o processo do roteiro, enxergamos diversas possibilidades. Mas, encontramos a linguagem no momento da montagem, pois essa construção é complexa. O processo anterior de escrita era muito teórico e só ganhou sua forma real quando encontrou esse vínculo pessoal”. Patricia completou: “Esse processo foi feito de maneira separada. Eu escrevia, editava e pensava nas imagens e nos sons. A outra respondia da mesma maneira. Depois disso, o processo foi resolvido na própria edição com a montadora Diana Toucedo”.

Consagrado em festivais, Heidi lembrou da exibição em Cuba: “O filme tem feito uma carreira muito bonita por onde passa e consegue chegar aos corações de públicos diferentes. Certamente, a apresentação no Festival de Havana foi muito especial. Na sala, todos identificaram algum conhecido que tinha vivido uma história parecida. A questão da imigração é um tema muito recorrente em Cuba, porém pouco tratada no cinema”.

Questionada sobre a presença feminina nos filmes e festivais, Patricia comentou: “A participação hoje em dia é muito mais presente. Tenho visto muitos júris formados por várias mulheres, além de filmes premiados e dirigidos por mulheres. Na Europa, alguns editais apoiam projetos onde a equipe principal é feminina”. Heidi completou: “Isso é necessário e espero que em algum momento seja um cenário mais aberto, natural e equilibrado. Eu acredito que realizar esse filme é um ato de resistência; é um canto à resistência para defender nossa profissão”, finalizou.

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Fotos: Divulgação.