Caroline Abras em Rodantes, de Leandro Lara.
O Indie Festival foi criado em 2001, em Belo Horizonte, e desde 2007 acontece também em São Paulo. A missão do evento é levar o cinema independente internacional ao maior público possível no Brasil. O festival visa fornecer uma alternativa cultural à experiência do cinema comercial, apoiar cineastas independentes e promover a arte do cinema.
Pela primeira vez, em quase 20 anos, o Indie será realizado no formato on-line, por conta da pandemia de Covid-19, entre os dias 4 e 11 de novembro. O festival foi criado para incentivar a exibição de novos filmes sem distribuição no Brasil, principalmente de novos diretores. Nos últimos anos, contou com mais de 490 mil espectadores.
Esta 19ª edição é dedicada a curtas e longas-metragens independentes nacionais e internacionais. A programação, dividida em mostra competitiva e sessões informativas, apresenta 35 filmes, de 16 países, entre longas e curtas, em 43 sessões. Durante os oito dias do festival, as sessões começarão a partir das 15h, todas gratuitas, e o site terá cerca de oito horas diárias de cinema. Os filmes terão sessões e limites de views/espectadores que variam de 200 a 800 por sessão, portanto, fora do horário das sessões ou se alcançar o limite de views, os filmes ficarão indisponíveis.
Pela primeira vez, em 19 edições, o Indie realiza uma Mostra Competitiva. Foram selecionados oito filmes, em que latinos e asiáticos dominam o programa; há títulos de diretores veteranos e estreantes, documentário e ficções: o cinema contemporâneo atual em transição.
O Indie 2020 apresenta na seção Retrospectiva o cinema do diretor americano Dan Sallitt. Um dos principais autores do cinema independente americano contemporâneo, Sallitt traz filmes com uma aparente simplicidade que se revelam de alta complexidade; seja em diálogos cotidianos, em pequenos acontecimentos que se mostram de grande relevância. Sallitt, que nasceu na Pensilvânia, Estados Unidos, em 1955, além de cineasta, é roteirista, foi crítico de cinema, além de escrever para várias publicações.
Nove filmes em pré-estreia estão na seção Première, programa que propõe sessões únicas de filmes inéditos do circuito que tiveram seus lançamentos interrompidos pela pandemia.
Para a Sessão Especial, o Indie convidou o diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul para escolher uma das suas obras para o festival on-line. O diretor escolheu o curta Vapor, de 2015, que mostra a cidade onde Apichatpong mora sendo envolvida por nuvens brancas de inseticida. Outro filme convidado foi o longa Memórias do Meu Corpo, do diretor indonésio Garin Nugroho, que trata a questão da sexualidade como uma questão política.
Para complementar o programa, a diretora americana Jennifer Reeder foi convidada a escolher alguns curtas realizados por ela. Sua obra traz a marca do universo feminino, jovem e adolescente para o cinema que realiza. Em Jennifer Reeder: FFDF (FEMINIST FUTURE DREAM FEVER) quatro curtas da diretora criam uma identidade única para seus filmes sobre relacionamentos, traumas, angústias e como amadurecer com tais experiências.
Seis curtas nacionais e internacionais foram escolhidos exclusivamente para a versão virtual do festival e estão no programa Sessão Fluxus. O nome é uma referência ao festival pioneiro de exibição de filmes na internet, que teve sua primeira edição há 20 anos atrás, realizado pela Zeta Filmes, mesma produtora do Indie.
O júri da Mostra Competitiva traz três nomes importantes do pensamento crítico do país: Ivana Bentes, Pablo Villaça e Cassio Starling Carlos.
Conheça os filmes selecionados para o 19º Indie Festival:
MOSTRA COMPETITIVA
Agosto, de Armando Capó (Cuba)
Edição Ilimitada (Edición Ilimitada), de Edgardo Cozarinsky, Santiago Loza, Virginia Cosin e Romina Paula (Argentina)
Lost Lotus, de Liu Shu (Hong Kong/Países Baixos)
Love Poem, de Wang Xiaozhen (Hong Kong/China)
On Paradise Road, de James Benning (EUA)
Sanctorum, de Joshua Gil (México/República Dominicana/ Qatar)
Uma Nuvem no Quarto Dela (The Cloud in Her Room), de Zheng Lu Xinyuan (Hong Kong/China)
Zero, de Kazuhiro Soda (Japão/EUA)
PREMIÈRE
A Barqueira (La Bottera), de Sabrina Blanco (Argentina/Brasil)
De Volta para Casa (Coming Home Again), de Wayne Wang (EUA/Coreia do Sul)
Eu Estava em Casa, mas… (Ich war zuhause, aber…), de Angela Schanelec (Alemanha/Sérvia)
Knives and Skin, de Jennifer Reeder (EUA)
Liberté, de Albert Serra (França/Portugal/Espanha/Alemanha)
Perfil de uma Mulher (A Girl Missing), de Koji Fukada (Japão/França)
PJ Harvey: Um Cão Chamado Dinheiro (A Dog Called Money), de Seamus Murphy (Irlanda/Reino Unido)
Rodantes, de Leandro Lara (Brasil)
Vitalina Varela, de Pedro Costa (Portugal)
SESSÃO ESPECIAL
A Milhões de Milhas Distantes (A Million Miles Away), de Jennifer Reeder (EUA)
As Dunas (The Dunes), de Jennifer Reeder (EUA)
Marietta Brimble, de Jennifer Reeder (EUA)
Memórias do Meu Corpo (Memories Of My Body), de Garin Nugroho (Indonésia)
Sonhei que Você Sonhava Comigo (I Dream You Dream of Me), de Jennifer Reeder (EUA)
Vapor (Vapour), de Apichatpong Weerasethakul (Tailândia/ Coreia/ China)
RETROSPECTIVA DAN SALLITT
Caterina, de Dan Sallitt (2019, EUA)
Fourteen, de Dan Sallitt (2019, EUA)
Lua de mel (Honeymoon), de Dan Sallitt (1998, EUA)
O Ato Indizível (The Unspeakable Act), de Dan Sallitt (2012, EUA)
Polly Perversa Volta a Atacar! (Polly Perverse Strikes Again!), de Dan Sallitt (1986, EUA)
Todos os Barcos no Mar (All the Ships at Sea), de Dan Sallitt (1998, EUA)
SESSÃO FLUXUS
Leo, de Fabienne Mahé (Suíça)
Motriz, de Rodolfo Magalhães (Brasil)
Noites mais Longas (Longer Nights), de J Frisch-Wang (Alemanha)
O Apicultor (The Beekeeper), de Mohammad Talebi (Irã)
O Diário das Árvores (Tree Time), de Alexandra Lerman (EUA)
Ritu Vende Online (Ritu Goes Online), de Vrinda Samartha (Índia)
*Confira a programação completa no site (clique aqui).
Foto: Divulgação/Zeta Filmes.