Cena do longa brasileiro Sekhdese, de Graciela Guarani e Alice Gouveia
A segunda edição do Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano acontecerá entre os dias 19 e 27 de julho em Bonito, Mato Grosso do Sul, com 30 filmes na programação, divididos em cinco mostras e que concorrem à premiação num total de R$ 50 mil.
Além da exibição dos filmes, o Bonito CineSur também promove outras atividades, como discussões visando acordos internacionais, debates, oficinas de roteiro, produção executiva, assistência de direção e interpretação para cinema e TV, além de apresentações musicais.
A curadoria deste ano foi formada por José Geraldo Couto, Andréa Cals e Marcela Lordy na mostra de longas sul-americanos; Jade Rainho, Belchior Cabral e Luis Guilherme Moreira Batista na mostra de curtas sul-americanos; Elis Regina Nogueira nas mostras de longas e curtas de cinema ambiental; e Marcos Pierry na mostra de filmes sul-mato-grossenses.
No coração da América do Sul, Bonito é parte do Parque Nacional da Serra da Bodoquena e um dos pontos de ecoturismo mais importantes do país. Em 2023, o Bonito CineSur enriqueceu o calendário cultural da cidade, do país e do continente com a exibição de 45 filmes de 12 países da América do Sul.
Conheça os filmes selecionados para o Bonito CineSur 2024:
LONGA-METRAGEM SUL-AMERICANO
A Outra Forma, de Felipe Guzmán Ramírez (Colômbia/Brasil) Las Fieras, de Juan Flores (Argentina) Las preñadas, de Pedro Wallace (Argentina/Brasil) Luiz Melodia: No Coração do Brasil, de Alessandra Dorgan (Brasil) Neirud, de Fernanda Faya (Brasil) Tarkarí de chivo, de Daniel Yegres e Francisco Denis (Venezuela)
CURTA-METRAGEM SUL-AMERICANO
À Noite Todos os Gatos São Pardos, de Matheus Moura (Brasil) Ayer Será Igual que Manãna, de Omar Arteaga (Venezuela) Camino al Cielo, de Miguel Vargas (Colômbia) Crescer es Matar a Tu Madre, de Nika Ardito (Argentina) Cuarto de Hora, de Nemo Arancibia (Chile) La Asistente, de Pierre Plano (Peru)
LONGA-METRAGEM AMBIENTAL
Allpamanada, de Tawna Collective (Equador) La ilusion de la abundancia, de Erika Gonzalez Ramirez e Matthieu Lietaert (Colômbia) Los de abajo, de Alejandro Quiroga (Bolívia) Sekhdese, de Graciela Guarani e Alice Gouveia (Brasil) Somos y seremos mar, de Malena Blanco (Argentina) Tupungato, de Rafael Pease (Chile)
CURTA-METRAGEM AMBIENTAL
A Menina e o Mar, de Gabriel Mellin (Brasil) Bauxita, de Thamara Pereira (Brasil) La Cadena, de Kerly Meneses Guerrero (Equador) No están solos, de Andrea Osorio (Paraguai) Warmis: Guardianas del agua, de Paola Gabriela Quispe Quispe (Bolívia) Where are you from?, de Juan Cristiani (Uruguai)
FILMES SUL-MATO-GROSSENSES
A Voz de Guadakan, de Joel Pizzini As Quatro Estações da Juventude, de Essi Rafael In Útero, de Paulo Alvarenga Isidorio Ninguém Lhe Estenderá a Mão, de Deivison Pedrê O Formoso, de Roberto Leite Rotas Monçoeiras: A História de Um Rio e Seu Povo, de Cid Nogueira e Silas Ismael
Clara Choveaux no longa Hastes Flexíveis com Pontas de Algodão
A oitava edição do Festival ECRÃ, que acontecerá entre os dias 27 e 30 de junho em formato presencial no Rio de Janeiro, e entre os dias 4 e 7 de julho na versão on-line, contará com destaques internacionais exibidos e expostos em diversos festivais e eventos pelo mundo.
Dedicado às experimentações no mundo das artes audiovisuais e do cinema, o Festival ECRÃ acontecerá na Cinemateca do MAM, Estação NET Botafogo e, pela primeira vez, ocupará o Espaço Cultural Arte Sesc, no Flamengo. Com filmes e videoartes premiadas, instalações e performances de relevância no mundo das artes audiovisuais e presença de realizadores, o ECRÃ reafirma seu compromisso com a democratização da arte e segue com entrada gratuita. A fase on-line também oferecerá para o público games que experimentam em linguagem e visual.
Entre os longas e médias-metragens deste ano, vale destacar a estreia mundial do primeiro longa de Marianna Milhorat chamado Logo Acima da Superfície da Terra (Para uma Extinção a Caminho); o jovem realizador canadense Victor Dubyna também estreia no ECRÃ o média Wanton, um exercício solitário em que atua, dirige e edita e resulta em um dos filmes mais aterrorizantes do ano. A seleção traz também obras brasileiras, como Hastes Flexíveis com Pontas de Algodão, de Pedro Gui e Dostoiewski Champagnette, que também assina o roteiro ao lado de Francisco Carbone, e que narra com tons fantásticos e humor ácido a história de uma família presa em casa à beira de um colapso que nos remete a Cronenberg e ao cinema grego contemporâneo.
A programação de curtas-metragens traz Aventura no Cinema, novo filme do realizador carioca Vinícius Dratovsky, na tradição do cinema marginal para filmar sua pequena homenagem a Julio Bressane. Entre os brasileiros, se destaca a presença de Um Tropeço em Cinco Movimentos, de Valentina Rosset, bela sinfonia em homenagem a Toru Takemitsu, que vem egressa do Festival de Roterdã. Retornando ao festival, Fábio Andrade e Vinícius Romero trazem seus novos filmes: Veredas Tropicais, analisando o passado brasileiro com a censura cinematográfica, e Duna Atacama, um diário sensorial de viagem rumo a espaços alienígenas. Direto dos festivais de Berlim e Tiradentes, Janaína Wagner também retorna com seu novo filme, Quebrante. Da Viennale e do É Tudo Verdade vem Sertão, América, novo trabalho da diretora Marcela Ilha Bordin, responsável também pelo curta Princesa Morta do Jacuí.
O ECRÃ traz pela primeira vez ao Brasil exibições dos filmes do realizador canadense Kurt Walker. Vencedor do prêmio de melhor filme do DocLisboa por seu longa-metragem de estreia Hit 2 Pass e o grande prêmio do Festival du Noveau Cinèma em Montreal por seu curta Eu Pensei No Mundo de Você, Kurt virá ao Rio de Janeiro para apresentar seus filmes e participará de bate-papos com o público mediados pelo pesquisador e professor Wilson Oliveira Filho e pelo crítico de cinema Filipe Furtado no Espaço Cultural Arte Sesc Flamengo. Além dos filmes já citados, o ECRÃ exibirá o média-metragem s01e03 e o curta-metragem Gargoyle dentro da retrospectiva do realizador.
Com curadoria do realizador, produtor e entusiasta da cultura cinéfila carioca Cavi Borges, a sessão Cavideo traz três filmes em caráter de estreia em terras cariocas. A programação contará também com as tradicionais mesas redondas após as sessões de filmes brasileiros; e este ano após as sessões dos filmes de Kurt Walker.
Conheça os filmes selecionados para o Festival ECRÃ 2024:
LONGA E MÉDIA-METRAGEM
A Casa à Beira do Rio (The House By The River), de Adrien Charmot (França) A Intrusão das Cartas (The Intrusion Of Letters), de Huang Guan (China/EUA) A Lagoa do Soldado (The Soldier’s Lagoon), de Pablo Alvarez Mesa (Colômbia/Canadá) A Moeda Viva (A Moeda-Viva), de Pedro Paiva (Portugal) A Noite Infinita (La Notte Infinita), de Francesco Zanatta (Itália) Apple Pie, de Evan Snyder (EUA) Aquele que Viu o Abismo, de Gregório Gananian e Negro Leo (Brasil) Aqui Jaz o Teu Esquema, de Gabraz Sanna (Brasil) Barrunto, de Emilia Beatriz (Porto Rico/Escócia) Breathless, de James Benning (EUA) Clorindo Testa, de Mariano Llinás (Argentina) Eros, de Rachel Daisy Ellis (Brasil) Escuridão Flamejante (Darkness, Darkness, Burning Bright), de Gaëlle Rouard (França) Godard Só (Seul Godard), de Arnaud Lambert e Vincent Sorrel (França) Hastes Flexíveis com Pontas de Algodão, de Pedro Gui e Dostoiewski Champagnette (Brasil) Hoje (Today), de Su Friedrich (EUA) Línguas de Fogo, de Zé Kielwagen (Brasil) Logo Acima da Superfície da Terra (Para uma Extinção a Caminho) (Just Above The Surface Of The Eart (For A Coming Extiction)), de Marianna Milhorat (Canadá) Mannvirki, de Gústav Geir Bollason (Islândia/França) Moradia Popular de Xining (Xining Public Housing), de Tsai Ming-Liang (Taiwan) Nada Mais (Nic Vic), de Vít Pancíř (República Tcheca) Nós e a Noite (Us And The Night), de Audrey Lam (Austrália) O Terminal (La Terminal), de Gustavo Fontán (Argentina) Paixão Sinistra, de João Pedro Faro (Brasil) Para Lota, de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Brasil) Rapacidade, de Julia De Simone e Ricardo Pretti (Brasil) Sofia Foi, de Pedro Geraldo (Brasil) Solaris Mon Amour, de Kuba Mikruda (Polônia) Todo Dourado (The All Golden), de Nate Wilson (Canadá) Uma Pedra Atirada (A Stone’s Throw), de Razan AlSalah (Palestina/Líbano/Canadá) Wanton, de Victor Dubyna (Canadá)
CURTA-METRAGEM
A Espera Reclusa Perante as Montanhas, de Enrico Alchimim (Brasil) A Língua do Sol (The Suns Tongue), de Laura Jane Cooper (Reino Unido) A Lua Também Nasce (The Moon Also Rises), de Yuan Wang (França) A Mais Branca das Sombras (Si blanche soit l’ombre), de Damien Cattinari (França) A Sua Imagem na Minha Caixa de Correio, de Silvino Mendonça (Brasil) Antes Dela Fugir (Before She Rode Away), de Joshua Troxler (EUA) Artificial Porém Muito Sensível, de Amanda Devulsky (Brasil) Aventura no Cinema, de Vinicius Dratovsky (Brasil) Cartões Postais Elétricos (Electric Postcards), de Gloria Chung (EUA) Cogu (Mush), de Jodie Mack (EUA) Cópia de Trabalho: O Incidente de Facto Vela (工作樣片:另一次維拉事件), de Pastinaca Videotapes Plantation (China/Bósnia e Herzegovina/Bielorrússia/Suíça) Distância (Dystans), de Antoni Orlof (Polônia) Do Pé ao Chão (Foot to Ground), de Christopher Thompson (EUA) Duna Atacama, de Vinícius Romero (Brasil/Chile) Fotografia em Branco (Blank Photograph), de Che-yu Su (Taiwan/França) Horizontes (Horizons), de Charlie Marois (Canadá) Luz Barulho Fumaça e Luz Barulho Fumaça (Light, Noise, Smoke, and Light, Noise, Smoke), de Tomonari Nishikawa (Japão) O que Humanos Veem como Sangue os Jaguares Veem como Chicha (Lo que los humanos ven como sangre, los jaguares ven como chicha), de Luciana Decker Orozco (Bolívia) Oclusões Remotas (Remote Occlusions), de Utkarsh (Índia/EUA) Onde Estão os Meus Amantes (Où Sont Tous Mes Amants), de Jean-Claude Rousseau (França) Otherhood, de Deborah Stratman (EUA) Quando Encontrarmos o Mundo (When We Encounter The World), de Leonardo Pirondi e Zazie Ray-Trapido (Portugal/EUA) Quebrante, de Janaína Wagner (Brasil) Ruído Azul, de Julia Maurano (Brasil) Ruling Star, de Jerome Hiler (EUA) Salaman Extensor, de Matilde Miranda Mellado (Chile) Sertão, América, de Marcela Ilha Bordin (Brasil) Sonido: Ivans & Tobis, de Diogo Baldaia (Portugal) Terminal Island, de Sam Drake (EUA) Um Tropeço em Cinco Movimentos, de Valentina Rosset (Brasil/EUA) Veredas Tropicais, de Fábio Andrade (Brasil)
SESSÕES ESPECIAIS
Inventário de Imagens Perdidas, de Gustavo Galvão (Brasil) Mulheres em Auschwitz, de Patrícia Niedermeier e Regina Miranda (Brasil) Ruínas de Navarone, de Marcela Tamm (Brasil)
RETROSPECTIVA KURT WALKER
Eu Pensei o Mundo de Você (I Thought The World Of You), de Kurt Walker (Canadá) (2022) Gargoyle, de Kurt Walker (Canadá) (2017) Hit 2 Pass, de Kurt Walker (Canadá) (2014) s01e03, de Kurt Walker (Canadá) (2020)
Cena do curta-metragem Big Bang Henda, de Fernanda Polacow
A 19ª edição da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto acontecerá entre os dias 19 e 24 de junho na cidade de Ouro Preto, Patrimônio Histórico da Humanidade. Trata-se do único evento brasileiro com enfoque no cinema como patrimônio e a estruturar a programação em três temáticas: preservação, história e educação. Cada uma delas têm atividades complementares, em sessões de filmes, debates, rodas de conversa, estudos de caso e lançamentos de livros.
Durante seis dias de programação intensa e gratuita, o público vai conferir mais de 32 sessões de cinema com exibições para todas as idades em dois cinemas instalados especialmente para o evento: o Cine-Praça, ao ar livre, na Praça Tiradentes com plateia de 500 lugares; e o Cine-Teatro no Centro de Convenções com plateia de 510 lugares. Para além das sessões, as atividades incluem debates, masterclasses, rodas de conversas, oficinas, Mostrinha, atrações musicais e várias outras atividades espalhadas pela cidade, pelo Centro de Artes e Convenções e na Praça Tiradentes.
Na programação audiovisual, serão 153 filmes em pré-estreias e mostras temáticas; 15 longas, 1 média e 122 curtas-metragens vindos de sete países e 18 estados brasileiros distribuídos em diversas mostras: Contemporânea, Homenagem, Preservação, Histórica, Educação, Mostrinha, Cine-Escola, Contemporânea TV UFOP e IC Play.
“A CineOP tem se destacado não apenas pelo enfoque conceitual diferenciado de abordar o cinema de maneira ampla em três frentes temáticas – preservação, história e educação, mas também por ser um espaço privilegiado de discussões de políticas públicas para a preservação audiovisual e as conexões entre o cinema e a educação; duas linguagens que se enriquecem mutuamente realizando encontros, incentivando reflexões, provocando discussões, apresentando projetos, iniciativas e filmes instigantes e fortes na relação com o seu tempo e pelo que representam. Ao longo de sua trajetória sempre esteve atenta às mudanças no campo da preservação, ao mesmo tempo, que propõe olhar para a história com perspectiva de futuro e, ainda, aproximou a educação do cinema criando espaços de construção coletiva para contribuir com o momento atual e urgente para a presença do audiovisual nas escolas”, relata Raquel Hallak, coordenadora geral da CineOP.
A ser realizado na CineOP, o 19º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros e o Encontro da Educação: XVI Fórum da Rede Kino seguem como ambientes referenciais de discussões e definições a profissionais e educadores. No total estão previstos 31 debates e rodas de conversa, com a participação de mais de 120 profissionais nacionais e internacionais nas mais variadas atividades e encontros.
O evento oficial de abertura acontecerá na noite de 20 de junho, às 19h30, na Praça Tiradentes. O homenageado dessa edição, dentro da temática Cinema de animação no Brasil: uma perspectiva histórica, será o cineasta e animador Alê Abreu, que receberá o Troféu Vila Rica e terá uma retrospectiva de seus trabalhos ao longo do evento.
Com 30 anos de carreira dedicados à linguagem da animação, Alê Abreu se tornou emblema e sinônimo de criatividade na área, inclusive tendo seu segundo longa-metragem, O Menino e o Mundo (2014), indicado ao Oscar da categoria em 2016: “A homenagem está ancorada no percurso autoral de um criador que, se tem ainda poucos filmes, é especialmente coerente e obsessivo”, diz Cléber Eduardo, curador da Temática Histórica junto, este ano, com o professor e animador Fábio Yamaji.
Edifício Tatuapé Mahal: curta-metragem de Fernanda Salloum e Carolina Markowicz
Além da homenagem a Abreu, a sessão de abertura vai contar com a exibição de seis curtas-metragens animados que irão fazer um breve percurso histórico para ilustrar, logo de início, o recorte desse ano na CineOP: Passo, de Alê Abreu (2007); Respeitável Público, de Irmãos Wagner (1987); A Saga da Asa Branca, de Lula Gonzaga (1979); Até a China, de Marão (2015); Novela, de Otto Guerra (1992); e Castelos de Vento, de Tania Anaya (1999).
No caso de Alê Abreu, a retrospectiva de sua obra vai ocupar outras sessões ao longo da CineOP, incluindo seus três longas-metragens: Garoto Cósmico (2007); O Menino e o Mundo (2014); e Perlimps (2023); e diversos curtas desde o começo de sua carreira, há três décadas.
As curadorias de cada eixo da 19ª CineOP prepararam uma vasta programação que conecta filmes, aprendizados, pesquisas e conhecimentos para debates e exibições ao longo da semana. Na Temática Histórica, o conceito Cinema de animação no Brasil: uma perspectiva histórica propõe um retrospecto, em perspectiva, de uma das formas audiovisuais mais expressivas e também desafiadoras do país.
A dupla de curadoria Cléber Eduardo e Fábio Yamaji coloca em pauta um estilo de produção que há mais de um século vem existindo e resistindo, sobrevivendo contra limitações técnicas e econômicas no país e sendo movida pela paixão heroica e autodidata de algumas iniciativas ao longo da maior parte de sua história: “A animação brasileira é marcada por descontinuidades nas carreiras da grande maioria de seus realizadores e por casos de títulos isolados de alguns; mesmo assim, segue persistente e permanente, sobretudo no curta metragem, seu principal meio expressivo, com uma dimensão estética e cultural considerável”, diz Yamaji.
De forma a permitir que o espectador da CineOP se familiarize com a trajetória da animação brasileira, a Mostra Histórica terá subdivisões, com exibições de filmes específicos a cada recorte: Percurso histórico, com o longa Luz, Anima, Ação, de Eduardo Calvet (2013), documentário que repassa a história dessa linguagem no país; Homenagem, com trabalhos do diretor Alê Abreu; Anima docs, com uma série de curtas-metragens documentais feitos em animação; Repercussão internacional, com curtas que tiveram ampla circulação fora do Brasil ao longo dos anos; Animação de invenção, com trabalhos de pegada mais experimental; e Contemporânea, com o mais recente longa de Marão, Bizarros Peixes das Fossas Abissais (2023).
Na Mostra Contemporânea de Longas serão exibidos: A Portas Fechadas, de João Pedro Bim (SP); Agudás: os Brasileiros do Benin, de Aída Marques (Brasil/Benin/França); Boom Shankar: O Filme Perdido do Guará, de Sergio Gag (SP); Othelo, O Grande, de Lucas H. Rossi dos Santos (RJ); e Peréio, Eu te Odeio, de Allan Sieber e Tasso Dourado (RJ/SP).
Documentário sobre Paulo César Pereio, que morreu em maio deste ano
Já a Mostra Contemporânea de Curtas contará com: A Sua Imagem na Minha Caixa de Correio, de Silvino Mendonça (DF); Big Bang Henda, de Fernanda Polacow (Angola/Portugal/Brasil); Curacanga, de Mateus Di Mambro (BA); Dona Beatriz Ñsîmba Vita, de Catapreta (MG); Dona Biu, de Gabriela Taulois (RJ); Estrela da Tarde, de Francisco Rio (DF); Estudo pra uma pintura o lavrador de café, de Desali e Rafael dos Santos Rocha (MG); Histórias que Nos Contam, de Luan Santos (BA); Lulina e a Lua, de Alois Di Leo e Marcus Vinicius Vasconcelos (SP); Olha a hora de entrar na roda, de Rodrigo Carvalho (BA); Oração, de Haroldo Saboia (SP); Pororoca, de Fernanda Roque e Francis Frank (MG); Sertão, América, de Marcela Ilha Bordin (PI/ES/RS); e SPELL (Feitiço), de Khalil Charif (RJ).
Na Temática Educação, a curadoria de Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga propõe o Plano Nacional de Cinema na Escola: Comunicação, Cultura e Educação. O objetivo será elaborar diretrizes e recomendações para a criação de políticas públicas que venham subsidiar o contato de educadores e também de crianças, da educação infantil ao ensino fundamental, e jovens do ensino médio, com as imagens e os sons de forma a garantir a qualidade social dessa experiência.
Na programação, masterclasses internacionais, sessões de filmes, apresentações de projetos audiovisuais educativos, debates e reuniões de trabalho da Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual, além de quatro GTs (grupos de trabalho): formação docente; infraestrutura e equipamentos; acervos e curadorias; e pedagogias.
“A emergência das tecnologias digitais possibilita ampliar e diversificar as experiências pedagógicas, sonhar com escolas cada vez mais engajadas na produção coletiva e sensível de conhecimentos, articulando as experiências passadas com as possibilidades de invenção e comunicação atuais, mas a conectividade também deve prever tempos e espaços para a desconexão. O digital não pode ser o palimpsesto do analógico, quando pensamos na educação escolar e na vida”, disse a curadora Adriana Fresquet.
Na Temática Preservação, o eixo proposto pela dupla de curadores José Quental e Vivian Malusá será O Futuro da Preservação Audiovisual Começa no Presente e vai novamente reunir integrantes da ABPA, Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, para mais uma rodada de conversas e articulações na luta pelo cinema como patrimônio. Mesas, conversas e seminários pretendem refletir sobre o impacto especialmente da inteligência artificial no ambiente da preservação, tratando dos desafios que ainda persistem na implementação das tecnologias digitais nas diversas áreas do setor: “Dados da FIAT (Federação de Arquivos de TV e Mídias) mostram que grande parte das televisões ao redor do mundo utilizam algum tipo de inteligência artificial generativa em seus trabalhos cotidianos, e a restauração de filmes também já começa a fazer uso desta tecnologia. E no Brasil, em que estágio estamos?”, questiona Quental.
O Encontro de Arquivos, parte da programação da Temática Preservação, contará com a presença de dezenas de profissionais, incluindo convidados internacionais, para levantar aspectos importantes pensados pela curadoria e de como um trabalho coletivo pode auxiliar no avanço desses processos: “A ampliação e desenvolvimento das redes de arquivos também é fundamental para uma perspectiva de futuro da área. Novas associações e redes têm sido criadas com este objetivo. Quais são estas redes e suas propostas de trabalho? Como potencializar as trocas teóricas e técnicas entre as instituições?”, completa o curador.
Cena do curta A Sua Imagem na Minha Caixa de Correio, de Silvino Mendonça
Como em todo ano, a CineOP conta com a participação de importantes profissionais internacionais numa série de masterclasses e mesas de debates voltadas a várias das temáticas. Na 19ª edição, participam: Macarena Bello (Chile), que vai falar sobre ações de preservação Cineteca Nacional do Chile, onde ela é uma das coordenadoras; Cielo Salviolo (Argentina), gestora cultural, pesquisadora e consultora, que vai tratar de Infância e cultura digital na escola; e Sebastian Wiedemann (Colômbia), cineasta, pesquisador e filósofo, para falar sobre Ecologia de imagens em desaceleração.
Além de sessões e discussões, a CineOP tem ainda seu programa de formação, que além das três masterclasses internacionais, conta este ano com sete oficinas gratuitas: A preservação do cinema através dos objetos: diagnóstico e estado de conservação, com a doutora em Artes Jussara Freitas; O Cinema na Sala de Aula, com a doutora em Linguística Vanderlice Sól; Produção audiovisual com inteligência artificial, ministrada pelo cineasta Sergio Rossini; Vídeo-maleta: Criação Audiovisual, com o artista gráfico francês Jérôme Lopez; Da ideia à tela: processo de realização de um filme de animação, com a diretora e animadora Rosana Urbes; Direção de Arte: A Estética da Cena, com a diretora de arte Maria Cecília Amaral; e Narrativas Sonoras, a ser oferecida pela diretora de som Bianca do Nascimento Martins.
A Mostra de Cinema de Ouro Preto leva o universo cinematográfico para próximo das crianças, adolescentes e educadores da rede pública de Ouro Preto, graças ao programa Cine-Expressão: A Escola vai ao cinema. É oferecida programação gratuita para criar um espaço de aprendizado entre estudantes e mesclar o audiovisual e a educação. Serão sete sessões de cinema seguidas de debates, elaboração de material didático para trabalhar os filmes na sala de aula e lançamento de livros.
As escolas participantes recebem ainda o material pedagógico de cada filme elaborado exclusivamente para o programa visando contribuir para o debate e a reflexão na sala de aula sobre os temas e abordagens que os filmes oferecem em suas histórias.
Aberta a todas as idades, a Mostrinha de Cinema acontecerá no domingo, dia 23/6, com a exibição de Chef Jack (2023), primeiro longa-metragem em animação de Minas Gerais. O filme foi realizado por Guilherme Fiúza Zenha, recentemente falecido, e que terá essa exibição também como tributo a seu trabalho e sua memória.
O Menino e o Mundo, de Alê Abreu: longa brasileiro indicado ao Oscar
Repetindo a bem-sucedida parceria cultural com o Sesc em Minas, a programação artística da CineOP vai acontecer no Sesc Cine-Lounge Show que será instalado no Centro de Artes e Convenções e se estabelece como um espaço de múltiplas e amplas possibilidades de encontro, entretenimento e diálogo do cinema com as outras artes.
Além do tradicional Cortejo da Arte que percorre as ruas tricentenárias de Ouro Preto, no dia 22 de junho, sábado, às 11h30, com saída da Praça Tiradentes, o público vai poder curtir várias atrações: performances, DJs, shows que prometem agitar as noites ouropretanas e valorizar grupos locais, além de artistas de destaque na cena mineira que se relacionam com as temáticas e debates propostos.
E, pelo segundo ano consecutivo, acontecerá a Festa Junina da CineOP, que será promovida no domingo, dia 23 de junho, a partir das 18 horas, no Centro de Convenções como parte da programação da Mostra Valores e vai reunir três quadrilhas da cidade, além de barraquinhas de comes e bebes, brincadeiras e música.
A CineOP é uma mostra audiovisual pioneira desde sua criação a enfocar o cinema como patrimônio em intercâmbio com o mundo e reafirma anualmente seu propósito de ser um empreendimento cultural de reflexão e luta pela salvaguarda do rico e vasto patrimônio audiovisual brasileiro. Estrutura sua programação em três temáticas, presta homenagens, realiza exibição de filmes brasileiros e internacionais, oficinas, debates, seminário, Mostrinha, sessões Cine-Escola, atrações artísticas e promove anualmente o Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros e o Encontro da Educação: Fórum Rede Kino.
Durante seis dias de evento, o público terá oportunidade de vivenciar um conteúdo inédito, descobrir novas tendências, assistir aos filmes, aproveitar as atrações artísticas, trocar experiências com importantes nomes da cena cultural, do audiovisual, da preservação e da educação, participar do programa de formação e debates temáticos de forma gratuita.
Victor di Marco: melhor ator pelo curta gaúcho Zagêro
Foram anunciados nesta terça-feira, 11/06, no Teatro do Parque, no Recife, em cerimônia apresentada pela atriz pernambucana Nínive Caldas, os vencedores da 28ª edição do Cine PE – Festival do Audiovisual.
O documentário gaúcho Memórias de um Esclerosado, de Thais Fernandes e Rafael Corrêa, foi consagrado com a Calunga de Prata de melhor filme e mais quatro prêmios; a produção conta a história do codiretor do longa, cartunista diagnosticado com esclerose múltipla em 2010.
A animação pernambucana Hoje Eu Só Volto Amanhã, de Diego Lacerda, Luan Hilton, Chia Beloto, Marila Cantuária, Juliette Perrey, Marcelo Vaz, Yuri Shmakov, Raul Souza, Gio Guimarães, Gabriel de Moura e Rubens Caetano, também foi unanimidade entre os júris e se destacou com seis prêmios.
Neste ano, o Júri Oficial de longas-metragens contou com: Kika Latache, Edson Celulari, Carol Castro, Joel Zito Araújo e Marcus Ligocki Jr. Entre os curtas, o time de jurados foi formado por: André da Costa Pinto, Julia Barreto, Marlom Meirelles, Marilha Naccari e Pally Siqueira.
Composto por Arthur Gadelha, Tati Régis e Yasmine Evaristo, o júri do Prêmio da Crítica, formado pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, concedeu a Calunga de melhor longa-metragem para Invisível, de Carolina Vilela e Rodrigo Hinrichsen. O prêmio de melhor curta nacional foi para o gaúcho Zagêro, de Victor di Marco e Márcio Picoli.
Com júri formado por Francisco Carbone, Vitor Búrigo, Raphael Camacho, Neusa Barbosa e Yasmine Evaristo, o Prêmio Canal Brasil elegeu como melhor curta a produção pernambucana Hoje Eu Só Volto Amanhã. Com o objetivo de estimular a nova geração de cineastas, o Canal Brasil oferece um troféu e R$ 15 mil para o melhor filme de curta-metragem, que também será exibido em sua grade de programação.
Conheça os vencedores do 28º Cine PE – Festival do Audiovisual:
MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS
Melhor Filme: Memórias de um Esclerosado, de Thaís Fernandes e Rafael Corrêa (RS) Melhor Direção: Invisível, por Carolina Vilela e Rodrigo Hinrichsen Melhor Roteiro: Memórias de um Esclerosado, escrito por Thais Fernandes, Rafael Corrêa e Ma Villa Real Melhor Ator: Alexandre Guimarães, por No Caminho Encontrei o Vento Melhor Ator Coadjuvante: Rafael Corrêa, por Memórias de um Esclerosado Melhor Atriz: Márcia de Oliveira, por Cordel do Amor Sem Fim Melhor Atriz Coadjuvante: Helena Ranaldi e Patrícia Gasppar, por Cordel do Amor Sem Fim Melhor Fotografia: Geografia Afetiva, por Luciana Baseggio e Mari Moraga Melhor Direção de Arte: Cordel do Amor Sem Fim, por André Cortez Melhor Montagem: Invisível, por Rodrigo Séllos e Fernando Nicolletti Melhor Trilha Sonora: Memórias de um Esclerosado, por André Paz Melhor Edição de Som: Geografia Afetiva, por Rosana Stefanoni
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS NACIONAIS
Melhor Filme: Hoje Eu Só Volto Amanhã, de Diego Lacerda, Luan Hilton, Chia Beloto, Marila Cantuária, Juliette Perrey, Marcelo Vaz, Yuri Shmakov, Raul Souza, Gio Guimarães, Gabriel de Moura e Rubens Caetano (PE) Melhor Direção: Crianças e adolescentes da Comunidade de Macambira, por Flores da Macambira Melhor Roteiro: Hoje Eu Só Volto Amanhã, escrito por Diego Lacerda Melhor Ator: Victor di Marco, por Zagêro Melhor Atriz: Juliana Araújo, por Jogo de Classe Melhor Fotografia: Zagêro, por Ma Villa Real Melhor Direção de Arte: Hoje Eu Só Volto Amanhã Melhor Montagem: Resistência, por Vinicius Lima e Rafael Souto Melhor Trilha Sonora: Flores da Macambira, por Vovô Romário Melhor Edição de Som: Hoje Eu Só Volto Amanhã, por Nicolau Domingues e Rafael Travassos
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS
Melhor Filme: Das Águas, de Adalberto Oliveira e Tiago Martins Rêgo Melhor Direção: Adalberto Oliveira e Tiago Martins Rêgo, por Das Águas Melhor Roteiro: Emocionado, escrito por Pedro Melo Melhor Ator: Guilherme Alves, por Mãe Melhor Atriz: Mariana Castelo, por Emocionado Melhor Fotografia: Das Águas, por Adalberto Oliveira Melhor Direção de Arte: Mãe, por Letícia Rodrigues Melhor Montagem: Emocionado, por Douglas Henrique Melhor Trilha Sonora: Das Águas, por Marolas Crew e todo o conjunto da obra Melhor Edição de Som: Moagem, por Romero Coelho
OUTROS PRÊMIOS
JÚRI POPULAR Melhor Curta Pernambucano: Náufrago, de Vitória Vasconcellos Melhor Curta Nacional: Hoje Eu Só Volto Amanhã, de Diego Lacerda, Luan Hilton, Chia Beloto, Marila Cantuária, Juliette Perrey, Marcelo Vaz, Yuri Shmakov, Raul Souza, Gio Guimarães, Gabriel de Moura e Rubens Caetano (PE) Melhor longa-metragem: Memórias de um Esclerosado, de Thaís Fernandes e Rafael Corrêa (RS)
PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS Hoje Eu Só Volto Amanhã, de Diego Lacerda, Luan Hilton, Chia Beloto, Marila Cantuária, Juliette Perrey, Marcelo Vaz, Yuri Shmakov, Raul Souza, Gio Guimarães, Gabriel de Moura e Rubens Caetano (PE)
PRÊMIO DA CRÍTICA | ABRACCINE Melhor Curta Nacional: Zagêro, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (RS) Melhor longa-metragem: Invisível, de Carolina Vilela e Rodrigo Hinrichsen (RJ)
No ano em que completa 40 anos de carreira, o Festival de Gramado homenageia um dos mais representativos diretores brasileiros com o Troféu Eduardo Abelin: Jorge Furtado. O portoalegrense cruzou os caminhos da medicina, psicologia, jornalismo e artes plásticas, mas se tornou um dos mais emblemáticos diretores, roteiristas e produtores do audiovisual brasileiro.
Mesclando linguagens documental e ficcional, Furtado criou obras sensíveis que trazem dilemas brasileiros em uma linguagem universal, capazes de capturar sensações e perturbações de qualquer espectador.
Começou sua carreira profissional na televisão, ainda na década de 1980. Em 1987, foi um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, um dos mais importantes núcleos de produção de filmes do país, a qual integra até hoje. Nas telonas, dirigiu marcos do cinema produzido no Rio Grande do Sul e se tornou conhecido como realizador de alguns dos melhores curtas do cinema nacional, como O Dia em que Dorival Encarou a Guarda (1986), Barbosa (1988) e, principalmente, Ilha das Flores (1989), com os quais recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, inclusive no Festival de Berlim. A Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Abraccine, classificou o simbólico filme como o melhor curta-metragem brasileiro de todos os tempos.
Com a virada do milênio, estreia como diretor de longas-metragens em Houve uma Vez Dois Verões (2002). Com seu segundo longa, O Homem que Copiava, chega ao grande público, levando mais de 600 mil espectadores aos cinemas. Por esse, recebeu diversos prêmios, incluindo o de melhor filme no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2004. Furtado marcou carreira com a direção de longas e programas especiais na televisão, que abriram novos caminhos e discussões em torno do audiovisual brasileiro.
Para Rosa Helena Volk, presidente da Gramadotur, autarquia municipal responsável pelos eventos da cidade, a homenagem reforça a potência do cinema gaúcho: “Jorge é um patrimônio do cinema brasileiro e, mais do que isso, um realizador que amadureceu seu trabalho em Gramado. Hoje podemos comemorar os quarenta anos de carreira de um dos maiores nomes do nosso cinema com essa homenagem durante o festival”, diz.
A homenagem será entregue no dia 16 de agosto, durante a programação do 52º Festival de Cinema de Gramado, que acontecerá entre os dias 9 e 17. Após a entrega do troféu Eduardo Abelin a Jorge Furtado, a programação do Festival de Gramado contará com a première mundial da nova produção da Casa de Cinema de Porto Alegre em coprodução com a Globo Filmes, em exibição hors concours. Virginia e Adelaide tem roteiro assinado por Jorge Furtado, que divide a direção com Yasmin Thayná.
O longa-metragem narra, parte em linguagem ficcional e outra parte documental, o encontro entre duas mulheres emblemáticas: Virgínia Leone Bicudo e Adelaide Koch. Virgínia foi a primeira pessoa a fazer psicanálise e a primeira psicanalista formada no Brasil, além de uma das primeiras professoras universitárias negras. Adelaide, mulher judia e psicanalista formada por um discípulo direto de Freud, veio para o Brasil em fuga do regime nazista na Alemanha. As duas se conheceram em agosto de 1937, em São Paulo, e, juntas, revolucionaram os estudos da psicanálise, abrindo espaço para as que vieram depois.
O elenco é composto pelas atrizes Gabriela Correa e Sophie Charlotte. O filme conta com produção de Nora Goulart, direção de fotografia de Lívia Pasqual, direção de arte de Vanessa Rodrigues e Richard Tavares, montagem de Giba Assis Brasil e distribuição da H2O Filmes.
O Troféu Eduardo Abelin é uma homenagem concedida a diretores, cineastas e entidades de cinema pelo trabalho feito em benefício do cinema brasileiro. A honraria leva o nome de um dos pioneiros do cinema gaúcho, o diretor Eduardo Abelin. O cineasta Carlos Reichenbach foi o primeiro a receber a honraria, em 2001. Juntam-se a ele nomes como Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Carla Camurati e Laís Bodanzky.
A programação seguirá em espaços culturais da capital cearense, especialmente no Complexo Cultural Estação das Artes e no Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura; e nas cidades de Quixadá, Crato e Sobral.
O festival é um dos mais importantes espaços de debate e difusão do respeito à pluralidade sexual e de gênero no Brasil. A programação é inteiramente gratuita e, além das mostras de audiovisual, ainda traz apresentações de teatro, dança, música, literatura, exposição de artes visuais, feira empreendedora LGBT, oficinas, debates e ações de acessibilidade.
São seis mostras de audiovisual e há uma competição onde todos os premiados recebem o Troféu Elke Maravilha. Os vencedores de melhor longa e melhor curta brasileiros receberão, respectivamente, os prêmios de R$ 7 mil e R$ 3 mil. Além disso, os selecionados também concorrem em diversas categorias.
Para a curadoria do conteúdo, o festival tem como principal premissa a diversidade, buscando garantir que os diferentes grupos da comunidade sejam igualmente representados a partir da quantidade de materiais inscritos.
Além da competição, o For Rainbow exibirá as mostras de filmes convidados, representador por Neirud, de Fernanda Faya, sobre sua enigmática tia que percorreu o Brasil como lutadora circense em uma trupe clandestina, só de mulheres, nas décadas de 60 a 80; e Diário da Primavera, de Fabíola Aquino, uma obra que discute e informa criticamente sobre as questões do corpo vinculadas a preconceitos, estética e obesidade, assuntos tão presentes no mundo contemporâneo.
O festival também exibirá, em primeira mão, os quatro primeiros capítulos da minissérie Trago a Pessoa Amada, com direção de Vitã e que tem na equipe um já vencedor do festival, Victor Costa Lopes, como montador e produtor. A equipe local da série é formada majoritariamente por mulheres e pessoas LGBTQIA+. A história é dividida em dois núcleos, que nos moldes dos folhetins televisivos, apresentam os dramas cotidianos de duas camadas sociais.
A Mostra Competitiva de longas-metragens deste ano apresenta uma seleção diversa e inspiradora de filmes que exploram diferentes aspectos da vivência LGBTQIA+. Em Capim-Navalha, dirigido por Michel Queiroz, o espectador é levado à Chapada dos Veadeiros, onde Gustavo e Gaé, homens trans, compartilham suas histórias de vida e resistência. Já no italiano Eu Não Sou Ninguém, de Geraldine Ottier, acompanhamos a trajetória de Mariasilvia Spolato, a primeira mulher a se declarar lésbica publicamente na Itália. Humo bajo el agua, de Fabio Junco e Julio Midú, narra o reencontro e romance entre dois amigos após 20 anos. Em Orlando, Minha Biografia Política, Paul B. Preciado homenageia a obra de Virginia Woolf e reflete sobre a evolução da identidade de gênero através de um retrato poético e político do mundo contemporâneo.
A diversidade cultural e artística continua com The Ball, de Malgorzata Saniewska, que celebra a cena do ballroom em Nova York. Por fim, Tudo o que Você Podia Ser, de Ricardo Alves Jr., mistura documentário e ficção para acompanhar Aisha e suas amigas em Belo Horizonte, explorando os laços de amizade e a celebração da liberdade queer.
Com 21 curtas, a seleção inclui 13 produções brasileiras, destacando os talentos nacionais, e oito internacionais que trazem perspectivas globais sobre a diversidade sexual e de gênero. Entre os filmes internacionais, há produções da Argentina, Sri Lanka, França, México, Paraguai, Índia e Coreia.
A programação busca trazer variedade temática: cinco dos curtas abordam a transexualidade, seis exploram experiências gays, cinco se concentram em histórias lésbicas, um trata da temática intersex e outro sobre identidade não-binária; outros três filmes abordam mais de uma temática dentro do espectro LGBTQI+. Esta diversidade temática reflete o compromisso do festival em garantir a visibilidade para diferentes vozes dentro da comunidade, além de contemplar as múltiplas realidades ao redor do mundo.
A Mostra de Filmes Cearenses celebra a rica cena audiovisual do Ceará, dando destaque a uma nova geração de cineastas diversos e talentosos. Entre os curtas selecionados, Crayon, uma animação experimental de Juno e Becca Lutz, explora a vida de uma artista trans através de seus desenhos. I Wanna Find a Place, de Vinícius da Silva e Ellie Fernandes, é uma produção experimental que reflete sobre a resistência e a existência trans/travesti. Itinerário de uma História Soterrada, de Lucas Vidal, documenta a memória de Raimundo Preta, uma figura icônica da Fortaleza dos anos 70 e 80. Em Kila & Mauna, de Ella Monstra, duas amigas embarcam em uma jornada de resgate.
E mais: Metamorfose, de Dominik Angel, traz uma narrativa impactante sobre dois irmãos que enfrentam seus pais tiranos. O documentário Narrativas LGBTQIAPN+: em contextos de escola e universidade aborda vivências LGBTQIA+ no ambiente educacional. Ordem das Magnólias, de Rafa Sousa, destaca-se por uma equipe inteiramente composta por profissionais trans cearenses. Quem Sabe Nesse Carnaval, de Davi Jaguaribe, segue uma viajante chilena em busca de sua identidade durante o Carnaval de Fortaleza. Telhinha, de Bruno Brasileiro, trata de reconciliação familiar e despedida. Por fim, Um Teto para 3, de Eric Magda Lima, conta uma história de amor bissexual e convivência entre três pessoas. Esses curtas oferecem um panorama diversificado da produção cinematográfica cearense, refletindo a pluralidade e a criatividade que definem o festival.
Na noite de abertura do festival, o humorista cearense Paulo Diógenes, que faleceu em fevereiro deste ano, será homenageado; ele inspirou o cineasta Pedro Diogenes no longa A Filha do Palhaço.
Conheça os filmes selecionados para o For Rainbow 2024:
MOSTRA COMPETITIVA | LONGAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Capim Navalha, de Michel Queiroz (Brasil) Eu Não Sou Ninguém (Io Non Sono Nessuno), de Geraldine Ottier (Itália) Fundação Subaquática (Humo bajo el agua), de Fabio Junco e Julio Midú (Argentina) Orlando, Minha Biografia Política, de Paul B. Preciado (França) The Ball, de Malgorzata Saniewska (EUA) Tudo o que Você Podia Ser, de Ricardo Alves Jr. (Brasil)
MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS
A Pele a que Pertenço (La Piel Donde Me Hallo), de Aline Moscato e Néstor Amarilla Ojeda (Paraguai) Além do Binário (Beyond the Binary), de Sudesh Abeynayaka (Sri Lanka) Além-Mar (Beyond the Sea), de Hippolyte Leibovici (França) Ana Rúbia, de Íris Alves Lacerda e Diego Baraldi (Brasil) Bem-Vinda de Volta, de Nicole Gullane (Brasil) Chemsex, de Daniel Porto (Brasil) De Noite, Na Cama, de Malu Rizzo (Brasil) Dinho, de Leo Tabosa (Brasil) Entrando (Coming In), de Louis Devignes, Alice Florent, Romane Etienne, Camille Devise e Killian Maret (França) Ferro’s Bar, de Cine Sapatão (Aline A. Assis, Fernanda Elias, Nayla Guerra e Rita Quadros) (Brasil) Gotas de Orvalho (OAS – New Drops), de Kartika Nainan Dubey (Índia) LOLO, de Ana Gabriela Gutiérrez Salgado (México) Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP) Pedagogias da Navalha: Se a palavra é um feitiço, minha língua é uma encruzilhada, de Colle Christine Avelar, Tiana dos Santos e Alma Flora (Brasil) Peixe Vivo, de Bob Yang e Frederico Evaristo (Brasil) Problemas de Titia (Complejo de Algo), de Rita Hostt e Tadeo Pestaña Caro (Argentina) Raposa, de João Fontenele e Margot Leitão (Brasil) Sombra, de João Pedro Rabelo (Brasil) Trânsito (Transit), de Hyein Moon (Coreia do Sul) Tudo que importa, de Coraci Ruiz (Brasil) Xavier e Miguel, de Ricky Mastro (Brasil)
MOSTRA DE FILMES CEARENSES | CURTAS
Batucada, de Sara Lizz Crayon, de Juno e Becca Lutz I Wanna Find a Place, de Vinícius da Silva e Ellie Fernandes Itinerário de uma História Soterrada, de Lucas Vidal Kila & Mauna, de Ella Monstra Metamorfose, de Dominik Angel Narrativas LGBTQIAPN+: em contextos de escola e universidade, de Paulo Clayton de Souza Lima, Pedro Cauã Patricio da Silva, Rayene Kellen Jardim Lima e Wendy Lima de Aguiar Ordem das Magnólias, de Rafa Sousa Quem Sabe Nesse Carnaval, de Davi Jaguaribe Telhinha, de Bruno Brasileiro Um Teto para 3, de Eric Magda Lima
A 28ª edição do Cine PE – Festival do Audiovisual começou nesta quinta-feira, 06/06, no Teatro do Parque, no Recife. A cerimônia, apresentada pela atriz pernambucana Nínive Caldas, contou com uma emocionante homenagem às trilhas sonoras de filmes brasileiros.
A Orquestra Bravo, sob a batuta do maestro Dierson Torres, executou as músicas Mulher Rendeira, do filme O Cangaceiro, de Lima Barreto; O Que Será?, de Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto; Bye Bye Brasil, do longa de mesmo título de Cacá Diegues; Esperando na Janela, de Eu Tu Eles, de Andrucha Waddington; Bicho de Sete Cabeças, do filme homônimo de Laís Bodanzky; O Tempo Não Pára, de Cazuza: O Tempo Não Pára, de Sandra Werneck e Walter Carvalho; e Tempo Perdido, de Somos Tão Jovens, de Antonio Carlos da Fontoura.
Nos momentos finais do concerto, a orquestra recebeu convidados especiais que abrilhantaram a apresentação com seus vocais: o cantor e compositor Silvério Pessoa, que cantou Você Não Me Ensinou a Te Esquecer, de Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes; Carlos Filho, ex-participante do The Voice Brasil, que cantou Beatriz, de O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues; e Mariana Rocha, do The Voice Kids, que deu voz a Como Nossos Pais, de Ainda Somos os Mesmos, de Paulo Nascimento, filme de abertura do Cine PE do ano passado. Enquanto a música preenchia a sala, cenas dos filmes homenageados foram projetadas na tela.
A noite também foi marcada por uma homenagem à atriz e cantora Tania Alves, por sua inestimável contribuição ao cinema e à música brasileira. Ela recebeu a Calunga de Ouro das mãos do Maestro Spok, do prefeito do Recife, João Campos, e da governadora do estado de Pernambuco, Raquel Lyra.
Ovacionada pelo público, fez um discurso emocionante e agradeceu pelo reconhecimento citando alguns dos pernambucanos que marcaram sua carreira artística, começando pelo seu pai, recifense de Casa Amarela: “Eu sou atriz graças a um pernambucano que me ensinou a pisar no palco de forma visceral e despudoradamente brasileira. Seu nome é Luiz Mendonça”, declarou, relembrando ainda Robertinho do Recife, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Carlos Fernando e Dominguinhos, além dos paraibanos Elba Ramalho e Zé Ramalho. Entre risos e lágrimas, a homenageada contou que sua primeira vez no carnaval de Recife e Olinda foi a convite de Spok, para cantar com sua orquestra.
Ainda no palco, relembrou sucessos de sua carreira nas telonas, como os filmes: Cabaret Mineiro, de Carlos Alberto Prates Correia, que lhe rendeu o kikito de melhor atriz coadjuvante em Gramado; O Olho Mágico do Amor, de José Antônio Garcia e Ícaro Martins, vencedora do Prêmio APCA; Parahyba Mulher Macho, de Tizuka Yamasaki, no qual foi consagrada no Festival de Havana e no Festival de Cartagena; e O Mágico e o Delegado, de Fernando Coni Campos, exibido no Festival de Brasília. Lembrou também alguns trabalhos na TV, entre eles, a minissérie Lampião e Maria Bonita e o especial Morte e Vida Severina, da Rede Globo.
Aplaudida, finalizou o discurso: “Ser ator, que missão sagrada é a nossa! Tenho certeza que teremos momentos inesquecíveis. Contem comigo! Estarei por inteira recebendo essa graça por todos os poros. Minha gratidão eterna”.
Equipe de Grande Sertão no Cineteatro do Parque
O prefeito João Campos aproveitou a ocasião para comentar a recente desapropriação dos edifícios Trianon e do Art Palácio, extintos cinemas de rua localizados na Avenida Guararapes, para a construção de um Instituto Federal: “Vamos fazer as salas de aula no Trianon e uma sala de audiovisual, que será usada como auditório do Instituto Federal e também um cinema aberto à população do Recife, no Art Palácio”. E brincou: “É uma alegria receber a 28ª edição do Cine PE. Fui dar uma entrevista antes e a repórter comentou que o festival é da minha idade. É quase isso. Eu tenho 30 e o Cine PE tem 28. Quase empatamos, mas estamos diante de um grande patrimônio recifense”.
Raquel Lyra comentou sobre a importância de fomentar a arte, a cultura e a economia criativa: “A gente não quer artista pedindo esmola. A gente quer artista que possa viver da sua arte o ano inteiro”, pontuou a governadora de Pernambuco.
Na sequência da homenagem, a equipe do longa-metragem Grande Sertão, de Guel Arraes, subiu ao palco para apresentar o filme de abertura do Cine PE 2024: “É uma honra, uma alegria e uma emoção muito grande mostrar esse filme aqui. Queria saudar dois grandes homens pernambucanos da minha família: meu pai Miguel Arraes e meu sobrinho Eduardo Campos”. E continuou: “O filme Grande Sertão transpõe a história contada por Guimarães Rosa, esse monumento da literatura brasileira, para a guerra da favela, entre polícia e bandidos, essa guerra que até hoje a gente tem dificuldade de entender. Eu não vejo solução nem à direita nem à esquerda. A direita tem uma solução ruim a curto prazo, a esquerda tem uma solução boa a longo prazo demais. E a arte não tem uma solução prática pra vida, como a política, mas a arte pode dar uma visão mais profunda, mais humana de uma realidade”.
A adaptação cinematográfica do clássico literário Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, atraiu uma audiência ansiosa, que lotou o Cineteatro do Parque. Além do cineasta pernambucano, o evento contou com a presença ilustre do elenco principal, incluindo Luisa Arraes, Caio Blat, Eduardo Sterblitch, Rodrigo Lombardi e Luis Miranda, que fizeram questão de prestigiar a première.
Estrelado por Caio Blat (Riobaldo) e Luisa Arraes (Diadorim), o filme transpõe o universo da violência dos jagunços do sertão para o território das organizações criminosas de uma periferia urbana, cercada por muros gigantescos, em um tempo indeterminado. A história, narrada em tom épico, segue a trajetória de Riobaldo, professor que ingressou no bando por amor a Diadorim, um dos bandidos.
Grande Sertão, produzido por Manoel Rangel, Egisto Betti e Heitor Dhalia, já foi exibido na 27ª edição do Tallinn Black Nights Film Festival (PÖFF), na Estônia, em novembro de 2023, e recebeu o prêmio de melhor direção na categoria Critic’s Picks. Uma das grandes apostas do cinema brasileiro deste ano, o filme é produzido pela Paranoïd Filmes em coprodução com a Globo Filmes e distribuição da Paris Filmes.
A 28ª edição do Cine PE segue até 11 de junho com exibições de filmes e diversas atividades paralelas na capital pernambucana.
*Clique aqui e confira as entrevistas com o elenco de Grande Sertão
*O CINEVITOR está no Cine PE e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Elenco: Chris Pine, Jennifer Jason Leigh, Danny DeVito, Annette Bening, DeWanda Wise, Aflamu Johnson, Stephen Tobolowsky, John Ortiz, Armie Hicks Jr., Hollis W. Chambers, Christopher Chen, Laurent Schwaar, Michael Dunn, Robert Pine, Lakshmi Singh, Will Greenberg, Clancy Brown, Ray Wise, Drew Droege, Jackie Beat, Sam Pancake, Amanda Walsh, Mauricio Andara, Jesse Schelle, Juliet Mills, Robert Baker, Fred Specktor, Evan Shafran.
Ano: 2023
Sinopse: A comédia acompanha Darren Barrenman, um homem que passa seus dias cuidando da piscina do conjunto residencial Tahitian Tiki, em Los Angeles. Quando descobre uma conspiração para roubar a água da cidade, Darren fará o impossível para salvar sua preciosa Los Angeles.
Como parte da homenagem, o artista receberá o Troféu Vitória e o Caderno do Homenageado, publicação inédita e biográfica, assinada pelos jornalistas Leonardo Vais e Paulo Gois Bastos, que trata da sua vida e trajetória profissional.
“Eu fico muito feliz, muito grato de verdade em ser homenageado neste festival que eu acompanho de longe já faz muito tempo, ou por amigos que me contam, como Elisa Lucinda, que sempre falou com muito carinho do evento, ou pelas notícias que chegam até mim. Eu acho que nesse momento em que o audiovisual está se revendo, nunca foi tão importante manter vivo os festivais de cinema. Que são espaços de troca, de fortalecimento, de mostrar filmes que não encontram seu espaço de projeção em outros lugares e de reafirmar a força do cinema brasileiro”, disse Lázaro.
Nascido em Salvador, Bahia, Lázaro Ramos começou a atuar na década de 1990, no Bando de Teatro Olodum. No coletivo teatral, interpretou inúmeros clássicos como Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare; Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht; e Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Além de textos autorais como o sucesso Ó Paí, Ó, que foi adaptado para o cinema, em 2007, com grande sucesso.
Ao realizar projetos fora do grupo, ele esteve em espetáculos como A Máquina (2000), de João Falcão, ao lado de Wagner Moura e Vladimir Brichta. Em 2007, atuou em O Método Gronholm, texto que ele retoma como diretor, em 2020. Desde 2015 dirige, atua e produz o espetáculo O Topo da Montanha, que, ao lado de Taís Araujo, interpreta o reverendo Martin Luther King, e que já levou mais de 300 mil espectadores ao teatro.
No cinema, esteve em mais de 40 produções, que transitam por diversos gêneros audiovisuais. Na lista de trabalhos estão o cultuado longa-metragem Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz, que o fez figurar na lista de melhores atores do jornal The New York Times e lhe rendeu mais de 30 prêmios. Com Jorge Furtado, parceiro constante, fez O Homem que Copiava (2003), Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o Filme (2007). Outro destaque da sua extensa filmografia é Cidade Baixa (2006), de Sérgio Machado, em que divide a cena com Wagner Moura e Alice Braga.
Em 2018, protagonizou O Beijo no Asfalto, de Murilo Benício, adaptação cinematográfica do clássico de Nelson Rodrigues. Seus trabalhos mais recentes são: As Verdades (2019), de José Eduardo Belmonte; Papai é Pop (2021), de Caito Ortiz; e Ó Paí, Ó 2 (2023), de Viviane Ferreira. Em 2022, lançou o longa-metragem Medida Provisória, que marcou sua estreia como diretor e foi premiado em diversos festivais internacionais de cinema.
Com mais de 30 participações em programas na TV, Lázaro atuou em novelas e séries, além de ser apresentador de programas. Com vários personagens memoráveis na televisão, estreou na telinha na série Sexo Frágil, em 2003. Nas novelas, sua primeira aparição foi em Cobras & Lagartos (2006), quando deu vida a Foguinho, papel que ganhou o imaginário popular e pelo qual foi indicado ao Emmy de melhor ator. Ele também interpretou papéis marcantes em novelas como Duas Caras (2007), Insensato Coração (2011) e Lado a Lado (2012).
Entre 2015 e 2018, protagonizou quatro temporadas da série Mister Brau, que se firmou como um dos marcos do empoderamento negro no Brasil. Seu trabalho mais recente em novelas foi o remake de Elas por Elas (2023/24), em que deu vida ao icônico Mário Fofoca.
Ainda na televisão, idealizou, dirigiu e apresentou o programa Espelho, do Canal Brasil, que esteve no ar por 16 anos. Após uma carreira de 17 anos na TV Globo, em 2021, Lázaro Ramos assinou com a Prime Video, onde assumiu o cargo de showrunner, profissional responsável por gerenciar da pré à pós-produção de obras para TV, streaming e mídias digitais. Essa parceria rendeu seu trabalho mais recente como diretor, o longa Um Ano Inesquecível: Outono (2023), romance musical adaptado do conto de Babi Dewet, e protagonizado por Gabz e Lucas Leto.
Além do teatro, cinema e televisão, nos últimos anos, Lázaro Ramos tem se dedicado também à literatura. Seu livro infantil de estreia foi A Velha Sentada, de 2010. Em 2015 e 2018 lançou, respectivamente, Caderno de Rimas de João e Caderno Sem Rimas da Maria, inspirados em seus filhos. Em 2019, publicou Sinto o que Sinto: e a Incrível História de Asta e Jase, em parceria com o Mundo Bita, e O Pulo do Coelho (2021). Em 2017, chegou às livrarias o best-seller Na Minha Pele, livro que marca sua estreia na literatura adulta e o consagrou como um dos escritores negros mais vendidos do país. Em 2022, publicou o livro Medida Provisória: Diário do Diretor, que conta os bastidores da direção de seu primeiro filme; e Você não é Invisível, em que escreve pela primeira vez para os jovens.
O 31º Festival de Cinema de Vitória, que terá também a artista Suely Bispo como a Homenageada Capixaba, apresentará a safra atual e inédita do cinema brasileiro. Além das exibições nas mostras competitivas, o evento contará com sessões especiais, debates, formações e homenagens que transformarão a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro. Toda programação é gratuita.
Elenco: Bérénice Bejo, Nassim Lyes, Léa Léviant, Sandra Parfait, Aksel Ustun, Aurélia Petit, Marvin Dubart, Daouda Keita, Ibrahima Ba, Anne Marivin, Stéphane Jacquot, Jean-Marc Bellu, Nagisa Morimoto, Yannick Choirat, Iñaki Lartigue, Victor Pontecorvo, Thomas Espinera, Anaïs Parello, Iván González, Patrick Ligardes, Maud Forget, Sandra Tabarés, Jonas Dinal, Marina Yerles, Karina Testa, Mahily Dement Elismar, Hugo Trophardy, Yves Calvi, Ricky Tribord, Balthazar Boncza, Monsieur Poulpe, Kareem Tristan Alleyne, Ellis Arch, Tod Fennell, Alain Goulem, Tristan D. Lalla, Chimwemwe Miller, Paul Zinno, Julien Jakout, José Antonio Pedrosa Moreno.
Ano: 2024
Sinopse: Um tubarão gigante apareceu no rio Sena, em Paris. Para evitar a catástrofe, uma cientista vai ter que encarar as tragédias do próprio passado.
Cícero Lucas no longa mineiro Marte Um, de Gabriel Martins
O Prêmio ABRA de Roteiro é produzido pela Abra, Associação Brasileira de Autores Roteiristas, e tem a finalidade de valorizar os autores-roteiristas e ressaltar a importância do roteiro na cadeia de produção da indústria audiovisual do país.
A votação que determina indicados e vencedores é realizada pelas próprias pessoas associadas da Abra em dois turnos; podem concorrer ao prêmio as produções cujos roteiros são de autoria ou coautoria de roteiristas brasileiros, associados à Abra ou não.
Neste ano, a escolha dos vencedores foi anunciada no dia 4 de junho dentro da programação do Rio2C. O Prêmio da Crítica foi realizado em parceria com a Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
Confira a lista completa com os vencedores do 7º Prêmio Abra de Roteiro:
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL Marte Um, escrito por Gabriel Martins
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO O Sequestro do Voo 375, escrito por Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque
MELHOR ROTEIRO | DOCUMENTÁRIO Retratos Fantasmas, escrito por Kleber Mendonça Filho
MELHOR ROTEIRO | CURTA-METRAGEM Infantaria, escrito por Laís Santos Araújo
MELHOR ROTEIRO DE COMÉDIA | PRÊMIO PAULO GUSTAVO O Clube dos Anjos, escrito por Angelo Defanti
MELHOR ROTEIRO | PRÊMIO DA CRÍTICA Marte Um, escrito por Gabriel Martins
MELHOR ROTEIRO DE SÉRIE | DRAMA Cangaço Novo, escrito por Mariana Bardan, Eduardo Melo, Fernando Garrido e Erez Milgrom
MELHOR ROTEIRO DE SÉRIE | COMÉDIA Encantado’s, escrito por Renata Andrade, Thaís Pontes, Chico Mattoso e Antônio Prata
MELHOR ROTEIRO DE SÉRIE | DOCUMENTÁRIO Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho, escrito por Felipe Awi e Ricardo Calil
MELHOR ROTEIRO | OBRA INFANTIL E INFANTOJUVENIL A Magia de Aruna, escrito por Maíra Oliveira, Ana Pacheco, Bruna Trindade, Rodrigo de Vasconcellos, Leandro Matos, Clara Meirelles, Indigo, Henrique Breia e Szolnky, Bruna Trindade e Raysner de Paula
MELHOR ROTEIRO | TELENOVELA Vai na Fé, escrito por Rosane Svartman, Renata Corrêa, Renata Sofia, Pedro Alvarenga, Fabricio Santiago, Mario Viana e Sabrina Rosa
MELHOR ROTEIRO | REALITY Ilhados com a Sogra, escrito por Rico Perez, Sarah Rodrigues, Vivian Alano, Daniella Fernandes, Jéssica Reis, Aline Furlanetto, Juan Gutierres e Mayara Barros
MELHOR ROTEIRO | VARIEDADES Avisa Lá que Eu Vou, escrito por Luiza Yabrudi, Pedro Alvarenga, Paulo Vieira e Daniela Ocampo
PRÊMIO ABRAÇO | EXCELÊNCIA EM ROTEIRO Nathália Cruz
PRÊMIO ROTEIRISTA DO ANO | PRÊMIO PARADISO Renata Andrade e Thaís Pontes
Elenco: Cintia Rosa, Arthur Ferreira, Jonathan Haagensen, Mary Sheyla, Neusa Borges, Babu Santana, Jonathan Azevedo, Luciano Vidigal, Márcio Vito, Roberta Rodrigues, Thiago Martins, Rose Haagensen, Diego Francisco, Thaiza Barcellos, Luiz Otavio Fernandes, Kizi Vaz, Marcos Junqueira, Marcello Melo, Fatima Domingues, Numa Ciro, Sabrina Rosa, Juan Paiva, Lucio Andrey, Micael Borges, Adriano de Jesus, Melissa Arievo, Nino Batista, Maria Vitória Leonardo, Renan Cruz, Thawan Lucas, Maria Luysa, Guti Fraga, Gabbi Oliveira, Danilo Martins, Cauã Antunes, Arthur França, Axel Folley, Gabriel Garrana, Jesus Lino, Marcello Mello Júnior, Pierre dos Santos, Leandra Miranda, Zé Mario Farias, Wanderson Petão, Francisca Damião, Paulo Cypa, Erica Matos, Edson José de Oliveira, Iohanna Carvalho, Marwin Melo, Rafael Nascimento Barbosa.
Ano: 2024
Sinopse: Moradora do morro do Vidigal, uma das favelas mais famosas do Rio de Janeiro, Rita é uma vendedora ambulante que trabalha na praia e há meses vem economizando dinheiro para dar ao seu filho Léo uma festa de aniversário. Até que descobre que todo o dinheiro foi roubado pelo seu próprio marido, Dudu, que contraiu uma dívida perigosa com os moradores locais e precisa pagar de maneira urgente para preservar sua vida. A partir dessa desilusão, Rita precisa correr contra o tempo para descobrir formas de viabilizar o dinheiro para salvar a vida do pai de seu filho e finalmente poder comemorar o aniversário de Léo.
*Clique aqui e assista ao programa especial sobre o filme com entrevista com Cintia Rosa e Jonathan Haagensen