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CINEVITOR #451: Entrevista com Malu Galli e Daniel Bandeira | Propriedade

por: Cinevitor
Malu Galli e Edilson Silva em cena

Com direção de Daniel Bandeira, Propriedade foi um dos filmes brasileiros mais comentados no último ano dentro do circuito de festivais. O thriller chega aos cinemas nesta quinta-feira, 21/12, pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras.

Na trama, uma reclusa estilista, interpretada por Malu Galli, se enclausura em seu carro blindado para se proteger de uma revolta dos trabalhadores da fazenda de sua família. Separados por uma camada impenetrável de vidro, dois universos estão prestes a colidir.

Também autor do roteiro, Daniel Bandeira se relaciona há muito com o conceito que se transformaria em Propriedade. Apreciador do suspense, o cineasta, a princípio, desenvolveu o argumento como um exercício formal sobre enclausuramento. No entanto, a ideia passou a receber contornos políticos ao perceber, a partir de 2010, um país mais polarizado do que nunca.

Rodado entre 11 de setembro e 7 de outubro de 2018, Propriedade imprime na tela a tensão que o país vivenciou, com a equipe recepcionando os resultados do primeiro turno eleitoral daquele ano no último dia de filmagens na Fazenda Morim, em São José da Coroa Grande, município de Pernambuco. Houve também uma camada adicional percebida, a posteriori, pela atmosfera claustrofóbica, quase uma alegoria do isolamento social que tomaria o mundo um ano depois.

Com o protagonismo da narrativa muitas vezes concentrado em Tereza e Dona Antônia, personagens respectivamente interpretadas por Malu Galli e Zuleika Ferreira, Daniel encontrou uma forma de representar a incomunicabilidade de duas integrantes de diferentes esferas sociais: “Eu acho que a gente vive em um momento em que é muito difícil se colocar no lugar do outro, de entender as motivações do outro. E, com isso, a gente acaba perdendo as nuances, as motivações, coisas que a gente poderia usar para tentar resolver nossas diferenças”.

A partir disso, Propriedade coloca o espectador no lugar de testemunha dupla das motivações de cada lado: “Eu acho que é nisso que reside a grande tragédia, não só da história do filme, mas da história dos nossos tempos. E que só quando rompemos essa blindagem, ou quando abrimos a porta, ou quando descemos o vidro para poder falar com o outro, que nós temos uma condição de iniciar um diálogo, de estabelecer um clima de resolução de diferenças, resolução de problemas. Até lá, a incomunicabilidade é o motor da nossa tragédia”, reflete Daniel.

No Brasil, Propriedade esteve na programação do Festival do Rio, com a montagem de Matheus Farias sendo premiada; na 46ª Mostra de São Paulo; no 17º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, no qual recebeu cinco prêmios, entre eles, melhor direção; na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes; na 17ª CineBH; no Rio Fantastik Festival 2023, eleito, entre demais prêmios e menções, como melhor longa-metragem; entre outros.

No circuito internacional, passou por renomados festivais do calendário anual, como: Festival de Berlim, na mostra Panorama; Edimburg International Film Fest; MotelX, em Lisboa; o espanhol Sitges; os americanos Brooklyn Horror Fest e Fantastic Fest, nos quais saiu vencedor como melhor filme; o holandês Leiden International Film Festival; entre outros. Está também agendada uma exibição no dia 20 de dezembro no MoMA, Museu de Arte Moderna de Nova York, dentro do programa The Contenders 2023, em um recorte com as obras mais influentes e importantes dos últimos doze meses.

Com produção de Kika Latache e Livia de Melo, direção de fotografia de Pedro Sotero, o elenco conta também com Tavinho Teixeira, Sandro Guerra, Roberta Lúcia, Amara Rita Magalhães, Marcílio Moraes, Nivaldo Nascimento, Clebia Sousa, Marília Souto, Chris Veras, Carlos Amorim, Anderson Cleber, Aruandhê Pereira, Andala Quituche, Natureza Rodrigues, Maria José Sales, Ângelo Fàbio, Ane Oliva, Samuel Santos, Edilson Silva e Erick Silva

Para falar mais sobre Propriedade, conversamos com o diretor e com a protagonista Malu Galli. No bate-papo, falaram sobre a ideia do projeto, preparação de elenco, entrosamento com a equipe, filme de gênero, recepção do público e expectativa para o lançamento.

Aperte o play e confira:

Foto: Divulgação.

Satellite Awards 2023: conheça os indicados

por: Cinevitor
Teo Yoo e Greta Lee em Vidas Passadas, de Celine Song: três indicações

Fundada em 1996, a International Press Academy é uma associação de mídia de entretenimento com membros votantes do mundo todo que atuam em jornais, TV, rádio, blogs e novas plataformas de mais de vinte países.

Com a intenção de honrar as excelências artísticas dos filmes, seriados, rádio e novas mídias, a IPA criou o Satellite Awards, antes conhecido como The Golden Satellite Awards, prêmio que elege os melhores da indústria do entretenimento em categorias diversas. As indicações são derivadas de exibições antecipadas em festivais de cinema em todo o mundo, bem como triagens de considerações enviadas a jornalistas.

Neste ano, em sua 28ª edição, Oppenheimer, dirigido por Christopher Nolan, lidera a lista com 14 indicações; Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese, aparece na sequência com doze indicações. Nas categorias televisivas, Treta, Fargo, Succession, The Last of Us, The Crown, The White Lotus, Yellowjackets, entre outras, se destacam.

Um dos principais objetivos do Satellite Awards é celebrar novos trabalhos de realizadores independentes estabelecidos e em desenvolvimento, dando-lhes acesso a um público maior no mundo todo. Os vencedores serão anunciados no dia 3 de março de 2024 em Los Angeles.

Conheça os indicados nas categorias de cinema do 28º Satellite Awards:

MELHOR FILME | DRAMA
Assassinos da Lua das Flores
Ferrari 
Maestro
Oppenheimer 
Segredos de um Escândalo
Vidas Passadas

MELHOR FILME | COMÉDIA OU MUSICAL
American Fiction 
Barbie
O Homem dos Sonhos
Os Rejeitados
Pobres Criaturas
Scrapper 

MELHOR FILME INTERNACIONAL
A Sociedade da Neve, de J.A. Bayona (Espanha)
Anatomia de uma Queda, de Justine Triet (França)
Das Lehrerzimmer (The Teachers’ Lounge), de Ilker Çatak (Alemanha)
Folhas de Outono, de Aki Kaurismäki (Finlândia)
Io Capitano, de Matteo Garrone (Itália)
Urotcite na Blaga (Blaga’s Lessons), de Stephan Komandarev (Bulgária)
Zona de Interesse, de Jonathan Glazer (Reino Unido)

MELHOR ANIMAÇÃO
As Tartarugas Ninja: Caos Mutante
Elementos
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Meu Amigo Robô
O Menino e a Garça
Suzume

MELHOR DOCUMENTÁRIO
20 Days in Mariupol   
Bad Press
Close to Vermeer
Jon Batiste: American Symphony
Lakota Nation vs. the United States
Little Richard: I Am Everything
Love to Love You, Donna Summer
Marcados: A História do Racismo nos EUA

MELHOR DIREÇÃO
Alexander Payne, por Os Rejeitados
Christopher Nolan, por Oppenheimer
Greta Gerwig, por Barbie
Jonathan Glazer, por Zona de Interesse
Martin Scorsese, por Assassinos da Lua das Flores
Yorgos Lanthimos, por Pobres Criaturas

MELHOR ATRIZ | DRAMA
Carey Mulligan, por Maestro
Greta Lee, por Vidas Passadas
Lily Gladstone, por Assassinos da Lua das Flores
Natalie Portman, por Segredos de um Escândalo
Penélope Cruz, por Ferrari
Sandra Hüller, por Anatomia de uma Queda

MELHOR ATOR | DRAMA
Andrew Scott, por Todos Nós Desconhecidos
Bradley Cooper, por Maestro
Cillian Murphy, por Oppenheimer
Colman Domingo, por Rustin
Franz Rogowski, por Passagens
Leonardo DiCaprio, por Assassinos da Lua das Flores

MELHOR ATRIZ | COMÉDIA OU MUSICAL
Alma Pöysti, por Folhas de Outono
Cailee Spaeny, por Priscilla
Emma Stone, por Pobres Criaturas
Fantasia Barrino, por A Cor Púrpura
Margot Robbie, por Barbie

MELHOR ATOR | COMÉDIA OU MUSICAL
Barry Keoghan, por Saltburn 
Jeffrey Wright, por American Fiction
Joaquin Phoenix, por Beau Tem Medo
Nicolas Cage, por O Homem dos Sonhos
Paul Giamatti, por Os Rejeitados

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
America Ferrera, por Barbie
Da’Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados
Emily Blunt, por Oppenheimer
Julianne Moore, por Segredos de um Escândalo
Juliette Binoche, por O Sabor da Vida
Rosamund Pike, por Saltburn 

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Charles Melton, por Segredos de um Escândalo
Dominic Sessa, por Os Rejeitados
Mark Ruffalo, por Pobres Criaturas
Robert De Niro, por Assassinos da Lua das Flores
Robert Downey Jr., por Oppenheimer
Ryan Gosling, por Barbie

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Anatomia de uma Queda, escrito por Arthur Harari e Justine Triet
Barbie, escrito por Greta Gerwig e Noah Baumbach
Maestro, escrito por Bradley Cooper e Josh Singer
Os Rejeitados, escrito por David Hemingson
Segredos de um Escândalo, escrito por Samy Burch
Vidas Passadas, escrito por Celine Song

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
American Fiction, escrito por Cord Jefferson
Assassinos da Lua das Flores, escrito por Eric Roth e Martin Scorsese
Oppenheimer, escrito por Christopher Nolan
Pobres Criaturas, escrito por Tony McNamara
Todos Nós Desconhecidos, escrito por Andrew Haigh
Zona de Interesse, escrito por Jonathan Glazer 

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Assassinos da Lua das Flores, por Jack Fisk e Adam Willis 
Barbie, por Sarah Greenwood e Katie Spencer 
Ferrari, por Maria Djurkovic e Sophie Phillips
Maestro, por Kevin Thompson e Rena DeAngelo
Napoleão, por Arthur Max
Oppenheimer, por Ruth De Jong e Claire Kaufman 

MELHOR FOTOGRAFIA
Assassinos da Lua das Flores, por Rodrigo Prieto
Ferrari, por Erik Messerschmidt 
Maestro, por Matthew Libatique
Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1, por Fraser Taggart 
Napoleão, por Dariusz Wolski
Oppenheimer, por Hoyte van Hoytema
Saltburn, por Linus Sandgren

MELHOR FIGURINO
A Cor Púrpura, por Francine Jamison-Tanchuck
Assassinos da Lua das Flores, por Jacqueline West 
Barbie, por Jacqueline Durran
Napoleão, por David Crossman e Janty Yates
Oppenheimer, por Ellen Mirojnick
Pobres Criaturas, por Holly Waddington

MELHOR EDIÇÃO
Assassinos da Lua das Flores, por Thelma Schoonmaker
Barbie, por Nick Houy
Maestro, por Michelle Tesoro
Oppenheimer, por Jennifer Lame
Os Rejeitados, por Kevin Tent 
Pobres Criaturas, por Yorgos Mavropsaridis

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
A Sociedade da Neve, por Michael Giacchino
American Fiction, por Laura Karpman
Assassinos da Lua das Flores, por Robbie Robertson
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, por Daniel Pemberton
Oppenheimer, por Ludwig Göransson
Pobres Criaturas, por Jerskin Fendrix

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
I’m Just Ken, por Mark Ronson e Andrew Wyatt (Barbie)
It Never Went Away, por Jon Batiste e Dan Wilson (Jon Batiste: American Symphony)
Peaches, por Jack Black, Aaron Horvath, Michael Jelenic, Eric Osmond e John Spiker (Super Mario Bros. O Filme)
Road to Freedom, por Lenny Kravitz (Rustin)
The Fire Inside, por Diane Warren (Flamin’ Hot: O Sabor que Mudou a História)
What Was I Made For?, por Billie Eilish e Finneas O’Connell (Barbie)

MELHOR SOM | EDIÇÃO E MIXAGEM
Assassinos da Lua das Flores
Ferrari
Jon Batiste: American Symphony
Maestro
Napoleão
Oppenheimer 

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1
Napoleão
Oppenheimer 
Resistência
Transformers: O Despertar das Feras

MELHOR ELENCO | FILME
Oppenheimer 

MELHOR ELENCO | SÉRIE
Succession 

Foto: Divulgação/California Filmes.

André Novais Oliveira e Bárbara Colen serão homenageados na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor
Bárbara Colen: atriz mineira homenageada

A 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes acontecerá entre os dias 19 e 27 de janeiro na cidade histórica mineira abrindo o calendário audiovisual do país. Referência na exibição do cinema brasileiro contemporâneo e conectada às tendências e discussões do momento, a temática da Mostra em 2024 será: As Formas do Tempo.

Pensado pela curadoria, sob coordenação do crítico Francis Vogner dos Reis, o tema surgiu a partir da preocupação do evento em compreender os movimentos do audiovisual no país, especialmente, em seus pontos de ruptura. Pelo seu caráter de conexão com o presente, a Mostra de Tiradentes pretende trazer ao debate o momento em que o setor volta a fazer projeções de qual futuro é possível construir e de perguntar como lidar com os despojos que o processo anterior de um governo de direita e contrário à cultura deixou de legado.

“Precisamos escolher para onde vamos olhar e defendemos que é preciso, sobretudo, olhar para os filmes, para o tempo dos filmes, seja a modulação do tempo construída por eles como objeto, seja o tempo no qual o filme existe”, diz Francis.

Assim, a ideia em torno das formas do tempo dialoga com a ousadia das produções exibidas em Tiradentes e com a tentativa de compreensão ampla de como fazer filmes no Brasil, hoje e agora, pode impactar suas estéticas. No caso, para Francis, a demanda de eficiência e a velocidade dos acontecimentos no mundo solicitam novas formas da atenção e dos sentidos; mais rápida, fragmentária e ansiosa. Enquanto isso, cineastas como André Novais Oliveira, Paula Gaitán, Julio Bressane e Isael e Sueli Maxakali, entre outros, parecem seguir em desafio e desarranjo a esse estado exigente das coisas.

“Nesse contexto, cabe a nós interrogarmos sobre outras experiências do tempo, diferentes ao consumo urgente do streaming, por exemplo, e encontrar maneiras mais sutis e complexas de fruição no regime estético das imagens e no forjamento de um novo espectador/espectadora. Nas obras de arte, de que maneira os tempos se tornam visíveis? No seu tema? Nos seus signos? Na sua mensagem? No discurso ou na figura do artista? Talvez precisemos ir além desses predicados. Os tempos se tornam visíveis na arte em seu trabalho formal”, reforça o curador.

O objetivo da temática As Formas do Tempo, em sentido amplo, é provocar esses questionamentos e buscar algumas respostas diretamente nos filmes e nos discursos que naturalmente circulam num evento tão movimentado e agitado como a Mostra de Tiradentes. Tendo em vista as condições, circunstâncias e debates atuais no audiovisual brasileiro, que tempos e temporalidades atravessam essa noção de contemporâneo nas práticas cinematográficas, nas ideias, nas imagens e, sobretudo, nos filmes brasileiros contemporâneos?

As duas homenagens na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes se relacionam fortemente ao conceito da temática. Em 2024, o evento celebra as trajetórias do cineasta mineiro André Novais Oliveira e da atriz Bárbara Colen. Ele nasceu em Contagem há 39 anos, e ela, em Belo Horizonte, há 37 anos. Suas trajetórias se cruzam em diversos momentos e, vindos de uma mesma geração mineira, são também considerados figuras-chave do momento especial que vive a produção no estado.

André Novais Oliveira: trajetória de sucesso

André e Bárbara chamaram atenção na cena audiovisual brasileira quase simultaneamente. Tiveram um elo em comum: a produtora Filmes de Plástico. Em 2010, André, um dos fundadores da FdP, lançou o curta-metragem Fantasmas na Mostra Foco, em Tiradentes, e foi de imediato apontado como um dos novos criadores mais interessantes do evento. No mesmo ano, no Festival de Brasília, Bárbara surgiu como uma das protagonistas do curta Contagem, de Maurílio Martins e Gabriel Martins, também produzido pela FdP. A atriz encantou a plateia especialmente numa cena em que, ao conversar com outro personagem, sua performance fazia uma variação sutil entre o jogo cênico instaurado por todo o diálogo.

Nos anos seguintes, tanto André Novais quanto Bárbara Colen se consolidaram como duas potências criativas: ele, seguidamente por longas e curtas premiados, como Pouco Mais de um Mês (2013), Ela Volta na Quinta (2014), Temporada (2018) e O Dia que te Conheci (2023); ela, como atriz em Aquarius (2016) e Bacurau (2019), ambos de Kleber Mendonça Filho, em Baixo Centro (2018), de Ewerton Belico e Samuel Marotta, e em telenovelas na Globo.

“Os dois homenageados são alguns dos artistas responsáveis pela discreta radicalidade poética do cinema feito em Minas Gerais, tanto que suas presenças e influências estão para além do cinema do estado e possuem reconhecimento internacional”, diz Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial. “Esse celeiro criativo que nos deu cineastas, atrizes, atores e técnicos de fino talento rodou e ainda roda o mundo. O cinema de Bárbara Colen e André Novais nos aponta o que de melhor temos da cultura brasileira contemporânea”.

A celebração à dupla é, por extensão, uma celebração ao cinema de Minas Gerais, considerado um dos mais inovadores dos últimos 20 anos no Brasil: “Da videoarte dos anos 1990 aos coletivos e produtoras, do sertão mineiro à grande Belo Horizonte, o cinema de Minas nas últimas duas décadas foi parte incontornável de uma renovação decisiva no audiovisual brasileiro em termos de assunto e estilo, de modulação do tempo e da linguagem falada”, destaca Francis.

Maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão realizado no país, a Mostra Tiradentes 2024 será realizada em formato on-line e presencial. Apresenta, exibe e debate, em edições anuais, o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, em pré-estreias mundiais e nacionais; uma trajetória rica e abrangente que ocupa lugar de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil.

O evento exibe mais de 100 filmes brasileiros em pré-estreias nacionais e mostras temáticas, presta homenagem a personalidades do audiovisual, promove seminário, debates, a série Encontro com os filmes, oficinas, Mostrinha de Cinema e atrações artísticas. Além disso, toda a programação é gratuita.

Fotos: Leo Lara/Universo Produção.

Festival de Roterdã 2024: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Lucília Raimundo no longa brasileiro Praia Formosa, de Julia De Simone

O Festival Internacional de Cinema de Roterdã (IFFR, International Film Festival Rotterdam), que acontece na Holanda, é considerado um dos maiores do mundo e destaca obras cinematográficas dirigidas por novos cineastas. Além das seções oficiais em sua programação, há também espaço para nomes consagrados, retrospectivas e programas temáticos.

A 53ª edição acontecerá entre os dias 25 de janeiro e 4 de fevereiro de 2024 e o filme de abertura será a comédia dramática Head South, de Jonathan Ogilvie, que traz Marton Csokas, Ed Oxenbould, Roxie Mohebbi, Jackson Bliss, Arlo Gibson e Benee no elenco. 

Além disso, o diretor de fotografia Grimm Vandekerckhove, da Bélgica, conhecido por seu trabalho delicado e humanista com o cineasta Bas Devos, será homenageado com o Robby Müller Award, que destaca anualmente um excelente criador de imagens no estilo do falecido diretor de fotografia holandês que dá nome ao prêmio.

O cinema brasileiro ganha destaque nesta 53ª edição com diversos títulos. Na Tiger Competition, principal mostra do evento, aparece com Praia Formosa, de Julia De Simone. O filme conta a história de Muanza, uma mulher natural do Reino do Congo, que foi traficada para o Brasil no início do século XIX. Ao despertar de um sono profundo em pleno ano de 2023, Muanza se depara com um Rio de Janeiro de tempos espiralados, onde figuras do passado e do presente são parte da busca por suas origens no território da cidade.

Praia Formosa mistura narrativas inventadas à personagens documentais, e dados históricos à fabulação especulativa. Nesse entrelaçamento de tempos e linguagens, o filme testemunha a vida que emerge dos espaços da cidade, os gestos de resistência frente à desterritorialização forçada, e os afetos que sustentam as relações de irmandade. O elenco conta com Lucília Raimundo, Samira Carvalho, Maria D’Aires e Mãe Celina de Xangô.

O Brasil segue na programação com Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes, na mostra Big Screen Competition. Baseado no livro de Milton Hatoum, o longa narra a história de dois irmãos imigrantes libaneses que vão morar em Manaus, Amazonas, na década de 1950. O elenco conta com Wafa’a Celine Halawi, Charbel Kamel, Zakaria Kaakour, Eros Galbiati e Rosa Peixoto.

E mais: Na Tiger Short Competition, o Brasil aparece com o curta-metragem Potenciais à Deriva, de Leonardo Pirondi. Já na mostra Short & Mid-length, outros representantes brasileiros: O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo; Se Eu Tô Aqui é por Mistério, de Clari Ribeiro e escrito e produzido por Éri Sarmet; e Um tropeço em cinco movimentos, de Valentina Rosset.

Na mostra Harbour, o cinema brasileiro ganha destaque com Greice, de Leonardo Mouramateus, que conta com Amandyra, Dipas e Mauro Soares no elenco; o premiado Levante, de Lillah Halla, com Ayomi Domenica; e A Paixão Segundo G.H., de Luiz Fernando Carvalho, baseado na obra homônima de Clarice Lispector e protagonizado por Maria Fernanda Cândido.

Além disso, na mostra Limelight, o cineasta brasileiro Karim Aïnouz exibirá Firebrand, com Alicia Vikander e Jude Law; e La chimera, de Alice Rohrwacher, com a atriz brasileira Carol Duarta no elenco, também será exibido na seleção.

O time de jurados da 53ª edição será formado por: Marco Müller, Ena Sendijarević, Herman Yau, Billy Woodberry e Nadia Turincev na Tiger Competition, principal mostra do festival; e Mónica Lima, Jade Wiseman e Yasmina Price na Tiger Short Competition.

Conheça os filmes selecionados para o Festival Internacional de Cinema de Roterdã 2024:

TIGER COMPETITION

Flathead, de Jaydon Martin (Austrália)
Grey Bees, de Dmytro Moiseiev (Ucrânia)
Kiss Wagon, de Midhun Murali (Índia)
La Parra, de Alberto Gracia (Espanha)
Me, Maryam, the Children and 26 Others, de Farshad Hashemi (Irã)
Moses, de Jenni Luhta e Lauri Luhta (Finlândia)
Praia Formosa, de Julia De Simone (Brasil)
Rei, de Tanaka Toshihiko (Japão)
Reise der Schatten, de Yves Netzhammer (Suíça)
She Fell to Earth, de Susie Au (Hong Kong)
sr, de Lea Hartlaub (Alemanha)
Swimming Home, de Justin Anderson (Reino Unido)
The Ballad of Suzanne Césaire, de Madeleine Hunt-Ehrlich (EUA)
Under a Blue Sun, de Daniel Mann (França)

BIG SCREEN COMPETITION

Aire: Just Breathe, de Leticia Tonos Paniagua (República Dominicana)
Children of War and Peace, de Ville Suhonen (Finlândia)
Confidenza, de Daniele Luchetti (Itália)
Eternal, de Ulaa Salim (Dinamarca)
Milk Teeth, de Sophia Bösch (Alemanha)
O Pior Homem de Londres, de Rodrigo Areias (Portugal)
Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes (Brasil)
Seven Seas Seven Hills, de Ram (Índia)
Steppenwolf, de Adilkhan Yerzhanov (Cazaquistão)
Tenement, de Inrasothythep Neth e Sokyou Chea (Camboja)
The Old Bachelor, de Oktay Baraheni (Irã)
Yohanna, de Robby Ertanto (Indonésia)

HARBOUR

‘Lolo & Sosaku’ The Western Archive, de Sergio Caballero (Espanha)
A Paixão Segundo G.H., de Luiz Fernando Carvalho (Brasil)
Binary, de David-Jan Bronsgeest (Holanda)
Cosmic Miniatures, de Alexander Kluge (Alemanha)
Dream Team, de Lev Kalman e Whitney Horn (EUA)
Elegies, de Ann Hui (Hong Kong)
Future Me, de Vincent Boy Kars (Holanda)
Greice, de Leonardo Mouramateus (Brasil)
Head South, de Jonathan Ogilvie (Nova Zelândia)
Levante, de Lillah Halla (Brasil)
Maia: Portrait with Hands, de Alexandra Gulea (Romênia)
Mário, de Billy Woodberry (Portugal)
Melk, de Stefanie Kolk (Holanda)
Memory Dealers, de Mila van der Linden (Holanda)
NL-Alert, de Loïs Dols de Jong (Holanda)
Small Hours of the Night, de Daniel Hui (Singapura)
So Unreal, de Amanda Kramer (EUA)
The Waste Land, de Chris Teerink (Holanda)
Trauma Porn Club, de Michael Middelkoop (Holanda)
Venus, de Gonzalo Fernandez Carmona (Holanda)
Witte Wieven, de Didier Konings (Holanda)

*Clique aqui e confira a lista completa com os filmes selecionados.

Foto: Divulgação/Mirada Filmes.

18º Comunicurtas: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Cena do curta paraibano Céu, de Valtyennya Pires: premiado

Foram anunciados neste domingo, 17/12, no MAPP, Museu de Arte Popular da Paraíba, os vencedores da 18ª edição do Festival Audiovisual de Campina Grande – Comunicurtas UEPB com a presença do público, cineastas, produtores, atores, atrizes, roteiristas e demais amantes da sétima arte.

Com a temática O cinema em Super 8: Experimentações e Fruições, o Comunicurtas 2023 foi realizado no Teatro do Sesc Centro, onde aconteceu a cerimônia de abertura e a exibição da mostra de longas, no MAPP, no Teatro Municipal Severino Cabral e em outros espaços de cultura de Campina Grande. O tema escolhido faz referência a um formato de filme popular entre amadores e entusiastas do cinema, entre as décadas de 1960 e 1980.

O curta-metragem Céu, de Valtyennya Pires, se destacou nesta 18ª edição com quatro prêmios, entre eles, o de melhor filme da Mostra Tropeiros de curtas paraibanos: “Por meio de uma intensa sensibilidade apresentada pela poética das imagens e sons, pelo encanto da narrativa, pela poderosa reflexão sobre a importância sociocultural das louceiras da Comunidade Quilombola Serra do Talhado Urbano e particularmente, pela memória de Maria do Céu”, disse a justificativa do júri.

O júri deste ano foi formado por: Guilherme Sarmiento, Fabiana Melo e Virginia Gualberto na Mostra Brasil de curtas; Marina Nobre, Antônio Burity e Yan Albuquerque na mostra Tropeiros de curtas paraibanos; e Marcus Vilar, Arly Arnaud e Eliana Figueiredo na Mostra Brasil de longas.

Conheça os vencedores do 18º Comunicurtas:

MOSTRA BRASIL

Melhor Filme: Mundo 1, de Pedro Fiuza e Rudá Almeida (RN)
Melhor Direção: Vanessa Sandre, por O Prazer é Todo Meu
Melhor Roteiro: O Prazer é Todo Meu, escrito por Vanessa Sandre
Melhor Atuação: Margarida Baird, por O Prazer é Todo Meu
Melhor Fotografia: Águas que me Tocam, por Leandro Marques
Melhor Direção de Arte: Caído, por Luiz Áureo
Melhor Montagem: Em Cantos do Gurupi, por San Marcelo
Melhor Som: Alto do Céu, por Lula Magalhães
Melhor Trilha Sonora: Em Cantos do Gurupi, por Renan Marcell

MOSTRA LONGAS

Melhor Filme: Black Rio! Black Power!, de Emílio Domingos (RJ)
Melhor Direção: Emílio Domingos, por Black Rio! Black Power!
Melhor Roteiro: Black Rio! Black Power!, escrito por Emílio Domingos
Melhor Atuação: Renato Linhares, por Represa
Melhor Fotografia: Represa, por Daniel Correia
Melhor Direção de Arte: Represa, por Thaís de Campos
Melhor Montagem: Black Rio! Black Power, por Yan Motta
Melhor Som: Represa, por Lucas Coelho
Melhor Trilha Sonora: Black Rio! Black Power!, por Emílio Domingos
Prêmio Especial do Júri: Tota, de Rafael Leal e Kleyton Canuto (PB), pelo resgate do personagem Tota Agra; pela maneira corajosa de expor ideias visionárias, revolucionárias, humanistas e contestadoras, nas esferas pública e privada

MOSTRA TROPEIROS | CURTAS PARAIBANOS

Melhor Filme: Céu, de Valtyennya Pires (Santa Luzia)
Melhor Direção: Valtyennya Pires, por Céu, e Ismael Moura, por Cercas
Melhor Roteiro: Céu, escrito por Valtyennya Pires
Melhor Fotografia: Cercas, por Breno César
Melhor Direção de Arte: O Brilho Cega, por Carlos Mosca
Melhor Montagem: Céu, por Gabriel Heitor Alves, e O Orgulho Não é Junino, por Dimas Carvalho
Melhor Atuação: Bruna Castro, por Cercas
Melhor Som: Cercas, por Gustavo Guedes, e O Orgulho Não é Junino, por Jonas Tadeu
Melhor Trilha Sonora: Cercas, por Guga Rocha
Menção Honrosa: Ao Redor de Casa, de Mailsa Passos e Virgínia de Oliveira Silva, filme com apuro técnico, narrativa poética e tema de extrema importância para a Paraíba, lugar de potentes lutas camponesas no passado e no presente, que conta através de registros da Marcha Pela Vida das Mulheres o envolvimento de classe e gênero de lideranças que fazem um papel radical na história da soberania alimentar e da agroecologia. Em memória de Margarida Maria Alves, Marielle Franco e todas as mulheres no front das lutas sociais, o júri concede menção honrosa a este filme tão importante
Menção Honrosa: Experimentando Cinema: Super 8 Paraibano, de Marvin Zenit, pela temática voltada à produção de filmes em super 8 na Paraíba e sua perfeita conexão com o tema da 18ª edição do Festival Comunicurtas

PRÊMIO LUIZ CUSTÓDIO
Olhares Indígenas, de Ana Beatriz Rocha e Hebert Araújo (PB)

MOSTRA DE TELEJORNALISMO
Melhor Reportagem: Futebol, meu amor! O resgate do campeão dos campeões, de Dayvson Victor (PB)
Melhor Repórter Cinematográfico: Olhares Indígenas, por Alexandre Frazão, Marcos Cardoso, Thiago Ferreira, Ewerton Lima, Bernardo Scotti e Silvio Vieira

MOSTRA SOM NA SERRA DE VIDEOCLIPES
Melhor Filme: Quem Vai Brilhar, de Samy Sah (PB)

MOSTRA TERRITÓRIO E LIBERDADE DE VIDEOARTE
Melhor Filme: Jurema: A Peleja do Carcará e Suçuarana, de Bako Machado (PE)

Foto: Kennel Rógis e Gabriel Heitor Alves.

Festival de Clermont-Ferrand 2024: curtas-metragens brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta brasileiro Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli

Criado em 1979 e organizado pela Sauve qui peut le court métrage, o Festival de curta-metragem de Clermont-Ferrand, que acontecerá entre os dias 2 e 10 de fevereiro de 2024 na França, é considerado o maior evento de curtas-metragens do mundo.

Neste ano, mais de 9.400 filmes foram inscritos; registrando um recorde e um aumento muito significativo de 14% em relação ao ano passado. O comunicado oficial diz: “O coração do cinema nunca parou de bater e Clermont-Ferrand continua sendo o pulmão do curta”.

A 46ª edição contará com alguns títulos brasileiros em sua programação, entre eles, Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, na Competição Internacional. Na trama, um pássaro chamado Memória esquece como voltar para casa. Lua, uma mulher trans, tenta encontrá-la nas ruas do Rio de Janeiro, mas a cidade pode ser um lugar hostil. O elenco conta com Ayla Gabriela e Henrique Bulhões.

Já na mostra Lab Competition, o Brasil aparece com Até Onde o Mundo Alcança, de Daniel Frota de Abreu, que faz uma condenação surpreendente dos efeitos a longo prazo do colonialismo no país. Na Competição Nacional, vale destacar o francês Vambora, de Laurier Fourniau, que foi rodado no Brasil e conta com os brasileiros Ítalo Villani e Camila Guerra no elenco.

A mostra Panorama apresenta uma retrospectiva especial com títulos dirigidos por mulheres inspiradoras. Aqui, o cinema brasileiro marca presença com Quebramar, de Cris Lyra, curta realizado em 2019. Na mostra Enfants, será exibida a animação Lulina e a Lua, de Alois Di Leo e Marcus Vinicius Vasconcelos. Enquanto isso, na seção de mercado, o Brasil conta com Quartas de Final ou Porque Eu Decidi Torcer Contra o Brasil, de Dario Lopes e Vinicius Campos.

Além disso, a Associação Cultural Kinoforum, a Spcine e o Consulado-Geral do Brasil em Marselha levarão ao festival uma programação de curtas brasileiros recentes para promover a diversidade e a criatividade da produção nacional, proporcionando uma capacitação in loco em intercâmbio internacional e nos mecanismos do mercado audiovisual mundial. Os títulos da Spcine Brazilian Shorts no Short Film Market são: Combustão Não Espontânea, de Boni Zanatta (SP); Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP); Ibirapitanga, de Olinda Wanderley (BA); Ava Mocoi: Os Gêmeos, de Luiza Calagian e Vinícius Toro (PR); e Meu Amigo Pedro MIXTAPE, de Lincoln Péricles (SP).

Em comunicado oficial, a organização do evento anunciou algumas mudanças nesta edição por conta de problemas financeiros: “O impacto da Covid-19, o aumento dos custos devido à inflação e, muitas vezes, o financiamento precário deixaram um impacto duradouro no nosso festival, na nossa organização e nas nossas equipas, tal como em muitos outros empreendimentos culturais e festivais de cinema. Então, para podermos recebê-los em fevereiro, tivemos que fazer algumas escolhas. Eles não foram fáceis; e esperamos que não sejam permanentes. Temos trabalhado nessas mudanças desde a primavera, pensando em formas de tornar possível a edição de 2024, mantendo ao mesmo tempo o seu significado e a sua essência”.

Com isso, pela primeira vez na sua história, o festival irá reduzir o número de programas em suas competições. A seleção Nacional passará de doze para dez programas, e a Internacional de quatorze para doze. Além disso, algumas mostras foram cortadas da programação: “Mesmo assim, apostamos que os fãs de curtas-metragens encontrarão o que procuram ao longo dos nove dias de cinema e celebração”, finaliza o comunicado oficial.

Foto: Divulgação.

Conheça os vencedores do 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

por: Cinevitor
Allan Ribeiro, diretor do premiado Mais um Dia, Zona Norte

Foram anunciados neste sábado, 16/12, no Cine Brasília, em cerimônia apresentada por Rocco Pitanga e Ana Luiza Bellacosta, os vencedores da 56ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O filme Mais um Dia, Zona Norte, de Allan Ribeiro, foi consagrado com o Troféu Candango de melhor longa-metragem pelo Júri Oficial.

Mais um Dia, Zona Norte também foi quem mais arrematou troféus na noite, sendo agraciado com os prêmios de melhor ator e atriz coadjuvante, para Victor Veiga e Valéria Silva, melhor trilha sonora e ainda com as honrarias especiais do júri; da crítica, entregue pela Abraccine; e do Prêmio Like, que concede 50 mil reais em mídia para difusão do filme no Canal Like. Esta foi a segunda vez que o diretor carioca teve sua obra premiada em Brasília, após pouco mais de dez anos, quando levou os Candangos de melhor direção de arte e de melhor edição, em 2012, com Esse Amor que nos Consome.

O brasiliense Cartório das Almas, de Leo Bello, caiu nas graças do público na Competitiva Nacional e recebeu o troféu de melhor longa-metragem pelo Júri Popular. A produção levou também os Candangos de melhor edição de som e melhor direção de arte.

Quem também arrematou uma série de troféus foi o mineiro O Dia que te Conheci, de André Novais Oliveira. Além de receber o Prêmio Zózimo Bulbul, entregue pela APAN, Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro e pelo Centro Afrocarioca de Cinema, a produção foi lembrada em outras três categorias: melhor roteiro, melhor ator para Renato Novais e melhor atriz para Grace Passô, que aumenta sua coleção de Candangos; ela foi premiada em 2018 pelo filme anterior de Novais, Temporada, e ainda ganhou como melhor curta por seu trabalho como diretora em República, na edição de 2020.

Entre os curtas-metragens, o maior destaque da premiação ficou com o documentário poético e semi-autobiográfico Pastrana, de Gabriel Motta e Melissa Brogni, que recebeu o Troféu Candango de melhor filme segundo o Júri Oficial, Prêmio Canal Brasil de Curtas, além de melhor montagem. No Júri Popular, o documentário Vão das Almas, de Edileuza Penha e Santiago Dellape, foi o preferido do público como melhor curta-metragem da Competitiva Nacional.

Na Mostra Brasília, o júri do 25º Troféu Câmara Legislativa do Distrito Federal consagrou o documentário sobre o teatrólogo uruguaio-brasiliense Hugo Rodas: Rodas de Gigante foi premiado como melhor longa pelo Júri Oficial, além de melhor direção e melhor montagem. O filme também levou o Troféu Saruê, da equipe do jornal Correio Braziliense, reconhecimento por proporcionar o melhor momento do festival. Dentre os curtas, Instante foi o grande vencedor, com o prêmio de melhor curta pelo Júri Oficial, além dos troféus de melhor atriz e de melhor roteiro para a diretora Roberta Rangel.

O júri deste ano foi formado por: Alex Vidigal, Cibele Amaral, Elisa Lucinda, Marco Altberg e Priscila Tapajowara na Mostra Nacional de Longas; Ana Arruda, Anna Luiza Müller, Leticia Bispo, Ana Caroline Brito e Preta Ferreira na Mostra Nacional de Curtas; Gloria Teixeira, Marcela Borela e Murilo Grossi na Mostra Brasília; Anna Andrade, Antônio Molina e Dominique Jaci no Prêmio Zózimo Bulbul; Carissa Vieira, Felipe Moraes e Robledo Milani no Prêmio Abraccine; Carissa Vieira, Cecília Barroso, Luiz Fernando Zanin Oricchio, Maria do Rosário Caetano, Neusa Barbosa, Ricardo Dahen e Robledo Milani no Prêmio Canal Brasil de Curtas.

A Mostra Competitiva do 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro contabilizou 2.818 ingressos vendidos e a Mostra Brasília teve 2.232 ingressos entregues. Estes são números apenas dos ingressos, sem contar com os diretores, produtores e convidados. Ao todo, contando público, que encheu a sala e frequentadores da praça de alimentação, passaram 12 mil pessoas pelo Festival de Brasília 2023.

Conheça os vencedores do 56º Festival de Brasília:

MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL | LONGAS-METRAGENS

MELHOR FILME | JÚRI OFICIAL
Mais um Dia, Zona Norte, de Allan Ribeiro (RJ)

MELHOR FILME | JÚRI POPULAR
Cartório das Almas, de Leo Bello (DF)

MELHOR DIREÇÃO
Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, por A Transformação de Canuto 

MELHOR ATOR
Renato Novais, por O Dia que Te Conheci

MELHOR ATRIZ
Grace Passô, por O Dia que Te Conheci

MELHOR ATOR COADJUVANTE 
Victor Veiga, por Mais Um Dia, Zona Norte

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE 
Valeria Silva, por Mais Um Dia, Zona Norte

MELHOR ROTEIRO 
O Dia que te Conheci, escrito por André Novais Oliveira

MELHOR FOTOGRAFIA
A Transformação de Canuto, por Camila Freitas

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Cartório das Almas, por Maíra Carvalho

MELHOR TRILHA SONORA 
Mais Um Dia, Zona Norte, por Allan Ribeiro e Tibor Fittel

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Cartório das Almas, por Olivia Hernandez

MELHOR MONTAGEM
No Céu da Pátria Nesse Instante, por Renata Baldi e Sandra Kogut

MELHOR ROTEIRO DE TEMÁTICA AFIRMATIVA
A Transformação de Canuto, escrito por Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
No Céu da Pátria Nesse Instante, de Sandra Kogut (DF/RJ/SC/SP)

MENÇÃO HONROSA
Silvio Fernandes, por Mais Um Dia, Zona Norte

MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL | CURTAS-METRAGENS

MELHOR FILME | JÚRI OFICIAL
Pastrana, de Gabriel Motta e Melissa Brogni (RS)

MELHOR FILME | JÚRI POPULAR
Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape (DF/GO)

MELHOR DIREÇÃO
GG Fákọ̀làdé, por Remendo

MELHOR ATOR
Elídio Netto, por Remendo

MELHOR ATRIZ
Jhonnã Bao, por Erguida

MELHOR ROTEIRO
Dona Beatriz Ñsîmba Vita, escrito por Catapreta

MELHOR FOTOGRAFIA
Helena de Guaratiba, por Pedro Rodrigues

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Cáustico, por Carmen San Thiago

MELHOR TRILHA SONORA
Helena de Guaratiba, por DJ Machintal

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Axé Meu Amor, por David Neves

MELHOR MONTAGEM
Pastrana, por Bruno Carboni

MELHOR ROTEIRO DE TEMÁTICA AFIRMATIVA
Erguida, escrito por Jhonnã Bao

MENÇÃO HONROSA
Cidade By Motoboy, de Mariana Vita (SP)
Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape (DF/GO)

MOSTRA BRASÍLIA | 25º Troféu Câmara Legislativa

MELHOR LONGA-METRAGEM | JÚRI OFICIAL
Rodas de Gigante, de Catarina Accioly

MELHOR CURTA-METRAGEM | JÚRI OFICIAL
Instante, de Paola Veiga

MELHOR LONGA-METRAGEM | JÚRI POPULAR
Não Existe Almoço Grátis, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel

MELHOR CURTA-METRAGEM | JÚRI POPULAR
Nada se Perde, de Renan Montenegro

MELHOR DIREÇÃO
Catarina Accioly, por Rodas de Gigante

MELHOR ATOR
Thalles Cabral, por Ecos do Silêncio

MELHOR ATRIZ
Roberta Rangel, por Instante

MELHOR ROTEIRO
Instante, escrito por Roberta Rangel, Paola Veiga e Emanuel Lavor

MELHOR FOTOGRAFIA 
Ecos do Silêncio, por Krishna Schmidt e André Carvalheira

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
O Sonho de Clarice, por João Capoulade, Juliet Jones e Sarah Guedes

MELHOR TRILHA SONORA
O Sonho de Clarice, por Cesar Lignelli

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
O Sonho de Clarice, por Fernando Vieira e Francisco Vasconcelos

MELHOR MONTAGEM
Rodas de Gigante, por Sérgio Azevedo

MENÇÃO HONROSA DO JÚRI
Estrela da Tarde, de Francisco Rio
Nada se Perde, de Renan Montenegro
Não Existe Almoço Grátis, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel

PRÊMIOS ESPECIAIS

PRÊMIO ZÓZIMO BULBUL
Melhor curta-metragem: Erguida, de Jhonnã Bao (SP)
Melhor longa-metragem: O Dia que te Conheci, de André Novais Oliveira (MG)
Menção Honrosa: A Chuva do Caju, de Alan Schvarsberg (DF)

PRÊMIO ABRACCINE | Associação Brasileira de Críticos de Cinema
Melhor longa-metragem: Mais um Dia, Zona Norte, de Allan Ribeiro (RJ)
Melhor curta-metragem: Remendo, de GG Fákọ̀làdé (ES)

TROFÉU SARUÊ
Rodas de Gigante, de Catarina Accioly

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS
Pastrana, de Gabriel Motta e Melissa Brogni (RS)

PRÊMIO LIKE
Mais um Dia, Zona Norte, de Allan Ribeiro (RJ)

Foto: Paulo Cavera.

44º Festival de Havana: filmes brasileiros são premiados

por: Cinevitor
Dan Ferreira e Zezé Motta no curta Deixa, de Mariana Jaspe: filme premiado

Foram anunciados neste sábado, 15/12, os vencedores da 44ª edição do Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, também conhecido como Festival de Havana, realizado pelo ICAIC, Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos.

O evento, que acontece desde 1979, surgiu com a intenção de se tornar uma continuação dos festivais de Viña del Mar, Mérida e Caracas, reunindo filmes e cineastas que representam as tendências cinematográficas mais inovadoras da América Latina.

Os filmes em competição, que concorrem ao Prêmio Coral, são divididos em diversas categorias. O cinema brasileiro ganhou destaque na premiação de longas de ficção com O Estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon, e Estranho Caminho, de Guto Parente; a coprodução El auge del humano 3, de Eduardo Williams, também foi premiada.

Entre os curtas-metragens, Paraíso Europa, de Leandro Goddinho e Paulo Menezes, foi eleito o melhor filme; Deixa, de Mariana Jaspe, recebeu o Prêmio Especial do Júri. As animações Placa-mãe, de Igor Bastos, e Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca, de Eduardo Perdido, Tiago Mal e Diego Doimo também se destacaram, assim como Levante, de Lillah Halla, e Sem Coração, de Nara Normande e Tião

O time de jurados deste ano foi formado por: Kiro Russo, Raúl Camargo, Rodrigo Plá, Eslinda Núñez e a brasileira Julia Murat nos longas de ficção; Carlos Ibañez, Jorge Ortega e Arturo Sotto nos filmes de estreia; Katherina Harder, Antonio Medici e Magda González nos curtas-metragens; Juliana Fanjul, Alejandro Fuentes e Jorge Fuentes nos documentários; Juan Pablo Zaramella, Joseph Arbiol e Aramis Calinau nas animações; Diego Corsini, Delfina Catalá e Fátima Patterson nos roteiros; Alejandro Magallanes, Régis Léger Dugudus e Michele Miyares Hollands nos cartazes; Luis Tejera, Nicolas Silbert, Sara Santaella e o brasileiro Gustavo Riveiro na indústria; Sergio Moreira, Carlo Gentile e Rafael Grillo no Prêmio FIPRESCI; Anna Grebe, Tony Mazón e Francisco Yague no Prêmio SIGNIS; e Clarisa Navas, Cote Romero e Lizette Vila no Prêmio Arrecife.

Conheça os vencedores da 44ª edição do Festival de Havana:

FICÇÃO | PRÊMIO CORAL

Melhor Filme: Tótem, de Lila Avilés (México)
Prêmio Especial do Júri: El auge del humano 3, de Eduardo Williams (Argentina/Portugal/Brasil/Holanda/Taiwan/Hong Kong/Sri Lanka/Peru)
Melhor Atriz: Ilona Almansa, por El otro hijo
Melhor Ator: Miguel González, por El otro hijo
Melhor Direção: Rodrigo Moreno, por Los delincuentes
Melhor Roteiro: Tótem, escrito por Lila Avilés
Melhor Fotografia: Los delincuentes, por Inés Duacastella e Alejo Maglio
Melhor Edição: Los delincuentes, por Manuel Ferrari, Nicolás Goldbart e Rodrigo Moreno
Melhor Som: O Estranho, por Lucas Coelho
Melhor Trilha Sonora Original: Estranho Caminho, por Fafa Nascimento e Uirá dos Reis
Melhor Direção de Arte: Tótem, por Nohemí González Martínez

DOCUMENTÁRIO | PRÊMIO CORAL

Melhor Filme: El juicio, de Ulises de la Orden (Argentina)
Prêmio Especial do Júri: El eco, de Tatiana Huezo (México)

CURTAS-METRAGENS | PRÊMIO CORAL

Melhor curta-metragem | Ficção: Paraíso Europa, de Leandro Goddinho e Paulo Menezes (Brasil/Alemanha)
Prêmio Especial do Júri | Ficção: Deixa, de Mariana Jaspe (Brasil)
Melhor curta-metragem | Documentário: El final del camino, de Ariagna Fajardo (Cuba)
Prêmio Especial do Júri | Documentário: Esperanza, de Mayra Véliz (México)

PRIMEIRO FILME | PRÊMIO CORAL

Melhor Filme de Estreia: Levante, de Lillah Halla (Brasil)
Prêmio Especial do Júri: La mujer salvaje, de Alán González (Cuba)
Prêmio Contribuição Artística: Sem Coração, de Nara Normande e Tião (Brasil)

ANIMAÇÃO | PRÊMIO CORAL

Melhor longa-metragem: Placa-mãe, de Igor Bastos (Brasil)
Melhor curta-metragem: Carne de Dios, de Patricio Plaza (Argentina/México/Colômbia)
Prêmio Especial do Júri: Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca, de Eduardo Perdido, Tiago Mal e Diego Doimo (Brasil)

OUTROS PRÊMIOS

Melhor Pôster: El mundo de Nelsito, por Vladimir Pérez (Cuba)
Melhor Pôster | Menção Honrosa: Días de visita, por Jonattan Ríos Valencia (Colômbia)
Prêmio Coral de pós-produção | AracneDC e Arte Sonora
: La casa de las galletas, de Rodolfo Zavala Chia (Peru)
Prêmio de pós-produção | BoogieMan: La casa de las galletas, de Rodolfo Zavala Chia (Peru)
Prêmio de pós-produção | La burbuja de Sonido: Aunque sea ver el mar, de Pablo Lozano (República Dominicana)
Melhor Roteiro Inédito: Un viejo sin documentos, escrito por Edgar de Luque Jácome (Colômbia)
Prêmio SIGNIS: La mujer salvaje, de Alán González (Cuba)
Prêmio FIPRESCI: El viento que arrasa, de Paula Hernández (Argentina/Uruguai)
Prêmio Arrecife: Transfariana, de Joris Lachaise (Colômbia/França)
Prêmio Cibervoto: Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (Brasil)
Prêmio Casa de las Américas: Estranho Caminho, de Guto Parente (Brasil)

Foto: Divulgação.

17º For Rainbow: conheça os vencedores do Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero

por: Cinevitor
Cena do longa Sob a Terra do Encoberto: premiado

Foram anunciados nesta quinta-feira, 14/12, no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, no Ceará, os vencedores do Troféu Elke Maravilha da 17ª edição do For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero.

Neste ano, o longa paraense Sob a Terra do Encoberto, de Xan Marçall e Id Libra, foi o grande vencedor. O filme experimental é centrado no conflito entre o documentário e a ficção. Numa pandemia, a cultura das comunidades tradicionais é ameaçada por um projeto político governamental. O longa apresenta visões de mundo pautadas em imaginários insurgentes afro-indígenas, através da história, do mistério, da poética e do encantamento presentes na experiência de pessoas trans e travestis do Norte e Nordeste do Brasil.

Ao longo de sete dias de programação, foram exibidos curtas e longas-metragens, de 15 países, em competição e mostras especiais. A curadoria desta edição foi assinada por Ana Carneiro, Carol Almeida e Kênia Freitas. O júri do 17º For Rainbow foi formado por: Paula Sacchetta, Mariana Souza, Sunny Maia, Linga Acácio e João Paulo na Mostra Competitiva Internacional; e Yasmin Gomes, Lília Moema e Gisele Gabriel na Mostra Feminino Plural.

O Prêmio da Crítica, entregue pela Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema, consagrou o curta-metragem O Cavalo de Pedro, de Daniel Nolasco: “Por reimaginar criticamente eventos, personagens e simbologias da historiografia brasileira e estimular de forma ácida o debate sobre as reais bases fraturadas do colonialismo e emancipação nacional em aliança com a inserção de pautas LGBTQIAPN+”, diz a justificativa do júri, que foi formado por Beatriz Saldanha, Daniel Araújo e Messias Adriano.

A homenageada desta 17ª edição, que recebeu o Troféu Artur Guedes, uma criação do artista plástico Zé Tarcísio, foi para Dary Bezerra, ativista LGBTI+ e de terreiro, pessoa trans não-binárie e filha de Oxum. Defensora incansável dos direitos humanos, ela se destaca nas discussões sobre identidades de gênero, diversidade sexual, saúde sexual, relações étnico-raciais, direitos e defesa dos povos de terreiro, e educação para os direitos humanos.

Conheça os vencedores do For Rainbow 2023:

LONGAS-METRAGENS

Melhor Filme: Sob a Terra do Encoberto, de Xan Marçall e Id Libra (Brasil, PA)
Melhor Direção: Daniel Gonçalves, por Assexybilidade
Melhor Roteiro: M de Mães, escrito por Lívia Perez, Marcela Tiboni e Melanie Graille
Melhor Atuação: Max, por A Outra Mulher e Mel Rosário, por Toda Noite Estarei Lá
Melhor Fotografia: A Outra Mulher
Melhor Direção de Arte: Toda Noite Estarei Lá
Melhor Edição: Sob a Terra do Encoberto, por Lucas Beijamim
Melhor Som: Sob a Terra do Encoberto, por Nicolau Domingues
Melhor Trilha Sonora: Toda Noite Estarei Lá, por Joana Bentes

CURTAS-METRAGENS

Melhor Curta Brasileiro: Pirenopolynda, de Izzi Vitório, Tita Maravilha e Bruno Victor (GO)
Melhor Direção: Manauara Clandestina e Luiz Felipe Lucas, por Migranta
Melhor Roteiro: Por que Não Ensinaram Bixas Pretas a Amar?
Melhor Atuação: Muriel Cruz, por Lalabis e Harry Lins, por O Cavalo de Pedro
Melhor Fotografia: Pirenopolinda
Melhor Direção de Arte: Migranta
Melhor Trilha Sonora: The Magnificentit
Melhor Edição: Olhe para Mim (Will You Look At Me)
Melhor Som: Casa de Bonecas, por Gabriel Portela
Prêmio da Crítica: O Cavalo de Pedro, de Daniel Nolasco (RJ/GO)

MOSTRA FEMININO PLURAL
Melhor Filme: O Primeiro Movimento é Explosão, de Grenda Costa (Brasil)

Foto: Divulgação.

Festival de Cannes 2024: Greta Gerwig será presidente do júri da 77ª edição

por: Cinevitor
Depois de Barbie, Greta Gerwig é confirmada em Cannes

A 77ª edição do Festival de Cannes, que acontecerá entre os dias 14 e 25 de maio, acaba de anunciar o nome da cineasta, roteirista e atriz americana Greta Gerwig como presidente do júri da mostra competitiva de longas-metragens, a principal do evento.

Em comunicado oficial, Greta, que terá a missão de escolher o vencedor da Palma de Ouro ao lado de seus colegas de júri, disse: “Adoro filmes, adoro fazê-los, adoro vê-los, adoro falar sobre eles. Como cinéfila, Cannes sempre foi o ápice do que pode ser a linguagem universal do cinema. Estar em um lugar de vulnerabilidade, em um cinema escuro cheio de estranhos, assistir a um filme inédito é meu lugar favorito para estar. Estou surpresa, emocionada e honrada por servir como presidente do júri do Festival de Cinema de Cannes. Mal posso esperar para ver quais viagens estão reservadas para todos nós!”.

Depois de um ano especial em que bateu todos os recordes com Barbie, Greta é a primeira diretora norte-americana a assumir este cargo no festival. Além disso, aos 40 anos, torna-se a pessoa mais jovem a assumir tal tarefa desde Sophia Loren, que tinha apenas 31 anos, em 1966, e também a segunda diretora desde Jane Campion, em 2014. E mais: é a segunda mulher americana nesta posição, depois de Olivia de Havilland, que foi a primeira mulher presidente do júri, em 1965.

Conhecida inicialmente como embaixadora do cinema independente americano, Greta hoje encontra-se no topo do sucesso mundial de bilheteria e consegue combinar o que antes era considerado incompatível: entregar sucessos de público, estreitar a distância entre arte e indústria, explorar questões feministas contemporâneas com habilidade bem como profundidade.

Começando como atriz, Greta Gerwig se transformou em roteirista trabalhando em diversos projetos. Ela coescreveu Hannah Sobe as Escadas (2007) e Nights and Weekends (2008), que também codirigiu e atuou, depois Frances Ha (2012), Mistress America (2015) e, claro, Barbie, com Noah Baumbach, seu cúmplice na arte. Seu primeiro trabalho solo, Lady Bird: A Hora de Voar, um retrato marcante, terno e melancólico dos tormentos da adolescência, foi indicado em cinco categorias no Oscar, entre elas, melhor direção.

Em seu segundo filme, Greta adaptou um clássico da literatura americana de 1868, de Louisa May Alcott, Adoráveis Mulheres, mais uma vez com a intenção de lançar um novo olhar sobre todas as protagonistas femininas da história para melhor examinar a sua emancipação em um mundo dominado por homens. Por fim, Barbie, seu último longa-metragem, que foi lançado em julho deste ano, e aborda o sexismo e os estereótipos cotidianos com intenções divertidas. Fenômeno cultural internacional, Barbie é o maior sucesso do ano e fez de Greta Gerwig a diretora de cinema mais lucrativa da história.

Em comunicado oficial, Iris Knobloch, presidente do festival, e Thierry Frémaux, diretor geral, disseram: “Esta é uma escolha óbvia, uma vez que Greta Gerwig encarna tão audaciosamente a renovação do cinema mundial, para o qual Cannes é todos os anos o precursor e a caixa de ressonância. Além da sétima arte, ela é também a representante de uma época que está quebrando barreiras e misturando gêneros, elevando assim os valores da inteligência e do humanismo”.

Foto: Han Myung-Gu/WireImage.

Festival de Berlim 2024: Betânia, de Marcelo Botta, é selecionado para a mostra Panorama

por: Cinevitor
Rosa Ewerton Jara, Diana Mattos e Nádia D’ Cássia no brasileiro Betânia

Depois de anunciar Lupita Nyong’o como presidente do júri da principal competição e Tricia Tuttle como presidente do Festival Internacional de Cinema de Berlim a partir de abril de 2024, a 74ª edição revelou os primeiros títulos selecionados.

Na mostra Panorama, que destaca o cinema internacional contemporâneo, ousado e não convencional, o Brasil ganha destaque com Betânia, de Marcelo Botta. Protagonizado por Diana Mattos, o filme mostra uma mulher que vive numa região desértica não muito longe da Amazônia. Com uma temática universal, o longa traz marcas muito locais da cultura e da sociedade brasileira. “Estrear num festival como esse é algo que pode mudar a carreira do filme. Mesmo sendo um filme que mostra uma cultura muito regional, ele aborda aspectos e conflitos extremamente globais. Mesmo sendo, em certos sentidos, uma história quase atemporal é, ao mesmo tempo, um filme muito contemporâneo. Ainda que seja um filme de arte que conseguiu passar pelo crivo de um grandíssimo festival da mais alta qualidade, é ao mesmo tempo um filme acessível, familiar, musical e popular”, disse o diretor.

Produzido pela Salvatore Filmes, o elenco conta também com Ulysses Azevedo, Nádia D’ Cássia, Caçula Rodrigues, Michelle Cabral, Tião Carvalho, Rosa Ewerton Jara, Vitão Santiago, Anouk Mulard, Caiçara Vibration e Tim Vidal. O elenco é inteiramente composto por atores e atrizes maranhenses; até mesmo os personagens franceses são feitos por franceses radicados no estado: “A maior parte do elenco está pela primeira vez em um longa de ficção. Diana Mattos, a atriz que faz a protagonista Betânia, é funcionária pública em São Luís e palhaça em apresentações para o público infantil. Sua única aparição no cinema brasileiro foi em um plano detalhe de sua mão em Carlota Joaquina, de Carla Camurati”, revelou o cineasta.

“Existem mais de 60 momentos musicais dentro do filme, entre toadas de Boi, Reggae Remixes e Tambor de Crioula, entre outros gêneros. O Maranhão tem uma riqueza cultural gigantesca, mas talvez seja um tesouro que ainda não foi descoberto pelo público estrangeiro e por boa parte do público brasileiro de fora do Maranhão. Poder mostrar um pouco da grandiosidade cultural do Maranhão para o mundo é algo que nos faz extremamente felizes. Saber que vamos botar gente do mundo inteiro pra sentir o pandeirão do Boi batendo lá no fundo do coração me deixa realmente emocionado”, disse Marcelo.

Botta conta também que Betânia foi um dos primeiros longas rodados no final da pandemia e é um projeto que está intimamente ligado com o momento histórico do país: “Fazer esse filme foi o que nos manteve firmes e ativos durante o pior momento para o cinema autoral na história recente do Brasil. Sobrevivemos. E mais do que isso, com o longa respondemos a todo esse processo histórico no qual sofremos golpes e tentativas de golpe para dizer em alto e bom som que o cinema brasileiro merece respeito e que o cinema brasileiro estará a cada dia mais forte do que nunca”.

Além da mostra Panorama, a Berlinale também revelou os primeiros títulos das mostras Forum e Retrospective. A 74ª edição acontecerá entre os dias 15 e 25 de fevereiro de 2024.

Conheça os primeiros filmes selecionados para o 74º Festival de Berlim:

PANORAMA
All Shall Be Well, de Ray Yeung (Hong Kong/China)
Andrea lässt sich scheiden (Andrea Gets a Divorce), de Josef Hader (Áustria)
Betânia, de Marcelo Botta (Brasil)
Faruk, de Aslı Özge (Alemanha/Turquia/França)
I Saw the TV Glow, de Jane Schoenbrun (EUA)
Jia ting jian shi (Brief History of a Family), de Lin Jianjie (China/França/Dinamarca/Qatar)
Les Paradis de Diane (Paradises of Diane), de Carmen Jaquier e Jan Gassmann (Suíça)
Pendant ce temps sur Terre (Meanwhile on Earth), de Jérémy Clapin (França)
The Outrun, de Nora Fingscheidt (Reino Unido/Alemanha)
Yo vi tres luces negras (I Saw Three Black Lights), de Santiago Lozano Álvarez (Colômbia/México/França/Alemanha)

FORUM
Chroniques fidèles survenues au siècle dernier à l’hôpital psychiatrique Blida-Joinville, au temps où le Docteur Frantz Fanon était chef de la cinquième division entre 1953 et 1956 (True Chronicles of the Blida Joinville Psychiatric Hospital in the Last Century, when Dr Frantz Fanon Was Head of the Fifth Ward between 1953 and 1956), de Abdenour Zahzah (Argélia/França)
Kottukkaali (The Adamant Girl), de Vinothraj PS (Índia)
La hojarasca (The Undergrowth), de Macu Machín (Espanha)
Marijas klusums (Maria’s Silence), de Dāvis Sīmanis (Letônia/Lituânia)
Mit einem Tiger schlafen (Sleeping with a Tiger), de Anja Salomonowitz (Áustria)
Reas, de Lola Arias (Argentina/Alemanha/Suíça)
Republic, de Jin Jiang (Singapura/China)

FORUM SPECIAL
Deda-Shvili (Mother and Daughter), de Lana Gogoberidze (Geórgia/França)

PANORAMA DOKUMENTE
Ještě nejsem, kým chci být (I’m not Everything I Want to Be), de Klára Tasovská (Tchéquia/Eslováquia/Áustria)

RETROSPECTIVE
Banale Tage, de Peter Welz (Alemanha) (1991)
Chapeau Claque, de Ulrich Schamoni (Alemanha) (1974)
Dark Spring, de Ingemo Engström (Alemanha) (1970)
Denk bloß nicht, ich heule (Just Don’t Think I’ll Cry), de Frank Vogel (Alemanha) (1965/1990)
Das deutsche Kettensägenmassaker (The German Chainsaw Massacre), de Christoph Schlingensief (Alemanha) (1990)
Der kleine Godard. An das Kuratorium Junger Deutscher Film (Little Godard), de Hellmuth Costard (Alemanha) (1978)
Die Deutschen und ihre Männer – Bericht aus Bonn, de Helke Sander (Alemanha) (1989)
Die endlose Nacht, de Will Tremper (Alemanha) (1963)
Engel aus Eisen, de Thomas Brasch (Alemanha) (1980)
Fegefeuer (Purgatory), de Haro Senft (Alemanha) (1971)
Herzsprung, de Helke Misselwitz (Alemanha) (1992)
Ich, de Bettina Flitner (Alemanha) (1988)
Im Land meiner Eltern (In the Country of My Parents), de Jeanine Meerapfel (Alemanha) (1981)
Jesus – Der Film, de Michael Brynntrup (Alemanha) (1986)
Kismet, Kismet, de Ismet Elçi (Alemanha) (1987)
Leuchtkraft der Ziege – Eine Naturerscheinung (The Goat’s Intensity), de Jochen Kraußer (Alemanha) (1988)
Macumba, de Elfi Mikesch (Alemanha) (1982)
Nicht nichts ohne Dich, de Pia Frankenberg (Alemanha) (1985)
Shirins Hochzeit (Shirin’s Wedding), de Helma Sanders-Brahms (Alemanha) (1975)
Supermarkt (Supermarket), de Roland Klick (Alemanha) (1974)
Tobby, de Hansjürgen Pohland (Alemanha) (1961)
Unsichtbare Tage oder Die Legende von den weißen Krokodilen, de Eva Hiller (Alemanha) (1991)
Zwei unter Millionen (Two Among Millions), de Victor Vicas e Wieland Liebske (Alemanha) (1961)

Foto: Felipe Larozza/Salvatore Filmes.

Quem Fizer Ganha

por: Cinevitor

Next Goal Wins

Direção: Taika Waititi

Elenco: Michael Fassbender, Oscar Kightley, Kaimana, David Fane, Rachel House, Beulah Koale, Taika Waititi, Will Arnett, Elisabeth Moss, Uli Latukefu, Sisa Grey, Semu Filipo, Chris Alosio, Lehi Makisi Falepapalangi, Ioane Goodhue, Hio Pelesasa, Wil Kahele, Rhys Darby, Luke Hemsworth, Angus Sampson, Kaitlyn Dever, Levy Tuiala, James Burghardt, Patrick Mullen, Jonathan J.I. Knox, Loretta Ables Sayre, Don Nahaku, Russell Satele, Lori Pelenise Tuisano, Tulalagalaga Tatalo Wily, Armani Makaiwa, William Chun, Roland Tupola, David Tu’itupou, Martin Tyler, Frankie Adams, Shereen Balles, Karim Benz, Justin Cabanting, Amanda Chang, Isaiah Kainoa, Samson Kealoha, Jonah Rouse, Arlo Sarinas, Andrea Elizabeth Sikkink, Tui Vincent, Marco Vazzano.

Ano: 2023

Sinopse: Com a chegada da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, um treinador contraditório e rebelde precisa de muita dedicação, sorte e empenho de seus atletas para tentar classificar o time de futebol da Samoa Americana, considerada a pior seleção do mundo depois de sofrer a maior goleada da história perdendo para a Austrália de 31 a 0 em 2001.

Nota do CINEVITOR: