Comédia nas telonas: Ingrid Guimarães e Tatá Werneck em cena
Depois de alcançar mais de 20 milhões de visualizações com o trailer nas redes sociais e YouTube, a comédia Minha Irmã e Eu, dirigida por Susana Garcia, de Minha Mãe é uma Peça 3 e Minha Vida em Marte, chega aos cinemas na próxima quinta-feira, 28/12, com sessões de pré-estreia pagas a partir do dia 25 de dezembro.
No longa, Ingrid Guimarães e Tatá Werneck vivem as irmãs Mirian e Mirelly, que nasceram em Rio Verde, no interior de Goiás. Elas não realizaram o sonho da mãe, Dona Márcia, interpretada por Arlete Salles, de se tornarem uma dupla sertaneja e seguiram caminhos opostos na vida. Mirian (Ingrid) nunca saiu da cidade natal e se acostumou à rotina pacata do interior. Ela vive em função dos cuidados com a família: o marido Jayme, vivido por Márcio Vito, os filhos Jayme Júnior (Jaffar Bambirra) e Marcelly (Nina Baiocchi) e a mãe. Já Mirelly (Tatá) ostenta uma vida glamurosa nas redes sociais ao lado de amigos famosos, como Lázaro Ramos e Iza. Mas, na verdade, ela esconde que está com todas as contas atrasadas, vive em um conjugado apertado e trabalha como cuidadora dos animais de estimação das celebridades.
Mirelly retorna para Rio Verde para comemorar o aniversário da mãe em uma luxuosa festa organizada por Mirian. Após uma briga entre as irmãs, Dona Márcia desaparece misteriosamente e as filhas vão precisar deixar as diferenças de lado para encontrar a mãe em uma aventura divertida pelas estradas do interior de Goiás. O filme tem produção da Paris Entretenimento, coprodução da Globo Filmes, Paramount Pictures, Telecine, Simba e distribuição da Paris Filmes.
O roteiro é assinado por Ingrid Guimarães, Verônica Debom, Célio Porto e Leandro Muniz; o elenco conta também com George Sauma, Antônio Pedro, Taís Araujo, Leandro Lima, Marcelo Laham, Chitãozinho & Xororó, Hugo Gloss, entre outros.
Para falar mais sobre a comédia, conversamos com a diretora Susana Garcia e com a protagonista Ingrid Guimarães. No bate-papo, falaram sobre a recepção do público, entrosamento do elenco e equipe, bastidores e expectativa para o lançamento.
Mel Lisboa no longa Foram os Sussurros que me Mataram
A 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontecerá entre os dias 19 e 27 de janeiro de 2024, anunciou a seleção da Mostra Olhos Livres, espaço de abordagens estéticas arrojadas para possibilidades lúdicas e criativas da linguagem desenvolvidas por realizadores já com alguma circulação por festivais.
São seis longas-metragens e, numa situação poucas vezes repetida nessa mostra, todos são inéditos no país. A escolha foi feita pela curadoria coordenada por Francis Vogner dos Reis e composta por Tatiana Carvalho Costa e Juliano Gomes, com assistência de Rubens Anzolin. Todos os títulos serão avaliados pelo Júri Jovem e concorrem ao Troféu Carlos Reichenbach.
Para Juliano Gomes, que estreia em 2024 na equipe de curadoria da Mostra, a escolha dos títulos a comporem a Olhos Livres seguiu alguns critérios adotados pelo grupo e sempre teve por horizonte a heterogeneização dos filmes a serem exibidos. Ou seja, fazendo jus ao conceito da seção, uma homenagem ao cineasta Carlos Reichenbach (1945-2012), que por sua vez adotava a ideia dos olhos livres a partir de escritos de Oswald de Andrade; a ideia é que o público tome contato com filmes de estilos muito distintos que forme “um conjunto de possibilidades de invenção que não se dão por repetição de procedimentos, e sim pela percepção de que não existe uma fórmula única de expressão do mundo”, conforme o curador.
“O contexto que se desenha hoje no Brasil de retomada do audiovisual produzido no país parece se demonstrar talvez refratário ao cinema independente que Tiradentes ajudou a cunhar e projetar intensamente nos últimos anos. Então a Mostra precisa, assim, afirmar e reafirmar sua história e seus marcos. Os filmes que estão na Olhos Livres de 2024 fazem parte de uma fornada de títulos inéditos que representa um índice muito pulsante e de técnicas, abordagens e tons variados e estimulantes. É uma parte muito viva da programação”, reflete Juliano Gomes.
Sobre a seleção: Aquele que Viu o Abismo tem direção de dois artistas que já passaram pela Olhos Livres: Gregorio Gananian venceu a mostra em 2017 com Inaudito, enquanto Negro Léo foi personagem-título de É Rocha e Rio, Negro Léo, de Paula Gaitán (2020). Unidos, eles desenvolvem o retrato de um sujeito paranoico diante de uma situação descrita como “escassez da civilização ingênua”.
Cena do documentário A Câmara, de Cristiane Bernardes e Tiago de Aragão
Foram os Sussurros que me Mataram é uma fábula política contemporânea protagonizada por Mel Lisboa no papel de Ingrid Savoy, celebridade prestes a entrar num reality show que passa dias confinada em um quarto de hotel. Entre visões premonitórias, um ataque de paparazzi e atentados anarquistas, ela vive a constante iminência de um escândalo. O diretor Arthur Tuoto já esteve em Tiradentes, onde participou da Mostra Aurora em 2014 com Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças.
Seu Cavalcanti é uma docficção de cunho familiar dirigida por Leonardo Lacca, que filma o próprio avô de mais de 90 anos que, depois de sofrer uma grande contrariedade, tenta reconquistar a própria independência e prestígio, num instigante jogo de indeterminação entre performance pessoal e performance artística. O filme tem produção de Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux e conta no elenco com a atriz Maeve Jinkings.
Terror Mandelão aborda o som, a tecnologia e o mercado de trabalho dos bailes funk de quebradas de São Paulo. O foco é no DJ K, um dos principais artistas do Baile do Helipa, maior comunidade da capital paulista, e seu amigo MC Zero K. O filme combina documentário, elementos ficcionais e experimentação visual e trata, com profundidade criativa, as desventuras desses jovens na luta para viver de música. O diretor GG Albuquerque, que assina com Felipe Larozza, integrou o Júri da Crítica na Mostra Aurora na edição de 2023.
A Câmara é um documentário de urgência, feito no calor político de hoje, e acompanha deputadas trabalhando no Parlamento em Brasília. Temas como direitos reprodutivos, educação, estado laico, racismo e polarização surgem nos embates e performances captados de forma límpida, transparente e rigorosa pela dupla Cristiane Bernardes e Tiago de Aragão.
SOAP é um projeto experimental nascido como uma série em seis partes, que foram expostas em galerias de exposição e agora são reunidas em um longa-metragem, criando uma outra possibilidade de apreensão. O experimento, desenvolvido pela artista plástico Tamar Guimarães, consiste na manipulação da linguagem de cinema e de telenovelas para acompanhar a tentativa de infiltração de intelectuais e agentes culturais de esquerda nas redes sociais de defensores da direita. O intuito é construir uma novela com mensagens subversivas sob a forma conservadora de um produto cultural religioso.
Em 2024, o Júri Jovem convidado a avaliar os filmes da Mostra Olhos Livres é formado por: Bárbara Mello, 24 anos, aluna de Cinema e Audiovisual no Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Emmanuel Corrêa, 25, aluno do 6º período de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Helena Elias, 23, aluna do 8º período de Filosofia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Marina Bonifácio, 23, aluna do 4º período de Arte Dramática na Escola Técnica de Artes da Universidade Federal do Alagoas (UFAL); e Wandryu Figueiredo, 24, aluno do 7º período de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Conheça os filmes selecionados para a Mostra Olhos Livres da 27ª Mostra Tiradentes:
A Câmara, de Cristiane Bernardes e Tiago de Aragão (DF) Aquele que Viu o Abismo, de Gregorio Gananian e Negro Léo (SP) Foram os Sussurros que me Mataram, de Arhur Tuoto (PR) Seu Cavalcanti, de Leonardo Lacca (PE) SOAP, de Tamar Guimarães (RJ/SP) Terror Mandelão, de Felipe Larozza e GG Albuquerque (SP)
Sandra Hüller em Zona de Interesse, de Jonathan Glazer: representante do Reino Unido
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou, nesta quinta-feira, 21/12, uma lista com os pré-selecionados para o Oscar 2024 em dez categorias, entre elas, melhor filme internacional, antes conhecida como melhor filme estrangeiro.
O Brasil estava representado com Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, segundo documentário do cineasta, fruto de sete anos de trabalho e pesquisa, filmagens e montagem. Mas, infelizmente, o longa não conseguiu uma vaga entre os 15 semifinalistas; o filme também estava elegível para melhor documentário. Para esta 96ª edição, 88 países foram classificados, entre eles, Namíbia, candidato pela primeira vez. Vale lembrar que a última vez que o Brasil concorreu na categoria de melhor filme internacional foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os semifinalistas na shortlist.
O cinema brasileiro também estava na disputa por uma estatueta dourada na categoria de melhor curta-metragem de ficção com Big Bang, de Carlos Segundo. Protagonizado por Giovanni Venturini e premiado com o Leopardo de Ouro da mostra Pardi di domani Concorso Corti d’autore, no Festival de Locarno do ano passado, o filme também não conseguiu uma vaga. Vale lembrar que no ano passado Carlos Segundo ficou entre os 15 semifinalistas nesta mesma categoria com o curta Sideral.
Os finalistas serão revelados no dia 23 de janeiro de 2024 e a cerimônia acontecerá no dia 10 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood, com apresentação de Jimmy Kimmel.
Confira a lista com os quinze semifinalistas ao Oscar 2024 de melhor filme internacional:
ALEMANHA: Das Lehrerzimmer (The Teachers’ Lounge), de İlker Çatak ARMÊNIA: Amerikatsi, de Michael A. Goorjian BUTÃO: The Monk and the Gun, de Pawo Choyning Dorji DINAMARCA: Bastarden (The Promised Land), de Nikolaj Arcel ESPANHA: La sociedad de la nieve, de J.A. Bayona FINLÂNDIA: Folhas de Outono (Kuolleet lehdet), de Aki Kaurismäki FRANÇA: O Sabor da Vida (La passion de Dodin Bouffant), de Trần Anh Hùng ISLÂNDIA: Terra de Deus (Volaða land), de Hlynur Pálmason ITÁLIA: Io Capitano, de Matteo Garrone JAPÃO: Perfect Days, de Wim Wenders MÉXICO: Tótem, de Lila Avilés MARROCOS: Kadib Abyad (The Mother of All Lies), de Asmae El Moudir TUNÍSIA: As 4 Filhas de Olfa (Les Filles d’Olfa), de Kaouther Ben Hania UCRÂNIA: 20 Days in Mariupol, de Mstyslav Chernov REINO UNIDO: Zona de Interesse (The Zone of Interest), de Jonathan Glazer
*Clique aqui e confira as listas completas com os pré-selecionados.
Homenagem: um dos cineastas mais influentes do mundo
A 74ª edição do Festival de Berlim, que acontecerá entre os dias 15 e 25 de fevereiro de 2024, anunciou nesta quinta-feira, 21/12, seu grande homenageado: o diretor, produtor e roteirista Martin Scorsese, que receberá o Urso de Ouro Honorário, prêmio especial concedido a figuras importantes do mundo do cinema que contam com uma carreira artística excepcional.
Desde a década de 1970, Scorsese é um dos cineastas mais influentes do mundo, que já conta com mais de 70 filmes no currículo; muitas de suas obras escreveram a história do cinema com uma versatilidade única. Seus filmes mais conhecidos incluem: Taxi Driver, vencedor da Palma de Ouro, em Cannes; Touro Indomável, exibido fora de competição na Berlinale e vencedor do Oscar de melhor ator para Robert De Niro e melhor edição para Thelma Schoonmaker; Depois de Horas, que recebeu o prêmio de melhor direção em Cannes; A Cor do Dinheiro, vencedor do Oscar de melhor ator para Paul Newman; Os Bons Companheiros, que rendeu o Oscar de melhor ator coadjuvante para Joe Pesci; Cabo do Medo, exibido em competição em Berlim.
E mais: A Época da Inocência, vencedor do Oscar de melhor figurino para Gabriella Pescucci; Cassino, que rendeu o Globo de Ouro de melhor atriz para Sharon Stone; Gangues de Nova York, exibido fora de competição na Berlinale; O Aviador, vencedor de cinco estatuetas douradas no Oscar; Os Infiltrados, que rendeu o Oscar de melhor direção para Scorsese; o documentário The Rolling Stones: Shine a Light, que foi o filme de abertura de Berlim em 2008; Ilha do Medo, exibido fora de competição na Berlinale; A Invenção de Hugo Cabret, vencedor de cinco estatuetas no Oscar; O Lobo de Wall Street, indicado em cinco categorias no Oscar; Silêncio, premiado como melhor roteiro adaptado pela National Board of Review; e O Irlandês, indicado em dez categorias no Oscar.
Em 2014, exibiu na Berlinale o projeto Untitled New York Review of Books Documentary, que mais tarde foi lançado pela HBO como O Argumento de 50 Anos. Seu último trabalho, Assassinos da Lua das Flores, foi recentemente eleito o melhor filme do ano pela National Board of Review. Martin Scorsese também está muito comprometido com o patrimônio histórico do cinema; com a The Film Foundation apoia a restauração e distribuição de filmes clássicos.
Elenco: Malu Galli, Zuleika Ferreira, Tavinho Teixeira, Samuel Santos, Edilson Silva, Ane Oliva, Sandro Guerra, Roberta Lúcia, Amara Rita Magalhães, Marcílio Moraes, Nivaldo Nascimento, Clébia Sousa, Marília Souto, Chris Veras, Carlos Amorim, Anderson Cleber, Aruandhê Pereira, Andala Quituche, Natureza Rodrigues, Maria José Sales, Ângelo Fábio, Erick Silva, Luana Vitória, Antônio Carlos do Espírito Santo, Jair Jakson, Ítalo Gustavo, Ivan Galindo, Amaro Santos Filho, Levi Almeida.
Ano: 2022
Sinopse: Para se proteger de uma revolta dos trabalhadores da fazenda de sua família, uma reclusa estilista se enclausura em seu carro blindado. Separados por uma camada impenetrável de vidro, dois universos estão prestes a colidir.
*Clique aqui e assista ao programa especial sobre o filme com entrevistas com o diretor Daniel Bandeira e com a protagonista Malu Galli
*Filme visto na 17ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro
Cena do filme Quebrante, de Janaina Wagner: selecionado
O Festival Internacional de Cinema de Berlim anunciou nesta quarta-feira, 20/12, novos filmes selecionados para sua 74ª edição, que acontecerá entre os dias 15 e 25 de fevereiro de 2024.
Na mostra Forum Expanded, o cinema brasileiro aparece com Quebrante, de Janaina Wagner, que acompanha Dona Erismar, professora aposentada e espeleóloga, enquanto ela percorre as cavernas, ruínas e fantasmagorias da Rodovia Transamazônica; ainda uma cicatriz recente do sonho destruído da história do Brasil, retratando suas pedras e fantasmas. O filme mergulha fundo na história e na presença desse projeto infraestrutural, iniciado na ditadura militar.
Já na mostra Generation, o Brasil aparece com o curta-metragem Lapso, de Caroline Cavalcanti, na seção Generation 14plus. No filme, dois adolescentes do subúrbio de Belo Horizonte se conhecem enquanto prestam serviço comunitário depois de praticarem vandalismo. Através das experiências partilhadas de repressão por parte das autoridades estatais, cumprindo medidas socioeducativas, aproximam-se lentamente e compartilham afetos e incertezas. O elenco conta com Beatriz Oliveira, Juan Queiroz, Dora Rosa e Thayanne Lima.
Além disso, o festival também revelou os sete primeiros títulos, incluindo uma série, convidados pela curadoria e que serão exibidos na mostra Berlinale Special, entre eles, Seven Veils, de Atom Egoyan, com Amanda Seyfried no elenco. A lista completa com vinte títulos será anunciada em janeiro.
Conheça os novos filmes selecionados para o 74º Festival de Berlim:
FORUM EXPANDED
for here am i sitting in a tin can far above the world, de Gala Hernández López (França) Here We Are, de Chanasorn Chaikitiporn (Tailândia) O Seeker, de Gavati Wad (EUA/Índia) Quebrante, de Janaina Wagner (Brasil) Room 404, de Elysa Wendi e Shing Lee (Polônia/Hong Kong/China) Sarcophagus of Drunken Loves, de Joana Hadjithomas e Khalil Joreige (França/Líbano) The Perfect Square, de Gernot Wieland (Alemanha/Bélgica)
BERLINALE SPECIAL
Cuckoo, de Tilman Singer (Alemanha) Dostoevskij (Dostoevsky), de Damiano e Fabio D’Innocenzo (Itália) Sasquatch Sunset, de David e Nathan Zellner (EUA) Seven Veils, de Atom Egoyan (Canadá) Spaceman, de Johan Renck (EUA) Treasure, de Julia von Heinz (Alemanha/França) Wu Suo Zhu (Abiding Nowhere), de Tsai Ming-liang (Taiwan)
GENERATION KPLUS
Beurk! (Yuck!), de Loïc Espuche (França) Fox and Hare Save the Forest, de Mascha Halberstad (Holanda/Bélgica/Luxemburgo) Los tonos mayores (The Major Tones), de Ingrid Pokropek (Argentina/Espanha) Porzellan (Porcelain), de Annika Birgel (Alemanha) Sieger Sein (Winners), de Soleen Yusef (Alemanha) Sukoun (Amplified), de Dina Naser (Jordânia/Egito)
GENERATION 14PLUS
Comme le feu (Who by Fire), de Philippe Lesage (Canadá/França) Cura sana, de Lucía G. Romero (Espanha) Disco Afrika: une histoire malgache (Disco Afrika: A Malagasy Story/Disco Afrika: Eine madagassische Geschichte), de Luck Razanajaona (França/Madagascar/Alemanha/Ilhas Maurício/África do Sul/Qatar) Ellbogen (Elbow), de Aslı Özarslan (Alemanha/Turquia/França) Lapso, de Caroline Cavalcanti (Brasil) Muna, de Warda Mohamed (Reino Unido) Obraza (Resentment/Ressentiment), de Gleb Osatinski (EUA/Lituânia)
Elenco: Bradley Cooper, Carey Mulligan, Matt Bomer, Sarah Silverman, Vincenzo Amato, Greg Hildreth, Michael Urie, Brian Klugman, Nick Blaemire, Mallory Portnoy, Alexandra Santini, Jarrod LaBine, Kate Eastman, William Hill, Valéry Lessard, Renée Stork, Tim Rogan, Sara Sanderson, Yasen Peyankov, Julia Aku, Benjamin Freemantle, Harrison Coll, Sebastian Villarini-Velez, Ryan Steele, Sara Esty, Ahmad Simmons, Kyle Coffman, Yesenia Ayala, Leigh-Ann Esty, Tanairi Sade Vazquez, Lea Cooper, Soledad Campos, Zachary Booth, Miriam Shor, Maya Hawke, Scott Ellis, James Cusati-Moyer, John Kroft, Scott Drummond, Gideon Glick, Josh Hamilton, June Gable, Sam Nivola, Alexa Swinton, Mike Mitarotondo, Colin Anderson, Kevin Thompson, Isabel Leonard, Gabe Fazio, Jordan Dobson, Bern Collaço, Makeda Diggs, Kristi Noory, Lynne Valley, Eric Parkinson.
Ano: 2023
Sinopse: Baseado em fatos, o filme narra a história do relacionamento entre o maestro e compositor Leonard Bernstein e a atriz Felicia Montealegre Cohn Bernstein. Uma carta de amor à vida e à arte. Um retrato sobre a família e o amor.
Cena do documentário Eu Também Não Gozei, de Ana Carolina Marinho
A 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontecerá entre os dias 19 e 27 de janeiro de 2024, acaba de anunciar a seleção de mais uma edição da Mostra Aurora, consolidado como o principal espaço de invenção do cinema brasileiro contemporâneo.
A Aurora é a seção do evento dedicada a filmes feitos por realizadores com até três longas-metragens na carreira e que se caracteriza por trabalhos estéticos e narrativos singulares. Como de praxe, são sete filmes inéditos no país, a maioria em pré-estreia mundial, escolhidos pela curadoria coordenada por Francis Vogner dos Reis e composta nesta edição por Tatiana Carvalho Costa e Juliano Gomes, com assistência de Rubens Anzolin.
Todos os filmes da Mostra Aurora 2024 serão avaliados pelo Júri Oficial e concorrem ao Troféu Barroco e a prêmios de parceiros da Mostra. A curadoria recebeu aproximadamente 240 inscrições de longas-metragens e, em termos gerais, a variedade de filmes chamou atenção da equipe, ampliando o desafio de chegar a uma seleção enxuta e que representasse o que se acredita ser um conjunto de títulos tão diverso quanto inventivo. Dos 7 longas, um deles tem direção de um ganhador anterior da Aurora, Isaac Donato, que venceu a mostra em 2021 com Açucena.
“Os filmes selecionados se lançam a desafios únicos e singulares na busca por reencontrar novas formas de imaginação através de seus discursos. São filmes de conquistas poéticas raras que buscam nas imagens elementos que estão fora da mídia, que não se resumem a dados de informação ou de afirmação, e sim que se constroem como expressão diante dos nossos olhos e por isso se diferenciam de um regime audiovisual homogêneo que tenta dominar o imaginário nos filmes mais convencionais”, frisa Francis Vogner, coordenador curatorial da Mostra de Tiradentes.
O curador destaca que, se há elementos em comum nos filmes, está justamente nas buscas por investigarem expressivamente as imagens para acharem algo novo, que se completa exatamente na projeção do filme. De documentários de dispositivo a ficções conspiracionistas, os longas-metragens da Aurora nesta edição se aproximam por suas ousadias: “Num momento em que discutimos tanto a diversidade, e essa diversidade é fundamental em todas as instâncias criativas, é importante estarmos atentos também na presença disso dentro das formas de expressão, na escolha por como se construir um filme”, reforça Francis.
“A Mostra de Tiradentes tem a preocupação constante de apostar na diversidade ampla, geral e irrestrita, que passa pelas equipes de criação e chega também na estética e nos exercícios de imaginação no interior dos filmes”, completa Francis Vogner.
Em 2024, o Júri Oficial convidado a avaliar os filmes da Mostra Aurora será formado por Affonso Uchôa, cineasta; Aline Motta, artista visual e escritora; Juliana Costa, crítica, curadora e pesquisadora; Lia Bahia, pesquisadora e professora; e Uirá dos Reis, poeta, pesquisador e cineasta.
Cena do filme O Tubérculo, de Lucas Camargo de Barros e Nicolas Thomé Zetune
Sobre a seleção: Eu Também Não Gozei é um documentário sobre uma mulher grávida num périplo em busca do pai de seu filho, enquanto passa o período de gestação sozinha. A câmera a acompanha no processo, e seu registro se dá numa construção narrativa a partir de sua aproximação e distância da personagem. A diretora Ana Carolina Marinho foi roteirista da ficção A Mãe, de Cristiano Burlan e protagonizado por Marcélia Cartaxo.
O Tubérculo é filmado em película Super-8 e se envereda pelo cinema de invenção radical e poética para seguir um ator que deixa Lisboa para retornar à cidade natal no interior do Brasil após a morte da avó e é assombrado uma herança maldita e por seu primeiro amor. A dupla de diretores Lucas Camargo de Barros e Nicolas Thomé Zetune exibiu um filme anterior, O Pequeno Mal, em 2018, no Festival de Brasília.
Maçãs no Escuro mergulha na vida do dramaturgo Edson Aquino, cuja trajetória é registrada por uma equipe de documentaristas estrangeiros enquanto comemora seus 35 anos de carreira. Produzido na cidade de Diadema, na região metropolitana de São Paulo, com direção de Tiago A. Neves, o filme mescla o retrato e o experimentalismo para transmitir os sentidos de seu personagem e daquilo que ele significa diante das câmeras. No ano passado, Tiago exibiu Cervejas no Escuro na Mostra Aurora, que rendeu o Prêmio Helena Ignez para a atriz Edna Maria.
Sofia Foi segue o último dia de uma personagem suicida em cenas com tempos dilatados e densos que sempre contém algum tipo de acontecimento, mínimo que seja, numa trajetória derradeira de crise de identidade e angústia geracional. Com trajetória na fotografia, o diretor Pedro Geraldo estreia na direção de um longa-metragem e foi premiado no FIDMarseille, na França, em 2023, com este primeiro trabalho.
Not Dead vira sua câmera para a inusitada resistência punk na Bahia e faz isso com serenidade e rigor de construção, mesclando intimidade e delicadeza na abordagem de uma crise geracional detectada na relação formal do filme com seus personagens e o tempo próprio que eles exalam. O diretor Isaac Donato venceu a Mostra Aurora em 2021 com um filme igualmente rigoroso e atento ao que filma, Açucena.
Lista de Desejos para Superagüi documenta Martelo, pescador de 70 anos no litoral sul que ainda não conseguiu se aposentar. Ele é um homem-farol que aponta luz para Superagüi e ilumina os desejos terrenos de seus moradores. A atmosfera do filme se aproxima do neorrealismo na densidade poética de suas imagens e abordagens. Pedro Giongo, diretor, vem de uma ampla experiência como montador, inclusive tendo sido premiado na função em 2019, por Alice Junior no Festival de Brasília.
EROS é um documentário de dispositivo articulado com imagens de pessoas frequentadoras de motéis que, convidadas a se filmar durante uma noite, compartilham seus vídeos para a estruturação do filme. A diretora Rachel Daisy Ellis estreia na função depois de uma premiada trajetória como produtora, incluindo os filmes Doméstica (2012), Boi Neon (2015) e Divino Amor (2019), todos de Gabriel Mascaro; além de ter dirigido o premiado curta Mini Miss (2018).
Vale lembrar que recentemente a Mostra de Tiradentes anunciou os homenageados desta 27ª edição: em 2024, o evento celebra as trajetórias do cineasta mineiro André Novais Oliveira e da atriz Bárbara Colen.
Conheça os filmes selecionados para a Mostra Aurora da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes:
EROS, de Rachel Daisy Ellis (PE) Eu Também Não Gozei, de Ana Carolina Marinho (SP) Lista de Desejos para Superagüi, de Pedro Giongo (PR) Maçãs no Escuro, de Tiago A. Neves (SP) Not Dead, de Isaac Donato (BA) O Tubérculo, de Lucas Camargo de Barros e Nicolas Thomé Zetune (SP) Sofia Foi, de Pedro Geraldo (SP)
Com direção de Daniel Bandeira, Propriedade foi um dos filmes brasileiros mais comentados no último ano dentro do circuito de festivais. O thriller chega aos cinemas nesta quinta-feira, 21/12, pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras.
Na trama, uma reclusa estilista, interpretada por Malu Galli, se enclausura em seu carro blindado para se proteger de uma revolta dos trabalhadores da fazenda de sua família. Separados por uma camada impenetrável de vidro, dois universos estão prestes a colidir.
Também autor do roteiro, Daniel Bandeira se relaciona há muito com o conceito que se transformaria em Propriedade. Apreciador do suspense, o cineasta, a princípio, desenvolveu o argumento como um exercício formal sobre enclausuramento. No entanto, a ideia passou a receber contornos políticos ao perceber, a partir de 2010, um país mais polarizado do que nunca.
Rodado entre 11 de setembro e 7 de outubro de 2018, Propriedade imprime na tela a tensão que o país vivenciou, com a equipe recepcionando os resultados do primeiro turno eleitoral daquele ano no último dia de filmagens na Fazenda Morim, em São José da Coroa Grande, município de Pernambuco. Houve também uma camada adicional percebida, a posteriori, pela atmosfera claustrofóbica, quase uma alegoria do isolamento social que tomaria o mundo um ano depois.
Com o protagonismo da narrativa muitas vezes concentrado em Tereza e Dona Antônia, personagens respectivamente interpretadas por Malu Galli e Zuleika Ferreira, Daniel encontrou uma forma de representar a incomunicabilidade de duas integrantes de diferentes esferas sociais: “Eu acho que a gente vive em um momento em que é muito difícil se colocar no lugar do outro, de entender as motivações do outro. E, com isso, a gente acaba perdendo as nuances, as motivações, coisas que a gente poderia usar para tentar resolver nossas diferenças”.
A partir disso, Propriedade coloca o espectador no lugar de testemunha dupla das motivações de cada lado: “Eu acho que é nisso que reside a grande tragédia, não só da história do filme, mas da história dos nossos tempos. E que só quando rompemos essa blindagem, ou quando abrimos a porta, ou quando descemos o vidro para poder falar com o outro, que nós temos uma condição de iniciar um diálogo, de estabelecer um clima de resolução de diferenças, resolução de problemas. Até lá, a incomunicabilidade é o motor da nossa tragédia”, reflete Daniel.
No Brasil, Propriedade esteve na programação do Festival do Rio, com a montagem de Matheus Farias sendo premiada; na 46ª Mostra de São Paulo; no 17º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, no qual recebeucinco prêmios, entre eles, melhor direção; na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes; na 17ª CineBH; no Rio Fantastik Festival 2023, eleito, entre demais prêmios e menções, como melhor longa-metragem; entre outros.
No circuito internacional, passou por renomados festivais do calendário anual, como: Festival de Berlim, na mostra Panorama; Edimburg International Film Fest; MotelX, em Lisboa; o espanhol Sitges; os americanos Brooklyn Horror Fest e Fantastic Fest, nos quais saiu vencedor como melhor filme; o holandês Leiden International Film Festival; entre outros. Está também agendada uma exibição no dia 20 de dezembro no MoMA, Museu de Arte Moderna de Nova York, dentro do programa The Contenders 2023, em um recorte com as obras mais influentes e importantes dos últimos doze meses.
Com produção de Kika Latache e Livia de Melo, direção de fotografia de Pedro Sotero, o elenco conta também com Tavinho Teixeira, Sandro Guerra, Roberta Lúcia, Amara Rita Magalhães, Marcílio Moraes, Nivaldo Nascimento, Clebia Sousa, Marília Souto, Chris Veras, Carlos Amorim, Anderson Cleber, Aruandhê Pereira, Andala Quituche, Natureza Rodrigues, Maria José Sales, Ângelo Fàbio, Ane Oliva, Samuel Santos, Edilson Silva e Erick Silva.
Para falar mais sobre Propriedade, conversamos com o diretor e com a protagonista Malu Galli. No bate-papo, falaram sobre a ideia do projeto, preparação de elenco, entrosamento com a equipe, filme de gênero, recepção do público e expectativa para o lançamento.
Teo Yoo e Greta Lee em Vidas Passadas, de Celine Song: três indicações
Fundada em 1996, a International Press Academy é uma associação de mídia de entretenimento com membros votantes do mundo todo que atuam em jornais, TV, rádio, blogs e novas plataformas de mais de vinte países.
Com a intenção de honrar as excelências artísticas dos filmes, seriados, rádio e novas mídias, a IPA criou o Satellite Awards, antes conhecido como The Golden Satellite Awards, prêmio que elege os melhores da indústria do entretenimento em categorias diversas. As indicações são derivadas de exibições antecipadas em festivais de cinema em todo o mundo, bem como triagens de considerações enviadas a jornalistas.
Neste ano, em sua 28ª edição, Oppenheimer, dirigido por Christopher Nolan, lidera a lista com 14 indicações; Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese, aparece na sequência com doze indicações. Nas categorias televisivas, Treta, Fargo, Succession, The Last of Us, The Crown, The White Lotus, Yellowjackets, entre outras, se destacam.
Um dos principais objetivos do Satellite Awards é celebrar novos trabalhos de realizadores independentes estabelecidos e em desenvolvimento, dando-lhes acesso a um público maior no mundo todo. Os vencedores serão anunciados no dia 3 de março de 2024 em Los Angeles.
Conheça os indicados nas categorias de cinema do 28º Satellite Awards:
MELHOR FILME | DRAMA Assassinos da Lua das Flores Ferrari Maestro Oppenheimer Segredos de um Escândalo Vidas Passadas
MELHOR FILME | COMÉDIA OU MUSICAL American Fiction Barbie O Homem dos Sonhos Os Rejeitados Pobres Criaturas Scrapper
MELHOR FILME INTERNACIONAL A Sociedade da Neve, de J.A. Bayona (Espanha) Anatomia de uma Queda, de Justine Triet (França) Das Lehrerzimmer (The Teachers’ Lounge), de Ilker Çatak (Alemanha) Folhas de Outono, de Aki Kaurismäki (Finlândia) Io Capitano, de Matteo Garrone (Itália) Urotcite na Blaga (Blaga’s Lessons), de Stephan Komandarev (Bulgária) Zona de Interesse, de Jonathan Glazer (Reino Unido)
MELHOR ANIMAÇÃO As Tartarugas Ninja: Caos Mutante Elementos Homem-Aranha: Através do Aranhaverso Meu Amigo Robô O Menino e a Garça Suzume
MELHOR DOCUMENTÁRIO 20 Days in Mariupol Bad Press Close to Vermeer Jon Batiste: American Symphony Lakota Nation vs. the United States Little Richard: I Am Everything Love to Love You, Donna Summer Marcados: A História do Racismo nos EUA
MELHOR DIREÇÃO Alexander Payne, por Os Rejeitados Christopher Nolan, por Oppenheimer Greta Gerwig, por Barbie Jonathan Glazer, por Zona de Interesse Martin Scorsese, por Assassinos da Lua das Flores Yorgos Lanthimos, por Pobres Criaturas
MELHOR ATRIZ | DRAMA Carey Mulligan, por Maestro Greta Lee, por Vidas Passadas Lily Gladstone, por Assassinos da Lua das Flores Natalie Portman, por Segredos de um Escândalo Penélope Cruz, por Ferrari Sandra Hüller, por Anatomia de uma Queda
MELHOR ATOR | DRAMA Andrew Scott, por Todos Nós Desconhecidos Bradley Cooper, por Maestro Cillian Murphy, por Oppenheimer Colman Domingo, por Rustin Franz Rogowski, por Passagens Leonardo DiCaprio, por Assassinos da Lua das Flores
MELHOR ATRIZ | COMÉDIA OU MUSICAL Alma Pöysti, por Folhas de Outono Cailee Spaeny, por Priscilla Emma Stone, por Pobres Criaturas Fantasia Barrino, por A Cor Púrpura Margot Robbie, por Barbie
MELHOR ATOR | COMÉDIA OU MUSICAL Barry Keoghan, por Saltburn Jeffrey Wright, por American Fiction Joaquin Phoenix, por Beau Tem Medo Nicolas Cage, por O Homem dos Sonhos Paul Giamatti, por Os Rejeitados
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE America Ferrera, por Barbie Da’Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados Emily Blunt, por Oppenheimer Julianne Moore, por Segredos de um Escândalo Juliette Binoche, por O Sabor da Vida Rosamund Pike, por Saltburn
MELHOR ATOR COADJUVANTE Charles Melton, por Segredos de um Escândalo Dominic Sessa, por Os Rejeitados Mark Ruffalo, por Pobres Criaturas Robert De Niro, por Assassinos da Lua das Flores Robert Downey Jr., por Oppenheimer Ryan Gosling, por Barbie
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL Anatomia de uma Queda, escrito por Arthur Harari e Justine Triet Barbie, escrito por Greta Gerwig e Noah Baumbach Maestro, escrito por Bradley Cooper e Josh Singer Os Rejeitados, escrito por David Hemingson Segredos de um Escândalo, escrito por Samy Burch Vidas Passadas, escrito por Celine Song
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO American Fiction, escrito por Cord Jefferson Assassinos da Lua das Flores, escrito por Eric Roth e Martin Scorsese Oppenheimer, escrito por Christopher Nolan Pobres Criaturas, escrito por Tony McNamara Todos Nós Desconhecidos, escrito por Andrew Haigh Zona de Interesse, escrito por Jonathan Glazer
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO Assassinos da Lua das Flores, por Jack Fisk e Adam Willis Barbie, por Sarah Greenwood e Katie Spencer Ferrari, por Maria Djurkovic e Sophie Phillips Maestro, por Kevin Thompson e Rena DeAngelo Napoleão, por Arthur Max Oppenheimer, por Ruth De Jong e Claire Kaufman
MELHOR FOTOGRAFIA Assassinos da Lua das Flores, por Rodrigo Prieto Ferrari, por Erik Messerschmidt Maestro, por Matthew Libatique Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1, por Fraser Taggart Napoleão, por Dariusz Wolski Oppenheimer, por Hoyte van Hoytema Saltburn, por Linus Sandgren
MELHOR FIGURINO A Cor Púrpura, por Francine Jamison-Tanchuck Assassinos da Lua das Flores, por Jacqueline West Barbie, por Jacqueline Durran Napoleão, por David Crossman e Janty Yates Oppenheimer, por Ellen Mirojnick Pobres Criaturas, por Holly Waddington
MELHOR EDIÇÃO Assassinos da Lua das Flores, por Thelma Schoonmaker Barbie, por Nick Houy Maestro, por Michelle Tesoro Oppenheimer, por Jennifer Lame Os Rejeitados, por Kevin Tent Pobres Criaturas, por Yorgos Mavropsaridis
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL A Sociedade da Neve, por Michael Giacchino American Fiction, por Laura Karpman Assassinos da Lua das Flores, por Robbie Robertson Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, por Daniel Pemberton Oppenheimer, por Ludwig Göransson Pobres Criaturas, por Jerskin Fendrix
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL I’m Just Ken, por Mark Ronson e Andrew Wyatt (Barbie) It Never Went Away, por Jon Batiste e Dan Wilson (Jon Batiste: American Symphony) Peaches, por Jack Black, Aaron Horvath, Michael Jelenic, Eric Osmond e John Spiker (Super Mario Bros. O Filme) Road to Freedom, por Lenny Kravitz (Rustin) The Fire Inside, por Diane Warren (Flamin’ Hot: O Sabor que Mudou a História) What Was I Made For?, por Billie Eilish e Finneas O’Connell (Barbie)
MELHOR SOM | EDIÇÃO E MIXAGEM Assassinos da Lua das Flores Ferrari Jon Batiste: American Symphony Maestro Napoleão Oppenheimer
MELHORES EFEITOS VISUAIS Homem-Aranha: Através do Aranhaverso Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1 Napoleão Oppenheimer Resistência Transformers: O Despertar das Feras
A 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes acontecerá entre os dias 19 e 27 de janeiro na cidade histórica mineira abrindo o calendário audiovisual do país. Referência na exibição do cinema brasileiro contemporâneo e conectada às tendências e discussões do momento, a temática da Mostra em 2024 será: As Formas do Tempo.
Pensado pela curadoria, sob coordenação do crítico Francis Vogner dos Reis, o tema surgiu a partir da preocupação do evento em compreender os movimentos do audiovisual no país, especialmente, em seus pontos de ruptura. Pelo seu caráter de conexão com o presente, a Mostra de Tiradentes pretende trazer ao debate o momento em que o setor volta a fazer projeções de qual futuro é possível construir e de perguntar como lidar com os despojos que o processo anterior de um governo de direita e contrário à cultura deixou de legado.
“Precisamos escolher para onde vamos olhar e defendemos que é preciso, sobretudo, olhar para os filmes, para o tempo dos filmes, seja a modulação do tempo construída por eles como objeto, seja o tempo no qual o filme existe”, diz Francis.
Assim, a ideia em torno das formas do tempo dialoga com a ousadia das produções exibidas em Tiradentes e com a tentativa de compreensão ampla de como fazer filmes no Brasil, hoje e agora, pode impactar suas estéticas. No caso, para Francis, a demanda de eficiência e a velocidade dos acontecimentos no mundo solicitam novas formas da atenção e dos sentidos; mais rápida, fragmentária e ansiosa. Enquanto isso, cineastas como André Novais Oliveira, Paula Gaitán, Julio Bressane e Isael e Sueli Maxakali, entre outros, parecem seguir em desafio e desarranjo a esse estado exigente das coisas.
“Nesse contexto, cabe a nós interrogarmos sobre outras experiências do tempo, diferentes ao consumo urgente do streaming, por exemplo, e encontrar maneiras mais sutis e complexas de fruição no regime estético das imagens e no forjamento de um novo espectador/espectadora. Nas obras de arte, de que maneira os tempos se tornam visíveis? No seu tema? Nos seus signos? Na sua mensagem? No discurso ou na figura do artista? Talvez precisemos ir além desses predicados. Os tempos se tornam visíveis na arte em seu trabalho formal”, reforça o curador.
O objetivo da temática As Formas do Tempo, em sentido amplo, é provocar esses questionamentos e buscar algumas respostas diretamente nos filmes e nos discursos que naturalmente circulam num evento tão movimentado e agitado como a Mostra de Tiradentes. Tendo em vista as condições, circunstâncias e debates atuais no audiovisual brasileiro, que tempos e temporalidades atravessam essa noção de contemporâneo nas práticas cinematográficas, nas ideias, nas imagens e, sobretudo, nos filmes brasileiros contemporâneos?
As duas homenagens na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes se relacionam fortemente ao conceito da temática. Em 2024, o evento celebra as trajetórias do cineasta mineiro André Novais Oliveira e da atriz Bárbara Colen. Ele nasceu em Contagem há 39 anos, e ela, em Belo Horizonte, há 37 anos. Suas trajetórias se cruzam em diversos momentos e, vindos de uma mesma geração mineira, são também considerados figuras-chave do momento especial que vive a produção no estado.
André Novais Oliveira: trajetória de sucesso
André e Bárbara chamaram atenção na cena audiovisual brasileira quase simultaneamente. Tiveram um elo em comum: a produtora Filmes de Plástico. Em 2010, André, um dos fundadores da FdP, lançou o curta-metragem Fantasmas na Mostra Foco, em Tiradentes, e foi de imediato apontado como um dos novos criadores mais interessantes do evento. No mesmo ano, no Festival de Brasília, Bárbara surgiu como uma das protagonistas do curta Contagem, de Maurílio Martins e Gabriel Martins, também produzido pela FdP. A atriz encantou a plateia especialmente numa cena em que, ao conversar com outro personagem, sua performance fazia uma variação sutil entre o jogo cênico instaurado por todo o diálogo.
Nos anos seguintes, tanto André Novais quanto Bárbara Colen se consolidaram como duas potências criativas: ele, seguidamente por longas e curtas premiados, como Pouco Mais de um Mês (2013), Ela Volta na Quinta (2014), Temporada(2018) e O Dia que te Conheci (2023); ela, como atriz em Aquarius (2016) e Bacurau (2019), ambos de Kleber Mendonça Filho, em Baixo Centro (2018), de Ewerton Belico e Samuel Marotta, e em telenovelas na Globo.
“Os dois homenageados são alguns dos artistas responsáveis pela discreta radicalidade poética do cinema feito em Minas Gerais, tanto que suas presenças e influências estão para além do cinema do estado e possuem reconhecimento internacional”, diz Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial. “Esse celeiro criativo que nos deu cineastas, atrizes, atores e técnicos de fino talento rodou e ainda roda o mundo. O cinema de Bárbara Colen e André Novais nos aponta o que de melhor temos da cultura brasileira contemporânea”.
A celebração à dupla é, por extensão, uma celebração ao cinema de Minas Gerais, considerado um dos mais inovadores dos últimos 20 anos no Brasil: “Da videoarte dos anos 1990 aos coletivos e produtoras, do sertão mineiro à grande Belo Horizonte, o cinema de Minas nas últimas duas décadas foi parte incontornável de uma renovação decisiva no audiovisual brasileiro em termos de assunto e estilo, de modulação do tempo e da linguagem falada”, destaca Francis.
Maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão realizado no país, a Mostra Tiradentes 2024 será realizada em formato on-line e presencial. Apresenta, exibe e debate, em edições anuais, o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, em pré-estreias mundiais e nacionais; uma trajetória rica e abrangente que ocupa lugar de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil.
O evento exibe mais de 100 filmes brasileiros em pré-estreias nacionais e mostras temáticas, presta homenagem a personalidades do audiovisual, promove seminário, debates, a série Encontro com os filmes, oficinas, Mostrinha de Cinema e atrações artísticas. Além disso, toda a programação é gratuita.
Lucília Raimundo no longa brasileiro Praia Formosa, de Julia De Simone
O Festival Internacional de Cinema de Roterdã (IFFR, International Film Festival Rotterdam), que acontece na Holanda, é considerado um dos maiores do mundo e destaca obras cinematográficas dirigidas por novos cineastas. Além das seções oficiais em sua programação, há também espaço para nomes consagrados, retrospectivas e programas temáticos.
A 53ª edição acontecerá entre os dias 25 de janeiro e 4 de fevereiro de 2024 e o filme de abertura será a comédia dramática Head South, de Jonathan Ogilvie, que traz Marton Csokas, Ed Oxenbould, Roxie Mohebbi, Jackson Bliss, Arlo Gibson e Benee no elenco.
Além disso, o diretor de fotografia Grimm Vandekerckhove, da Bélgica, conhecido por seu trabalho delicado e humanista com o cineasta Bas Devos, será homenageado com o Robby Müller Award, que destaca anualmente um excelente criador de imagens no estilo do falecido diretor de fotografia holandês que dá nome ao prêmio.
O cinema brasileiro ganha destaque nesta 53ª edição com diversos títulos. Na Tiger Competition, principal mostra do evento, aparece com Praia Formosa, de Julia De Simone. O filme conta a história de Muanza, uma mulher natural do Reino do Congo, que foi traficada para o Brasil no início do século XIX. Ao despertar de um sono profundo em pleno ano de 2023, Muanza se depara com um Rio de Janeiro de tempos espiralados, onde figuras do passado e do presente são parte da busca por suas origens no território da cidade.
Praia Formosa mistura narrativas inventadas à personagens documentais, e dados históricos à fabulação especulativa. Nesse entrelaçamento de tempos e linguagens, o filme testemunha a vida que emerge dos espaços da cidade, os gestos de resistência frente à desterritorialização forçada, e os afetos que sustentam as relações de irmandade. O elenco conta com Lucília Raimundo, Samira Carvalho, Maria D’Aires e Mãe Celina de Xangô.
O Brasil segue na programação com Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes, na mostra Big Screen Competition. Baseado no livro de Milton Hatoum, o longa narra a história de dois irmãos imigrantes libaneses que vão morar em Manaus, Amazonas, na década de 1950. O elenco conta com Wafa’a Celine Halawi, Charbel Kamel, Zakaria Kaakour, Eros Galbiati e Rosa Peixoto.
E mais: Na Tiger Short Competition, o Brasil aparece com o curta-metragem Potenciais à Deriva, de Leonardo Pirondi. Já na mostra Short & Mid-length, outros representantes brasileiros: O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo; Se Eu Tô Aqui é por Mistério, de Clari Ribeiro e escrito e produzido por Éri Sarmet; e Um tropeço em cinco movimentos, de Valentina Rosset.
Na mostra Harbour, o cinema brasileiro ganha destaque com Greice, de Leonardo Mouramateus, que conta com Amandyra, Dipas e Mauro Soares no elenco; o premiado Levante, de Lillah Halla, com Ayomi Domenica; e A Paixão Segundo G.H., de Luiz Fernando Carvalho, baseado na obra homônima de Clarice Lispector e protagonizado por Maria Fernanda Cândido.
Além disso, na mostra Limelight, o cineasta brasileiro Karim Aïnouz exibirá Firebrand, com Alicia Vikander e Jude Law; e La chimera, de Alice Rohrwacher, com a atriz brasileira Carol Duarta no elenco, também será exibido na seleção.
O time de jurados da 53ª edição será formado por: Marco Müller, Ena Sendijarević, Herman Yau, Billy Woodberry e Nadia Turincev na Tiger Competition, principal mostra do festival; e Mónica Lima, Jade Wiseman e Yasmina Price na Tiger Short Competition.
Conheça os filmes selecionados para o Festival Internacional de Cinema de Roterdã 2024:
TIGER COMPETITION
Flathead, de Jaydon Martin (Austrália) Grey Bees, de Dmytro Moiseiev (Ucrânia) Kiss Wagon, de Midhun Murali (Índia) La Parra, de Alberto Gracia (Espanha) Me, Maryam, the Children and 26 Others, de Farshad Hashemi (Irã) Moses, de Jenni Luhta e Lauri Luhta (Finlândia) Praia Formosa, de Julia De Simone (Brasil) Rei, de Tanaka Toshihiko (Japão) Reise der Schatten, de Yves Netzhammer (Suíça) She Fell to Earth, de Susie Au (Hong Kong) sr, de Lea Hartlaub (Alemanha) Swimming Home, de Justin Anderson (Reino Unido) The Ballad of Suzanne Césaire, de Madeleine Hunt-Ehrlich (EUA) Under a Blue Sun, de Daniel Mann (França)
BIG SCREEN COMPETITION
Aire: Just Breathe, de Leticia Tonos Paniagua (República Dominicana) Children of War and Peace, de Ville Suhonen (Finlândia) Confidenza, de Daniele Luchetti (Itália) Eternal, de Ulaa Salim (Dinamarca) Milk Teeth, de Sophia Bösch (Alemanha) O Pior Homem de Londres, de Rodrigo Areias (Portugal) Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes (Brasil) Seven Seas Seven Hills, de Ram (Índia) Steppenwolf, de Adilkhan Yerzhanov (Cazaquistão) Tenement, de Inrasothythep Neth e Sokyou Chea (Camboja) The Old Bachelor, de Oktay Baraheni (Irã) Yohanna, de Robby Ertanto (Indonésia)
HARBOUR
‘Lolo & Sosaku’ The Western Archive, de Sergio Caballero (Espanha) A Paixão Segundo G.H., de Luiz Fernando Carvalho (Brasil) Binary, de David-Jan Bronsgeest (Holanda) Cosmic Miniatures, de Alexander Kluge (Alemanha) Dream Team, de Lev Kalman e Whitney Horn (EUA) Elegies, de Ann Hui (Hong Kong) Future Me, de Vincent Boy Kars (Holanda) Greice, de Leonardo Mouramateus (Brasil) Head South, de Jonathan Ogilvie (Nova Zelândia) Levante, de Lillah Halla (Brasil) Maia: Portrait with Hands, de Alexandra Gulea (Romênia) Mário, de Billy Woodberry (Portugal) Melk, de Stefanie Kolk (Holanda) Memory Dealers, de Mila van der Linden (Holanda) NL-Alert, de Loïs Dols de Jong (Holanda) Small Hours of the Night, de Daniel Hui (Singapura) So Unreal, de Amanda Kramer (EUA) The Waste Land, de Chris Teerink (Holanda) Trauma Porn Club, de Michael Middelkoop (Holanda) Venus, de Gonzalo Fernandez Carmona (Holanda) Witte Wieven, de Didier Konings (Holanda)
*Clique aqui e confira a lista completa com os filmes selecionados.