Foram anunciados neste domingo, 19/11, os vencedores da 13ª edição do Circuito Penedo de Cinema, que nasceu da junção de quatro consagrados eventos do cinema alagoano. O festival promoveu uma extensa e diversificada programação, totalmente gratuita, às margens do Rio São Francisco, na cidade histórica de Penedo, em Alagoas.
Na cerimônia de encerramento, que aconteceu no Cine Penedo, cinema histórico da cidade que foi reinaugurado depois de 40 anos, foram entregues os troféus Canoa de Tolda para os vencedores das três mostras competitivas: 16º Festival do Cinema Brasileiro, 13º Festival de Cinema Universitário e 10º Festival Velho Chico de Cinema Ambiental.
Com uma programação intensa ao longo de sete dias, com curtas e longas na seleção, o júri deste ano foi formado por: Camila Morgado, Lucia Caus e Marcos Santuario na mostra Festival do Cinema Brasileiro; Cláudio Costa Val, Gabriela Gastal e Marlom Meirelles na mostra Festival de Cinema Universitário de Alagoas; e Alexandre Taquary, Guilherme Demetrio e Taciana Kramer na mostra Festival Velho Chico de Cinema Ambiental.
A atriz e jurada Camila Morgado comentou sobre o peso de escolher os ganhadores: “Nós, do júri, tivemos um papel muito difícil, pois todos os filmes selecionados já são vencedores. Todo o material estava muito lindo. Esse festival é muito importante por incentivar a cultura e esse encontro para dialogar sobre cinema em todas suas dimensões”.
Conheça os vencedores do 13º Circuito Penedo de Cinema:
FESTIVAL DO CINEMA BRASILEIRO
Melhor Filme | Júri Popular: Ave Maria, de Pê Moreira (RJ) Melhor Filme | Júri Oficial: Ramal, de Higor Gomes (MG) Menção Honrosa: Romão, de Clementino Junior (RJ) e Benedita Silveira por sua atuação estreante em A Velhice Ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT)
FESTIVAL DE CINEMA UNIVERSITÁRIO
Melhor Filme | Júri Popular: Caronte, de Pedro Gargioni (SC) Melhor Filme | Júri Oficial: Cida Tem Duas Sílabas, de Giovanna Castellari (SP) Menção Honrosa: Por Trás dos Prédios, de João Mendonça (AL) e Baseado em Fatos, de Amanda Rezer (RS)
MOSTRA VELHO CHICO DE CINEMA AMBIENTAL
Melhor Filme | Júri Popular: Águas que Me Tocam, de Juraci Júnior (RO) Melhor Filme | Júri Oficial: Ava Kuña, Aty Kuña; Mulher Indígena, Mulher Política, de Fabiane Medina, Julia Zulian e Guilherme Sai (SP/MS) Menção Honrosa: Águas que Me Tocam, de Juraci Júnior (RO), Do Quilombo pra Favela: Alimento para Resistência Negra, de Manoela Meyer e Roberto Almeida (SP) e The Speech of Txai Surui, de Alunos da Oficina de Multimídia da Escola Parque (RJ)
*O CINEVITOR está em Penedo e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Elenco: Colman Domingo, Aml Ameen, Glynn Turman, Chris Rock, Gus Halper, Johnny Ramey, CCH Pounder, Michael Potts, Audra McDonald, Jeffrey Wright, Lilli Kay, Jordan-Amanda Hall, Jakeem Powell, Ayana Workman, Grantham Coleman, Jamilah Rosemond, Jules Latimer, Maxwell Whittington-Cooper, Frank Harts, Kevin Mambo, Carra Patterson, Da’Vine Joy Randolph, Adrienne Warren, Bill Irwin, Jamar Williams, Hope Clarke, Zuri Starks, Rashad Demond Edwards, Dan Sauer, Johanna McGinley, Jeff Hochendoner, Phoenix Southwood, Isabela Spurlock, Amir Carr, Jeffrey Jordan, Melissa Rakiro, Cotter Smith, Ivan Moore, Jimmy Bopp, Michael Alban, Dan De Luca, John Judy, Robert S. Gregory, Scott Deal, Drayton Walker, Chris Blount, Ashton Rogers, George Kelly, Rob Pfleghardt, Christopher Anglim, Devin Doolan, Marlon Bradley Ray, Alexis Evangelista, Marissa Lily, Mia Sterbini, Valena Zitello, Chelsie Grant, Alexis Holt, Emily H. Gilson, Jackie Diehl, Kyra Radomsky, Cadence Reese, Chanel Minnifield, Zoë Bowen Smith, Collin Miller, Jordan Aaron Hall, Frank Bliss, Stephen Branson, Charles D. Clark, Melina Datta, Rich Dickson, Anthony Gullotta, Jared J Johnson, Michael J. Kraycik, Thomas W Wolf, Nakiyah Wright.
Ano: 2023
Sinopse: Mesmo com o racismo e a homofobia, o ativista Bayard Rustin ajudou a mudar o curso da história dos Direitos Civis ao orquestrar a Marcha sobre Washington em 1963.
Sinopse: A partir do registro de sua gravidez frustrada, a diretora Eliza Capai conversa com outras mulheres que tiveram vivências parecidas à sua, criando um potente e tocante coral de vozes que refletem sobre temas universais: vida, morte, luto e políticas públicas que nos afetam.
Fabular novos mundos, especular novos caminhos e construir novos futuros. Essa é a premissa de FABULOSA – Festival de Cinema Queer Especulativo do Recife, que, em sua edição de estreia, desembarca no Cinema do Porto, no Cais da Apolo, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, com um recorte das mais instigantes produções queers especulativas nacionais e internacionais dos últimos anos.
Ao todo, o festival traz para a tela do Cinema da Fundação, no Recife, 25 obras entre curtas, médias, e longas-metragens, que juntas compõem seis mostras. Entre os destaques, a sessão As Malignas comentam: A Seita, que exibe o longa-metragem de estreia do coletivo Surto & Deslumbramento, originalmente lançado em 2015, mas pela primeira vez, com comentários ao vivo do próprio diretor e roteirista da obra, André Antônio, ao lado das Malignas da edição, a drag queen Britnney Hill e o multi-artista Fato.
Já os curtas-metragens pernambucanos participam todos da única mostra competitiva da edição, a Maracatrônica, que concederá ao filme vencedor o Grande Prêmio Mistilka no valor de R$ 5 mil em serviços de pós-produção pela Mistika Post, uma das maiores empresas finalizadoras de imagem do país. O júri desta primeira edição será formado por Domingos Jr., Sylara Silvério e Vinícius Gouveia.
Além da programação na tela, o festival também leva para dentro do cinema a valorização da arte Drag através das fabulosas da edição, Britnney Hill e Ruby Nox, que além de apresentar as sessões também farão performances exclusivas dentro da sala de cinema diariamente.
De acordo com o diretor artístico e curador da Fabulosa, o cineasta pernambucano Henrique Arruda, a primeira edição do festival surge para preencher uma lacuna entre as atuais janelas de exibição do estado: “É preciso valorizar o cinema queer brasileiro que vem criando novos mundos a partir de nossas dores e vivências. Não é fácil fazer cinema de gênero no Brasil, principalmente com pouquíssimos recursos como sempre fazemos, então é muito necessário que, cada vez mais, os festivais abram espaços dentro de suas programações para esse cinema inventivo de guerrilha, e é para isso que a Fabulosa surge, para todo esse cinema fora da caixa”.
Conheça os filmes selecionados para o 1º FABULOSA:
CURTAS-METRAGENS
A Sua Voz, de Toya Teicher (RJ) As Inesquecíveis, de Rafaelly, La Conga Rosa (DF) Cabiluda, de aColleto e Dera Santos (PE) Casa de Bonecas, de George Pedrosa (MA) Cinema para os Mortos, de Bruno Moreno e Renato Sircilli (PI/SP) Coaxo, de Cecilia Silva Martinez (RS) Earthy Arcada, de Everton Melo (PE) Elisa, de Letícia Reis (BA) Exodus, de Sara Não Tem Nome (MG) Expurgo, de Henrique Canazart (MG) Fitoterapia, de Eduardo Piotroski (RS) Lalabis, de Noá Bonoba (CE) Lamento de Força Travesti, de Renna Costa (PE) Me Explique como em um Delírio, de Clara Lucena e Ruan Pablo (PE) Midríase, de Eduardo Monteiro (PR) Quando a Noite Ainda Não Existia, de Gabriel Coelho (PE) Who’s This?, de Johnny Victor (MG)
PANORAMA INTERNACIONAL
Blaue Augen, de Alexander Weber (Áustria) FUDLIAKS! Tear The Sexes Apart, de Jasmin Hagendorfer (Áustria) Itsy Bitsy Spider, de Brodi-Jo Scalise (Canadá) Our Bed Is Green, de Maggie Brennan (EUA) Pillow Talk, de James Elinski (EUA) Sinvergüenzilla in “First Kiss”, de Anita Abbasi (Canadá)
Foram anunciados neste sábado, 11/11, os vencedores da primeira edição do Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito. A cerimônia de encerramento, apresentada por Andréa Freire, coordenadora do evento, aconteceu no palco do Auditório Kadiwéu no Centro de Convenções de Bonito.
As escolhas foram divididas entre os júris oficiais e popular, além de incluir a participação dos jornalistas convidados para cobrir o festival em uma Menção Honrosa. O júri internacional foi formado pelo diretor Walter Lima Jr., que também exibiu na programação Inocência e foi laureado com o Troféu Memória, a atriz Ana Ivanova e a roteirista Josefina Trotta.
A cineasta Jade Rainho, o professor e crítico de cinema Sérgio Moriconi, a professora de comunicação Márcia Gomes e o crítico de cinema Marcos Pierry integraram o júri sul-mato-grossense. Por fim, os jornalistas Bruno Carmelo, Lilianna Bernartt, Marcos Pierry, Renata Boldrini, Robledo Milani e Sérgio Moriconi deliberaram na escolha pelo melhor longa-metragem sul-Americano como representantes da imprensa.
Os vencedores foram anunciados pelo diretor e roteirista Paulo Maia, também representante da Green Light e Zoom Publicidade; Bruno Sampaio, representante da DAFIEMS/SESI; Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura e atual assessor do BNDES; o prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues; o Deputado Federal Vander Loubet, autor da emenda parlamentar que viabilizou a existência do evento; e o diretor do festival, Nilson Rodrigues.
A cerimônia também estabeleceu um espaço para tratar a respeito do manifesto assinado por vários convidados em oposição ao fechamento do INCAA, Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais, agência do Governo da Argentina, e em defesa ao cinema sul-americano, lido por Josefina Trotta. Após o anúncio das escolhas, o evento foi concluído com um show gratuito da artista argentina Charo Bogarín acompanhada pelo músico Juan Sardi.
Conheça os vencedores do 1º Bonito CineSur:
JÚRI OFICIAL INTERNACIONAL Melhor longa-metragem sul-americano: El visitante, de Martin Boulocq (Bolívia/Uruguai) Melhor curta-metragem sul-americano: Estrellas del Desierto, de Katherina Harder (Chile)
JÚRI OFICIAL SUL-MATO-GROSSENSE Melhor filme sul-mato-grossense: Cordilheira de Amora II, de Jamille Fortunato
JÚRI POPULAR Melhor longa-metragem sul-americano: La pampa, de Dorian Fernández Moris (Peru/Chile/Espanha) Melhor curta-metragem sul-americano: Yigayo Yuwuerane, de Ross Dayana López (Colômbia) Melhor filme sul-mato-grossense: A Dama do Rasqueado, de Marinete Pinheiro (Campo Grande)
MENÇÕES HONROSAS Júri Oficial sul-mato-grossense: A Dama do Rasqueado, de Marinete Pinheiro Júri Oficial Internacional: Fernando Bacilio por sua atuação em La pampa Imprensa | Melhor longa-metragem sul-americano: Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry (Brasil)
A 31ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade começou nesta quarta-feira, 08/11, em São Paulo, no Espaço Itaú de Cinema Augusta, celebrando as diferentes identidades de gênero, orientações sexuais, bem como formatos e linguagens que compõem a programação do evento.
A noite de abertura começou com um trecho da performance teatral do grupo francês Sine Qua Non Art, chamada O Futuro e considerada uma exposição em movimento que traz a mensagem humana queer do ritual Shibari e é uma ode à necessidade de desaceleração do nosso mundo. Depois disso, foi exibido o longa-metragem Levante, de Lillah Halla, que foi selecionado para a Semana da Crítica no Festival de Cannes.
Em 2017, foi criado o Prêmio Ícone Mix, para homenagear trajetórias importantes de pessoas que mudaram os rumos da história e a representação LGBT+, e que tem uma relação com o Mix Brasil. Foram recipientes do prêmio até hoje: o cineasta Gus Van Sant; o escritor e ativista trans João Nery; Marina Lima, celebrando os 40 anos de carreira; a criadora do bate-cabelo Marcia Pantera; Ney Matogrosso, ao completar 80 anos de juventude; e, no ano passado, Linn da Quebrada.
Neste ano, a homenageada foi a atriz, diretora, dramaturga, transpóloga e uma figura icônica que transcende os limites do palco e da tela: Renata Carvalho. Ao longo das edições do Mix Brasil, ela se apresentou nos palcos do Dramática com dois espetáculos referenciais da dramaturgia LGBT+ brasileira: O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, em 2016, e Manifesto Transpofágico, em 2020, mesmo ano em que, nas telas, viveu a operária Paula Astorga no longa Vento Seco. Nesta 31ª edição, marca presença na programação com dois curtas: Dinho e O Cavalo de Pedro.
Defensora ativa dos direitos LGBT+ e uma voz poderosa na luta contra a discriminação e o preconceito, Renata é ativista pela representatividade trans no teatro e no cinema. Seu trabalho destemido tem contribuído para aumentar a visibilidade e a compreensão de questões de gênero, sendo uma presença poderosa na luta pela igualdade e diversidade, que usa seu talento para abrir caminhos e inspirar.
Trajetória de sucesso reconhecida no Mix Brasil
Apresentada por Pedro Fasanaro, foi ovacionada pelo público presente na noite de abertura e recebeu o troféu das mãos de André Fischer, diretor artístico do festival. Sob aplausos, Renata Carvalho discursou: “A travesti que tá nascendo hoje nem sabe que é travesti. Que ela tenha um mundo mais seguro, com mais afeto, com mais representatividade. Que ela possa enxergar e conhecer muitas Renatas Carvalho. Porque hoje tem eu, tem Renata Peron, Marina Mathey, Leona Jhovs, Liniker, Onna, Mel, Linn, Ayô Tupinambá… temos diversas”.
E continuou: “A representatividade trans mudou o mercado brasileiro. Então, eu gostaria de pedir para todos os realizadores que olhassem agora a responsabilidade ética para o assunto. Gostaria de pedir a vocês, que, pelos próximos trinta anos, parem de representar personagens trans e travestis chamando atores cisgênero para os papéis. Nós estamos falando de permanência, de profissionalização, de vida”.
A homenageada seguiu seu discurso: “Hoje, como artista, quero falar sobre sucesso, sobre vida, sobre afeto e dizer que ser trans é duradouro, que não se morre cedo. Nós, como artistas, tomamos essa responsabilidade para nós, na nossa época, que possamos olhar de forma ética ao mesmo tempo reconstruindo esse imaginário social tão perverso que permeia alguns corpos”.
E, emocionada, finalizou: “A representatividade precisa ser coletiva. A representatividade faz com que a gente conviva com esses corpos diariamente. E é só com convívio que podemos ter a nítida percepção para a igualdade. Representatividade muda vidas. Mudou a minha. Diga sim ao talento trans!”. Clique aqui e assista ao discurso na íntegra.
O Festival Mix Brasil 2023 segue até 19 de novembro com espetáculos teatrais, 119 filmes de 35 países e de 13 estados brasileiros, experiências XR com a temática queer, literatura, performances sobre temas relevantes para a comunidade LGBT+ e o tradicional Show do Gongo, com Marisa Orth.
Luciana Souza no longa cearense Quando Eu Me Encontrar
A décima edição da Mostra de Cinema de Gostoso acontecerá entre os dias 24 e 28 de novembro em São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, com a exibição de longas e curtas-metragens ao ar livre. Neste ano, o evento recebeu um número recorde de filmes, totalizando 947 inscrições de todas as regiões do país.
Todas as sessões desta edição comemorativa serão realizadas na sala ao ar livre montada na Praia do Maceió, onde ocorrerão as sessões da Mostra Competitiva, trazendo de volta a experiência imersiva em uma sala de cinema de alta tecnologia. Mas de 1.700 pessoas comparecem por noite; todas as cadeiras e as faixas de areia ficam ocupadas pelo público.
Depois do sucesso da Tenda Panorama na edição passada, neste ano, a parceria com a Petrobras viabilizará a inauguração de um novo espaço de exibição para a Mostra Panorama, batizado de Sala Petrobras. Localizada na Praia do Maceió, em uma tenda climatizada em formato geodésico, o local receberá quatro longas e sete curtas-metragens; são filmes que apostam na pesquisa das fronteiras da linguagem audiovisual e na pluralidade de abordagens dos debates da atualidade. Acontecerá também na Sala Petrobras a primeira edição do Work in Progress BrLab Gostoso.
Os filmes da Mostra Competitiva concorrem ao Troféu Cascudo, em homenagem ao folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, concedido pelo voto popular ao melhor curta e longa-metragem. Também será concedido o Troféu da Crítica, a partir da votação de jornalistas e críticos de cinema presentes à Mostra.
Além disso, serão realizados diariamente debates com produtores, diretores e atores dos filmes exibidos, além de um seminário sobre a recente produção audiovisual brasileira. Vale destacar que toda a programação será gratuita. Com esse conjunto de ações, a Mostra de Cinema de Gostoso conquistou um espaço significativo no calendário cultural do Nordeste como uma importante referência de difusão audiovisual.
No ano em que a Mostra de Cinema de Gostoso celebra 10 anos, o evento tem a honra de contar pela primeira vez com o patrocínio fundamental da Petrobras, que também está em celebração pelos seus 70 anos. Com realização da Heco Produções e CDHEC, a Mostra se consolidou como um evento único em todo o Brasil, ao promover a exibição de filmes a céu aberto na sala de cinema montada na paradisíaca Praia do Maceió, em São Miguel do Gostoso, aliando conforto e alta qualidade de projeção.
Conheça os filmes selecionados para a Mostra de Cinema de Gostoso 2023:
MOSTRA COMPETITIVA | LONGAS-METRAGENS
Estranho Caminho, de Guto Parente (CE) O Dia que Te Conheci, de André Novais Oliveira (MG) Quando Eu me Encontrar, de Amanda Pontes e Michelline Helena (CE) Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges (BA)
MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS
A Edição do Nordeste, de Pedro Fiuza (RN) As Marias, de Dannon Lacerda (MS) Cabana, de Adriana de Faria (PA) Lapso, de Caroline Cavalcanti (MG) Moventes, de Jefferson Cabral (RN) Navio, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real (RN) Quinze quase Dezesseis, de Thais Fujinaga (SP)
MOSTRA PANORAMA | LONGAS
A Flor do Buriti, de Renée Nader Messora e João Salaviza (TO) Pedágio, de Carolina Markowicz (SP) Sem Coração, de Nara Normande e Tião (PE) Tudo o que Você Podia Ser, de Ricardo Alves Jr. (MG)
MOSTRA PANORAMA | CURTAS
Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (SP) Diálogos Indígenas do Nosso Tempo, de Gustavo Guedes (RN) Engole o Choro, de Fabio Rodrigo (SP) Ramal, de Higor Gomes (MG) Solmatalua, de Rodrigo Ribeiro-Andrade (SC) Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harikariyoma Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yanomami (RR) Última Vez que Ouvi Deus Chorar, de Marco Antonio Pereira (MG)
MOSTRA COLETIVO NÓS DO AUDIOVISUAL
Maremoto, de Cristina Lima e Juliana Bezerra (RN) Nós do Audiovisual, de Maisa Tavares e Clara Leal (RN)
ENCERRAMENTO
Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari (RR) Samuel e a Luz, de Vinícius Girnys (SP)
Enio Cavalcante no curta potiguar BOYCAM, de Arlindo Bezerra, Ernani Silveira e Rodrigo Sena
Reconhecida como a principal vitrine audiovisual LGBTQIAPN+ do sul do Brasil, a Transforma – Festival de Cinema da Diversidade de Santa Catarina revelou os curtas-metragens selecionados para sua quinta edição, que acontecerá entre os dias 22 e 28 de novembro na Sala Gilberto Gerlach, no CIC, Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis.
Neste ano, 64 produções nacionais, representando todas as regiões do Brasil, e mais 30 filmes estrangeiros, provenientes de 17 países, completam a programação em sete categorias diferentes. A curadoria foi formada por: Bartolomeu Luiz, Ju Baratieri, Rosa Caldeira, Ramayana Lira e Isadora Ravena. O evento conta também com diversas atividades paralelas, como: oficinas, debates, encontros e mercado.
Uma comissão de especialistas e o público participante terão a tarefa de avaliar os títulos, com exceção dos internacionais. Os vencedores recebem o Troféu Unicórnio de Ouro na cerimônia de encerramento do festival, que contará com show de Jesus Lumma.
Conheça os selecionados para o V Transforma:
MOSTRA PANORAMA
A Jornada, de Mateus Rosa (GO) A Lama da Mãe Morta, de Camilo Pellegrini (RJ) Afluências, de Iasmin Soares (PB) Amor by Night, de Henrique Arruda (PE) Arapuca, de Joel Caetano (SP) Ave Maria, de Pê Moreira (RJ) Avisa se Voltar, de Jota Carmo (SP) Bloco dos Corações Valentes, de Loli Menezes (SC) BOYCAM, de Arlindo Bezerra, Ernani Silveira e Rodrigo Sena (RN) Casa de Bonecas, de George Pedrosa (MA) Consuella, de Alexandre Figueirôa (PE) D’Água, de Geo Rodrigues (MT) Damas.Doc, de Carmen Lopes (RJ) Delas para Nós, de Luisa Vilas Boas (SP) Destino de Filmar, de Eduardo Reis Bueno (PR) Disk-Man, de Andy Rodriguez (SC) Ebó de Xuxú, de Myra Gomes (SP) Ficção Suburbana, de Rossandra Leone (RJ) Flor de Mururé, de Marcos Corrêa e Priscila Duque (PA) Homem de Verdade, de Rafael Rudolf (SP) Kryartura e Ganjão, de Eduardo Ferreira (SP) Laura, de Shell (SP) Midríase, de Eduardo Monteiro (PR) No Reflexo do Meu Nome, de Vini Poffo e Sillas H (SC) Nós Habíamos Amado Tanto y Detestado Sin Pudor, de Solana Llanes (SC) Nosso Morro, Meu Universo, de Carol Correia e Mannu Costa (PE) O Orgulho Não é Junino, de Dimas Carvalho (PB) O Prazer é Todo Meu, de Vanessa Sandre (SC) O Tempo, de Ellen Corrêa (RS) Os Finais de Domingo, de Olavo Junior (CE) Orixás Center, de Mayara Ferrão (BA) Promessa de um Amor Selvagem, de Davi Mello (SP) Se trans for mar, de Cibele Appes (SP) Sou Point 44, amor, um arco-íris multicor, de Márcio Nogueira Paixão (RJ) Transparente, de Henrique Souza (RJ) Transverbo, de Oliê Cárdenas (SC) Vertigem, de Djulia Marc (SC)
MOSTRA ANIMAQUEER
A Cabeça e o Corpo, de Mirian Miranda e Val Dobler (SC) Anjos Cingidos, de Laercio Ferreira de Oliveira Filho e Maria Tereza Azevedo (PB) A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno (GO) Morte TM, de Icaro Barbosa (SP) Paraíso, de Vinicius Romadel (RJ) Travessia, de Ariely Cauany Suptitz (SC)
MOSTRA QUEERANÇA
Dinho, de Leo Tabosa (PE) Nem Todas as Manhãs São Iguais, de Fabi Melo (PB) Sereia, de Estevan de la Fuente (PR) Tá Fazendo Sabão, de Ianca Oliveira (BA) Tinha Tempo que Eu Não Via o Mar, de Guilherme Jardim (MG)
MOSTRA SAPATÃO
Céu, de Marcela Barbosa de Oliveira (SP) De noite, na cama, de Malu Rizzo (PE) Duas, de Ana Cavazzana (PR) I Hear a Symphony, de Nathália Ehl (SP) Os Diários da Flora, de Beatriz Garcia (SP) Quando Eu Cheguei, de Romy Huber (SC)
MOSTRA TELA TRANS
População T, de Magno Pinheiro (SP) Procuro Teu Auxílio para Enterrar um Homem, de Anderson Bardot (ES) (sub)urbana, de Vini Poffo (SC) Travessias, de Ana Graziela Aguiar (DF) Veronica, de Heitor Leal (RS)
MOSTRA TRANSFORMA 50+
Entreaberta, de Bruna Amorim (RJ) Gorete Canivete, de Rivanildo Feitosa (PI) LGBT+60: O Casamento de Angela e Willman, de Yuri Alves Fernandes (SP) O Tratado do Vão Combate ou A Pequena História de uma Bixinha Qualquer, de Márcio Januário e Henrique Drebes (BA) Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP)
SESSÃO INTERNACIONAL
28.7.1951, de Dasha Brian (Polônia) Aceso, de Elissa Brito (Hungria) Ausencias, de Alfonso Palazon (Espanha) Aureo & Mirele, de Filipe Galvon (França) Brighton’s Beacon: A Decade of Trans Pride, de Fox Fisher (Reino Unido) Clap, de Esteph Medusa (Bélgica) Como hojas por el viento, de Sofia Luz (Espanha) Drag You, de Nadia Koro, Hadrien Daigneault-Roy e Sascha Cowan (Canadá) El Secreto de Soraya, de Talissa Lopes (Espanha) Fender Bender, de Caroline Biagi (Reino Unido) Hel Questioning Out Loud, de Carolina Kzan Xavier (França) Kordovero 22, de Gal Primack Najari e Kedem (Israel) La hija del diablo, de Elvira Durango (Equador) La sirène en mal d’amour, de Camille Gautier (França) Lastimar a una Mosca, de Tatiana Lichtensztein, Sofía Ferraro, Matías Cetrángolo e Mabel Kogan (Argentina) Le Poids des Cases, de Coline Stell (França) Les Garçons Dans L’Eau, de Pawel Thomas Larue (França) Mamá no quiere ir a la playa, de Ana Belén Barragán Castañeda (Espanha) Melk Melk, de Niek de Leeuw (Holanda) Mi Coro, de Moréna Espiritual (Porto Rico) Miradas Tortuosas, de David Sanchez V (México) Pensadero, de Matías Dinardo (Argentina) Please, remember this night, de Joshua de Vera (Filipinas) Pulpe, de Theo Beaudean (França) Roque, de Banni Leclerc (Espanha) Sentido y Proposito, de Martin Pizarro Veglia (Chile) Tabú, de Analucia Morgan (Peru) The Girl With a Gun, de Alice Collier (Reino Unido) Valentina, de Júlia Marcó (Espanha) Wait Your Turn, de João Carvalho (Alemanha)
Elenco: Vera Holtz, Arlete Salles, Louise Cardoso, Vera Valdez, Antonio Pitanga, Daniela Fontan, Iuri Saraiva, Amanda Lyra.
Ano: 2023
Sinopse: Virgínia nunca se casou ou teve filhos, e foi convencida pelas irmãs, Vanda e Valquíria, a deixar a vida que tinha para cuidar dos pais. O filme se passa em um único dia, quando Virgínia se prepara para receber as irmãs, que viajam para celebrar o Natal após a morte do patriarca.
*Filme visto na 51º Festival de Cinema de Gramado
*Clique aqui e assista nossa entrevista com a atriz Vera Holtz em Gramado
Foram anunciados nesta terça-feira, 07/11, os indicados ao 36º European Film Awards, premiação criada pela European Film Academy que elege as melhores produções cinematográficas europeias. Os vencedores serão escolhidos pelos membros da EFA, que conta com mais de quatro mil integrantes, e serão revelados no dia 9 de dezembro, em Berlim, na Alemanha.
Neste ano, a alemã Sandra Hüller, que já foi premiada em 2016 por Toni Erdmann, foi indicada duas vezes na categoria de melhor atriz por suas atuações em Anatomia de uma Queda e Zona de Interesse. Vale destacar também a presença de diversos filmes já premiados em importantes festivais entre os indicados deste ano.
Além disso, o consagrado cineasta húngaro Béla Tarr será homenageado com o Honorary Award of the Academy President and Board; e a atriz britânica Vanessa Redgrave receberá o European Lifetime Achievement Award.
Conheça os indicados ao European Film Awards 2023:
MELHOR FILME EUROPEU Anatomia de uma Queda, de Justine Triet (França) Folhas de Outono, de Aki Kaurismäki (Finlândia/Alemanha) Fronteira Verde (Zielona granica), de Agnieszka Holland (Polônia/França/República Checa/Bélgica) Io Capitano, de Matteo Garrone (Itália/Bélgica) Zona de Interesse, de Jonathan Glazer (Reino Unido/Polônia/EUA)
MELHOR DIREÇÃO Agnieszka Holland, por Fronteira Verde Aki Kaurismäki, por Folhas de Outono Jonathan Glazer, por Zona de Interesse Justine Triet, por Anatomia de uma Queda Matteo Garrone, por Io Capitano
MELHOR ATRIZ EUROPEIA Alma Pöysti, por Folhas de Outono Eka Chavleishvili, por Blackbird Blackbird Blackberry Leonie Benesch, por The Teachers’ Lounge Mia McKenna-Bruce, por How to Have Sex Sandra Hüller, por Anatomia de uma Queda Sandra Hüller, por Zona de Interesse
MELHOR ATOR EUROPEU Christian Friedel, por Zona de Interesse Josh O’Connor, por La chimera Jussi Vatanen, por Folhas de Outono Mads Mikkelsen, por The Promised Land Thomas Schubert, por Afire
MELHOR ROTEIRO Anatomia de uma Queda, escrito por Justine Triet e Arthur Harari Folhas de Outono, escrito por Aki Kaurismäki Fronteira Verde, escrito por Maciej Pisuk, Gabriela Łazarkiewicz-Sieczko e Agnieszka Holland The Teachers’ Lounge, escrito por İlker Çatak e Johannes Duncker Zona de Interesse, escrito por Jonathan Glazer
MELHOR DOCUMENTÁRIO EUROPEU Apolonia, Apolonia, de Lea Glob (Dinamarca/Polônia) As 4 Filhas de Olfa, de Kaouther Ben Hania (França/Tunísia/Alemanha/Arábia Saudita) Irmandade da Sauna a Vapor (Savvusanna sõsarad), de Anna Hints (Estônia/França/Islândia) Motherland, de Hanna Badziaka e Alexander Mihalkovich (Suécia/Ucrânia/Noruega) No Adamant (Sur l’Adamant), de Nicolas Philibert (França/Japão)
MELHOR FILME EUROPEU DE ANIMAÇÃO A Greyhound of a Girl, de Enzo D’Alò (Luxemburgo/Itália/Irlanda/Reino Unido/Letônia/Esônia/Alemanha) Chicken for Linda! (Linda veut du poulet!), de Sébastien Laudenbach e Chiara Malta (França/Itália) Müanyag égbolt, de Tibor Bánóczki e Sarolta Szabó (Hungria/Eslováquia) O Grande Mauricinho, de Toby Genkel e Florian Westermann (Alemanha/Reino Unido) Robot Dreams, de Pablo Berger (Espanha/França)
EUROPEAN DISCOVERY | PRÊMIO FIPRESCI 20.000 Espécies de Abelhas, de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha) A Migração Silenciosa (Stille liv), de Malene Choi (Dinamarca) How to Have Sex, de Molly Manning Walker (Reino Unido/Grécia) La Palisiada, de Philip Sotnychenko (Ucrânia) Sigurno mjesto, de Juraj Lerotić (Croácia/Eslovênia) Vincent Must Die (Vincent doit mourir), de Stéphan Castang (França/Bélgica)
MELHOR CURTA-METRAGEM EUROPEU 27, de Flóra Anna Buda (França/Hungria) Aqueronte, de Manuel Muñoz Rivas (Espanha) Flores del otro patio, de Jorge Cadena (Suíça/Colômbia) Hardly Working, de Susanna Flock, Robin Klengel, Leonhard Müllner e Michael Stumpf (Áustria) La herida luminosa, de Christian Avilés (Espanha)
Começaram neste domingo, 05/11, no Rio de Janeiro, as filmagens do longa Câncer com Ascendente em Virgem, dirigido por Rosane Svartman, de Pluft, o Fantasminha. O roteiro é baseado na história inspiradora da produtora do filme, Clélia Bessa, que durante o tratamento que a curou de um câncer de mama em 2008 lançou o emocionante e divertido blog Estou com Câncer, e Daí?.
Protagonizado por Suzana Pires, que assina o roteiro em parceria com Martha Mendonça e Pedro Reinato, Câncer com Ascendente em Virgem traz, com bom humor, uma reflexão sobre a finitude da vida. O roteiro, que tem também colaboração da autora Ana Michelle, Rosane Svartman e Elisa Bessa, revela a coragem, as fraquezas e os desafios de Clara em sua luta contra o câncer de mama, desde o dia que recebe o diagnóstico.
Bem humorada, sarcástica e às vezes debochada, Clara é professora de matemática e faz o maior sucesso como influencer educacional em seu canal na internet. Ela gosta de ter tudo sob controle, mas vai precisar aprender a lidar com a vulnerabilidade enquanto busca sua cura.
Marieta Severo interpreta Leda, mãe de Clara, uma mulher moderna e esotérica, de bem com a vida, autoconfiante, portelense de coração, que adora uma roda de samba e uma cervejinha. E que, depois do susto, segura as pontas da filha quando ela descobre que tem câncer de mama. Nathália Costa faz o papel de Alice, filha de Clara, que aos 14 anos tem sua rebeldia adolescente ressignificada pela doença da mãe.
Fabiana Karla é Dircinha, amiga de Carla, paciente paliativa que lida com o câncer de forma positiva e é rodeada de amor e fé. Ângelo Paes Leme dá vida a Renato, ex-marido de Clara, um pai ausente de Alice e adepto de procedimentos estéticos em uma tentativa de controlar o tempo. Já Julia Konrad é Ju, namorada de Paulo, uma cirurgiã plástica de bem com a vida e que tem um histórico de luta com a sua saúde. Carla Cristina Cardoso faz o papel de Paula, amiga do peito e de todas as horas.
O elenco conta também com Maria Gal, Giovana Lima, Mariana Costa, Ariane Souza, Yuri Marçal e Heitor Martinez. A direção de fotografia é de Dudu Miranda, com direção de arte de Fabiana Egrejas e figurino de Márcia Tacsir; a maquiagem é assinada por Mari Figueiredo e a montagem é de Natara Ney. Flavia Tygel assina a trilha sonora.
Com produção da Raccord Produções e coprodução da Globo Filmes, o longa está previsto para ser lançado em 2024 com distribuição da Downtown Filmes. O filme tem parcerias com o Instituto Dona de Si, Magazine Luiza e FSA/Ancine.
Eduarda Samara no longa Sem Coração: filme de abertura
O Janela Internacional de Cinema do Recife realizará sua 14ª edição entre os dias 6 e 12 de novembro, no Teatro do Parque, no Cinema da UFPE, na Cidade Universitária e nas salas Derby e Porto Digital do Cinema da Fundação; este ano, o Cinema São Luiz, fechado desde maio de 2022, ficará de fora do festival.
Uma janela para o cinema independente internacional em Pernambuco: esta foi a motivação dos diretores artísticos Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux ao realizarem, em 2008, o Janela Internacional de Cinema do Recife, festival anual que abriu portas para realizadores brasileiros e estrangeiros, e novos horizontes para gerações de pernambucanos amantes do cinema.
Em sua XIV edição, o Janela estreia com o lançamento no Recife do longa Sem Coração, de Nara Normande e Tião, no Teatro do Parque. A sessão de abertura, com a presença da diretora, equipe técnica e elenco, dá a largada para uma programação que conta com longas e curtas, entre nacionais e internacionais, que serão exibidos nas mostras não competitivas de Clássicos, Lançamentos e Sessões Especiais num total de 60 títulos em cerca de 50 exibições.
O longa Sem Coração amplia em pouco mais de uma hora a história que Nara Normande e Tião contaram em 2014 no formato de curta, com 25 minutos de duração, da menina Tamara às voltas com as últimas semanas de férias numa vila de praia antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de Sem Coração por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa. Sem Coração, o longa, estreou no Brasil no início de outubro no Festival do Rio e levou o Prêmio Félix e o Troféu Redentor de melhor fotografia para Evgenia Alexandrova. Antes disso, em setembro, foi exibido na mostra competitiva Orizzonti da 80ª edição do Festival de Veneza.
Uma novidade este ano são as apresentações artísticas ao vivo, performances de grandes Divas do Lipsync recifense, como Sharlene Esse, Odilex e Raquel Simpson, que abrirão algumas sessões surpresas de filmes. As performances vêm para dar continuidade ao legado dos nossos cineteatros, locais em que as artes performáticas e o cinema sempre andaram juntas. A equipe curatorial da XIV edição do Janela Internacional de Cinema do Recife foi formada por Felipe André Silva, Lorenna Rocha, Pedro Azevedo Moreira e Rita Vênus, com consultoria artística de Luís Fernando Moura.
Lucas Limeira no longa cearense Estranho Caminho, de Guto Parente
Dirigido por Hilton Lacerda, Tatuagem, que em 2023 completa 10 anos de seu lançamento, é destaque na Mostra Clássicos, junto com Os Homens que eu Tive, de Tereza Trautman, filme de 1973, com Darlene Glória no elenco, que teve sua temporada de exibição interrompida pela ditadura militar. Em outra comemoração, o Coletivo Surto & Deslumbramento, que faz aniversário de dez anos, ganha Sessão Especial dos curtas Mama, Primavera, Estudo em Vermelho e Casa Forte.
Esta edição do Janela Internacional de Cinema é impulsionada por uma produção cinematográfica notavelmente multifacetada. O festival celebra a arte do arquivo, seja apresentando-o em sua forma original e inalterada, ou transformado pela habilidade da montagem. Ele também mantém o compromisso de trazer à tona alguns dos títulos mais notáveis do cenário cinematográfico internacional e nacional do ano, inéditos na cidade do Recife em sua maioria, e abordam temáticas que dialogam diretamente com a cultura cinematográfica local.
Uma seleção de clássicos foi desenhada para oferecer ao público títulos essenciais da cinematografia mundial, apresentados em versões 2K ou 4K, com a promessa de lançar luz à cópias raras, algumas das quais nunca antes exibidas no contexto cinematográfico, como os curtas Chico da Silva (1977), Homens Trabalhando (1978) e A Visita (1982).
A seleção de curtas-metragens é uma fusão de experimentação, performatividade e uma exploração radical da manipulação do tempo, bem como a manipulação de arquivos pessoais e públicos. Cinco sessões cuidadosamente planejadas unem filmes que abrangem o período de 2021 a 2023, originários de locais tão diversos quanto o Brasil e o Oriente Médio, conferindo para essas sessões uma progressão temática coerente. Vale destacar os títulos: Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harikariyoma Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yanomami; A Árvore, de Ana Vaz; Fala da Terra, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca; Filhas do Fogo, de Pedro Costa; Nada Haver, de Juliano Gomes; entre outros.
Alma Pöysti e Jussi Vatanen no longa finlandês Folhas de Outono
Na categoria de longas-metragens, além do filme de abertura, o público terá a oportunidade de apreciar diversos outros títulos que se destacaram em festivais ao redor do mundo e que chegam ao Recife pela primeira vez, como: Folhas de Outono, de Aki Kaurismäki, vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes; Não Espere Muito do Fim do Mundo, de Radu Jude, que venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno; Estranho Caminho, de Guto Parente, consagrado no Festival de Tribeca; O Auge do Humano 3, de Teddy Williams, que recebeu o prêmio Zabaltegi Tabakalera no Festival de San Sebastián; O Dia que Te Conheci, de André Novais de Oliveira, premiado no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo; Los Colonos, de Felipe Gálvez Haberle, vencedor do Prêmio FIPRESCI da mostra Un Certain Regard em Cannes; entre muitos outros.
A seleção de clássicos é uma viagem pelo espaço-tempo que abraça o cinema brasileiro com obras como Os Homens que Eu Tive, de Tereza Trautman, que neste ano celebra 50 anos de sua estreia, e que antes terá a exibição do premiado curta alagoano Infantaria, de Laís Santos Araújo; e Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry. Este último será antecedido por uma sessão especial do curta-metragem documentário, de 1977, Chico da Silva, dirigido por Pedro Jorge de Castro, todos eles restaurados em versões DCP 4K.
Além disso, a programação traz clássicos do cinema internacional, como: Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment), de Billy Wilder; Nights And Weekends, de Greta Gerwig, um filme marcante no movimento mumblecore de Chicago no início dos anos 2000; Vampiros de Almas (Invasion of the Body Snatchers), de Don Siegel; a comédia screwball clássica Apertem os cintos… o piloto sumiu! (Airplane!), de David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker; além de uma das obras-primas do mestre do terror italiano, Mario Bava, intitulada A Máscara do Demônio (La maschera del demonio), e o filme novaiorquino, de 1992, Ganhando Espaço (Just Another Girl on the I.R.T.), de Leslie Harris.
No contexto das sessões especiais, destacam-se: o novo título de María Alché e Benjamin Naishtat, Puan, coprodução entre Argentina e Brasil, que levou o prêmio de melhor roteiro e melhor ator para Marcelo Subiotto no Festival de San Sebastián; bem como um programa especial assinado pelo projeto de longa data Mutual Films, sob a orientação de Aaron Cutler e Mariana Shellard, que incluem uma seleção de curtas experimentais do renomado cineasta japonês Toshio Matsumoto. Além disso, o festival apresentará, de maneira especial, os curtas produzidos nos programas Janela de Criação I e II, realizados na edição passada do festival e ainda inéditos.
Fabrício Boliveira no longa Mungunzá
O festival também marcará os 10 anos do coletivo Surto & Deslumbramento com uma retrospectiva que ilustra o rico trabalho do grupo ao longo da última década. O longa musical da talentosa dupla Ary Rosa e Glenda Nicácio, intitulado Mungunzá também será exibido em uma apresentação especial e será precedido pelo curta-metragem Brainstorm: Chuva na Vidraça da Mente, do realizador Odilon Lopez.
A filmografia do diretor negro será ponto de partida para uma conversa dentro do programa Aulas do Janela, que ocorrerá on-line, dedicada à historiografia do cinema negro brasileiro, mediada pela curadora e crítica cinematográfica Lorenna Rocha. Por fim, em caráter de efeméride de comemoração, será exibido o marcante Tatuagem, de Hilton Lacerda, em ocasião do aniversário de dez anos do filme.
A série Aulas do Janela se desdobra em um eixo central na XIV edição, proporcionando uma experiência cuja abordagem se apresenta enquanto desdobramento de uma série de debates travados dentro e fora da academia acerca das implicações éticas nas relações entre espécies. As realizadoras Ana Vaz e Darks Miranda se unem à filósofa Juliana Fausto para examinar a representação animal na literatura e no cinema à luz dos conceitos de Donna Haraway. Essa aula promete ser uma jornada profícua, que mergulhará nas complexidades da expressão animal na literatura e no cinema, explorando questões éticas e conceituais.
A diversidade e a pluralidade de formações dos curadores desta edição do Janela enriquecem o processo de seleção, contribuindo para a excelência dos filmes apresentados no festival. Estes filmes enfrentam corajosamente as questões éticas que permeiam a vida pública, no Brasil e no mundo contemporâneo, integrando o cinema de forma orgânica à experiência humana, evitando a mitificação excessiva que eleva o cinema a patamares etéreos ou mesmo religiosos.
Toda curadoria é efêmera, com uma validade determinada pelo contexto temporal em que se insere. É nesse espírito que os curadores entregam esta coleção de filmes ao escrutínio do espectador atento, na esperança de proporcionar uma experiência profundamente marcante.