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Festival Varilux de Cinema Francês 2023: conheça os títulos confirmados

por: Cinevitor
Léa Drucker em Culpa e Desejo, de Catherine Breillat

A 14ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês, que acontecerá entre os dias 9 e 22 de novembro, chega com filmes premiados em festivais mundo afora e aplaudidos por público e crítica. A filmografia francesa recente ocupará os cinemas do norte ao sul do país, nas capitais e cidades de maior e menor porte.

Considerado o maior evento com exibição de obras nesta língua fora da França e com mais de 1 milhão de espectadores desde sua criação, esta edição traz 19 longas-metragens, dois clássicos e uma série sobre Brigitte Bardot, uma das principais divas do cinema mundial.

“O festival Varilux continua sendo a ferramenta mais estratégica para manter viva a paixão do público brasileiro pelos filmes franceses. Os espectadores sempre receberam com entusiasmo nossa programação e aguardam com ansiedade as datas do festival. O papel do Varilux é promover o cinema francês em todo o país e apoiar o trabalho dos distribuidores locais. A queda na audiência média das produções brasileiras e estrangeiras nos cinemas é estimada em 80% em 2023. Todos nós, que atuamos no audiovisual, trabalhamos para reverter esses números”, enfatizam os diretores e curadores do festival, Christian e Emmanuelle Boudier.

O Festival Varilux 2023 tem filmes para todos os gostos: animação, drama, comédia, suspense e romance. A programação traz películas recentes, a maioria inédita no país, que integraram e foram premiadas em festivais como Cannes, Toronto e Biarritz. Ícone do cinema francês, a atriz Brigitte Bardot inspira essa edição que exibe dois clássicos nos quais foi protagonista: E Deus Criou a Mulher, de Roger Vadim, e O Desprezo, de Jean-Luc Godard, além de Brigitte Bardot, minissérie biográfica em seis episódios protagonizada pela jovem atriz franco-argentina Julia de Nunez. A produção será exibida em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Assim como em outras edições, uma delegação artística, formada por diretores e atores franceses, estará presente nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro para participar de debates com o público em algumas sessões. Entre os convidados estão a jovem atriz Julia de Nunez, que vem falar sobre seu papel em Brigitte Bardot, série biográfica de grande sucesso na TV francesa sobre a musa do cinema francês. Também ator, Stefan Crepon, indicado ao César de melhor ator revelação pela atuação em Peter Von Kant, de François Ozon, exibido no ano passado, estará ao lado do diretor Cédric Kahn; eles vão apresentar o drama Making Of. Premiado, Kahn já dirigiu astros do cinema francês, entre eles, Catherine Deneuve, Vincent Macaigne e Emmanuelle Bercot.

Cena do premiado longa As Bestas, de Rodrigo Sorogoyen

Com 37 anos de experiência no mercado audiovisual, o diretor Bruno Chiche vem apresentar o longa Maestro(s). Já a diretora Anna Novion traz o drama O Desafio de Marguerite, exibido na mostra Sessões Especiais do Festival de Cannes deste ano e destaque da 1ª edição do Festival Internacional de Cinema de Biarritz. Outra convidada, Baya Kasmi mostrará a comédia O Livro da Discórdia; a diretora e roteirista já conquistou o César de melhor roteiro original por um filme inspirado em sua própria vida.

Diretor de O Renascimento, Rémi Bezançon também integra a delegação. Ele já marcou presença no festival, em 2019, através do filme O Mistério de Henri Pick, com Fabrice Luchini e Camille Cottin. Com vários prêmios por sua trajetória profissional, Nicolas Giraud traz O Astronauta, produção da qual é diretor e ator.

Entre as produções, destaque para a Palma de Ouro no último Festival de Cannes, Anatomia de uma Queda (Anatomie d’une chute), de Justine Triet. Aclamado pela crítica, o longa mostra a investigação de uma morte em circunstâncias suspeitas e tem como protagonista a consagrada atriz Sandra Hüller. Já Making Of, de Cédric Kahn, conta uma filmagem que sai dos trilhos, cheia de ideias, sentimentos e surpresas. No elenco, os atores Jonathan Cohen, Denis Podalydès e Stefan Crepon. Graças ao festival, o filme poderá ser assistido no Brasil antes da França, onde está programado somente para janeiro de 2024.

No papel de um casal que se muda para uma aldeia galega para se conectar à natureza, os franceses Denis Ménochet Marina Foïs protagonizam As Bestas, sob a direção do espanhol Rodrigo Sorogoyen; o longa foi exibido no Festival de Cannes fora de competição, premiado no Festival de San Sebastián e consagrado no Prêmio Goya com nove estatuetas.

O drama Culpa e Desejo (L’été dernier), que disputou a Palma de Ouro este ano, marca o retorno de Catherine Breillat após uma pausa de dez anos na direção (seu filme anterior, Uma Relação Delicada, com Isabelle Huppert, foi realizado em 2013. O drama conta com Léa Drucker no papel principal e a trama mergulha na intimidade provocante e erótica, tendo como pano de fundo um escândalo familiar.

Virginie Efira no longa Memórias de Paris

Terceiro longa-metragem de Anna Novion, O Desafio de Marguerite (Le Théorème de Marguerite) foi exibido fora de competição no Festival de Cannes e também foi destaque na 1ª edição do Festival Internacional de Cinema de Biarritz. Estrelado por Ella Rumpf, acompanha a saga de uma jovem que atua na matemática de alto nível, mas decide dar uma guinada e começar tudo de novo.

A seleção continua com: A Musa de Bonnard (Bonnard, Pierre et Marthe), de Martin Provost, que narra a vida do pintor francês Pierre Bonnard e de sua esposa, Marthe de Méligny, ao longo de cinco décadas, com Vincent Macaigne e Cécile de France nos papeís principais. Estrelado por Benjamin Voisin, que integrou a delegação artística do festival em 2021 com Ilusões Perdidas, o drama Almas Gêmeas (Les âmes soeurs), de André Téchiné, acompanha a recuperação de um tenente francês, sob a cuidadosa vigilância de sua preocupada irmã Jeanne. Mas, estranhamente, ele não parece muito ansioso para se reconciliar com quem era.

Sob a direção de Christian Carion, Conduzindo Madeleine (Une belle course) acompanha todo o envolvimento emocional de um taxista, um tanto desiludido, ao conhecer uma idosa durante uma viagem. Em 2022, o longa abriu o Festival de Cinema Francófono de Angoulême e esteve no Festival de Toronto. Realizador de sucessos da cinematografia contemporânea, com longas indicados a vários prêmios César, o diretor Emmanuel Mouret marca presença no evento com Crônica de uma Relação Passageira (Chroniques d’une liaison passagère), exibido fora de competição em Cannes e que recebeu críticas entusiastas da mídia especializada, desde sua estreia no mercado europeu.

Estrelado por Karin Viard, que já esteve muitas vezes em cartaz no Varilux ao longo de outras edições, o drama Disfarce Divino (Magnificat), de Virginie Sauveur, narra a saga de Charlotte que, após descobrir que o falecido padre da paróquia, na verdade era uma mulher e praticava sua vocação por anos sem que ninguém suspeitasse, decide iniciar uma investigação em meio à comunidade. Com direção de Bruno Chiche, os atores Pierre Arditi e Yvan Attal atuam juntos em Maestro(s), interpretando pai e filho. São dois talentos da música clássica no cenário francês contemporâneo, mas que se encontram em uma situação delicada e precisam resolver um impasse.

Oscar Miller no filme Orlando, Minha Biografia Política

Em tempos difíceis de guerra, Memórias de Paris (Revoir Paris) mergulha no mundo dos sobreviventes de um ataque terrorista em um bistrô parisiense e a sua luta para reconstruir a sua existência e enfrentar novamente a vida cotidiana. O longa conta com a atuação dos astros Virginie Efira e Benoît Magimel e direção de Alice Winocour, que faz sua estreia no Varilux. Remake de O Brinquedo, comédia francesa de 1976, o longa Meu Novo Brinquedo (Le Nouveau Jouet), dirigido por James Huth, traz Daniel Auteuil na pele do homem mais rico da França que, ao abrir a seção de brinquedos de sua loja, comunica ao seu mimado filho que ele pode escolher o que mais desejar como presente de aniversário. E o garoto escolhe como seu novo brinquedo Samy, interpretado pelo famoso cômico francês Jamel Debbouze, o vigia da loja.

O Astronauta (L’astronaute), novo filme de Nicolas Giraud, dá aos espectadores uma tentadora visão interna sobre a indústria espacial. Além da direção, Giraud também interpreta o personagem central, um engenheiro de aeronáutica que se dedica por anos a um projeto secreto. Com direção de Baya Kasmi, na comédia O Livro da Discórdia (Youssef Salem a du succès), Youssef Salem escreve um romance parcialmente autobiográfico inspirado em sua juventude e, em particular, nos tabus que rodeiam a sexualidade no ambiente onde cresceu. Porém, o livro causa uma certa tensão familiar e ele precisará manter a união de todos.

O longa O Renascimento (Un coup de maître), do cineasta Rémi Bezançon, apresenta uma história de amizade pouco comum e cheia de reviravoltas entre um pintor em plena crise existencial e um galerista; dois homens que sempre foram amigos e que, apesar de todos os contratempos, são unidos pelo amor à arte. Depois de conquistar o Teddy Award no Festival de Berlim e o Prêmio Especial do Júri da mostra Encounters, Orlando, Minha Biografia Política, de Paul B. Preciado, integra esta edição. O filme é uma adaptação de uma das obras mais conceituadas da escritora Virginia Woolf, Orlando, de 1928. Essa mistura de documentário com ficção convoca um teste de elenco de 25 pessoas, todas trans e não binárias, para interpretar a personagem fictícia de Woolf, enquanto narram as suas próprias vidas.

Com direção de Sébastien Tulard, a comédia Sob as Estrelas (A la belle étoile) acompanha a saga de Yazid, menino do subúrbio, cujo maior sonho é trabalhar com os maiores confeiteiros e se tornar o melhor. A animação A Viagem de Ernesto e Celestine (Ernest et Célestine, le voyage en Charabie), codirigida por Julien Chheng e Jean-Christophe Roger, traz as aventuras do ratinho e do urso músicos, desta vez num mundo onde todas as formas de música, e com ela a felicidade, foram proibidas há muitos anos.

Nicolas Giraud e Mathieu Kassovitz em O Astronauta

Inspiração da edição 2023 do festival e uma das mais aclamadas atrizes do cinema francês, Brigitte Bardot será reverenciada nos dois clássicos exibidos que são protagonizados por ela. E Deus Criou a Mulher (Et Dieu… créa la femme), com filmagens em 1956, sob a direção de Roger Vadim, na época casado com a atriz, que iniciava sua carreira emblemática e tornou-se um mito e um símbolo sexual global; uma estrela mediática, um emblema da emancipação das mulheres. Uma jovem que é ao mesmo tempo modelo e demônio, uma ingênua livre e provocadora, um símbolo de feminilidade e da liberdade sexual.

E O Desprezo (Le mépris), de Jean-Luc Godard, drama de 1963, filme francês com a sétima maior bilheteria daquele ano, sendo recorde do próprio diretor. E, aclamado pela crítica e considerado um dos melhores filmes de Godard e da Nouvelle Vague, é então considerado um clássico devido às suas repercussões no âmbito do audiovisual e no cenário político, em sua época de lançamento até os dias de hoje. A exibição dos clássicos se dará em algumas cidades.

O festival exibirá ainda Brigitte Bardot, série inédita no país com seis episódios de 52 minutos que narram a ascensão da atriz na França do pós-guerra, entre 1949 e 1959; dos seus 15 até os 25, desde a sua educação rigorosa até quando se transforma numa femme fatale, rumo ao estrelato internacional. Codirigida por Danièle e Chistopher Thompson, a produção estreou com sucesso na TV francesa em 2023 e um dos destaques foi a caracterização de Julia de Nuniz por sua semelhança com Bardot. O elenco principal conta ainda com Victor Belmondo, Hippolyte Girardot e Géraldine Pailhas.

Para esta edição, até então, 50 cidades e 94 cinemas participantes estavam confirmadas. A lista será continuamente atualizada no site do festival; o valor do ingresso será o já cobrado por cada exibidor.

Fotos: Lucia Faraig/StephanieBranchu/Nord-Ouest Films/Divulgação.

Cine Ceará 2023: cinco personalidades serão homenageadas

por: Cinevitor
Ator premiado: Ailton Graça será um dos homenageados

A 33ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 25 de novembro e 1º de dezembro, em Fortaleza, revelou as cinco personalidades que serão homenageadas com o Troféu Eusélio Oliveira: Ailton Graça, Bete Jaguaribe, George Moura, Josafá Duarte e Verônica Guedes.

São nomes de carreiras reconhecidas em diferentes atividades, todas diretamente ligadas ao cinema, seja na formação, na criação, na realização ou difusão. As homenagens serão realizadas durante o festival, no Cineteatro São Luiz, em datas a serem anunciadas juntamente com toda a programação.

O ator paulista Ailton Graça tem uma extensa carreira de atuação no cinema, na televisão e no teatro. Na telona, estreou há 20 anos em Carandiru, com o personagem Majestade. A homenagem no Cine Ceará será a primeira que o ator recebe ao longo de sua carreira, logo após estrear nos cinemas com seu primeiro protagonista, no longa Mussum, o Filmis, que lhe rendeu o kikito de melhor ator no Festival de Gramado.

No cinema, Ailton Graça atuou também em Meu Tio Matou um Cara, Querô, A Guerra dos Rocha, Até que a Sorte nos Separe, Correndo Atrás, Segurança Nacional, M-8 – Quando a Morte Socorre a Vida, Galeria Futuro e O Pai da Rita. Conta também com trabalhos marcantes na TV, tendo integrado o elenco de novelas como Império, onde se destacou com a personagem Xana Summer, e Travessia, dando vida ao professor de história Monteiro, casado e pai de adolescentes. Atuou também nas séries Carcereiros e Cidade Proibida. No teatro, participou de peças como A Vida que Pedi, Adeus, Os Intocáveis e Diálogo Noturno com um Homem Vil, texto do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt, quando dividiu o palco com Celso Frateschi, sob direção de Roberto Lage.

A outra homenageada deste ano é Bete Jaguaribe, doutora em Sociologia pela UFC, Universidade Federal do Ceará, onde também realizou seu mestrado em História Social e a graduação em Jornalismo, profissão que exerceu até os anos de 1990. Nesse período, iniciou sua experiência em gestão pública, com larga experiência no campo cultural, com ênfase no audiovisual e na formação em artes. Coordenou projetos como o Instituto Dragão do Mar de Artes e Indústria Audiovisual e o Bureau de Cinema e Vídeo do Ceará, primeira film commission do Brasil.

Na gestão do Ministro Gilberto Gil, foi chefe-de-gabinete da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, período em que também ocupou a função de Secretária do Audiovisual Substituta. Atualmente, é diretora de Formação e Criação do IDM, Instituto Dragão do Mar e da Escola Porto Iracema das Artes. Coordena o curso de Cinema e Audiovisual da Unifor, Universidade de Fortaleza, onde também é professora, nas áreas de história e estética do cinema.

O roteirista George Moura também será homenageado no festival

As homenagens seguem com o roteirista pernambucano George Moura, que é formado em Jornalismo e mestre em Artes Cênicas. É autor de séries como Onde Está Meu Coração, Amores Roubados, O Rebu, Cidade dos Homens, Onde Nascem Os Fortes e Guerreiros do Sol, e dos roteiros dos filmes Moro no Brasil, de Mika Kaurismäki, Linha de Passe, de Walter Salles, O Nome da Morte, de Henrique Goldman, Redemoinho, de José Luiz Villamarim, O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues, Getúlio e As Polacas, de João Jardim, entre outros. 

Moura já ganhou diversos prêmios, entre eles o de melhor roteiro adaptado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2019, com O Grande Circo Místico e no Prêmio Abra de Roteiro de 2018 com Redemoinho, e já foi três vezes vencedor do Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte. Criou e escreveu o programa Por Toda Minha Vida, da Rede Globo, e tem oito indicações ao Emmy Internacional. Ele e Sergio Goldenberg são autores de Guerreiros do Sol, novela para o streaming Globoplay, com estreia prevista para 2025, dirigida por Rogério Gomes, de Pantanal.

O cearense Josafá Ferreira Duarte, que também será homenageado, é um agricultor e cineasta popular autodidata com uma extensa produção audiovisual. Nascido em 1960 em Forquilha, no interior do Ceará, é casado e pai de três filhos. Entre 1977 e 1997 morou em Fortaleza, onde militou no movimento de bairros e favelas e no MST. Começou a produzir cinema popular em 2006 em sua comunidade, o distrito do Salgado dos Mendes, em Forquilha. De lá pra cá, já produziu 35 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens. Em 2016, seu trabalho virou tese de doutorado na UFG, Universidade Federal de Goiás, defendida pelo professor Paulo Passos de Oliveira, que este ano, desenvolve o tema em pós-doutorado na UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os filmes de Josafá Duarte já foram exibidos na Alemanha, em Portugal e no Uruguai. Em 2017, sua cidade foi reconhecida pelo Governo do Estado do Ceará como a capital cearense do cinema popular.  

Estes são alguns dos filmes de Josafá Duarte: A História de um Galo Assado; Por debaixo dos panos 1 e 2; A Espiã que Amava Forquilha; A História de um Calça Curta Aperreado; Forquilha sob Ameaça Química; A Sogra e o Lobisomem; Os Escudeiros Contra a Garrafa Pet; O Homem que Queria Enganar a Morte; Cadê Meus Zócolos, curta premiado no V Festival de Jericoacoara na categoria de melhor filme pelo júri popular; Santeiro Luminoso contra o Santo do Pau Oco; Os Malas e os Trouxas; Escapei Fedendo; A Volante do Soldado 33; Até o Padre Correu; e Revolução Eleitoral, premiado no Festival de Meruoca nas categorias de melhor roteiro e melhor direção. Atualmente está trabalhando na produção da série Nascidos em Barro Vermelho, que será exibida nas redes sociais em 2024. 

Verônica Guedes do For Rainbow: trajetória homenageada

Enquanto isso, Verônica Guedes, também homenageada, é cineasta, jornalista, produtora e diretora executiva do For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero, consultora de comunicação e cultura, diretora executiva do Festival Samburá de Cinema e Cultura do Mar e da Mostra No Balanço do Coco. Foi membro suplente do Conselho Municipal de Promoção dos Direitos LGBT de Fortaleza (CMPDLGBT) entre 2018 e 2019, através do Centro Popular de Cultura e Ecocidadania (CENAPOP). 

Construiu uma atuação militante em meio à ditadura militar durante a adolescência e a vida adulta como membro fundadora do Grupo Feminista 4 de Janeiro e participante da União das Mulheres Cearenses no final dos anos 1970 e começo dos anos 1980. É militante da cultura e do audiovisual com forte engajamento nas lutas de resistência, construindo e articulando a partir dessas categorias ações educativas em direitos humanos, de defesa dos direitos das populações LGBTQIAPN+ e mulheres.

Os filmes selecionados para o Cine Ceará 2023 já foram anunciados: clique aqui e conheça os títulos das mostras competitivas de longas e curtas-metragens; e clique aqui para os filmes da Mostra Olhar do Ceará.

Fotos: Joel Silva/Candeia Comunicação/Divulgação.

Mussum, o Filmis

por: Cinevitor

Direção: Silvio Guindane

Elenco: Ailton Graça, Yuri Marçal, Thawan Lucas Bandeira, Neusa Borges, Cacau Protásio, Augusto Madeira, Stepan Nercessian, Jeniffer Dias, Cinnara Leal, Luiza Rosa, Gero Camilo, Nando Cunha, Felipe Rocha, Flavio Bauraqui, Gustavo Nader, Késia, Mary Sheila, Vanderlei Bernardino, Paulo Mathias Jr., Ícaro Silva, Eduardo Lago, Deiwis Jamaica, Angelo Fernandes, Édio Nunes, Hugo Germano, Alan Rocha, Kadu Costa, Lelé, Wilson Simoninha, Angelo Emmanuel, Udylê Procópio, Reinaldo Junior, Antonio Gonzalez, Christiano Torreão, Marcello Picchi, Ana Paula Secco, Serjão Loroza, Mussunzinho, Cláudia Barbot, Edmilson Barros, Guilherme Brow, Davi Callado, Antônio Carlos, Thaíssa Chavez, Ruth Cherem, Gillray Coutinho, Max de Castro, Isadora Ferrite, Maria Flor, Anthony Gomes Pinto, Illidio Gomes, Xando Graça, Fábio Guará, Camila Rosa Lins, Larissa Luz, Luiz Magnelli, Dani Marques, Kaike Mattos, Viviana Netto, Cristiano Nogueira, Clarice Paixão, Lisa Papageorgiou, Flávio Pardal, Malu Perin, Alan Pontes, Camila Purcina, Remo Rocha, Pierre Santos, Leo Tucherman, Gael Vicente, Leo Xavier.

Ano: 2023

Sinopse: O filme narra a trajetória de vida de Antônio Carlos Bernardes Gomes indo muito além do Mussum que o grande público conhece: a infância pobre, a carreira militar, a relação com a Mangueira, o sucesso com os Originais do Samba, além dos bastidores de Os Trapalhões.

*Clique aqui e assista ao vídeo especial sobre a cinebiografia no Festival de Gramado

*Clique aqui e confira a matéria especial sobre o filme na Mostra de São Paulo com entrevistas com o elenco

*Filme visto no 51º Festival de Cinema de Gramado

Nota do CINEVITOR:

Afire

por: Cinevitor

Direção: Christian Petzold

Elenco: Thomas Schubert, Paula Beer, Enno Trebs, Langston Uibel, Matthias Brandt, Jennipher Antoni, Ralph Barnebeck, Esther Esche, Mario Fürstenberg, Assunta Hamm, Markus Schweiger, Sven Tarnowski.

Ano: 2023

Sinopse: Uma pequena casa de férias junto ao mar Báltico. Os dias estão quentes e não chove há semanas. Quatro jovens se reúnem, velhos e novos amigos. À medida que as florestas secas ao redor deles começam a pegar fogo, o mesmo acontece com suas emoções. Felicidade, luxúria e amor. Mas também ciúmes, ressentimentos e tensões.

*Filme visto na 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

Nota do CINEVITOR:

Conheça os vencedores da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

por: Cinevitor
André Novais Oliveira recebe o Prêmio da Crítica pelo filme O Dia que Te Conheci

Foram anunciados nesta quarta-feira, 01/11, no Espaço Petrobras na Cinemateca Brasileira, os vencedores da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. A solenidade foi apresentada por Serginho Groisman e Renata de Almeida, diretora da Mostra, e contou com a presença dos brasileiros premiados e de personalidades do meio cultural.

Os filmes da seção Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram submetidos ao júri formado por Bárbara Raquel Paz, Enrica Fico Antonioni, Lenny Abrahamson, Mariëtte Rissenbeek e Welket Bungué, que escolheu Quando Derreter, de Veerle Baetens, como melhor filme de ficção e Samuel e a Luz, de Vinícius Girnys, como melhor documentário. O júri concedeu ainda Menção Honrosa para Se Eu Pudesse Apenas Hibernar (Baavgai Bolohson), de Zoljargal Purevdash, e de melhor interpretação para Jaya, do filme filipino Asog, de Seán Devlin. Todos receberam o Troféu Bandeira Paulista, uma criação da artista plástica Tomie Ohtake.

O público da 47ª Mostra também participou da premiação. A escolha é feita por votação: a cada sessão assistida, o espectador recebe uma cédula para votar com uma escala de 1 a 5, entregue sempre ao final da exibição. O resultado proporcional dos filmes com maiores pontuações determina os vencedores.

A Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, também realiza tradicionalmente uma premiação para um filme brasileiro e nesta edição escolheu o melhor entre os realizados por diretoras estreantes. O júri foi formado por Cecilia Barroso, Chico Fireman e Luiza Lusvarghi; o eleito foi Sem Coração, de Nara Normande e Tião. A imprensa especializada, que cobre o evento e tradicionalmente confere o Prêmio da Crítica, também participou da premiação.

Neste ano, pela primeira vez, a Netflix entregou um prêmio de aquisição em um festival e escolheu um filme brasileiro participante da 47ª edição da Mostra, que ainda não tinha contrato com um serviço de streaming, que será licenciado e exibido em mais de 190 países. O projeto premiado foi Saudade Fez Morada Aqui Dentro, do cineasta baiano Haroldo Borges.

O prêmio do Projeto Paradiso dá apoio à distribuição nos cinemas a um dos filmes da seção Mostra Brasil que recebeu maior votação do público. O aporte serve para complementar a distribuição da obra nas salas de cinema brasileiras. A justificativa diz: “Para garantir que todo o Brasil tenha a oportunidade de enxergar de forma poética a força e a beleza dessa obra baiana premiada dentro e fora do país, a comissão concedeu o Prêmio Paradiso de estímulo à distribuição nacional ao filme Saudade Fez Morada Aqui Dentro, do diretor Haroldo Borges”.

O Coletivo de Diretoras de Arte do Brasil premia pela segunda vez na Mostra o trabalho de um diretor ou diretora de arte que tenha se destacado no festival. Neste ano, Pamela Khadra recebeu o prêmio pela direção de arte do filme Vale do Exílio, pela sensibilidade ao retratar o universo das refugiadas sírias em solo libanês.

Ativistas retratados no documentário Somos Guardiões, de Chelsea Greene, Rob Grobman e Edivan Guajajara, receberam um prêmio inédito no Brasil: o Cultures of Resistance. O prêmio, de US$ 10 mil, é concedido aos guardiões da floresta das aldeias Tembé e Guajajara e à mídia indígena, exclusivamente para a compra de câmeras, drones e tecnologia adicional, e se destina a equipar os indígenas para melhor documentar e proteger a floresta amazônica em seus territórios. 

Conheça os vencedores da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo:

TROFÉU BANDEIRA PAULISTA 2023 | JÚRI INTERNACIONAL

MELHOR FILME | FICÇÃO
Quando Derreter (Het Smelt), de Veerle Baetens (Bélgica/Holanda)

MELHOR FILME | DOCUMENTÁRIO
Samuel e a Luz, de Vinícius Girnys (Brasil/França)

MENÇÃO HONROSA
Se Eu Pudesse Apenas Hibernar, de Zoljargal Purevdash (Mongólia/França/Suíça/Qatar)
Jaya, por sua interpretação em Asog

PRÊMIO DO PÚBLICO

MELHOR FICÇÃO BRASILEIRA
A Metade de Nós, de Flavio Botelho (Brasil)

MELHOR DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO
Somos Guardiões, de Edivan Guajajara, Chelsea Greene e Rob Grobman (EUA/Brasil)

MELHOR FICÇÃO INTERNACIONAL
La Chimera, de Alice Rohrwacher (Itália/França/Suíça)

MELHOR DOCUMENTÁRIO INTERNACIONAL
Da Cor e da Tinta, de Weimin Zhang (EUA/Brasil/China)

OUTROS PRÊMIOS

PRÊMIO ABRACCINE
Melhor Filme Brasileiro: Sem Coração, de Nara Normande e Tião (Brasil/França/Itália)

PRÊMIO DA CRÍTICA
Melhor Filme Brasileiro: O Dia que Te Conheci, de André Novais Oliveira
Melhor Filme Internacional: Afire, de Christian Petzold (Alemanha)

PRÊMIO NETFLIX
Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges (Brasil)

PRÊMIO PARADISO
Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges (Brasil)

PRÊMIO BRADA | MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Pamela Khadra, por Vale do Exílio (Valley of Exile)

PRÊMIO CULTURES OF RESISTANCE | CREATIVE ACTIVISM AWARD
Somos Guardiões, de Edivan Guajajara, Chelsea Greene e Rob Grobman

*Clique aqui e confira os filmes que participarão da repescagem.

Foto: Natali Hernandes.

13º Circuito Penedo de Cinema: conheça os longas-metragens confirmados

por: Cinevitor
Ailton Graça em cena: protagonista de Mussum, o Filmis

Da junção de quatro consagrados eventos do cinema alagoano nasceu o Circuito Penedo de Cinema, que em 2023 chega à sua 13ª edição já consolidado no calendário brasileiro do audiovisual. O festival acontecerá entre os dias 13 e 19 de novembro em formato híbrido, on-line e presencial.

Para além das mostras competitivas de curtas-metragens brasileiros contemporâneos, que já foram anunciadas anteriormente, o Circuito Penedo traz várias sessões gratuitas de longas-metragens nacionais durante a semana do evento. As exibições, fora de competição, serão realizadas no Cine São Francisco e no Cine Penedo com a presença de integrantes das equipes dos filmes.

A lista traz títulos nacionais consagrados ao longo do ano, como: Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, exibido no Festival de Cannes e escolhido para representar o Brasil no Oscar 2024; Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane, grande vencedor do Festival de Cinema de Gramado; o cearense Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry, e Tia Virgínia, de Fabio Meira, também premiados com kikitos; o alagoano O Impeachment, de Pedro da Rocha; entre outros.

Além disso, a programação traz diversas atividades paralelas, como oficinas; presenças ilustres, como Antonio Pitanga e Camila Morgado, que já estão confirmados; e sessões especiais dos filmes Morto Não Fala, de Dennison Ramalho, que será exibido na Quarta Macabra, e De Repente, Miss!, de Hsu Chien.

Conheça os longas-metragens selecionados para o 13º Circuito Penedo de Cinema:

Angela, de Hugo Prata
Desapega!, de Hsu Chien
Entrelinhas
, de Guto Pasko
Lobby do Batom, de Gabriela Gastal
Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry
Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane
O Impeachment, de Pedro da Rocha
O Rio do Desejo, de Sérgio Machado
O Sequestro do Voo 375, de Marcus Baldini
Pequenos Guerreiros, de Bárbara Cariry
Perdida, de Katherine Chediak Putnam, Luiza Shelling Tubaldini e Dean W. Law
Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho
Tia Virgínia, de Fabio Meira

Foto: Desirée do Valle.

Repescagem da 47ª Mostra de São Paulo: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do longa brasileiro O Dia que Te Conheci, de André Novais Oliveira

A partir desta quinta-feira, 02/11, começa, no CineSesc e no Cine Satyros Bijou, a repescagem da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que traz uma nova chance para o público assistir aos filmes que se destacaram nesta edição.

A seleção traz diversos títulos, entre eles, os brasileiros O Dia que Te Conheci, de André Novais de Oliveira, premiado no Festival do Rio, e Sem Coração, de Nara Normande e Tião, exibido no Festival de Veneza; Oponente, de Milad Alami, representante da Suécia no Oscar; o italinao La Chimera, de Alice Rohrwacher, exibido em Cannes e que conta com a atriz brasileira Carol Duarte no elenco; entre outros.

Vale lembrar que os ingressos estarão disponíveis para compra na bilheteria de cada cinema apenas no dia da sessão de cada filme. As credenciais seguem válidas para a repescagem, no entanto, a compra de ingressos ocorre diretamente no cinema, sem passar pelo aplicativo ou site.

Conheça os filmes selecionados para a repescagem da 47ª Mostra de São Paulo:

CINE SATYROS BIJOU

02/11 (quinta-feira)
15h: Monisme, de Riar Rizaldi (Indonésia/Qatar)
17h15: Leite (Milk), de Stefanie Kolk (Holanda)
19h10: Sete Invernos em Teerã (Sieben Winter in Teheran), de Steffi Niederzoll (Alemanha/França)
21h10: O Adeus Mais Longo (The Longest Goodbye), de Ido Mizrahy (Israel/Canadá)

03/11 (sexta-feira)
15h: Mademoiselle Kenopsia, de Denis Côté (Canadá)
16h40: Schlamassel, de Sylke Enders (Alemanha)
18h50: Roxana, de Parviz Shahbazi (Irã)
21h10: Mulheres Brilhantes (Brillantes), de Sylvie Gautier (França)

04/11 (sábado)
18h: Um Fim de Semana em Gaza (A Gaza Weekend), de Basil Khalil (Palestina/Reino Unido)
19h45: Os Juncos (Son Hasat), de Cemil Agacikoglu (Turquia/Bulgária)
22h: Irmandade da Sauna a Vapor (Smoke Sauna Sisterhood), de Anna Hints (Estônia/França/Islândia) 

05/11 (domingo)
15h: Terra Morta (Deadland), de Lance Larson (EUA)
16h50: Quartos Vermelhos (Les Chambres Rouge), de Pascal Plante (Canadá)
19h: O Aquário (La Pecera), de Glorimar Marrero Sánchez (Espanha)
20h45: Quase Totalmente um Pequeno Desastre (Sanki Her Şey Biraz Felaket), de Umut Subasi (Turquia)

CINESESC

02/11 (quinta-feira)
14h: O Amor do Mundo (L’Amour du Monde), de Jenna Hasse (Suíça)
15h45: Fragmentos do Paraíso (Fragments of Paradise), de KD Davison (EUA)
18h: Um Dia Nossos Segredos Serão Revelados (Irgendwann Werden Wir Uns Alles Erzählen), de Emily Atef (Alemanha)
20h45: A Metade de Nós, de Flavio Botelho (Brasil)

03/11 (sexta-feira)
14h: Mulher de… (Kobieta z…), de Malgorzata Szumowska e Michal Englert (Polônia/Suécia)
16h50: Devagar (Slow), de Marija Kavtaradze (Lituânia/Espanha/Suécia)
19h10: O Dia que Te Conheci, de André Novais Oliveira (Brasil)
21h: Somos Guardiões, de Edivan Guajajara, Chelsea Greene e Rob Grobman (EUA/Brasil)

04/11 (sábado)
14h: O Outro Laurens (L’autre Laurens), de Claude Schmitz (Bélgica/França)
16h30: Todo Mundo Ama Jeanne (Tout le Monde Aime Jeanne), de Céline Devaux (França/Portugal)
18h40: Da Cor e da Tinta, de Weimin Zhang (EUA/Brasil/China)
21h: Quando Derreter (Het Smelt), de Veerle Baetens (Bélgica/Holanda)

05/11 (domingo)
14h: Oponente (Motståndaren), de Milad Alami (Suécia/Noruega)
16h30: Asog, de Sean Devlin (Filipinas/Canadá)
18h45: Se Eu Pudesse Apenas Hibernar (Baavgai Bolohson), de Zoljargal Purevdash (Mongólia/França/Suíça/Qatar)
21h: Samuel e a Luz, de VinÌcius Girnys (Brasil/França)

06/11 (segunda-feira)
14h: Fremont, de Babak Jalali (EUA)
16h: Ricardo e a Pintura (Ricardo et la Peinture), de Barbet Schroeder (França)
18h15: Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges (Brasil)
20h40: La Chimera, de Alice Rohrwacher (Itália/França/Suíça)

07/11 (terça-feira)
14h: A Menina (La Hembrita), de Laura Amelia Guzmán (República Dominicana)
16h: A Fera na Selva (La Bête Dans la Juungle), de Patric Chiha (França/Bélgica/Áustria)
18h15: Underground: Mentiras de Guerra, de Emir Kusturica (Iugoslávia/França/Alemanha/Bulgária/República Checa/Hungria/Reino Unido/EUA)
21h40: Sem Coração, de Nara Normande e Tião (Brasil/França/Itália)

08/11 (quarta-feira)
14h: Meu Casulo de Drywall, de Caroline Fioratti (Brasil)
16h30: A Noite (La Notte), de Michelangelo Antonioni (Itália/França) + curta-metragem: Vulcões e Carnaval (Noto, Mandorli, Vulcano, Stromboli, Carnevale), de Michelangelo Antonioni 
19h15: Vale Abraão, de Manoel de Oliveira (Portugal/França/Suíça)

Foto: Divulgação/Filmes de Plástico.

31º Festival Mix Brasil anuncia filmes internacionais e programação completa

por: Cinevitor
O longa colombiano Anhell69, de Theo Montoya: destaque da programação

Com o tema A Gente Nunca Foi Tão Mix, a 31ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade acontecerá entre os dias 9 e 19 de novembro celebrando as diferentes identidades de gênero, orientações sexuais, bem como formatos e linguagens que compõem a programação.

Neste ano, o público poderá conferir espetáculos teatrais, 119 filmes de 35 países e de 13 estados brasileiros, experiências XR com a temática queer, literatura, performances sobre temas relevantes para a comunidade LGBT+ e o tradicional Show do Gongo, com Marisa Orth.

O 31º MixBrasil abre no dia 8 de novembro para convidados com o brasileiro Levante, primeiro longa de Lillah Halla, que foi selecionado para a Semana da Crítica no Festival de Cannes, e com a première nacional da performance teatral francesa O Futuro, considerada uma exposição em movimento que traz a mensagem humana queer do ritual Shibari e é uma ode à necessidade de desaceleração do nosso mundo.

A programação internacional de cinema do Mix Brasil 2023 exibirá títulos de diretores e atores consagrados que fizeram parte da seleção de importantes festivais internacionais; a maioria inéditos no Brasil. Do Festival de Berlim, a lista traz: o nigeriano Todas as Cores Entre o Preto e o Branco, de Babatunde Apalowo, exibido na mostra Panorama; e o francês Orlando, Minha Biografia Política, de Paul Preciado, destaque da mostra Encounters; ambos foram premiados com o Teddy Award e também com o Prêmio Félix no Festival do Rio.

Sofía Otero em 20.000 Espécies de Abelhas: melhor atriz em Berlim

Ainda da Berlinale, vale destacar a presença do espanhol 20.000 Espécies de Abelhas, de Estibaliz Urresola Solaguren, que rendeu o Urso de Prata de melhor interpretação para a jovem Sofía Otero e venceu o Prêmio Félix no Festival do Rio de melhor filme internacional; além de ter sido exibido no Festival de San Sebastián e premiado nos festivais de Guadalajara, Hamptons, Hong Kong, Málaga, Seattle, entre outros. 

Seguindo com seleção internacional do 31° MixBrasil, destacam-se: o francês De Volta à Córsega, de Catherine Corsini, que disputou a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano; o grego Nosso Verão Daria um Filme, de Zacharias Mavroeidis, exibido em Veneza na mostra paralela Giornate degli Autori; o alemão Sissi e Eu, de Frauke Finsterwalde, protagonizado por Sandra Hüller e exibido em Berlim e no Queer Lisboa; o americano Kokomo City: A Noite Trans de Nova York, de D. Smith, vencedor do Prêmio do Público de melhor documentário em Berlim; o turco Blue ID, de Burcu Melekoglu e Vuslat Karan, consagrado com o Prêmio do Público no IDFA, International Documentary Film Festival Amsterdam; o belga O Paraíso, de Zeno Graton, exibido na mostra Generation 14plus em Berlim; o suspense norte-americano Birder, de Nate Dushku.

E mais: o colombiano Anhell69, de Theo Montoya, premiado no Olhar de Cinema e no L.A. Outfest; o alemão Drifter, de Hannes Hirsch, exibido em Berlim; Housekeeping for Beginners, de Goran Stolevski, vencedor do Queer Lion no Festival de Veneza; Até o Cair da Noite, de Christoph Hochhäusler, que rendeu o Urso de Prata de melhor interpretação coadjuvante para Thea Ehre; o drama argentino León, de Andi Nachon e Papu Curotto; o documentário Queendom, de Agniia Galdanova, premiado no L.A. Outfest; o indiano Um Lugar Só Nosso, de Ektara Collective, vencedor do Prêmio do Público no SXSW Film Festival.

Amir Baylly no premiado longa Orlando, Minha Biografia Política, de Paul Preciado

A seleção internacional segue com: o espanhol A Amiga da Minha Amiga, de Zaida Carmona; o romance australiano Em Outros Tempos, de Goran Stolevski; Mutt, de Vuk Lungulov-Klotz, que recebeu Menção Especial na mostra Generation 14plus do Festival de Berlim; o mexicano A Marca dos Seus Lábios, de Julián Hernández; Summer Qamp, de Jen Markowitz, que ficou em segundo lugar entre os documentários no Prêmio do Público no Festival de Toronto; e Rivière, de Hugues Hariche, exibido no Festival de Locarno.

Já a seleção de filmes nacionais reúne produções premiadas dentro e fora do Brasil com temas marcados pelas investigações das afetividades e desafios cotidianos da população LGBT+. Clique aqui e confira a lista completa com os longas e curtas-metragens brasileiros desta 31ª edição.

O maior festival LGBT+ da América Latina traz ainda: o MixGames, uma seleção de novos games que celebram a diversidade e a inclusão; o Crescendo com a diversidade, destinado para o público infantil; além de homenagear com o prêmio Ícone Mix a atriz, roteirista, dramaturga, diretora e ativista pela representatividade trans no teatro e no cinema, Renata Carvalho. Totalmente gratuito, o evento acontecerá em sete espaços de São Paulo e parte da sua programação também estará on-line para todo o Brasil.

Com a proposta de unir arte e tecnologia, o festival traz espetáculos e performances multimídia inéditos no Brasil, como Intimidade Virtual, desenvolvido por artistas de Taiwan e da Austrália com a comunidade queer de São Paulo, protagonizada pelo ator brasileiro Jay Laurentino. O espetáculo é totalmente interativo, onde o público usa o celular dentro do teatro para responder perguntas sobre o amor, intimidade e relacionamento e encaminhar a ação.

Susanne Wolff e Sandra Hüller em Sissi e Eu

Na programação também estão o espetáculo transmídia Labirinto Feminino, com Wallie Ruy, Gabriela Gama e Shirtes Filho, onde monólogos intensos exploram o ciclo da violência doméstica com mulheres trans e cis; e as performances O Futuro, vinda da França com um elenco binacional, a obra faz uma ode à necessidade de desaceleração do nosso mundo, e Desiries’Series #1, solo que é um espaço de pesquisa, encontro e compartilhamento com a obra do artista e fotógrafo brasileiro Fabio Motta. As estreias acontecem entre os dias 9 e 18 de novembro no Teatro Sérgio Cardoso.

A Spcine participa do 31º Festival Mix Brasil promovendo o MixLab Spcine com workshop da produtora Stink sobre produção com inteligência artificial e da diretora Janaína Leite no metaverso, pitching de games e aulas magnas com os diretores Zeno Graton e Nate Dushku e a diretora brasileira Lillah Halla. Toda a programação acontecerá no MIS. A parceria com a Spcine também é representada por uma seleção de títulos que serão exibidos dentro da plataforma Spcine Play entre os dias 9 e 26 de novembro.

Nove instalações de experiências XR de realidades estendidas com temáticas LGBT+ vindas da França, Finlândia, Chile, Estados Unidos e Brasil serão instaladas durante o MixBrasil no MIS para que os visitantes vivam experiências de diferentes linguagens e recursos tecnológicos. São elas: Queer Utopia, inspirada em histórias reais de homens gays 60+; Tom House the VR Experience, uma experiência pela lendária residência em Los Angeles onde morou Tom of Finland, um dos mais influentes criadores da arte erótica queer; Corpo Invisível, onde um corpo encontra a si mesmo ao ser invisibilizado institucionalmente; além de sete obras digitais inéditas do polêmico artista chileno Neocristo e a estreia mundial de Eclosão de um Sonho, totalmente realizado com Inteligência Artificial pela artista Igi Ayedun.

Cena do longa Todas as Cores Entre o Preto e o Branco

Completam a seleção: Secret ID, criado com Inteligência Artificial e arte sonora, a VR questiona a hipermasculinidade e a vida dupla dos super-heróis; Labirinto Imersivo, versão em realidade virtual do espetáculo Labirinto Feminino, que explora o ponto de pessoas omissas em relação ao ciclo de violência feminina; Ex Aequo, que traz dez histórias inspiradoras de atletas profissionais que enfrentam discriminação baseada em raça, gênero, orientação sexual e deficiência; e Patience Mon Amour, série realizada para celular que conta a história de um casal de lésbicas, onde Alice descobre que sofre de endometriose e Gabrielle, que nunca quis ter filhos, decide por amor fazer reprodução assistida.

A exposição virtual Bicho Gente, Bicho, instalada no metaverso, traz uma seleção de trabalhos que vão desde desenhos feitos com mídia tradicional (tinta acrílica e pastel oleoso) até esculturas 3Ds, e representam a potência do corpo LGBT+ enquanto sobrevivente na sociedade.

Para os aficionados por games, nos dias 18 e 19 de novembro, acontecerá no MIS o MixGames. Celebrando a diversidade e a inclusão, os jogos inéditos lançados no festival serão: Lipsync Killers, jogo musical com elementos de RPG e luta, inspirado nos famosos lip sync performados por drags; My True Self, visual novel em que o jogador guia um menino trans em sua jornada para encontrar um novo nome e descobrir a si mesmo; Pivot of Hearts, uma segunda chance no amor numa visão não-monogâmica; e Hands of Timber, que aborda de forma sensorial a solidão de um homem negro e gay e através de polaroids o jogo lhe convida a interpretar o que ainda resta ao homem.

Nosso Verão Daria um Filme, de Zacharias Mavroeidis: filme premiado

O tradicionalíssimo Show do Gongo, em que desapegados realizadores e realizadoras apresentam seus vídeos para o julgamento do público do MixBrasil, cabendo à fabulosa Marisa Orth traduzir o anseio popular e decidir se os filmes serão gongados ou avaliados pelo júri, volta ao Teatro Sérgio Cardoso. A plateia mais enlouquecida do Brasil se encontrará no dia 14 de novembro a partir das 20h.

No dia 15 de novembro, também no Teatro Sérgio Cardoso, acontecem os shows de Novos Talentos Drag Queen e Canto, apresentados por Silvetty Montilla e com um júri que apontará os vencedores nessas categorias. No dia 12 de novembro, às 17h, no MIS, acontecerá um encontro com o escritor e crítico literário francês Mathieu Lindon, que trabalha há muitos anos no jornal Libération. Autor de diversos romances, recebeu em 2011, por O que amar quer dizer, o Prêmio Médicis. Foi amigo próximo de Michel Foucault e Hervé Guibert, figuras constantes em sua obra.

Na cerimônia de encerramento, que acontecerá no dia 19 de novembro, também no MIS, será a entrega dos prêmios (Coelho de Prata e Coelho de Ouro) em diversas categorias: cinema, XR e também prêmios Mix Literário e Caio Fernando Abreu.

Cena do documentário Queendom, de Agniia Galdanova

O 31º Festival Mix Brasil ocupará diversos espaços culturais de São Paulo: CineSesc, Centro Cultural São Paulo (sala Paulo Emílio), Spcine Olido, MIS: Museu da Imagem e do Som, Teatro Sérgio Cardoso, Museu da Língua Portuguesa e o IMS: Instituto Moreira Salles. A programação on-line estreia a partir do dia 9 de novembro e poderá ser assistida gratuitamente pelas plataformas do Sesc Digital, Spcine Play e Itaú Cultural Play.

Conheça os filmes estrangeiros selecionados para o Mix Brasil 2023:

PANORAMA INTERNACIONAL

20.000 Espécies de Abelhas (20.000 Especies de Abejas), de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha)
A Amiga da Minha Amiga (La Amiga de Mi Amiga), de Zaida Carmona (Espanha)
A Marca dos Seus Lábios (La Huella de Unos Labios), de Julián Hernández (México)
Anhell69, de Theo Montoya (Colômbia/Romênia/França/Alemanha)
Até o Cair da Noite (Bis ans Ende der Nacht), de Christoph Hochhäusler (Alemanha)
Birder, de Nate Dushku (EUA)
Blue ID, de Burcu Melekoglu e Vuslat Karan (Turquia)
De Volta à Córsega (Le Retour), de Catherine Corsini (França)
Drifter, de Hannes Hirsch (Alemanha)
Em Outros Tempos (Of an Age), de Goran Stolevski (Austrália)
Housekeeping for Beginners (Domakinstvo Za Pocetnici), de Goran Stolevski (Macedônia do Norte/Croácia/Sérvia/Polônia/Kosovo)
Kokomo City: A Noite Trans de Nova York, de D. Smith (EUA)
León, de Andi Nachon e Papu Curotto (Argentina)
Mutt, de Vuk Lungulov-Klotz (EUA)
Nosso Verão Daria um Filme (To kalokairi tis Karmen), de Zacharias Mavroeidis (Grécia)
O Paraíso (Le Paradis), de Zeno Graton (Bélgica/França)
Orlando, Minha Biografia Política (Orlando, Ma Biographie Politique), de Paul B. Preciado (França)
Queendom, de Agniia Galdanova (França/EUA)
Rivière, de Hugues Hariche (Suíça/França)
Sissi e Eu (Sisi & Ich), de Frauke Finsterwalder (Alemanha/Suíça/Áustria)
Summer Qamp, de Jen Markowitz (Canadá)
Todas as Cores Entre o Preto e o Branco (All the Colours of the World Are Between Black and White), de Babatunde Apalowo (Nigéria)
Um Lugar Só Nosso (Ek Jagah Apni), de Ektara Collective (Índia)

Fotos: Square Eyes/Divulgação.

Mamonas Assassinas: O Filme ganha trailer e data de estreia

por: Cinevitor
A banda icônica de Guarulhos marcou e impactou várias gerações

Várias gerações foram e ainda são impactadas por Mamonas Assassinas, esta banda icônica que apesar da curta carreira se transformou em uma das maiores expressões musicais e culturais do Brasil. A história dos meninos de Guarulhos chega aos cinemas no dia 28 de dezembro em Mamonas Assassinas: O Filme, dirigido por Edson Spinello.

O quinteto que queria ser uma banda de rock progressivo se transformou no grupo irreverente que até hoje é um expoente da cultura pop no Brasil. A banda ganhou notoriedade na década de 90 com a originalidade de suas letras, da sua performance nos palcos e a qualidade musical dos seus integrantes. Seu primeiro e único disco, foi mixado em Los Angeles, no melhor estúdio da época, vendendo mais de 3 milhões de cópias em 7 meses. Até hoje, milhões de pessoas no Brasil e no mundo ouvem mensalmente Mamonas Assassinas nas plataformas digitais.

Em 1990, Dinho, Sérgio, Samuel, Júlio e Bento eram jovens de Guarulhos em busca de um sonho: gravar seu primeiro disco ainda como a Banda Utopia. Para tal, não mediram esforços, trabalhando dia e noite no que encontrassem pela frente. Não poderiam imaginar que em pouco tempo estariam reunidos no maior fenômeno musical brasileiro da década, os Mamonas Assassinas, transformando a música brasileira para sempre.

O vocalista Dinho é interpretado por Ruy Brissac, que já fez o papel do cantor no musical sobre a banda. O quinteto conta ainda com Beto Hinoto, interpretando seu tio Bento, guitarrista da banda; Rhener Freitas interpreta o baterista Sérgio Reoli; Adriano Tunes faz o baixista Samuel Reoli; e Robson Lima interpreta Júlio Rasec, responsável por teclado, percussão e vocais na banda.

Walkiria Barbosa, uma das produtoras do filme, conta que a escolha do elenco foi fundamental para dar credibilidade a esta história tão impactante: “Nossa preocupação era encontrar as pessoas certas para aqueles papéis. E foi mágico quando filmamos o primeiro show, onde a equipe e os figurantes ficaram muito emocionados, tivemos certeza de que os Mamonas estavam ali com a gente. Foi muito forte e muito intenso. Aliás, este é um sentimento que permeou todas as fases desde a leitura de roteiro até a pós produção”.

O longa foi filmado na cidade onde viviam os integrantes da banda, Guarulhos, na Grande São Paulo. A produtora destaca que o apoio das famílias dos músicos foi essencial. A empresa Mamonas Assassinas Produções, capitaneada por Jorge Santana, primo do Dinho, juntamente com os familiares, foram essenciais desde a construção do roteiro até a produção, quando emprestaram diversos figurinos originais dos garotos que foram usados no filme. Além disso, o apoio da prefeitura, de moradores e empresas locais também foi fundamental para o excelente resultado das filmagens.

Para a construção da narrativa, biografias musicais de sucesso serviram de base e inspiração, como Bohemian Rhapsody, sobre a banda Queen, e Rocketman, sobre Elton John: “Era fundamental pesquisar e compreender as melhores maneiras de, por exemplo, filmar shows. Esses filmes são excelentes nesses quesitos também. E shows são de enorme importância em Mamonas Assassinas: O Filme. São eles que ajudam a trazer a energia da banda e mostrar como contagiavam seu público”, explica o diretor Edson Spinello.

O roteiro, assinado por Carlos Lombardi, conhecido por obras televisivas como Quatro por Quatro e O Quinto dos Infernos, conta a história dos cinco integrantes antes da banda se tornar os Mamonas Assassinas, desde quando ainda eram o Utopia: “Há duas fases, no filme, quando eles buscavam seu lugar no cenário musical, na época da banda Utopia, e depois quando se tornaram Mamonas. Foi necessária muita pesquisa e colaboração para resgatar uma época, um trabalho árduo envolvendo uma grande equipe e muitos colaboradores para que pudéssemos retratar as duas épocas do filme. Foram mais de 70 cenários, mil peças de figurino entre produzidas e originais e as caracterizações de personagens para as duas fases. Além de um trabalho primoroso de correção de cor em mais de 2.500 planos executados pela Zumbi Post. Na área musical, foram regravadas todas as músicas em estúdio. O filme está sendo editado e mixado por Gabriel Pinheiro, ganhador de dois Grammy Latino. A montagem ficou por conta de Rodrigo Daniel Melo”, explicou a produtora.

Produzido pela Total Entertainment, coproduzido pela Mamonas Produções, Claro e distribuído pela Imagem Filmes, o filme promete emocionar e divertir todo o Brasil com os clássicos Pelados em Santos, Vira-Vira, Robocop Gay e tantos outros sucessos. O elenco conta também com Fefe Schneider, Jessica Córes, Jarbas Homem de Mello, Guta Ruiz, entre outros.

Confira o trailer de Mamonas Assassinas: O Filme, que estreia no dia 28 de dezembro:

Foto: Divulgação/Imagem Filmes.

Mais Pesado é o Céu: Matheus Nachtergaele apresenta filme de Petrus Cariry na 47ª Mostra de São Paulo

por: Cinevitor
Matheus Nachtergaele e Bárbara Cariry na sessão do filme

Depois de passar pelo Festival de Gramado e ser premiado com quatro kikitos, entre eles, melhor direção, Mais Pesado é o Céu, do cineasta cearense Petrus Cariry, foi exibido na 47ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo nesta sexta-feira, 27/10, no Espaço Itaú de Cinema Augusta.

Rodada no sertão nordestino, a trama acompanha o encontro de Antônio, vivido por Matheus Nachtergaele, e Teresa, interpretada por Ana Luiza Rios, que, por motivos diferentes, pegam a estrada em busca de reconstruir a vida. Diante de um Brasil devastado pela crise moral e política, os dois acolhem um bebê abandonado e formam uma família improvável sob o sol escaldante do interior do Ceará.

Mais Pesado é o Céu é o sétimo longa-metragem de Cariry, que recentemente recebeu uma indicação de melhor documentário no 22º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro por A Jangada de Welles, codirigido por Firmino Holanda. Além de Nachtergaele e Rios, o elenco ainda traz nomes como Silvia Buarque, Danny Barbosa e Buda Lira.

A produção é de Bárbara Cariry, por meio da Iluminura Filmes, e a distribuição será pela Sereia Filmes. As filmagens aconteceram em 2021 nos municípios cearenses de Quixadá e Nova Jaguaribara, tendo como um dos cenários o Açude Castanhão e sua história de submersão. Clique aqui para assistir uma cena do filme.

A primeira sessão do longa na 47ª Mostra de São Paulo contou com a presença da produtora Bárbara Cariry e do protagonista Matheus Nachtergaele: “Que felicidade estar aqui com essa sala tão lotada em uma sexta-feira à noite, dentro de uma Mostra tão importante com tantos filmes e uma programação tão incrível”, disse Bárbara.

Matheus Nachtergaele e Ana Luiza Rios em cena

Matheus também conversou com o público antes da exibição: “Agradeço pela presença de vocês por estarem aqui no meio de um mar de programação que a Mostra tem. Principalmente por ser uma sexta-feira chuvosa em São Paulo. Mas eu acho que vocês se deram bem. Eu acho que o Petrus Cariry é um diretor de rara espécie e em extinção. Os filmes do Petrus são filmes para serem vistos na tela grande com muito espaço para reflexão. É um filme plástico nesse sentido”, disse o ator.

E completou: “Eu adoro esse filme, que a gente fez logo no final da pandemia. Foi o primeiro trabalho que eu fiz saindo da quarentena. No longa, vemos alguns poucos brasileiros se encontrando em algo perdido. Um país lindo, cheio de estradas, que não tinha mais pra onde ir. Estávamos saindo da pandemia sob a égide de um governo neofascista. O nosso sentimento tá muito impresso nesse filme. Acho que, no mínimo, ele vai ser pra sempre, pra mim, o retrato de como eu me sentia naquele momento”.

Logo depois da primeira exibição de Mais Pesado é o Céu em São Paulo, Matheus e Bárbara voltaram para um debate com o público: “Hoje eu senti na carne o sentimento daquela época. E hoje também me veio uma nova camada, que eu ainda não tinha sentido. Algo que tem a ver com a nova divisão de tarefas entre o homem e a mulher. Me deu a sensação de que o meu personagem é ao mesmo tempo perdido, mas também se aproveita da força das mulheres”, disse Matheus.

E finalizou: “Estávamos tristes naquela época, mas ao mesmo tempo estávamos felizes pelas filmagens. Por estar na estrada com a trupe do cinema. Era uma mescla interessante. E essa mescla bonita, de tristeza e alegria, proporcionou a possibilidade de quadros tão belos e tão longos para acreditar como ator que é possível ficar vivo quase que numa fotografia parada”.

Vale lembrar que Mais Pesado é o Céu terá mais uma exibição na Mostra de São Paulo: segunda-feira, 30/10, às 21h30, no Espaço Itaú de Cinema Augusta.

Fotos: Mario Miranda Filho/Divulgação.

21º CINEMATO: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Cena do longa A Invenção do Outro, de Bruno Jorge: premiado

Foram anunciados neste sábado, 28/10, no Teatro da UFMT, os vencedores da 21ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá – CINEMATO, considerado a maior e mais antiga janela para o audiovisual brasileiro e mato-grossense na capital de Mato Grosso.

Este ano, o evento ficou marcado por ser uma edição histórica de sua retomada presencial após cerca de sete anos de interrupção em decorrência da descontinuidade e ausência de compromisso das políticas de governo e, nos últimos anos, por conta da pandemia.​

No encerramento, o cineasta e curador do evento Luiz Borges deixou, através da Carta de Cuiabá, uma mensagem aos governos, aos empresários e às instituições, de que é preciso apoiar a produção cinematográfica local e o Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá: “Depois de seis anos suspenso, o CINEMATO mostrou porque voltou, com nível de filmes fantástico, todos os realizadores selecionados presentes, a homenageada Dira Paes que encantou a todos, enfim, sem o CINEMATO a difusão audiovisual brasileira, a mato-grossense, não chega ao espectador, nós somos a única janela dessa produção, que cada vez mais precisa de garantias para que resista”.

O festival recebeu referências da cena audiovisual de todo o país, como a atriz cearense Ana Luiza Rios, do longa-metragem Mais Pesado é o Céu, no qual contracena com Matheus Nachtergaele. Ela recebeu o prêmio de melhor atriz e o filme, de melhor fotografia: “Foi muito legal ter vindo. Estreamos em Gramado e depois fomos passando por outros festivais e agora estamos aqui, em Cuiabá. Isso é muito importante porque a gente faz filmes para que sejam vistos e o CINEMATO abre esse espaço. O festival está de parabéns por já estar em sua 21ª edição, isso em si é louvável”.

O documentário A Invenção do Outro, de Bruno Jorge, foi eleito o melhor longa-metragem: “Recebo esse prêmio como um abraço”, agradeceu o cineasta. Lobo Mauro, representante do curta-metragem Fantasma Neon, também esteve no festival: “É um espaço relevante para quem faz curtas porque este formato não passa em cinema, não passa em televisão. Então, para encontrar o público, os festivais são imprescindíveis”.

O júri deste ano foi formado por: Aninha Mulllenberg, Caimi Xavante, Leonardo Esteves e Karla Martins entre os curtas-metragens; e Joel Pizzini, José Walter Nunes, Toni VenturiViviane Bressane Spinelli nos longas-metragens. A curadoria dos curtas foi assinada por Christian Jafas, Hiparidi Toptiro, Íris Alves Lacerda, Juliana Segóvia e Sabrina Tenório; para os longas, o time foi formado por Cavi Borges, Dácia Ibiapina, Diego Baraldi, Juliana Curvo e Leticia Capanema.

Nesta 21ª edição, a atriz Dira Paes foi homenageada com o Troféu Coxiponés. Na ocasião, Luiz Borges anunciou a criação do Prêmio Dira Paes, que consagrará mulheres que se destacam no audiovisual brasileiro. A primeira edição do prêmio será em 2024.

Para Dira, o CINEMATO apareceu em sua vida junto com a retomada do cinema brasileiro nos anos 2000: “Nós tivemos a oportunidade de vir para uma região a qual você comumente não vinha, nessa época ocorreu um movimento do pensamento de distribuir a cultura do audiovisual pelo Brasil, descentralizar do eixo Rio-São Paulo. E o Festival de Cinema de Cuiabá se mostrava como um dos pioneiros, que nos trazia para essa região e colocava o brasileiro em contato com esse Brasil profundo que muita gente não conhece. E quando a gente pensou na divulgação, em ter festivais no Brasil inteiro, isso acabou automaticamente contribuindo na popularidade do próprio cinema brasileiro”. Depois da homenagem, foi exibido o longa Pureza, protagonizado por Dira e dirigido por Renato Barbieri, que também estava presente no evento.

Com o tema Pachamama, a Mãe Natureza, o 21º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá exibiu 30 filmes, entre longas e curtas de 20 estados brasileiros, divididos em mostras competitivas e especiais. Para Luiz Borges, é um ato de resistência e amor ao cinema a realização de mais uma edição do festival: “Cumprimos, com mais essa edição, o propósito de promover o cinema no país e por que não dizer no mundo”.

Conheça os vencedores do 21º CINEMATO:

LONGAS-METRAGENS

MELHOR FILME BRASILEIRO | JÚRI OFICIAL
A Invenção do Outro, de Bruno Jorge (SP)

MELHOR FILME | JÚRI POPULAR
Beatriz Vira-Folhas, de Samantha Col Debella (MT)

MELHOR FILME MATO-GROSSENSE
Chumbo, de Severino Neto

MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO
Samantha Col Debella, por Beatriz Vira Folhas

MELHOR ATRIZ
Ana Luiza Rios, por Mais Pesado é o Céu

MELHOR ATRIZ REVELAÇÃO
Gabriela Freire, por Entrelinhas

MELHOR ELENCO
Aisha Brunno, Bramma Bremmer, Igui Leal e Will Soares, por Tudo o que Você Podia Ser

MELHOR FOTOGRAFIA
Mais Pesado é o Céu, por Petrus Cariry

CURTAS-METRAGENS

MELHOR CURTA-METRAGEM NACIONAL | JÚRI OFICIAL
Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli (RJ)

MELHOR CURTA-METRAGEM | FICÇÃO | JÚRI POPULAR
Cem Pilum: A História do Dilúvio, de Thiago Morais (AM)

MELHOR CURTA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO | JÚRI POPULAR
Procura-se Bixas Pretas, de Vinicius Eliziário (BA)

MELHOR CURTA-METRAGEM MATO-GROSSENSE
A Indômita Revolta dos Morangos Assassinos, de Emília Top’Tiro e Olavo Fernandes

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Urubá, de Rodrigo Sena (RN)

MELHOR ANIMAÇÃO
Ewé de Òsányín: O Segredo das Folhas, de Pâmela Peregrino (BA)

MELHOR DIREÇÃO
Emília Top’Tiro e Olavo Fernandes, por A Indômita Revolta dos Morangos Assassinos (MT)

MELHOR FOTOGRAFIA
Fantasma Neon, por Felipe Quintelas

Foto: Divulgação.

Morre, aos 54 anos, o ator Matthew Perry

por: Cinevitor
O eterno Chandler Bing em Friends

Morreu neste sábado, aos 54 anos, o ator norte-americano Matthew Perry, que ficou conhecido mundialmente ao interpretar Chandler Bing na série Friends. Segundo informações divulgadas pela imprensa internacional, ele foi encontrado morto em uma banheira de hidromassagem em sua casa em Los Angeles; fontes policiais relataram para autoridades que o encontraram inconsciente por volta das 16h e não havia sinais de crime ou drogas no local.

Nascido nos Estados Unidos em 1969, foi criado em Ottawa, capital do Canadá. Durante a infância, se dedicou a jogar tênis, mas abandonou o esporte quando percebeu que precisaria ser mais experiente para seguir uma carreira profissional. Com isso, passou a fazer parte de cursos de teatro no colégio e depois em institutos. Logo, decidiu se mudar para Los Angeles para morar com o pai, o ator John Bennett Perry, em busca de mais oportunidade. 

No início da carreira, fez diversas participações em séries e filmes, como: Operação Resgate, Uma Noite na Vida de Jimmy Reardon, Second Chance, Sydney, Barrados no Baile, Home Free, entre outros. Porém, o reconhecimento só aconteceu em 1994 quando apareceu como Chandler Bing em Friends, ao lado de Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc e David Schwimmer.

Antes de Friends, Perry decidiu escrever sua própria série, já que estava insatisfeito com as poucas oportunidades em Hollywood; ofereceu a história, que falava sobre um grupo de amigos, para a Universal Studios, que repassou para a NBC e que já tinha um outro enredo parecido; que, no caso, seria Friends. Os produtores ficaram impressionados com o talento de Matthew e o convidaram para fazer parte do elenco de Friends, porém, ele já estava comprometido com a série L.A.X. 2094, que acabou não sendo produzida. Com isso, Perry aceitou o convite para fazer parte do grupo de seis amigos que marcariam a história da televisão mundial sendo a série mais lucrativa de todos os tempos. 

Friends: elenco de sucesso reunido

Por seu trabalho em Friends, foi indicado ao Emmy Awards em 2002 como melhor ator em série de comédia. Foi premiado no SAG Awards, ao lado do elenco, e recebeu diversas indicações ao longo de sua carreira. Com o fim de Friends, em 2004, os seis atores principais passaram a receber na última temporada uma quantia de 1 milhão de dólares por episódio. 

Depois de Friends, integrou o elenco da sitcom Studio 60 on the Sunset Strip, que foi um sucesso de crítica. Na TV, também fez parte de A História de Ron Clark e The West Wing, que lhe renderam outras indicações ao Emmy, assim como o especial Friends: The Reunion, lançado em 2021. Participou também das séries The Good Wife, Go On, The Odd Couple, The Good Fight e The Kennedys After Camelot, seu último trabalho como ator, em 2017.

Matthew Perry também teve uma carreira no cinema e atuou em produções, como: E Agora, Meu Amor?, Um Caso a Três, Numb, Vestibular da Morte, Leis da Vida, 17 Outra Vez, Meu Vizinho Mafioso 1 e 2, A Serviço de Sara, Duas Vidas, Os Quase Heróis, entre outros.

Sobre sua vida pessoal, Perry sempre falou abertamente sobre seus problemas relacionados ao abuso de álcool e drogas. Em 1997, após um acidente de jet ski, ficou viciado em analgésicos e foi para a reabilitação, em 2001. Mais tarde, ele transformou sua antiga casa em Malibu em uma instalação para viver sóbrio chamada Perry House, que funcionou até 2015. Em 2021, ficou completamente sóbrio e publicou seu livro de memórias: Friends, Lovers, and the Big Terrible Thing: A Memoir.

Fotos: Getty Images/NBC Universal.