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O Acidente

por: Cinevitor

Direção: Bruno Carboni

Elenco: Carol Martins, Carina Sehn, Luis Felipe Xavier, Gabriela Greco, Marcello Crawshawn.

Ano: 2022

Sinopse: A ciclista Joana é vítima de um atropelamento. Ela foi carregada no capô de um carro após antagonizar com uma motorista que a cortou. A jovem sai ilesa e decide esconder o ocorrido de sua parceira, Cecília, temendo que isso afete os planos do casal. Porém, um vídeo viral aparece on-line obrigando-a a prestar queixa na polícia. Relutante, a dupla entra na vida de Elaine, a motorista, seu ex-marido Cléber e seu filho Maicon, um introvertido cineasta iniciante.

*Filme visto no 32º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema

Nota do CINEVITOR:

Marte Um, de Gabriel Martins, é consagrado no 22º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

por: Cinevitor
Cícero Lucas: melhor ator coadjuvante por Marte Um

Foram anunciados nesta quarta-feira, 23/08, os vencedores da 22ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que consagrou o longa Marte Um, de Gabriel Martins, com oito troféus Grande Otelo, entre eles, o de melhor longa-metragem de ficção.

A cerimônia, que é realizada anualmente pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, aconteceu na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro, e teve apresentação de Cláudia Abreu e Silvio Guindane. Foram anunciados 29 prêmios para longas-metragens, curtas e séries brasileiras, escolhidos pelo amplo júri formado por profissionais associados à Academia Brasileira de Cinema, além do prêmio de melhor filme pelo Júri Popular, que teve votação pelo site da instituição.

Nesta 22ª edição, Medida Provisória, de Lázaro Ramos, liderava a lista com 15 indicações, e levou o troféu de melhor atriz coadjuvante para Adriana Esteves. Produzido pela Filmes de Plástico, em coprodução com o Canal Brasil, Marte Um recebeu 13 indicações e foi consagrado pela Academia.

O cineasta paraibano Vladimir Carvalho foi o grande homenageado desta edição. Aos 88 anos, Vladimir segue como referência do cinema verdade e inspiração para novas gerações de documentaristas. Suas produções, carregadas com elementos do Cinema Novo, contam a história da nossa gente, permitindo que o Brasil se reconheça diante da tela. Ainda em celebração ao documentário, a Academia também homenageou o crítico de cinema, escritor e jornalista Amir Labaki, idealizador do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários.

Com direção de Batman Zavareze, roteiro de Bebeto Abrantes e performances do pianista, orquestrador e compositor pernambucano Vitor Araújo, a cerimônia foi transmitida ao vivo pelo YouTube da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais e pelo Canal Brasil, com sinal aberto para não assinantes no Globoplay. A transmissão teve apresentação de Simone Zuccolotto, com comentários da atriz Bárbara Paz e reportagem de Maria Clara Senra e Kiko Mollica

Na cerimônia, Renata Almeida Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, celebrou a nova retomada do cinema nacional e lembrou que a edição do ano passado se encerrou com uma performance de Silvero Pereira cantando Dias Melhores Virão, música de Rita Lee e Roberto Carvalho, composta para o filme de Cacá Diegues em 1989: “Dias melhores chegaram! Mas isso não significa que ainda não haja muito trabalho pela frente para garantir que dias melhores sejam constantes. Esse é um ano muito especial para o cinema brasileiro: são 125 anos de existência, valendo lembrar que o Brasil, o Rio de Janeiro especificamente, foi um dos primeiros lugares do mundo onde se filmou. Essa noite é uma celebração a toda essa história. Uma viagem através do tempo e dos olhares desses nossos grandes documentaristas”.

O secretário Municipal de Cultura do Rio, Marcelo Calero, esteve na cerimônia e destacou a capacidade de resistência do setor audiovisual brasileiro: “Quando pegamos a prefeitura, encaramos um cenário muito hostil à cultura e ao audiovisual. Ainda na campanha, nós conversamos com muitos produtores que sinalizaram sobre a importância de se reconstruir a RioFilme. Às vezes, a sociedade até esmorece e nós provamos a resiliência que temos”, concluiu.

Conheça os vencedores do 22º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro:

MELHOR LONGA-METRAGEM | FICÇÃO
Marte Um, de Gabriel Martins

MELHOR FILME | JÚRI POPULAR
Bem-vinda a Quixeramobim, de Halder Gomes

MELHOR DIREÇÃO
Gabriel Martins, por Marte Um

MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO DE LONGA-METRAGEM
Carolina Markowicz, por Carvão

MELHOR ATRIZ
Dira Paes, por Pureza

MELHOR ATOR
Carlos Francisco, por Marte Um

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Adriana Esteves, por Medida Provisória

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Cícero Lucas, por Marte Um

MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
Kobra Auto Retrato, de Lina Chamie

MELHOR LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO
Tarsilinha, de Celia Catunda e Kiko Mistrorigo

MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL 
Pluft, o Fantasminha, de Rosane Svartman

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Elvis, de Baz Luhrmann (EUA)

MELHOR FILME IBERO-AMERICANO
Argentina, 1985, de Santiago Mitre (Argentina)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Marte Um, escrito por Gabriel Martins

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO 
O Clube dos Anjos, escrito por Angelo Defanti; adaptado da obra de Luis Fernando Veríssimo

MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO
A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno

MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO
Big Bang, de Carlos Segundo

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
Território Pequi, de Takumã Kuikuro

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Marte Um, por Leonardo Feliciano

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
A Viagem de Pedro, por Adrian Cooper

MELHOR MAQUIAGEM
A Viagem de Pedro, por Tayce Vale e Blue

MELHOR FIGURINO
A Viagem de Pedro, por Marjorie Gueller, Joana Porto e Patricia Dória

MELHOR MONTAGEM 
Marte Um, por Thiago Ricarte e Gabriel Martins

MELHOR EFEITO VISUAL
Pluft, o Fantasminha, por Sandro Di Segni

MELHOR SOM
Marte Um, por Marcos Lopes e Tiago Bello

MELHOR TRILHA SONORA
Eduardo e Mônica, por Pedro Guedes, Fabiano Krieger e Lucas Marcier

MELHOR SÉRIE DOCUMENTÁRIO | PRODUÇÃO INDEPENDENTE | TV PAGA/OTT
Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez (1ª Temporada) (HBO Max)

MELHOR SÉRIE ANIMAÇÃO | PRODUÇÃO INDEPENDENTE | TV PAGA/OTT
Vamos Brincar com a Turma da Mônica (1ª Temporada) (Giga Gloob)

MELHOR SÉRIE FICÇÃO | PRODUÇÃO INDEPENDENTE | TV PAGA/OTT
Manhãs de Setembro (2ª Temporada) (Amazon Prime Video)

Foto: Rogerio Resende.

CINEVITOR #443: Entrevista com Kleber Mendonça Filho | Retratos Fantasmas | 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
O cineasta no tapete vermelho do festival

Dirigido pelo cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, o documentário Retratos Fantasmas, seu quinto longa-metragem, foi o filme de abertura da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado e foi exibido, fora de competição, no Palácio dos Festivais.

Após apresentar seus últimos filmes, Crítico, O Som ao Redor, Aquarius e Bacurau em Gramado, o diretor voltou ao evento com seu segundo documentário, fruto de sete anos de trabalho e pesquisa, filmagens e montagem. Retratos Fantasmas, que estreia nesta quinta-feira, 24/08, tem como personagem principal o centro da cidade do Recife como local histórico e humano, revisitado através dos grandes cinemas que atravessaram o século 20 como espaços de convívio. Foram lugares de sonho e de indústria; e a relação das pessoas com esse universo é um marcador de tempo para as mudanças dos costumes em sociedade.

Cerca de 60% de Retratos Fantasmas é composto por material de arquivo, com fotografias e imagens em movimento encontradas em acervos pessoais, na produção pernambucana de cinema, televisão e de instituições como a Cinemateca Brasileira, o CTAv, Centro Técnico do Audiovisual, e a Fundação Joaquim Nabuco. O trabalho de montagem, ao lado de Matheus Farias, reúne imagens dos mais variados formatos.

Com produção de Emilie Lesclaux para a CinemaScópio, Retratos Fantasmas foi exibido no Festival de Cannes deste ano fora de competição. Recentemente, foi selecionado para o Festival de Toronto, Nova York, Sydney, Munich Film Festival, Santiago Festival Internacional de Cine, New Zealand International Film Festival, Melbourne International Film Festival, Lima International Film Festival, entre outros.

Para falar mais sobre o filme, conversamos com Kleber Mendonça Filho no dia seguinte à exibição em Gramado. No bate-papo, o diretor contou sobre o início do projeto, relação com o material de arquivo e preservação, personagens do documentário, relação com a cidade do Recife, cinemas de rua (Art Palácio, Cine Trianon e São Luiz), coincidências do roteiro, recepção do público e expectativa para o lançamento. O ator Rubens Santos, que faz uma participação no filme, e o montador Matheus Farias também falaram sobre o longa.

Aperte o play e confira:

*O CINEVITOR esteve em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Elisa Lucinda será homenageada no 30º Festival de Cinema de Vitória

por: Cinevitor
A artista capixaba receberá o Troféu Vitória em setembro

Elisa Lucinda, uma artista plural, que transita com excelência por diversos gêneros e expressões artísticas, será a Homenageada Nacional da 30ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que acontecerá entre os dias 18 e 23 de setembro.

Como parte da homenagem, a atriz receberá o Troféu Vitória e o Caderno da Homenageada, publicação inédita e biográfica, assinada pelos jornalistas Lais de Mello Rocio, Leonardo Vais e Paulo Gois Bastos, que trata da sua vida e trajetória profissional. A cerimônia acontecerá no dia 21 de setembro no Teatro Glória, no Sesc Glória: “Estou me sentindo tão importante sendo homenageada no Festival de Cinema da minha terra. Sempre quis ser um orgulho capixaba. Não adianta nada fazer sucesso no mundo inteiro sem o aplauso da mãe da gente, sem o amor da aldeia”, afirmou a artista.

Poeta, atriz, intérprete, jornalista e professora, Elisa Lucinda é natural do município de Cariacica, cidade que integra a região Metropolitana da Grande Vitória, no Espírito Santo. Na infância, aos 11 anos, começa seus estudos de declamação de poemas, arte que a poetriz exerce até hoje. Artista múltipla e intensa, emprestou seu talento a inúmeros trabalhos em 35 anos de carreira. Formou-se em jornalismo em 1982 e começou a exercer a profissão como repórter e apresentadora na TV capixaba. Mas, seus desejos a conduziram para outros caminhos quando mesmo na Ufes, a artista foi convidada para integrar um grupo de teatro e participou de várias criações coletivas em mostras universitárias. Na segunda metade da década de 1980, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, com planos de seguir a carreira artística e iniciou os estudos na CAL, Curso de Interpretação Teatral da Casa de Artes de Laranjeiras.

No cinema, seus primeiros trabalhos foram A Fábula da Bella Palomeira (1987), de Ruy Guerra; Referência (1988), curta-metragem de Ricardo Bravo, onde Elisa foi premiada como Atriz Revelação no Festival de Cinema de Brasília, em 1989; Barrela (1990), premiado longa-metragem de Marco Antonio Cury, inspirado na obra do Plínio Marcos; e A Causa Secreta (1994), de Sérgio Bianchi. Também atuou em Seja o que Deus Quiser (2002) e O Fim e os Meios (2015), de Murilo Salles; As Alegres Comadres (2003), de Leila Hipólito; Maré, Nossa História de Amor (2008), de Lucia Murat. Em 2019, interpretou Deus no premiado curta-metragem Alfazema (2019), de Sabrina Fidalgo.

Seus trabalhos mais recentes nas telonas são: O Pai da Rita (2022), de Joel Zito Araújo, e Papai é Pop (2022), de Caito Ortiz. Em 2020, recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Gramado com o filme Por que Você Não Chora?, de Cibele Amaral.

Elisa com a atriz Malu Aloise no filme Papai é Pop

Na televisão, Elisa Lucinda brilhou em Vai na Fé (2023), de Rosane Svartman. Na trama, interpretou Marlene, a matriarca da família de Sol, que ao longo da novela precisou superar os obstáculos e mudar a forma como encarava a vida. Com dezenas de atuações, participou de Kananga do Japão (1989), sua estreia na TV, na qual foi dirigida por Tizuka Yamasaki na extinta TV Manchete; Sangue do Meu Sangue (1995), remake da trama de Vicente Sesso, de 1969, no SBT; além de Araponga (1990), de Dias Gomes, Lauro César Muniz e Ferreira Gullar; Mulheres Apaixonadas (2003) e Páginas da Vida (2006), de Manoel Carlos; Insensato Coração (2011), de Gilberto Braga; Aquele Beijo (2012), de Miguel Falabella; Lado a Lado (2013), de João Ximenes Braga e Claudia Lage; e Tempo de Amar (2017), de Alcides Nogueira; todas na TV Globo. Recentemente, vive a voz da cantora Vanusa e Aparecida, mãe de Cassandra, protagonizada por Liniker, na série Manhãs de Setembro, do Prime Video.

Com 19 livros publicados, Lucinda se tornou uma das mais importantes poetas e autoras do Brasil. Entre os destaques da sua obra estão O Semelhante, Eu Te Amo e Suas Estreias, A Fúria da Beleza e Vozes Guardadas, além dos romances Fernando Pessoa: O Cavaleiro de Nada, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2015; e Quem me Leva para Passear, finalista ao Prêmio Jabuti 2022 na categoria romance de entretenimento. Também é autora da coleção infantil Amigo Oculto, pela qual ganhou o Prêmio Altamente Recomendável da FNLIJ, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Também no universo da literatura, a artista fundou, em parceria com a atriz Geovana Pires, a Casa Poema. A instituição cultural desenvolve projetos voltados para o fomento e a popularização da poesia. Com ações para todas as idades, um dos destaques é o Versos de Liberdade, projeto que ensina a palavra poética aos jovens que cumprem medidas socioeducativas, além de cursos de poesia falada para professores e profissionais de áreas diversas. Em 2021, Elisa Lucinda tomou posse na Academia Brasileira de Cultura, ocupando a cadeira de Olavo Bilac, ao lado de nomes como Zeca Pagodinho, Elza Soares, Christiane Torloni, Ana Botafogo e Carlinhos de Jesus.

Com uma carreira ativa nos palcos, Elisa está na estrada há 21 anos com o solo Parem de Falar Mal da Rotina. O espetáculo de sua autoria, que deu origem a uma publicação homônima, já percorreu todos os estados brasileiros, além de ter realizado temporadas na Holanda, Espanha, Portugal, Moçambique e Cabo Verde. Ao falar sobre os encantos da rotina, a artista segue inspirando fãs e seguidores.

Fotos: Jonathan Estrella/Divulgação.

Festival de Toronto 2023: cineasta brasileira Carolina Markowicz será homenageada

por: Cinevitor
Primeira brasileira a receber o TIFF Emerging Talent Award

A 48ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 7 e 17 de setembro, acaba de revelar novos nomes que serão homenageados com o TIFF Tribute Award; entre eles, está a cineasta brasileira Carolina Markowicz, que receberá o TIFF Emerging Talent Award.

Prestes a realizar a estreia mundial de Pedágio em Toronto, Carolina Markowicz será agraciada com uma das principais honrarias do festival. A cineasta será a primeira brasileira da história a receber o troféu na categoria Emerging Talent em uma cerimônia de gala marcada para o dia 10 de setembro

Em comunicado oficial, Markowicz disse: “É com imensa honra que recebi diretamente de Cameron Bailey a notícia incrível de que eu receberia o Emerging Talent Award neste ano no Festival de Toronto. O TIFF faz parte de minha história desde 2014, com meu segundo curta-metragem ‘Edifício Tatuapé Mahal’, passando por ‘Namoro à Distância’ e ‘O Órfão’, e depois como parte do Filmmakers Lab. Na edição de 2022, tive o orgulho de estrear meu primeiro longa, ‘Carvão’, e agora, em 2023, seguimos com ‘Pedágio’. Nesse sexto ano em que tenho a alegria de voltar a Toronto com meu segundo longa, esse prêmio me comove imensamente”.

Os outros homenageados desta edição serão: o diretor de fotografia polonês, duas vezes indicado ao Oscar, Łukasz Žal, que receberá o TIFF Variety Artisan Award; e Andy Lau, ator, cantor e produtor cinematográfico, de Hong Kong, que será honrado com o Special Tribute Award. Cameron Bailey, CEO do TIFF, disse: “Estamos entusiasmados em homenagear esses notáveis talentos. Um ícone da indústria e um artista multifacetado com uma filmografia impressionante, Lau abriu caminho para uma geração de performers. A homenageada Markowicz tem um futuro emocionante pela frente como uma das diretoras mais destemidas de sua geração e a cinematografia de Žal continua a evocar emoção em The Zone of Interest”.

Além da participação no festival canadense, considerado um termômetro dos títulos que estarão na disputa do Oscar, Pedágio também está entre os longas que serão avaliados pela comissão de seleção da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de melhor filme internacional da premiação. O longa-metragem protagonizado por Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga também integra a seleção oficial do Festival de San Sebastián, na Espanha.

Produzido pela Biônica Filmes e O Som e a Fúria, coproduzido pela Globo Filmes e Paramount Pictures e distribuído pela Paris Filmes, o novo projeto conta a história de uma atendente de pedágio que, inconformada com a orientação sexual do filho, comete delitos na tentativa de financiar uma cura para a sua “doença”. Único longa brasileiro de ficção na programação do Festival de Toronto, Pedágio retrata a opressão e violência sofrida pela população LGBTQIA+, diante das incoerências e atrocidades promovidas de forma mais explícita nos últimos anos por alguns setores da sociedade.

O filme, que a diretora descreve como “um drama permeado por humor ácido”, participou de relevantes laboratórios de apoio ao desenvolvimento audiovisual, como o Tribeca All Access, Torino Film Lab e Berlinale Coproduction Market.

Anteriormente, dois diretores consagrados foram anunciados como homenageados do festival: Pedro Almodóvar receberá o Jeff Skoll Impact Media Award, que reconhece a liderança na criação de uma união entre impacto social e cinema; e Spike Lee será honrado com o TIFF Ebert Director Award, batizado em homenagem ao lendário crítico de cinema Roger Ebert e que reconhece cineastas que exemplificaram a grandeza em suas carreiras.

Foto: Delphine Pincet.

CINEVITOR #442: Entrevista com Alice Carvalho | Cangaço Novo | 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Protagonista: Alice Carvalho em cena

Pela primeira vez em sua história, o Festival de Cinema de Gramado teve uma série como atração. A escolhida foi Cangaço Novo, original Amazon, que já está disponível no Prime Video em mais de 240 países e territórios desde o dia 18 de agosto; a estreia mundial foi na 51ª edição do evento.

Cangaço Novo é um nordestern que retrata a jornada de autoconhecimento de três irmãos e se mistura a problemas estruturais do Brasil, como o crime organizado, a corrupção e a política. Precisando desesperadamente de dinheiro para cuidar de seu pai adotivo, Ubaldo, interpretado por Allan Souza Lima, mal chega em Cratará e já se envolve com o crime organizado. Com sua irmã Dinorah, papel de Alice Carvalho, a única mulher em um bando de ladrões de banco, ele se torna um cangaceiro e líder de uma gangue do novo cangaço.

Eles dominam cidades inteiras com armas de grosso calibre causando pânico e terror. Ubaldo, inebriado com o poder e a adrenalina, acredita que pode fazer a diferença. Enquanto ele e Dinorah roubam bancos desafiando as autoridades locais, Dilvânia, vivida por Thainá Duarte, a outra irmã, mantém viva a influência de Amaro Vaqueiro, o pai biológico dos três, que é uma figura mítica na região. A questão é: qual dos irmãos será aquele que transformará a vida das pessoas ao seu redor se tornando em vida o próximo mito do sertão cearense? A mudança virá pela fé, pela política ou pela bala?

A série conta também com Hermila Guedes, Ricardo Blat, Marcélia Cartaxo, Adélio Lima, Nivaldo Nascimento, Titina Medeiros, Pedro Wagner, Rodrigo García, Múcia Teixeira, César Ferrario, Robson Medeiros, Luiz Carlos Vasconcelos, Enio Cavalcante, Joálisson Cunha, Pedro Lamin, entre outros, no elenco.

Produzida pela O2 Filmes, a obra, que conta com oito episódios, foi criada por Eduardo Melo e Mariana Bardan, tem direção de Aly Muritiba e Fábio Mendonça e roteiro de Fernando Garrido, Mariana Bardan, Eduardo Melo e Erez Milgrom. A produção executiva é de Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck, da O2 Filmes, Fábio Mendonça e Aly Muritiba.

Para falar mais sobre Cangaço Novo, conversamos com a protagonista Alice Carvalho. No bate-papo, a atriz potiguar falou da exibição em Gramado, reencontro com a equipe, entrosamento com o elenco, preparação com Fátima Toledo, filmagens no Cariri paraibano e Seridó potiguar, expectativa para o lançamento, entre outros assuntos.

Aperte o play e confira:

*O CINEVITOR esteve em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Renato Amoroso.

Mostra Quelly Internacional de Gênero e Sexualidade 2023: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Wilson Rabelo no curta Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo

A sexta edição da Quelly, Mostra Internacional de Gênero e Sexualidade, acontecerá entre os dias 23 e 26 de agosto no Teatro da Cidade, em São Luís, no Maranhão. A programação contará com 12 produções, entre curtas e longas-metragens, que alcançaram destaque pelo mundo e chegarão inéditos ao evento.

O título, presente desde a primeira edição em 2019, é uma homenagem à Quelly da Silva, que faleceu em janeiro do mesmo ano, em Campinas, São Paulo. Neste ano, a curadoria contou com George Pedrosa, cineasta e produtor cultural, e Daniel Nolasco, bacharel em cinema e audiovisual pela Universidade Federal Fluminense, com produção de Josh Baconi e Gabriel Marques; a realização é da Kasarão Filmes.

A sexta edição da Mostra Quelly também será a sua primeira internacional. A primeira mostra de filmes LGBTQIA+ do Maranhão retorna com uma roupagem nova e uma programação de filmes de diversas partes do mundo que retratam a vivência e sexualidade queer anarquista, sem conservadorismo: “O Brasil está em uma nova fase em 2023, porém, os últimos anos deixaram uma herança conservadora que afeta muitas pessoas e, surpreendentemente, as mais jovens. A seleção da primeira edição internacional da Mostra Quelly retrata visões anarquistas sobre o sistema em que estamos inseridos, mostrando a luta de pessoas LGBTQIA+ de diversas partes do mundo, que usam o cinema para retratar a sua própria contracultura e vivência política, criando e explorando os seus desejos humanos”, ressaltou o curador da Mostra.

Também como um espaço de formação, a edição contará com oficinas gratuitas e discussões ao redor do universo audiovisual. Foram convidados profissionais como o diretor, roteirista e diretor de arte Henrique Arruda com a oficina Vou pintar um arco-íris de energia: As Cores e Texturas da Direção de Arte para o Cinema Queer Contemporâneo; e a atriz Luty Barteix com a oficina Corpo e Imagem Performática.

Com o objetivo de discutir, em especial, filmes independentes e autorais, Bruno Carmelo, crítico do site Meio Amargo, também estará presente na 1ª Quelly Internacional para escrever suas impressões sobre as obras em exibição na programação, que será gratuita.

A abertura da edição terá a exibição do clássico brasileiro  A Rainha Diaba, lançado em 1973 e dirigido por Antônio Carlos da Fontoura. A história é inspirada em Madame Satã, personagem conhecida no Rio de Janeiro na primeira metade do século XX, e interpretada nas telas pelo ator Milton Gonçalves. O longa teve sua cópia restaurada e exibida recentemente no Festival de Berlim, ganhando uma nova vida em festivais pelo mundo 50 anos após o seu lançamento.

Entre as obras internacionais, está o longa-metragem Anhell69, uma coprodução entre Colômbia, Romênia, França e Alemanha. Em uma mistura de ficção e realidade, o filme dirigido por Theo Montoya retrata a vida de um diretor que entrevista diversos amigos para montar o casting de um filme que nunca será produzido, por conta do momento perigoso e sem grandes horizontes para os jovens queer na cidade colombiana de Medellín.

A inclusão também estará presente na Mostra Quelly com sessões especiais com recursos de acessibilidade para surdos e ensurdecidos (LSE). Um intérprete de libras estará presente na abertura das sessões acessíveis e durante as oficinas.

Conheça os filmes selecionados para a 6ª Mostra Quelly:

A Rainha Diaba, de Antônio Carlos da Fontoura (1974) (filme de abertura)
Anhell69, de Theo Montoya (Colômbia/Romênia/França/Alemanha)
As Inesquecíveis, de La Conga Rosa (Brasil, DF)
Blinded by Centuries, de Parinda Mai (Tailândia/EUA)
Corpo sua Autobiografia, de Cibele Appes e Renata Carvalho (Brasil, SP)
Fluidité, de La Fille Renne, Laure Giappiconi e Elisa Monteil (França)
Godasses, Parte 03, de Jamal Phoenix (Alemanha)
Mon CRS, de Marc Martin (França)
Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (Brasil, SP)
Panteras, de Breno Baptista (Brasil, CE)
Progressive Touch, de Michael Portnoy (Áustria/Holanda/EUA)
Quinze Primaveras, de Leão Neto (Brasil, CE)

Foto: Divulgação.

Lanterna Mágica – Festival Internacional de Animação abre inscrições para sua sexta edição

por: Cinevitor
Cena do curta goiano A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno: exibido na edição passada

O Lanterna Mágica – Festival Internacional de Animação, que tem o intuito de promover e difundir o mercado de animação brasileiro e mundial, realizará sua sexta edição entre os dias 8 e 12 de novembro na cidade de Goiânia, em Goiás.

O festival, que fez sua estreia no calendário mundial em 2017, atualmente é uma realização de Camila Nunes, que se destaca como uma figura influente na produção audiovisual e na educação cinematográfica; ela acredita que a animação é uma ferramenta única para transmitir mensagens complexas de maneira acessível, tornando-a uma escolha ideal para atingir as mentes jovens em formação.

Com um olhar atento para o futuro, Camila foca seus esforços em influenciar positivamente a próxima geração, por isso um dos pontos fortes do Lanterna Mágica são as trocas entre profissionais renomados da animação, com discussões e formações sobre cinema com crianças e jovens da rede pública de ensino.

As inscrições para o 6º Lanterna Mágica estão abertas até o dia 20 de setembro e os filmes inscritos, para as mostras competitivas, não competitivas e especiais, passam por uma curadoria formada por convidados que operam na área do mercado audiovisual de animação. As inscrições podem ser feitas pela plataforma FilmFreeway (clique aqui) e filmes do mundo e de todos os continentes podem participar.

As premiações são feitas a partir da escolha dos jurados e do público. A programação do festival conta também com diversas atividades paralelas, entre elas, oficinas, estudos de caso, palestras e algumas surpresas.

Foto: Divulgação.

Conheça os vencedores do 2º Muído – Festival de Cinema de Campina Grande

por: Cinevitor
Cena do curta cearense Apocalypses Repentinos, de Pedrokas 

Foram anunciados neste domingo, 20/08, os vencedores da segunda edição do Muído – Festival de Cinema de Campina Grande, mais uma janela da produção cinematográfica paraibana e nordestina, que aconteceu no Cineteatro São José.

Neste ano, a curadoria foi assinada por Amanda Ramos, Cris Lima, Juca Gonzaga e Dani Drumond. Já o time de jurados foi formado por: Veruza Guedes, Ricardo André e Fabiano Raposo; os vencedores receberam o Prêmio Faxexo.

O Muído é um festival genuinamente paraibano e que tem como um dos objetivos ser uma tela para a produção do estado, do litoral ao sertão, passando pelo Cariri, Curimataú, Brejo, Seridó, entre outros. Além dos filmes, a programação contou também com diversas atividades paralelas.

Conheça os vencedores do 2º Muído – Festival de Cinema de Campina Grande:

MELHOR FILME | MOSTRA MUNDARÉU
Apocalypses Repentinos, de Pedrokas (Fortaleza, CE)

PRÊMIO ELY MARQUES | MELHOR FILME PARAIBANO
Avôa, de Lucas Mendes (João Pessoa)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Muxima, de Juca Badaró (Lençóis, BA)

MELHOR DIREÇÃO
Pedrokas, por Apocalypses Repentinos

MELHOR ROTEIRO
Extinção, escrito por Maycon Carvalho

MELHOR ATRIZ
Maria do Carmo, por Quebra Panela

MELHOR ATOR
Chico Oliveira, por O Brilho Cega

PRÊMIO ALLAN VIDAL | MELHOR MONTAGEM
O que os Machos Querem, por Joana Maia

MELHOR FOTOGRAFIA
Sangue por Sangue, por Rodolpho de Barros

MELHOR DESENHO DE SOM
Sucata Esperança, por Glauber Lacerda

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
O Brilho Cega, por Carlos Mosca

MENÇÃO HONROSA
Céu, de Valtyennya Pires (Santa Luzia, PB)
Peixinho, de Edson Germinio (Jataúba, PE)

Foto: Divulgação.

Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane, é o grande vencedor do 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Equipe de Mussum, o Filmis na premiação: seis kikitos

Foram anunciados neste sábado, 19/08, no Palácio dos Festivais, os vencedores da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Mussum, o Filmis, do diretor estreante Silvio Guindane, foi premiado com seis kikitos, entre eles, o de melhor longa brasileiro; a cinebiografia de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, também recebeu uma Menção Honrosa.

A noite de premiação ainda consagrou outros dois longas: Tia Virgínia, de Fabio Meira, com cinco prêmios; e o cearense Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry, que levou quatro troféus; o documentário Anhangabaú, de Lufe Bollini, e o longa-metragem gaúcho Hamlet, de Zeca Brito, foram os melhores filmes em suas mostras.

Premiados como melhor atriz e melhor ator, Vera Holtz, por Tia Virgínia, e Ailton Graça, por Mussum, o Filmis, trocaram elogios no palco e foram ovacionados pelo público. Vera agradeceu aos colegas de profissão e dedicou o prêmio às suas irmãs da ficção, Arlete Salles e Louise Cardoso, e às irmãs Regina, Rosa e Teresa; além disso, recitou um poema do gaúcho Mario Quintana no palco.

Emocionado, Ailton relembrou sua infância humilde: “Essa é a primeira vez que estou recebendo um prêmio. E isso começou quando eu era criança e minha mãe perguntou para mim e para meu irmão o que queríamos ser. Eu disse carroceiro, advogado, engenheiro agrônomo, cientista, professor… e sendo ator eu posso ser tudo isso”, celebrou.

O diretor Silvio Guindane, que recebeu o Prêmio Especial do Júri em 1996 por sua atuação no filme Como Nascem os Anjos, de Murilo Salles, discursou: “O cinema me salvou. A arte salva, o cinema salva e hoje estou retornando a este festival”. Também presente na cerimônia, Mussunzinho, filho de Mussum, se emocionou com os prêmios para o filme que retrata a trajetória de seu pai.

A noite também contou com a entrega do Troféu Reverência Horst Volk para o Canal Brasil em celebração aos seus 25 anos. A honraria é um kikito de madeira esculpido pelo artista gramadense Xixo que, ao lado de Elisabeth Rosenfeld, cunharam os troféus entregues nas primeiras edições do evento. André Saddy, diretor geral do Canal Brasil, subiu ao palco para receber a homenagem: “Que honra receber este prêmio! Já falaram muito dessa relação do Canal Brasil com o Festival de Gramado. A importância é recíproca, a valorização é recíproca. Além da transmissão, cobrimos o festival e abrimos espaço para o cinema brasileiro a cada edição”.

Outro destaque da cerimônia foi a entrega do prêmio de melhor filme da IV Mostra Universitária, exibida dentro da programação do Conexões Gramado Film Market no Museu do Festival de Cinema de Gramado. Com votação interativa, que somou 6.210 votos, o curta-metragem pernambucano Cabocolino, de João Marcello, foi o grande vencedor com 2.168 votos.

Conheça os vencedores do 51º Festival de Cinema de Gramado:

LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS

Melhor Filme: Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane (RJ)
Melhor Filme | Júri da Crítica: Tia Virgínia, de Fabio Meira (RJ)
Melhor Filme | Júri Popular: Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane
Melhor Direção: Petrus Cariry, por Mais Pesado é o Céu
Melhor Ator: Ailton Graça, por Mussum, o Filmis
Melhor Atriz: Vera Holtz, por Tia Virgínia
Melhor Atriz Coadjuvante: Neusa Borges, por Mussum, o Filmis
Melhor Ator Coadjuvante: Yuri Marçal, por Mussum, o Filmis
Melhor Roteiro: Tia Virgínia, escrito por Fabio Meira
Melhor Fotografia: Mais Pesado é o Céu, por Petrus Cariry
Melhor Direção de Arte: Tia Virgínia, por Ana Mara Abreu
Melhor Montagem: Mais Pesado é o Céu, por Firmino Holanda e Petrus Cariry
Melhor Trilha Musical: Mussum, o Filmis, por Max de Castro
Melhor Desenho de Som: Tia Virgínia, por Rubem Valdés
Prêmio Especial do Júri: Ana Luiza Rios, por Mais Pesado é o Céu
Menção Honrosa: Vera Valdez, por Tia Virgínia
Menção Honrosa: Martín Macías Trujillo, por Mussum, o Filmis

LONGAS-METRAGENS GAÚCHOS | Prêmio SEDAC/IECINE

Melhor Filme: Hamlet, de Zeca Brito (Porto Alegre)
Melhor Filme | Júri Popular: Sobreviventes do Pampa, de Rogério Rodrigues (Porto Alegre)
Melhor Direção: Zeca Brito, por Hamlet
Melhor Ator: Fredericco Restori, por Hamlet
Melhor Atriz: Carol Martins, por O Acidente
Melhor Roteiro: O Acidente, escrito por Marcela Ilha Bordin e Bruno Carboni
Melhor Fotografia: Hamlet, por Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Livia Pasqual e Zeca Brito
Melhor Direção de Arte: O Acidente, por Richard Tavares
Melhor Montagem: Hamlet, por Jardel Machado Hermes
Melhor Desenho de Som: Céu Aberto, por Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz
Melhor Trilha Musical: Céu Aberto, por Rita Zart e Bruno Mad

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS
Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas (RJ)

LONGAS-METRAGENS DOCUMENTAIS
Melhor Filme: Anhangabaú, de Lufe Bollini (SP)

MOSTRA UNIVERSITÁRIA | Conexões Gramado Film Market
Melhor Filme: Cabocolino, de João Marcello (PE) (2.168 votos)

TROFÉU REVERÊNCIA HORST VOLK
Canal Brasil

*Clique aqui e confira os vencedores da mostra de curtas-metragens brasileiros

*Clique aqui e conheça os jurados do Festival de Gramado 2023

*O CINEVITOR está em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto.

Festival de Gramado 2023: conheça os curtas-metragens vencedores

por: Cinevitor
Agrael de Jesus: melhor atriz por Ela Mora Logo Ali

Os primeiros kikitos da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado começaram a ser entregues na noite desta sexta-feira, 18/08, no palco do Palácio dos Festivais. A cerimônia foi marcada pela premiação dos melhores filmes na mostra de curtas-metragens brasileiros

O curta capixaba Remendo, de Roger Ghil, levou o kikito de melhor filme. A produção Ela Mora Logo Ali, dirigida por Fabiano Barros e Rafael Rogante, de Rondônia, recebeu três prêmios: melhor filme pelo Júri Popular, melhor roteiro e melhor atriz para Agrael de Jesus

O público presente no Palácio dos Festivais ainda acompanhou a entrega de três homenagens. A produtora Lucy Barreto recebeu o Troféu Eduardo Abelin, que é uma homenagem concedida a diretores, cineastas e entidades de cinema pelo trabalho feito em benefício do cinema brasileiro: “Hoje, 18 de agosto, Luiz Carlos e eu comemoramos 69 anos de casados. Só tenho a agradecer ao festival e agradecer por estar viva, pois com 90 anos tem que agradecer todos os dias”, manifestou a homenageada. 

Recebendo o Kikito de Cristal, dedicado a expoentes do cinema internacional, a atriz Alice Braga fez um discurso emocionante: “É muito simbólico ver Lucy, Laura e Ingrid aqui nesta noite. E também por estar no Rio Grande do Sul, que foi onde minha carreira começou, quando eu tinha 14 anos, com a Casa de Cinema: vocês são fundamentais, este festival é fundamental”, disse.

O público que preencheu os assentos do Palácio dos Festivais ficou de pé quando Lucy, Alice e Ingrid Guimarães, homenageada ontem com o Troféu Cidade de Gramado, foram convidadas ao palco para entregar o Troféu Oscarito para a atriz Laura Cardoso. Pioneira na TV brasileira, com mais de 30 longas-metragens na carreira, Laura manifestou que estava sem voz para falar: “De coração, obrigada por gostarem do meu trabalho, estou emocionada e não sei mais o que falar”, disse sendo ovacionada pela plateia.

Pela primeira vez, o Festival de Gramado terá sua premiação em dose dupla. Depois dos curtas, que já foram anunciados, a noite de sábado, 19/08, revelará os vencedores das mostras de longas brasileiros, documentais e gaúchos.

Conheça os vencedores da mostra de curtas-metragens brasileiros:

Melhor Filme: Remendo, de Roger Ghil (ES)
Melhor Filme | Júri Popular: Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante (RO) 
Melhor Filme | Júri da Crítica: Camaco, de Breno Alvarenga (MG)
Prêmio Especial do Júri: Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari (RR)
Melhor Direção: Mariana Jaspe, por Deixa
Melhor Roteiro: Ela Mora Logo Ali, escrito por Fabiano Barros e Rafael Rogante
Melhor Atriz: Agrael de Jesus, por Ela Mora Logo Ali
Melhor Ator: Phillipe Coutinho, por Sabão Líquido
Melhor Fotografia: Mãri hi: A Árvore do Sonho, por Morzanel Iramari
Melhor Direção de Arte: Casa de Bonecas, por Felipe Spooka e Jacksciene Guedes
Melhor Montagem: Camaco, por Luiza Garcia
Melhor Desenho de Som: Sabão Líquido, por Kiko Ferraz
Melhor Trilha Musical: Yãmî Yah-Pá, por Mano Teko e Aquahertz
Menção Honrosa: Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (SP) 
Prêmio Canal Brasil de Curtas: Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas (RJ)

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Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto.

O Auto da Compadecida 2: começam as filmagens com Matheus Nachtergaele e Selton Mello

por: Cinevitor
A primeira foto da dupla caracterizada

A divertida amizade entre Chicó, interpretado por Selton Mello, e João Grilo, vivido por Matheus Nachtergaele, começa a ser filmada no próximo domingo, 20 de agosto. O Auto da Compadecida 2 é uma aventura que renova a já clássica adaptação da peça teatral do paraibano Ariano Suassuna, que foi dirigida para o cinema pelo pernambucano Guel Arraes e lançada no ano 2000.

Com estreia prevista para o ano que vem, o novo filme segue com Guel Arraes na direção, desta vez ao lado de Flávia Lacerda, e conta com a produção da Conspiração e da H2O Films, que também fará a distribuição. Quase 25 anos depois do estrondoso sucesso de O Auto da Compadecida, no cinema e na TV, a sequência reflete o prazer em ser brasileiro, um sentimento perdido por parte da sociedade nos últimos anos, como comenta o diretor: “Achamos interessante fazer um filme sobre amizade neste momento do Brasil”. Os diretores encontraram uma brecha durante os ensaios para gravar um vídeo especial para falar sobre a produção; clique aqui e assista.
 
Para Guel Arraes, o maior desafio da continuação foi o novo roteiro, uma história original, construída a partir de alguns personagens da peça O Auto da Compadecida. O roteiro é também assinado por João Falcão com a colaboração de Adriana Falcão e Jorge Furtado: “Não se passaram 25 anos somente na vida real, mas na própria narrativa fictícia. Mesmo que seja um filme de época, temos que falar de assuntos de hoje, assim como Ariano foi extremamente atual em 1955 ao escrever sobre a religião e a sobrevivência dos mais pobres”, disse Guel.
 
O reencontro de Chicó e João Grilo vem atualizado, com a aprovação e a bênção da família de Ariano. Como Flávia Lacerda reflete: “Nesses 25 anos, a história amadureceu, os atores amadureceram, os personagens amadureceram. Então, o público vai perceber que o novo filme tem muito mais camadas e temas”. Dessa maneira, O Auto 2 ganhou reforços de peso no elenco, como a já anunciada Taís Araujo interpretando Nossa Senhora: “A gente precisava dar uma virada no que significava a Compadecida nessa nova versão, e Taís encaixou perfeitamente”, comentou a diretora. 
 
Outras novidades são Eduardo Sterblitch no papel de Arlindo, um comerciante e radialista poderoso; Humberto Martins como Coronel Ernani; Fabiula Nascimento como Clarabela; Luis Miranda como Antônio do Amor; Juliano Cazarré como Omar; Luellem de Castro como Iracema; e Virginia Cavendish, que permanece como a icônica personagem Rosinha, e Enrique Diaz, que dará vida mais uma vez a Joaquim Brejeiro
 
As escolhas estéticas da direção também se modernizaram. Assim como a obra de Ariano é extremamente visual, a escolha dos diretores para a nova versão é levar o universo de Suassuna de forma ainda mais fabular para as telonas: “O cinema andou, a tecnologia andou, então a gente tem a possibilidade de trazer um Nordeste ainda mais encantador”, pontua Guel. A produção virtual vai recriar a cidade de Taperoá nos anos 1950, 25 anos depois da história original.

Mas a essência dos personagens e do mundo ao mesmo tempo real e farsesco criado por Ariano Suassuna permanecem intactas. Ou melhor, vão ganhar ainda mais força por causa do reencontro dessa amizade e do reencontro dos criadores do filme original tanto tempo depois, como comenta Virginia Cavendish: “As pessoas estão muito curiosas com o que aconteceu com o casal Rosinha e Chicó e acho que a história vai surpreender a todos. Na nova versão, a Rosinha virou uma mulher avançada para época”. E Selton Mello celebra: “Fazer o Chicó de novo é uma emoção gigante, que nunca imaginei reviver. Nosso time é de craques, faremos ‘O Auto 2’ à altura da grandeza do nosso filme do peito e celebrando a memória de Ariano Suassuna. O Brasil esperava e merecia este presente”.
 
Para Matheus Nachtergaele, o envelhecimento dos personagens provoca algumas mudanças em seus arquétipos, mas a trama não perde a delicadeza: “Há uma homenagem ao primeiro, muita coisa vai ser revisitada e o público quer isso, mas há novidades. Éramos trintões, jovens atores, agora somos cinquentões. No que isso vai atingir e transformar os personagens, não sei, mas alguma coisa deve acontecer. O novo roteiro é muito bonito”.

Para entrar no clima do novo filme, assista também (clique aqui) ao nosso programa especial gravado em Cabaceiras, na Paraíba, cidade que serviu de locação para O Auto da Compadecida, em 2000.

Foto: Laura Campanella.