Todos os posts de Cinevitor

Conheça os indicados ao César 2025, o Oscar francês

por: Cinevitor
Pierre Niney em O Conde de Monte Cristo: 14 indicações

A Academia de Artes e Técnicas do Cinema, Académie des Arts et Techniques du Cinéma, anunciou nesta quarta-feira, 29/01, os indicados ao prêmio César 2025, conhecido como o Oscar francês.

Neste ano, O Conde de Monte Cristo, de Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte, lidera a lista com quatorze indicações, entre elas, melhor filme e melhor ator para Pierre Niney. O drama L’Amour ouf, de Gilles Lellouche, aparece na sequência com 13 indicações; o musical Emilia Pérez, de Jacques Audiard, também se destaca com 12 indicações.

Os vencedores da 50ª edição serão anunciados no dia 28 de fevereiro, no Olympia, em Paris, em cerimônia comandada pela consagrada atriz francesa Catherine Deneuve, com participações de Jean-Pascal Zadi, Emmanuelle Béart, Ludivine Sagnier e Justine Triet. Neste ano, foram 111 indicações e 626 filmes estavam elegíveis; a Académie des Arts et Techniques du Cinéma conta com 4.951 membros.

Conheça os indicados ao César 2025:

MELHOR FILME
Emilia Pérez
En fanfare
L’histoire de Souleymane
Misericórdia
O Conde de Monte Cristo

MELHOR DIREÇÃO
Alain Guiraudie, por Misericórdia
Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte, por O Conde de Monte Cristo
Boris Lojkine, por L’histoire de Souleymane
Gilles Lellouche, por L’Amour ouf
Jacques Audiard, por Emilia Pérez

MELHOR ATRIZ
Adèle Exarchopoulos, por L’Amour ouf
Hafsia Herzi, por Borgo
Hélène Vincent, por Quand vient l’automne
Karla Sofía Gascón, por Emilia Pérez
Zoe Saldaña, por Emilia Pérez

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Anaïs Demoustier, por O Conde de Monte Cristo
Catherine Frot, por Misericórdia
Élodie Bouchez, por L’Amour ouf
Nina Meurisse, por L’histoire de Souleymane
Sarah Suco, por En fanfare

MELHOR ATOR
Benjamin Lavernhe, por En fanfare
François Civil, por L’Amour ouf
Karim Leklou, por Le Roman de Jim
Pierre Niney, por O Conde de Monte Cristo
Tahar Rahim, por Monsieur Aznavour

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Alain Chabat, por L’Amour ouf
Bastien Bouillon, por O Conde de Monte Cristo
David Ayala, por Misericórdia
Jacques Develay, por Misericórdia
Laurent Lafitte, por O Conde de Monte Cristo

REVELAÇÃO FEMININA
Maïwène Barthelemy, por Vingt dieux
Mallory Wanecque, por L’Amour ouf
Malou Khebizi, por Diamant Brut
Megan Northam, por Rabia
Souheila Yacoub, por Planète B

REVELAÇÃO MASCULINA
Abou Sangare, por L’histoire de Souleymane
Adam Bessa, por Les fantômes
Félix Kysil, por Misericórdia
Malik Frikah, por L’Amour ouf
Pierre Lottin, por En fanfare

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Borgo, escrito por Stéphane Demoustier
En fanfare, escrito por Emmanuel Courcol e Irène Muscari
L’histoire de Souleymane, escrito por Boris Lojkine e Delphine Agut
Misericórdia, escrito por Alain Guiraudie
Vingt dieux, escrito por Louise Courvoisier e Théo Abadie

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Emilia Pérez, escrito por Jacques Audiard
La Plus Précieuse Des Marchandises, escrito por Michel Hazanavicius e Jean-Claude Grumberg
O Conde de Monte Cristo, escrito por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Bye Bye Tibériade, de Lina Soualem
Dahomey, de Mati Diop
Ernest Cole: Lost and Found, de Raoul Peck
La Belle de Gaza, de Yolande Zauberman
La ferme des Bertrand, de Gilles Perret
Madame Hofmann, de Sébastien Lifshitz

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
A Semente do Fruto Sagrado, de Mohammad Rasoulof (Alemanha)
A Substância, de Coralie Fargeat (Reino Unido/França)
Anora, de Sean Baker (EUA)
O Aprendiz, de Ali Abbasi (Canadá/Dinamarca/Irlanda/EUA)
Zona de Interesse, de Jonathan Glazer (Reino Unido/Polônia/EUA)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Flow, de Gint Zilbalodis
La Plus Précieuse Des Marchandises, de Michel Hazanavicius
Sauvages, de Claude Barras

MELHOR FILME DE ESTREIA
Diamant Brut, de Agathe Riedinger
Le Royaume, de Julien Colonna
Les fantômes, de Jonathan Millet
Un p’tit truc en plus, de Artus
Vingt dieux, de Louise Courvoisier

MELHOR FOTOGRAFIA
Emilia Pérez, por Paul Guilhaume
L’Amour ouf, por Laurent Tangy
L’histoire de Souleymane, por Tristan Galand
Misericórdia, por Claire Mathon
O Conde de Monte Cristo, por Nicolas Bolduc

MELHOR MONTAGEM
Emilia Pérez, por Juliette Welfling
En fanfare, por Guerric Catala
L’Amour ouf, por Simon Jacquet
L’histoire de Souleymane, por Xavier Sirven
O Conde de Monte Cristo, por Célia Lafitedupont

MELHOR FIGURINO
Emilia Pérez, por Virginie Montel
L’Amour ouf, por Isabelle Pannetier
Monsieur Aznavour, por Isabelle Mathieu
O Conde de Monte Cristo, por Thierry Delettre
Sarah Bernhardt, La Divine, por Anaïs Romand

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Emilia Pérez, por Emmanuelle Duplay
L’Amour ouf, por Jean-Philippe Moreau
Monsieur Aznavour, por Stéphane Rozenbaum
O Conde de Monte Cristo, por Stéphane Taillasson
Sarah Bernhardt, La Divine, por Olivier Radot

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Emilia Pérez, por Camille e Clément Ducol
L’Amour ouf, por Jon Brion
La Plus Précieuse Des Marchandises, por Alexandre Desplat
O Conde de Monte Cristo, por Jérôme Rebotier
Vingt dieux, por Linda Courvoisier e Charlie Courvoisier

MELHOR SOM
Emilia Pérez, por Erwan Kerzanet, Aymeric Devoldère, Cyril Holtz e Niels Barletta
En fanfare, por Pascal Armant, Sandy Notarianni e Niels Barletta
L’Amour ouf, por Cédric Deloche, Gwennolé Le Borgne, Jon Goc e Marc Doisne
L’histoire de Souleymane, por Marc-Olivier Brullé, Pierre Bariaud, Charlotte Butrak e Samuel Aïchoun
O Conde de Monte Cristo, por David Rit, Gwennolé Le Borgne, Olivier Touche, Laure-Anne Darras, Marion Papinot, Marc Doisne e Samuel Delorme

MELHORES EFEITOS VISUAIS
A Besta, por Cédric Fayolle, Hugues Namur e Émilien Lazaron
Emilia Pérez, por Cédric Fayolle
Monsieur Aznavour, por Stéphane Dittoo
O Conde de Monte Cristo, por Olivier Cauwet

MELHOR CURTA-METRAGEM | FICÇÃO
Boucan, de Salomé Da Souza
Ce qui appartient à César, de Violette Gitton
L’homme qui ne se taisait pas, de Nebojša Slijepčević
Queen Size, de Avril Besson

MELHOR CURTA-METRAGEM | ANIMAÇÃO
Beurk!, de Loïc Espuche
Gigi, de Cynthia Calvi
Papillon, de Florence Miailhe

MELHOR CURTA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
Les Fiancées du sud, de Elena López Riera
Petit Spartacus, de Sara Ganem
Un coeur perdu et autres rêves de Beyrouth, de Maya Abdul-Malak

Foto: jrôme Prbois.

Luiza Lemmertz exibe filme na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes e reflete sobre trajetória artística

por: Cinevitor
Luiza Lemmertz: bate-papo com o público em Tiradentes

No dia seguinte à cerimônia de abertura, a programação da 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes seguiu com diversos filmes e atividades paralelas, entre elas, uma roda de conversa com o cineasta mineiro Eder Santos e a atriz Luiza Lemmertz, que exibiram na noite anterior o longa inédito Girassol Vermelho.

No programa Encontros de Cinema, realizado no sábado, 25/01, no Cine-Lounge, o público participou da Roda de Conversa com o tema Eder Santos e Luiza Lemmertz: Reflexões Sobre um Mundo Moderno da Arte. Pioneiro na fusão entre arte, cinema e tecnologia, criando obras que desafiam os limites da linguagem audiovisual, o mineiro Eder Santos é referência em videoarte no Brasil. Seu novo filme, Girassol Vermelho abriu a Mostra de Tiradentes 2025 e traz a atriz Luiza Lemmertz no elenco. Ela e Eder discutiram, neste bate-papo mediado pelo jornalista Marcelo Miranda, a experiência do novo trabalho, as imbricações entre formas e estéticas e as perspectivas do audiovisual diante das contradições entre novas tecnologias e a sensibilidade criativa.

Durante a conversa, Luiza Lemmertz, já acostumada com o meio artístico desde cedo e filha da consagrada atriz Julia Lemmertz com o produtor Álvaro Osório, relembrou sua trajetória nos palcos e sua experiência no longa O Diabo na Rua no Meio do Redemunho, de Bia Lessa, adaptação cinematográfica da renomada obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa: “Eu cheguei nos ensaios e a Bia pedia pra eu fazer masculino, o máximo de masculino que eu conseguisse.  E eu tava com os peitos cheios de leite, meu filho bebê em casa. Eu estava no máximo de feminino da minha vida, tinha acabado de ser mãe… como que eu faria isso? Eu acho que a arte tem isso”, disse Luiza, que interpretou Diadorim nos palcos e nas telonas, sob direção de Bia Lessa.

Sobre Girassol Vermelho e O Diabo na Rua no Meio do Redemunho, Luiza falou: “São filmes completamente diferentes, de naturezas e estéticas diferentes. Mas eles têm esse caráter artesanal da criação dos artistas de diversas frentes que se unem para fazer um novo cinema. E o filme da Bia também: entramos em um cubo preto, com uma trupe de teatro adentrando o cinema e invertendo as regras”.

No ano passado, na 27ª edição, O Diabo na Rua no Meio do Redemunho foi exibido na Mostra Autorias: “Interessante o filme ter passado aqui no ano passado e o tema deste ano ser Que Cinema é Esse? porque eu acho que, de fato, esses filmes levam um pouco além do que se pode fazer no cinema que não é o que a gente está acostumado a ver; que cria novos códigos, que imagina novas formas de se fazer arte como um todo”.

Luiza Lemmertz e Eder Santos no Encontros de Cinema

O cineasta Neville d’Almeida, que também participou da Roda de Conversa, enalteceu o talento de Luiza Lemmertz: “O Eder usou a Luiza como uma mulher espetacular, uma mulher fatal, sedutora, buscando dela um grande desempenho. Não se esqueçam dessa figura: tesouro escondido que vai ser revelado a partir deste ano no filme do Eder. Umas das nossas grandes atrizes e grandes estrelas, de grande sensibilidade e capacidade. Uma mulher simples, poderosa e com toda a força dramática necessária para o trabalho. Girassol Vermelho revela essa atriz”.

Sobre os elogios, Luiza comentou: “Quando o Neville fala isso, de ser descoberta e ser um tesouro escondido, é porque eu sou uma atriz originalmente do teatro. Talvez seja um pouco isso. Na minha carreira, eu fiz muito teatro e estou chegando aos poucos no audiovisual, que é outra linguagem maravilhosa de se explorar. Estou neste processo”.

Luiza, neta da atriz Lilian Lemmertz e que cresceu no teatro, nas coxias de peças como Orlando e Hamlet, já trabalhou com nomes como Zé Celso, do Teatro Oficina, em Cacilda!, Dionisíacas, entre outras. Recentemente, dividiu os palcos com a mãe no espetáculo Tempestade e também na TV, em uma participação na novela Elas por Elas. Foi dirigida por Jô Soares na peça O Libertino e aparece no longa Um Copo de Cólera, de Aluizio Abranches, ainda criança.

Sobre projetos futuros, Luiza revela: “O mais legal da vida é você fazer as coisas mais diferentes. Uma femme fatale no filme do Eder, Diadorim no filme da Bia… Esse ano eu vou filmar um longa em Porto Alegre [ao lado de sua mãe]. Estou feliz que é um projeto em Minas, um em São Paulo, outro no Rio Grande do Sul. Quero filmar pelo Brasil inteiro. E tem projeto de teatro para fazer também”, finalizou.

A 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes segue até 1º de fevereiro com 140 filmes brasileiros: 43 longas, 1 média e 96 curtas-metragens, vindos de 21 estados. Os títulos serão exibidos, com programação gratuita, em 62 sessões divididas em vários recortes, além de debates, encontros e rodas de conversa.

*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Jackson Romanelli/Universo Produção.

Antonio Pitanga exibe Malês na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor
Rocco Pitanga, Samira Carvalho, Antonio Pitanga e Mariana Queen Nwabasili na praça

Depois de passar pelo Festival do Rio e pela Mostra de São Paulo, o longa Malês, dirigido por Antonio Pitanga, foi exibido na 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes no sábado, 25/01, no Cine Petrobras na Praça.

Rodado em Cachoeira e Salvador, na Bahia, e em Maricá, no Rio de Janeiro, o filme mostra as difíceis condições de vida de homens e mulheres negros na Bahia do século XIX, no combate ao racismo extremo, à pobreza e à intolerância religiosa. O filme conta com Rocco e Camila Pitanga no elenco, além de Bukassa Kabengele, Samira Carvalho, Rodrigo de Odé, Heraldo de Deus, Wilson Rabelo, Edvana Carvalho, Indira Nascimento, Thiago Justino e Patricia Pillar, além do diretor. O roteiro é assinado por Manuela Dias e a direção de fotografia é de Pedro Farkas.

Malês, que marca o retorno de Antonio Pitanga à direção 46 anos depois de seu primeiro filme, Na Boca do Mundo, lançado em 1978, é baseado em fatos históricos e retrata a Revolta dos Malês, o maior levante organizado por pessoas escravizadas da história do Brasil. A insurreição mobilizou a população negra, escravizada e liberta pelas ruas de Salvador contra a escravidão, em 1835. Encabeçada por africanos muçulmanos, chamados de malês, a rebelião aconteceu no final do Ramadã, celebrado em janeiro pelo Islã. Após o fracasso da revolta, os manifestantes foram duramente punidos e a repressão contra os negros no Brasil aumentou.

No longa, Antonio Pitanga interpreta Pacífico Licutan, um dos líderes do levante que reforçava a importância da participação de diferentes tribos e religiões para o sucesso da revolta e o fim da escravidão. O filme também apresenta outros nomes reais envolvidos na rebelião, como Ahuna, Manoel Calafate, Vitório Sule e Luís Sanim, além de personagens fictícios que retratam dramas reais.

Antonio Pitanga em cena: ator e diretor

A sessão na Mostra de Tiradentes abriu a programação do Cine Petrobras na Praça e contou com a presença de Raquel Hallak, CEO da Universo Produção, que prestou uma homenagem para a Petrobras, que em 2025 celebra os 30 anos da retomada do cinema brasileiro. Milton Bittencourt, gerente de Patrocínio Cultural da Petrobras, subiu ao palco para agradecer e firmar a parceria com o evento.

Depois disso, Antonio Pitanga, ao lado do filho e ator Rocco Pitanga, da atriz Samira Carvalho e do produtor Flávio R. Tambellini, apresentou o filme e foi ovacionado pelo público; a deputada federal Benedita da Silva, casada com Pitanga, também estava na plateia: “Importante trazer Malês neste momento em que a Petrobras está de volta… na praça, que é do povo! Eu sou filho de Tiradentes, filho desse movimento. Malês tinha que estar nesta praça para mostrar para o povo essa história”, disse o diretor, que foi homenageado na 23ª edição do evento, em 2020, ao lado da filha, a atriz Camila Pitanga.

Sobre a trajetória do filme, Pitanga disse: “As universidades americanas estão exibindo Malês. Estamos indo agora para a África, em Burkina Faso. Todo mundo quer conhecer essa história”. E continuou: “Agradeço à população de Tiradentes por nos receber mais uma vez. Esse senhor de 85 anos, já em véspera de 86, está como uma criança. Com esse filme, quero desvendar e trazer a história que a história não conta, que estava guardada a sete chaves, debaixo do tapete. A história deste país. Nesta noite, vocês verão negros escravizados e sequestrados”.

Depois da sessão de Malês na praça, aconteceu um bate-papo com o público e equipe, que foi mediado pela curadora Mariana Queen Nwabasili.

*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Vantoen Pereira Jr./Helena Leão/Universo Produção.

Satellite Awards 2024: conheça os vencedores; Fernanda Torres é premiada

por: Cinevitor
Brasileira premiada: Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui, de Walter Salles

Foram anunciados neste sábado, 25/01, em Los Angeles, os vencedores do Satellite Awards, prêmio realizado pela International Press Academy, que elege os melhores da indústria do entretenimento em diversas categorias.

Neste ano, em sua 29ª edição, a brasileira Fernanda Torres foi premiada na categoria de melhor atriz em drama por Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza do ano passado, o longa, inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, é estrelado também por Selton Mello e Fernanda Montenegro; a obra também estava indicada como melhor filme internacional, mas, infelizmente, não foi premiada.

O Brutalista, de Brady Corbet, que liderava a lista com dez indicações, levou três prêmios, entre eles, melhor filme. Nas categorias televisivas, Ripley, Disclaimer, Pinguim, Hacks, Xógum: A Gloriosa Saga do Japão, entre outros, também se destacaram.

Come de costume, grandes nomes da indústria do entretenimento foram homenageados: o ator James Woods, indicado ao Oscar por Salvador: O Martírio de um Povo e Fantasmas do Passado, foi homenageado com o Mary Pickford Award; o engenheiro de som Simon Hayes, vencedor do Oscar por Os Miseráveis, recebeu o Tesla Award; o cineasta espanhol F. Javier Gutiérrez, de La Espera, foi honrado com o Auteur Award; o musical Wicked recebeu o Make-Up Award e Twilight of the Warriors: Walled In recebeu o Stunt Award; o cineasta mexicano Alejandro Monteverde, de Som da Liberdade e Cabrini, foi homenageado com o Humanitarian Award; e Radha Mitchell, atriz australiana, recebeu o Honorary Satellite Award

Fundada em 1996, a International Press Academy é uma associação de mídia de entretenimento com membros votantes do mundo todo que atuam em jornais, TV, rádio, blogs e novas plataformas de mais de vinte países. Com a intenção de honrar as excelências artísticas dos filmes, seriados, rádio e novas mídias, a IPA criou o Satellite Awards, antes conhecido como The Golden Satellite Awards. As indicações são derivadas de exibições antecipadas em festivais de cinema em todo o mundo, bem como triagens de considerações enviadas a jornalistas.

Atualmente, um dos principais objetivos da premiação é celebrar novos trabalhos de realizadores independentes estabelecidos e em desenvolvimento, dando-lhes acesso a um público maior no mundo todo. 

Conheça os vencedores nas categorias de cinema do 29º Satellite Awards:

MELHOR FILME | DRAMA
O Brutalista, de Brady Corbet

MELHOR FILME | COMÉDIA OU MUSICAL
Anora, de Sean Baker

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Waves (Vlny), de Jirí Mádl (República Tcheca)

MELHOR ANIMAÇÃO
Wallace & Gromit: Avengança, de Merlin Crossingham e Nick Park

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Super/Man: A História de Christopher Reeve, de Ian Bonhôte e Peter Ettedgui

MELHOR DIREÇÃO
Brady Corbet, por O Brutalista

MELHOR ATRIZ | DRAMA
Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui

MELHOR ATOR | DRAMA
Colman Domingo, por Sing Sing

MELHOR ATRIZ | COMÉDIA OU MUSICAL
Demi Moore, por A Substância

MELHOR ATOR | COMÉDIA OU MUSICAL
Keith Kupferer, por Ghostlight

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Ariana Grande, por Wicked

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Guy Pearce, por O Brutalista

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
A Verdadeira Dor, escrito por Jesse Eisenberg

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Nickel Boys, escrito por RaMell Ross e Joslyn Barnes

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Gladiador 2, por Arthur Max, Jille Azis e Elli Griff

MELHOR FOTOGRAFIA
Duna: Parte 2, por Greig Fraser

MELHOR FIGURINO
Wicked, por Paul Tazewell

MELHOR EDIÇÃO
Duna: Parte 2, por Joe Walker

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Emilia Pérez, por Clément Ducol e Camille

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Mi Camino, por Clement Ducol e Camille (Emilia Pérez)

MELHOR SOM | EDIÇÃO E MIXAGEM
Wicked, por Nancy Nugent Title, John Marquis, Andy Nelson e Simon Hayes

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Gladiador 2, por Mark Bakowski, Pietro Ponti, Nikki Penny e Neil Corbould

MELHOR ELENCO | FILME
Nosferatu

MELHOR ELENCO | SÉRIE
Feud: Capote vs. The Swans

Foto: Alile Dara Onawale.

Bruna Linzmeyer é homenageada na abertura da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor
Homenageada de 2025 com o Troféu Barroco

Entre apresentações artísticas e discursos potentes, a cerimônia de abertura da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes também foi marcada por um momento emocionante: a homenagem para a atriz catarinense Bruna Linzmeyer, um dos nomes mais representativos de sua geração.

Com uma carreira marcada pela coragem e versatilidade, Bruna transita entre o cinema independente e produções televisivas de grande alcance. A homenagem celebra não apenas sua trajetória como atriz, mas também o engajamento com um cinema inventivo, poético e provocador. Sendo assim, a Mostra vai promover um recorte de títulos com a atriz para ser exibido ao longo do evento; os filmes são: o recente e premiado Baby, de Marcelo Caetano; A Frente Fria que a Chuva Traz, de Neville d’Almeida; Cidade; Campo, de Juliana Rojas; o sexto episódio da série Notícia Populares, de Marcelo Caetano; Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui, de Eri Sarmet; Se Eu to Aqui é por Mistério, de Clari Ribeiro; Medusa, de Anita Rocha da Silveira; O Filme da Minha Vida, de Selton Mello; O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues; e Alfazema, de Sabrina Fidalgo.

Ovacionada pelo público presente no Cine-Tenda, a homenageada subiu ao palco ao lado dos pais Gerson Linzmeyer e Rosilete dos Santos Linzmeyer, que entregaram o Troféu Barroco para a filha; além de receber o carinho de alguns colegas e amigos com quem já trabalhou, entre eles, Marcelo Caetano, Neville d’Almeida e Clari Ribeiro.

Emocionados, os pais de Bruna discursaram: “Participamos da vida dela e sabemos que não foi tão fácil assim. Você vê as novelas e os filmes e parece tudo muito simples, mas ela se dedica muito. Parabéns, filha! Te amo!”, disse Gerson. Rosilete completou: “Ela é um exemplo e é meu orgulho. Eu sei o começo, meio e tudo que ela passou para estar aqui hoje. Te amo muito!”, disse a mãe.

Depois desse momento familiar, Bruna começou seu discurso: “Eu tô muito feliz e emocionada de estar aqui. Peço licença para pisar nesse palco. Eu já vi muita gente incrível subir aqui. Eu honro essa linha do tempo”. E continuou: “Eu recebo essa celebração como um alimento, como um afago e com carinho para continuar seguindo as minhas escolhas. Para ter fé nas minhas esquisitices e seguir esse caminho. Eu já estive aqui com filmes meus, vim de rolé com minhas amigas só para ver filmes. É um festival que me provoca, que mexe com meu olhar, com a maneira como eu olho para o nosso país e para o nosso cinema. Um olhar inventivo, esquisito também. De filmes que muitas vezes a gente só vê aqui. É um imenso privilégio e uma honra muito grande receber essa homenagem aqui”.

Bruna, seus pais e Joelma Gonzaga, da Secretaria do Audiovisual

Bruna seguiu com seu discurso: “Que bonito receber a primeira homenagem da minha carreira em uma cidade do interior, talvez tão pequena quanto a cidade do interior de onde a gente veio. Se chama Corupá e fica no interior de Santa Catarina”. E completou: “Eu nunca imaginei viver tudo que eu vivo hoje e estar aqui. Eu nunca sonhei em ser atriz, eu nunca sonhei sem ser artista. É muito louco sonhar isso quando vem de uma cidade muito pequena. E por mais que seja muito difícil e muito frustrante estar longe dos grandes centros, de algum jeito eu agradeci muito por ter crescido no interior porque isso formou o meu olhar para o mundo e formou a maneira como eu lido com as pessoas, com meu jeito de sonhar e desejar as coisas”.

A homenageada também refletiu sobre sua profissão: “O ofício do ator e da atriz demanda curiosidade e pesquisa, que demanda interesse pelo mundo e pelas pessoas. Pelo jeito que as pessoas se mexem, pelo jeito que as pessoas se emocionam, pelo jeito que elas escondem as emoções. Mas em algum lugar sempre vaza o que está dentro da gente. Ser atriz requer um olhar atento para mim mesma, para o que eu carrego com o meu corpo e para o que eu possa oferecer com ele. É um trabalho de uma vida inteira, é um olhar pro mundo”.

E finalizou: “Queria agradecer todos vocês e todas as pessoas que atravessaram a minha trajetória e que me deram oportunidade de fazer uma das coisas mais bonitas que eu sei fazer: que é construir personagens e contar histórias. Muito obrigada!”.

A 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes segue até 1º de fevereiro com 140 filmes brasileiros: 43 longas, 1 média e 96 curtas-metragens, vindos de 21 estados. Os títulos serão exibidos, com programação gratuita, em 62 sessões divididas em vários recortes, além de debates, encontros e rodas de conversa.

*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Leo Lara/Universo Produção.

28ª Mostra de Cinema de Tiradentes começa com performance audiovisual, homenagem e filme inédito

por: Cinevitor
Werymehe Pataxoop, Célia Xakriabá e Eda Costa na abertura da Mostra Tiradentes 2025

A abertura da 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes aconteceu nesta sexta-feira, 24/01, no Cine-Tenda, no Centro Histórico, com apresentações artísticas exaltando os povos originários brasileiros e a defesa do meio ambiente

Com participação de Célia Xakriabá, primeira deputada federal indígena eleita por Minas Gerais, e outros artistas, a cerimônia destacou a temática deste ano Que Cinema é Esse? e contou com discursos potentes: “Nós precisamos descolonizar o cinema porque muitas mentes estão doentes. Hoje nós estamos reflorestando o cinema de Tiradentes. Mulher no poder, floresta de pé. Parem de destruir as nossas florestas. Salve a Serra de São José! Nós estamos aqui hoje para dizer: Que Cinema é Esse?. Nós somos o povo que insiste na luta. Essas telas não serão mais transparentes. Vamos ajudar a transformar o cinema em telas verdes. Vamos aprender e fazer com que o cinema também seja floresta”, disse Xakriabá em apresentação no palco.

A cerimônia contou também com participação de renomados artistas, como Eda Costa, Johnny Herno, Manu Dias, Rodrigo Negão e Sérgio Pererê, que trouxeram elementos visuais e sonoros para ilustrar e transmitir, por sons, imagens e letras, a ideia de um cinema brasileiro singular e inventivo, como é característica da produção exibida em Tiradentes. A trilha sonora foi conduzida ao vivo pela DJ Fê Linz, com projeções assinadas pelo VJ Lucih e figurinos desenvolvidos pela estilista Virgínia Barros. A apresentação foi de Grazi Medrado e David Maurity.

A noite ainda foi marcada pelo emocionante discurso da coordenadora geral da Mostra, Raquel Hallak, que subiu ao palco ao lado de Quintino Vargas Neto e Fernanda Hallak d’Angelo: “Começa hoje a nossa viagem de luzes que revela na tela quem nós somos. Vamos juntos desbravar os territórios da arte e da vida. Vamos nos inspirar na nossa homenageada [Bruna Linzmeyer], que é uma mulher jovem, artista de coragem e de muito talento. Vamos descobrir os caminhos que nos revelam novas perspectivas de Brasil e de mundo. Vamos conhecer o cinema brasileiro, que é rico, plural e audacioso que nos conduz para um lugar que a imaginação não tem limite”.

E reforçou o protagonismo da Mostra como espaço de encontros e fomento ao cinema contemporâneo: “Mais que uma mostra de cinema e um espaço de encontros e afetos, a Mostra Tiradentes é um ponto de convergência entre sonhos e realidade, entre o imaginário e o visceral, entre a soma de todos os tempos que faz do cinema brasileiro contemporâneo um retrato autêntico de país”.

Rocco Pitanga, Raquel Hallak, Antonio Pitanga e Benedita da Silva na abertura

Ainda em seu discurso, citou Guimarães Rosa e refletiu: “O cinema, assim como o sertão, é vasto e infinito. É de quem se permite viajar por ele, de quem se entrega ao seu poder de revelação e transformação. Cada filme é um pedaço deste mundo”. Raquel também abordou a pauta regulatória das plataformas de conteúdo digital, as plataformas de streaming: “Não dá mais para adiar essa conquista. Acreditamos que o marco regulatório, bem estruturado e adequado, vai equilibrar interesses comerciais com responsabilidade e transparência”.

Outro momento importante do discurso de Hallak foi sobre a realização do evento, as dificuldades e sua importância: “Somos uma mostra de cinema que celebra, em 2025, 28 anos de existência. E o percurso para chegar até aqui ainda é complexo e desafiador. Dependemos de patrocínio e parcerias. Dependemos de lideranças. A programação é toda gratuita, não vendemos ingressos, não vendemos estandes, não vendemos espaços publicitários. E todo ano começa a saga e nunca se sabe qual será o resultado… se será possível esse encontro anual. E é inacreditável se pensarmos que já são quase três décadas de realização. Se pensarmos o quanto essa Mostra é necessária para o fazer cinematográfico. Se pensarmos que ela foi precursora da descoberta da vocação turística de Tiradentes e projetou essa cidade mundo afora, atraiu investimentos e impulsionou outras iniciativas na cidade. Se pensarmos que ela representa uma referência histórica na valorização da diversidade artística e na renovação da linguagem do cinema brasileiro nos últimos 28 anos”.

E seguiu: “A Mostra é incubadora de novos protagonistas que ocupam e reinventam as telas com cineastas indígenas, periféricos e emergentes das cinco regiões do país. A Mostra de Tiradentes consolidou-se como o maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão”.

Emocionada, Hallak finalizou o discurso: “Se estamos aqui reunidos, em nome do cinema brasileiro, é porque existe uma força e um propósito que nos une. Equipes que se dedicam incansavelmente, lideranças políticas e empresariais que abrem portas pra gente se apresentar. Patrocinadores e parceiros que têm compromisso com a cultura brasileira e que viabilizam essa edição”.

Dois atos simbólicos também marcaram a abertura oficial da Mostra. O primeiro foi a assinatura de um termo de cooperação para a realização do programa Cinema sem Fronteiras, firmada pelo procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Dr. Jarbas Soares Júnior, representado no evento pelo Dr. Hugo Barros de Moura Lima, e a presença de diversas autoridades, como o prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, o prefeito de Tiradentes, José Antônio do Nascimento, e a secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras.

Chico Diaz e Luiza Lemmertz em Girassol Vermelho: filme de abertura

A secretária do Audiovisual Joelma Gonzaga também esteve presente e abriu oficialmente o calendário audiovisual brasileiro, celebrando as conquistas do setor. Em seu discurso, destacou as indicações ao Oscar de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, e reforçou a visibilidade e relevância internacional que o filme vem firmando para o país diante do mundo. Tanto Joelma quanto Raquel Hallak reivindicaram a urgência de regulamentar as plataformas de streaming, uma das bandeiras do setor para 2025, com o propósito de garantir práticas justas e sustentáveis para fortalecer o ecossistema audiovisual.

Depois disso, o público se emocionou com a entrega do Troféu Barroco para a grande homenageada desta 28ª edição: Bruna Linzmeyer, que recebeu a honraria das mãos dos pais, Gerson Linzmeyer e Rosilete dos Santos Linzmeyer. Clique aqui e leia mais.

Fechando a noite de abertura, foi exibido, em pré-estreia, o longa-metragem Girassol Vermelho, dirigido por Eder Santos e codireção de Thiago Villas Boas. O filme mineiro tem no elenco Daniel de Oliveira, Chico Diaz e Luiza Lemmertz, que também marcaram presença. Inspirado no escritor Murilo Rubião, o longa segue a jornada de Romeu, um homem que deixa seu passado  e parte numa busca pela liberdade. Ele chega a uma estranha cidade onde um sistema opressor que não permite questionamentos o arrasta a uma sequência de interrogatórios e torturas.

No palco, o diretor Eder Santos discursou ao lado de sua equipe: “As pessoas que estão aqui são super generosas e acreditaram nesse trabalho. Filmamos em 2017 e tá saindo hoje, oito anos depois. É a nossa estreia e tá todo mundo curioso para assistir”.

A 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes segue até 1º de fevereiro com 140 filmes brasileiros: 43 longas, 1 média e 96 curtas-metragens, vindos de 21 estados. Os títulos serão exibidos, com programação gratuita, em 62 sessões divididas em vários recortes, além de debates, encontros e rodas de conversa.

*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Leo Lara/Leo Fontes/Universo Produção/Divulgação.

Oscar 2025: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, é indicado em três categorias; Fernanda Torres está na disputa

por: Cinevitor
Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui: indicada a melhor atriz

Foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 23/01, os indicados ao Oscar 2025. O anúncio, transmitido ao vivo, foi apresentado pelos atores e comediantes Bowen Yang e Rachel Sennott no Samuel Goldwyn Theater; e contou também com a participação de Janet Yang, presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, e Bill Kramer, CEO da AMPAS.

Dirigido por Jacques Audiard, o francês Emilia Pérez lidera a lista com 13 indicações, entre elas, a de melhor atriz para Karla Sofía Gascón, sendo a primeira mulher transgênero na história a ser indicada nesta categoria. Na sequência, O Brutalista e Wicked se destacam com dez indicações cada.

Neste ano, o Brasil se destaca com três indicações para Ainda Estou Aqui, de Walter Salles: melhor filme, sendo o primeiro longa brasileiro a ser indicado nesta categoria; melhor atriz para Fernanda Torres, a segunda brasileira indicada a este prêmio (a primeira foi sua mãe, Fernanda Montenegro, por Central do Brasil, em 1999); e melhor filme internacional.

Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza deste ano e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, com participação especial de Fernanda Montenegro, o filme é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O livro e o filme abraçam o ponto de vista daqueles que sofrem uma perda em um regime de exceção, mas não se dobram; o roteiro é de Murilo Hauser, de A Vida Invisível, e Heitor Lorega.

A sinopse diz: Rio de Janeiro, início dos anos 70. O país enfrenta o endurecimento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: Rubens, Eunice e seus cinco filhos. Vivem na frente da praia, numa casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice , cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas, é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos.

O longa, que já alcançou mais de três milhões de espectadores nos cinemas, promove o reencontro entre Fernanda Torres e Walter Salles depois de Terra Estrangeira e O Primeiro Dia. Na última parte do filme, Eunice é interpretada por Fernanda Montenegro, que volta a trabalhar com Walter Salles depois do consagrado Central do Brasil.

O elenco principal reúne nomes como Valentina Herszage, Luiza Kosovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira e Cora Ramalho, como os filhos na primeira fase do filme; e Olivia Torres, Antonio Saboia, Marjorie Estiano, Maria Manoella e Gabriela Carneiro da Cunha integram a família no segundo momento. E mais: Guilherme Silveira, Pri Helena, Humberto Carrão, Maeve Jinkings, Dan Stulbach, Camila Márdila, Luiz Bertazzo, Lourinelson Vladmir, Thelmo Fernandes, Carla Ribas, Daniel Dantas, Charles Fricks, Helena Albergaria, Marcelo Varzea, Caio Horowicz, Maitê Padilha, Luana Nastas, Isadora Gupert, Alexandre Mello, Augusto Trainotti, Alan Rocha e Daniel Pereira.

Vale lembrar que, até então, a última vez que o cinema brasileiro concorreu na categoria de melhor filme internacional foi em 1999, com Central do Brasil, também de Walter Salles e com Fernanda Montenegro; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os semifinalistas na shortlist.

A 97ª edição do Oscar acontecerá no dia 2 de março no Dolby Theatre, em Hollywood. O apresentador da cerimônia será Conan O’Brien, que assume a função pela primeira vez.

Confira a lista completa com os indicados ao Oscar 2025:

MELHOR FILME
A Substância
Ainda Estou Aqui
Anora
Conclave
Duna: Parte 2
Emilia Pérez
Nickel Boys
O Brutalista
Um Completo Desconhecido
Wicked

MELHOR DIREÇÃO
Brady Corbet, por O Brutalista
Coralie Fargeat, por A Substância
Jacques Audiard, por Emilia Pérez
James Mangold, por Um Completo Desconhecido
Sean Baker, por Anora

MELHOR ATRIZ
Cynthia Erivo, por Wicked
Demi Moore, por A Substância
Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui
Karla Sofía Gascón, por Emilia Pérez
Mikey Madison, por Anora

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Ariana Grande, por Wicked
Felicity Jones, por O Brutalista
Isabella Rossellini, por Conclave
Monica Barbaro, por Um Completo Desconhecido
Zoe Saldaña, por Emilia Pérez

MELHOR ATOR
Adrien Brody, por O Brutalista
Colman Domingo, por Sing Sing
Ralph Fiennes, por Conclave
Sebastian Stan, por O Aprendiz
Timothée Chalamet, por Um Completo Desconhecido

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Edward Norton, por Um Completo Desconhecido
Guy Pearce, por O Brutalista
Jeremy Strong, por O Aprendiz
Kieran Culkin, por A Verdadeira Dor
Yura Borisov, por Anora

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
A Substância, escrito por Coralie Fargeat
A Verdadeira Dor, escrito por Jesse Eisenberg
Anora, escrito por Sean Baker
O Brutalista, escrito por Brady Corbet e Mona Fastvold
Setembro 5, escrito por Moritz Binder, Tim Fehlbaum e Alex David

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Conclave, escrito por Peter Straughan
Emilia Pérez, escrito por Jacques Audiard
Nickel Boys, escrito por RaMell Ross e Joslyn Barnes
Sing Sing, escrito por Greg Kwedar e Clint Bentley
Um Completo Desconhecido, escrito por James Mangold e Jay Cocks

MELHOR FILME INTERNACIONAL
A Garota da Agulha, de Magnus von Horn (Dinamarca)
A Semente do Fruto Sagrado, de Mohammad Rasoulof (Alemanha)
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil)
Emilia Pérez, de Jacques Audiard (França)
Flow, de Gints Zilbalodis (Letônia)

MELHOR ANIMAÇÃO
Divertida Mente 2, de Kelsey Mann
Flow, de Gints Zilbalodis
Memórias de um Caracol, de Adam Elliot
Robô Selvagem, de Chris Sanders
Wallace & Gromit: Avengança, de Merlin Crossingham e Nick Park

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Black Box Diaries, de Shiori Itô
No Other Land, de Yuval Abraham, Basel Adra, Rachel Szor e Hamdan Ballal
Porcelain War, de Brendan Bellomo e Slava Leontyev
Sugarcane, de Emily Kassie e Julian Brave NoiseCat
Trilha Sonora para um Golpe de Estado, de Johan Grimonprez

MELHOR FOTOGRAFIA
Duna: Parte 2, por Greig Fraser
Emilia Pérez, por Paul Guilhaume
Maria Callas, por Edward Lachman
Nosferatu, por Jarin Blaschke
O Brutalista, por Lol Crawley

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Conclave, por Suzie Davies e Cynthia Sleiter
Duna: Parte 2, por Patrice Vermette e Shane Vieau
Nosferatu, por Craig Lathrop e Beatrice Brentnerova
O Brutalista, por Judy Becker e Patricia Cuccia
Wicked, por Nathan Crowley e Lee Sandales

MELHOR FIGURINO
Conclave, por Lisy Christl
Gladiador 2, por Janty Yates e Dave Crossman
Nosferatu, por Linda Muir
Um Completo Desconhecido, por Arianne Phillips 
Wicked, por Paul Tazewell

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO
A Substância, por Pierre-Olivier Persin, Stéphanie Guillon e Marilyne Scarselli
Emilia Pérez, por Julia Floch Carbonel, Emmanuel Janvier e Jean-Christophe Spadaccini
Nosferatu, por David White, Traci Loader e Suzanne Stokes-Munton
Um Homem Diferente, por Mike Marino, David Presto e Crystal Jurado
Wicked, por Frances Hannon, Laura Blount e Sarah Nuth

MELHOR EDIÇÃO
Anora, por Sean Baker
Conclave, por Nick Emerson
Emilia Pérez, por Juliette Welfling 
O Brutalista, por David Jancso
Wicked, por Myron Kerstein

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Conclave, por Volker Bertelmann
Emilia Pérez, por Clément Ducol e Camille
O Brutalista, por Daniel Blumberg
Robô Selvagem, por Kris Bowers
Wicked, por John Powell e Stephen Schwartz 

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
El Mal, por Clément Ducol, Camille e Jacques Audiard (Emilia Pérez)
Like A Bird, por Abraham Alexander e Adrian Quesada (Sing Sing)
Mi Camino, por Clément Ducol e Camille (Emilia Pérez)
Never Too Late, por Elton John, Brandi Carlile, Andrew Watt e Bernie Taupin (Elton John: Never Too Late)
The Journey, por Diane Warren (Batalhão 6888)

MELHOR SOM
Duna: Parte 2, por Gareth John, Richard King, Ron Bartlett e Doug Hemphill
Emilia Pérez, por Erwan Kerzanet, Aymeric Devoldère, Maxence Dussère, Cyril Holtz e Niels Barletta
Robô Selvagem, por Randy Thom, Brian Chumney, Gary A. Rizzo e Leff Lefferts
Um Completo Desconhecido, por Tod A. Maitland, Donald Sylvester, Ted Caplan, Paul Massey e David Giammarco
Wicked, por Simon Hayes, Nancy Nugent Title, Jack Dolman, Andy Nelson e John Marquis

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Alien: Romulus, por Eric Barba, Nelson Sepulveda-Fauser, Daniel Macarin e Shane Mahan
Better Man: A História de Robbie Williams, por Luke Millar, David Clayton, Keith Herft e Peter Stubbs
Duna: Parte 2, por Paul Lambert, Stephen James, Rhys Salcombe e Gerd Nefzer
Planeta dos Macacos: O Reinado, por Erik Winquist, Stephen Unterfranz, Paul Story e Rodney Burke
Wicked, por Pablo Helman, Jonathan Fawkner, David Shirk e Paul Corbould

MELHOR CURTA-METRAGEM | FICÇÃO
A Lien, de David Cutler-Kreutz e Sam Cutler-Kreutz
Anuja, de Adam J. Graves
I’m Not a Robot, de Victoria Warmerdam
The Last Ranger, de Cindy Lee
The Man Who Could Not Remain Silent, de Nebojsa Slijepcevic

MELHOR CURTA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
A Única Mulher na Orquestra, de Molly O’Brien
Death by Numbers, de Kim A. Snyder
I Am Ready, Warden, de Smriti Mundhra
Incident, de Bill Morrison
Instruments of a Beating Heart, de Ema Ryan Yamazaki

MELHOR CURTA-METRAGEM | ANIMAÇÃO
Beautiful Men, de Nicolas Keppens
In the Shadow of the Cypress, de Hossein Molayemi e Shirin Sohani
Magic Candies, de Daisuke Nishio
Wander to Wonder, de Nina Gantz
Yuck!, de Loïc Espuche

Foto: Divulgação/Sony Pictures Classics/VideoFilmes.

Conclave

por: Cinevitor

Direção: Edward Berger

Elenco: Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow, Isabella Rossellini, Carlos Diehz, Jacek Koman, Lucian Msamati, Bruno Novelli, Thomas Loibl, Brían F. O’Byrne, Rony Kramer, Sergio Castellitto, Valerio Da Silva, Joseph Mydell, Vincenzo Failla, Garrick Hagon, Merab Ninidze, Madhav Sharma, Loris Loddi, Roberto Citran, Antonio Toma, Balkissa Souley Maiga, Romuald Andrzej Klos, Willie Jonah.

Ano: 2024

Sinopse: O Cardeal Lawrence é encarregado de coordenar o processo da escolha de um novo Papa após a morte inesperada do antigo sumo pontífice. É aí que se inicia um jogo de poder entre grandes nomes da Igreja Católica, fazendo com que o protagonista deste secreto processo descubra segredos e conspirações. Adaptação da obra literária homônima de Robert Harris.

Nota do CINEVITOR:

Conheça os indicados ao 45º Framboesa de Ouro, prêmio que elege os piores do cinema

por: Cinevitor
Lady Gaga e Joaquin Phoenix: indicados por Coringa: Delírio a Dois

Foram anunciados nesta quarta-feira, 22/01, os indicados ao 45º Framboesa de Ouro, prêmio criado pelo publicitário John Wilson, que elege os piores da sétima arte, conhecido também como uma sátira ao Oscar.

Neste ano, Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo, Coringa: Delírio a Dois, Madame Teia, Megalópolis e Reagan lideram a lista com seis indicações cada; A Batalha do Biscoito Pop-Tart aparece na sequência em quatro categorias.

O comunicado oficial da premiação diz: “Neste mundo novo e desconhecido onde o ruim é bom, o burro é inteligente e a crítica é terminantemente proibida, os Razzies estão de pé (ou sentados) prontos para a briga”.

Os votantes do já tradicional prêmio somam 1.202 membros, entre cinéfilos, críticos de cinema e jornalistas, de 49 estados americanos e mais algumas pessoas de países estrangeiros, que votaram no primeiro turno e escolheram os cinco principais candidatos em cada categoria. Os piores do cinema serão anunciados no dia 1º de março, uma noite antes do Oscar.

Conheça os indicados ao 45º Framboesa de Ouro, também conhecido como Razzie Awards:

PIOR FILME
Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo
Coringa: Delírio a Dois
Madame Teia
Megalópolis
Reagan

PIOR DIREÇÃO
Eli Roth, por Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo
Francis Ford Coppola, por Megalópolis
Jerry Seinfeld, por A Batalha do Biscoito Pop-Tart
S.J. Clarkson, por Madame Teia
Todd Phillips, por Coringa: Delírio a Dois

PIOR ATOR
Dennis Quaid, por Reagan
Jack Black, por Querido Papai Noel
Jerry Seinfeld, por A Batalha do Biscoito Pop-Tart
Joaquin Phoenix, por Coringa: Delírio a Dois
Zachary Levi, por Harold e o Lápis Mágico

PIOR ATOR COADJUVANTE
Jack Black, por Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo
Jon Voight, por Megalópolis, Reagan, Shadow Land e Strangers
Kevin Hart, por Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo
Shia LaBeouf, por Megalópolis
Tahar Rahim, por Madame Teia

PIOR ATRIZ
Bryce Dallas Howard, por Argylle: O Superespião
Cate Blanchett, por Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo
Dakota Johnson, por Madame Teia
Jennifer Lopez, por Atlas
Lady Gaga, por Coringa: Delírio a Dois

PIOR ATRIZ COADJUVANTE
Amy Schumer, por A Batalha do Biscoito Pop-Tart
Ariana DeBose, por Argylle: O Superespião e Kraven, o Caçador
Emma Roberts, por Madame Teia
FKA Twigs, por O Corvo
Leslie Anne Down, por Reagan

PIOR ROTEIRO
Coringa: Delírio a Dois, escrito por Todd Phillips e Scott Silver
Kraven, o Caçador, escrito por Richard Wenk, Art Marcum e Matt Holloway
Madame Teia, escrito por Matt Sazama, Burk Sharpless, Claire Parker e S.J. Clarkson
Megalópolis, escrito por Francis Ford Coppola
Reagan, escrito por Howie Klausner

PIOR REMAKE, CÓPIA OU SEQUÊNCIA
Coringa: Delírio a Dois
Kraven, o Caçador
Mufasa: O Rei Leão
O Corvo
Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes

PIOR COMBO EM CENA
Dennis Quaid e Penelope Ann Miller em Reagan
Joaquin Phoenix e Lady Gaga em Coringa: Delírio a Dois
Qualquer dupla de atores cômicos sem graça em A Batalha do Biscoito Pop-Tart
Qualquer dupla de personagem desagradável (mas especialmente Jack Black) em Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo
Todo o elenco de Megalópolis

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures.

Festival de Berlim 2025: O Último Azul, de Gabriel Mascaro, está na disputa pelo Urso de Ouro

por: Cinevitor
Rodrigo Santoro e Denise Weinberg no brasileiro O Último Azul, de Gabriel Mascaro

A 75ª edição do Festival de Berlim, que acontecerá entre os dias 13 e 23 de fevereiro, acaba de anunciar os filmes selecionados para a Competição, que disputarão o cobiçado Urso de Ouro, prêmio máximo do evento. Neste ano, o cineasta Todd Haynes comandará o júri e a atriz Tilda Swinton será homenageada com o Urso de Ouro honorário.

Em comunicado oficial, Tricia Tuttle, diretora do festival, disse: “Estamos extremamente orgulhosos dos filmes na Competição deste ano; eles mostram a amplitude do cinema e oferecem vislumbres fascinantes de diferentes vidas e lugares. Há dramas íntimos que nos pedem para entender nossas fragilidades e forças humanas; há comédia suave, mas também a sátira mais afiada e negra; há filmes que homenageiam grandes nomes do cinema e outros que usam a tela mais completa da forma de arte. Cada uma dessas obras singulares mostra cineastas no topo de sua arte. Dessas fileiras merecedoras, estamos ansiosos para descobrir o que o júri de Todd Haynes escolherá com os vencedores dos Ursos de Ouro e Prata da Berlinale”.

A seleção principal deste ano conta com 19 obras, entre elas, um primeiro longa-metragem e um documentário. Produções de 26 países estão representadas e 17 filmes são estreias mundiais. Oito títulos foram dirigidos ou codirigidos por mulheres e nove cineastas já exibiram seus filmes na Berlinale anteriormente.

Entre os dezenove filmes selecionados, vale destacar a presença do brasileiro O Último Azul (em inglês, The Blue Trail), novo longa de Gabriel Mascaro, de Boi Neon e Divino Amor. Estrelado por Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás e Adanilo, o filme se passa na Amazônia, em um Brasil quase distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional para desfrutar seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio compulsório, Tereza, uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo. Uma aventura sobre resistência e amadurecimento ao longo dos rios da Amazônia, o filme tem previsão para chegar aos cinemas brasileiros ainda em 2025, com distribuição da Vitrine Filmes.

Em comunicado oficial, Mascaro disse: “Só o fato de O Último Azul ter sido selecionado para a principal sessão da Berlinale já é uma grande vitória para o cinema brasileiro. Estou muito honrado em saber que nosso filme vai competir pelo Urso de Ouro, mas o prêmio maior já ganhamos, que é ver a cultura brasileira pujante novamente”. Esta é a segunda vez de Mascaro no Festival de Berlim: em 2019, Divino Amor foi exibido na Mostra Panorama. A produtora Rachel Daisy Ellis também comenta a seleção: “Temos visto uma safra incrível de filmes brasileiros conquistado o mundo, depois do setor ter passado por um período desafiador e essa retomada mostra a força do cinema nacional. Estamos muito felizes de estar levando o nosso filme, que fala de resistência, esperança e o direito de sonhar para a competição de Berlim. A produção contou com uma importante participação de trabalhadores do audiovisual do Norte e Nordeste do país, além de colaboradores do  México, Chile e Cuba, reforçando a importância das políticas públicas”.

Rodrigo Santoro acrescenta: “A seleção de O Último Azul para a competição principal de Berlim só reforça o quanto o Brasil é capaz de produzir um cinema forte, profundo e competitivo. É emocionante ver o cinema independente chegando tão longe, feito com garra e talento; muitas vezes, com muito pouco. Sigo acreditando nesse cinema desde Bicho de Sete Cabeças”.

Vale lembrar que a última vez que o Brasil disputou o Urso de Ouro foi em 2020 com Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra. O Último Azul é uma produção da Desvia (Brasil) e Cinevinay (México), em coprodução com a Globo Filmes (Brasil), Quijote Films (Chile), Viking Film (Países Baixos), e distribuição da Vitrine Filmes no Brasil. O filme foi produzido por Rachel Daisy Ellis e Sandino Saravia Vinay.

Além da Competição, outros títulos foram anunciados em mostras paralelas e o filme de abertura desta 75ª edição será o drama Das Licht (The Light), dirigido por Tom Tykwer, com Lars Eidinger, Nicolette Krebitz, Michael Ihnow, Marius Biegai, Francisco del Solar, Max Kruk, Elyas Eldridge e Gerrit Neuhaus no elenco.

E mais: no European Film Market & Co-Production Market, o Brasil aparece com alguns títulos na Berlinale Series Market Selects 2025, que fornece uma prévia exclusiva das séries mais esperadas do mundo todo. São elas: Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente, de Marcelo Gomes e Carol Minên, com Johnny Massaro, Ícaro Silva e Bruna Linzmeyer; Reencarne, de Bruno Safadi, com Taís Araujo, Welket Bungué e Julia Dalavia; e Sutura, de Fabio Montanari, protagonizada por Cláudia Abreu e Humberto Morais.

Em outro evento paralelo, o Co-Pro Series, especializado em pitching e networking organizado pela Berlinale Co-Production Market e realizado durante a Berlinale Series Market, participantes e outros compradores podem descobrir uma seleção exclusiva de dez projetos internacionais de séries dramáticas de alta qualidade que estão procurando parceiros internacionais de coprodução e financiamento. A lista traz Miami Wildlife, criada por Adam Penn e dirigida pelos brasileiros Fernando Meirelles e Quico Meirelles; com produção da O2 Filmes, Brasilien & Traveling Picture Show Company.

Confira os novos filmes selecionados para o Festival de Berlim 2025:

COMPETIÇÃO

Ari, de Léonor Serraille (França/Bélgica)
Blue Moon, de Richard Linklater (EUA/Irlanda)
Dreams, de Michel Franco (México)
Drømmer, de Dag Johan Haugerud (Noruega)
El mensaje, de Iván Fund (Argentina/Espanha)
Geu jayeoni nege mworago hani, de Hong Sang-soo (Coreia do Sul)
Hot Milk, de Rebecca Lenkiewicz (Reino Unido)
If I Had Legs I’d Kick You, de Mary Bronstein (EUA)
Kontinental ’25, de Radu Jude (Romênia)
La cache, de Lionel Baier (Suíça/Luxemburgo/França)
La Tour de Glace, de Lucile Hadžihalilović (França/Alemanha)
Mother’s Baby, de Johanna Moder (Áustria/Suíça/Alemanha)
O Último Azul, de Gabriel Mascaro (Brasil/México/Chile/Holanda)
Reflet dans un diamant mort, de Hélène Cattet e Bruno Forzani (Bélgica/Luxemburgo/Itália/França)
Sheng xi zhi di, de Huo Meng (China)
Strichka chasu, de Kateryna Gornostai (Ucrânia/Luxemburgo/Holanda/França)
Was Marielle weiß, de Frédéric Hambalek (Alemanha)
Xiang fei de nv hai, de Vivian Qu (China)
Yunan, de Ameer Fakher Eldin (Alemanha/Canadá/Itália/Palestina/Qatar/Jordânia/Arábia Saudita)

BERLINALE SPECIAL GALA

After This Death, de Lucio Castro (EUA)
Heldin, de Petra Volpe (Suíça/Alemanha)
Lurker, de Alex Russell (EUA/Itália)
Um Completo Desconhecido, de James Mangold (EUA)

BERLINALE SPECIAL

Das Deutsche Volk, de Marcin Wierzchowski (Alemanha)
Kein Tier. So Wild. (No Beast. So Fierce.), de Burhan Qurbani (Alemanha/Polônia/França)
Leibniz – Chronik eines verschollenen Bildes, de Edgar Reitz e Anatol Schuster (Alemanha)
Michtav Le’David, de Tom Shoval (Israel/EUA)
My Undesirable Friends: Part I – Last Air in Moscow, de Julia Loktev (EUA)

PERSPECTIVES

Al mosta’mera, de Mohamed Rashad (Egito/França/Alemanha/Qatar/Arábia Saudita)
Baksho Bondi, de Tanushree Das e Saumyananda Sahi (Índia/França/EUA/Espanha)
BLKNWS: Terms & Conditions, de Kahlil Joseph (EUA)
Come la notte, de Liryc Dela Cruz (Itália/Filipinas)
Duas vezes João Liberada, de Paula Tomás Marques (Portugal)
El Diablo Fuma (y guarda las cabezas de los cerillos quemados en la misma caja), de Ernesto Martínez Bucio (México)
Hé mán, de Chu Chun-Teng (Taiwan)
How to Be Normal and the Oddness of the Other World, de Florian Pochlatko (Áustria)
Kaj ti je deklica, de Urška Djukić (Eslovênia/Itália/Croácia/Sérvia)
Le rendez-vous de l’été, de Valentine Cadic (França)
Mad Bills to Pay (or Destiny, dile que no soy malo), de Joel Alfonso Vargas (EUA)
Minden Rendben, de Bálint Dániel Sós (Hungria)
Mit der Faust in die Welt schlagen, de Constanze Klaue (Alemanha)
On vous croit, de Arnaud Dufeys e Charlotte Devillers (Bélgica)

Foto: Guillermo Garza.

Prêmio APCA 2024: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Fernanda Torres: premiada por Ainda Estou Aqui

A Associação Paulista de Críticos de Artes anunciou os vencedores do Prêmio APCA 2024, que conta com os melhores do ano nas seguintes categorias: Arquitetura, Artes Visuais, Cinema, Dança, Literatura, Música Popular, Música Erudita, Rádio, Teatro, Teatro Infantojuvenil e Televisão.

Na categoria Cinema, os jornalistas e críticos Flavia Guerra, Francisco Carbone, Luiz Carlos Merten, Orlando Margarido e Walter Cezar Addeo escolheram o aclamado longa Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, como o melhor filme do ano que passou. O título, exibido e premiado no Festival de Veneza, e que rendeu o Globo de Ouro de melhor atriz em drama para Fernanda Torres, é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O elenco conta também com Selton Mello e Fernanda Montenegro.

Além disso, em outras áreas do Prêmio APCA, como Música Popular, Hermeto Pascoal foi consagrado como Artista do Ano e Alaíde Costa ficou com o Grande Prêmio da Crítica. Já em Televisão, Andrea Beltrão foi premiada por seu trabalho na novela No Rancho Fundo, da TV Globo, e Senna, da Netflix, foi eleita a melhor série; Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar Por Aí, do Globoplay, levou o prêmio de melhor documentário e Sem Censura, da TV Brasil, o melhor programa. No Teatro, Débora Falabella se destacou com Prima Facie e Nathalia Timberg recebeu o Grande Prêmio da Crítica.

Em comunicado oficial, a diretoria da APCA disse: “A APCA caminha para seus 70 anos em constante crescimento e celebrando as artes em onze categorias, de forma completa e diversa. Neste ano, tivemos a volta da categoria de Música Erudita que por muitos anos fez parte da APCA e esteve ausente nas últimas premiações”.

Em Assembleia Geral realizada no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, os associados se reuniram e definiram os vencedores nesta segunda-feira, 20/01. A cerimônia de entrega dos troféus da 69ª edição aos artistas contemplados acontecerá em abril, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, em uma parceria viabilizada pela Associação Paulista Amigos da Arte e Secretaria de Estado da Cultura.

Conheça os vencedores do Prêmio APCA 2024 nas categorias de Cinema:

MELHOR FILME
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Antonio Candido, Anotações Finais, de Eduardo Escorel 

MELHOR DIREÇÃO
André Novais Oliveira, por O Dia que te Conheci

MELHOR ROTEIRO
Retrato de um Certo Oriente, escrito por Marcelo Gomes, Maria Camargo e Gustavo Campos

MELHOR ATRIZ 
Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui

MELHOR ATOR
Bruno Jefferson, por Saudade Fez Morada Aqui Dentro

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
Pedro Freire, pela estreia na direção em longa-metragem por Malu

Foto: Divulgação/VideoFilmes/Sony Pictures Classics.

6º Cine Verão – Festival de Cinema da Cidade do Sol: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Os vencedores da sexta edição do Cine Verão

Foram anunciados neste sábado, 18/01, os vencedores da sexta edição do Cine Verão – Festival de Cinema da Cidade do Sol, que aconteceu no Complexo Cultural Rampa, no bairro de Santos Reis, em Natal, Rio Grande do Norte.

Desde a sua primeira edição, o festival celebra o cinema independente como uma plataforma de exibição, reflexão e conexão. Além das duas mostras competitivas, a programação do Cine Verão também ofereceu ao público atividades de fomento à cultura cinematográfica com workshops, mesas temáticas e um espaço de convivência criado para estimular o debate sobre o cinema brasileiro e também desfrutar do veraneio às margens do Rio Potengi

O júri do Cine Verão 2025 foi formado por: Ana Paola Ottoni, Tatiana de Souza Lima e Plínio Sá na Mostra Cine Verão Brasil, que apresentou um panorama da produção cinematográfica nacional; e Daniel Rezende, Marcela Freire e Vitor Búrigo na Mostra Cine Verão Poti, que exibiu 12 filmes realizados em território potiguar.

Conheça os vencedores do 6º Cine Verão:

MOSTRA CINE VERÃO BRASIL

Melhor Filme | Júri Oficial: A Chuva do Caju, de Alan Schvarsberg (DF)
Melhor Filme | Júri Popular: Era Uma Vez Diversiones, de Sharlene Esse e Henrique Arruda (PE)
Melhor Direção: Alan Schvarsberg, por A Chuva do Caju
Melhor Roteiro: Ladário, escrito por Ed Junior
Melhor Atuação: Pietra Gomes, por Onde a Maré Leva
Melhor Fotografia: A Chuva do Caju, por Alan Schvarsberg
Melhor Direção de Arte: Caluim, por Alice Braz
Melhor Trilha Sonora: Nosso Modo de Lutar
Melhor Desenho de Som: Antonio e Manoel, por Gabriel Pinheiro
Melhor Montagem: Ladário, por Marcelo Coutinho
Menção Honrosa: Nosso Modo de Lutar, de Francy Baniwa, Kerexu Martim e Vanuzia Pataxó (Rede Katahirine) (DF)

MOSTRA CINE VERÃO POTI

Melhor Filme | Júri Oficial: Canto de Acauã, de Jaya Pereira (Natal)
Melhor Filme | Júri Popular: Eu Estou Aqui, de André Santos (Natal)
Melhor Direção: Paula Vanina, por Lagrimar
Melhor Roteiro: Divagar, escrito por Lupa Silva
Melhor Atuação: Eu Estou Aqui, por todo o elenco
Melhor Fotografia: Eu Estou Aqui, por Sylara Silvério
Melhor Direção de Arte: Divagar
Melhor Trilha Sonora: Clave de Sol, por Anderson Figueredo
Melhor Desenho de Som: Lagrimar, por Luiz Gadelha e Rafael Telles
Melhor Montagem: Canto de Acauã, por Julio Castro
Menção Honrosa: Diálogos Indígenas do Nosso Tempo, de Gustavo Guedes (Natal)

Foto: Vitória Oliveira.