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William Friedkin, diretor de O Exorcista, morre aos 87 anos

por: Cinevitor
O cineasta foi homenageado no Festival de Veneza em 2013

Morreu nesta segunda-feira, 07/08, aos 87 anos, em Los Angeles, o consagrado cineasta estadunidense William Friedkin. A informação foi confirmada por sua esposa, Sherry Lansing; a causa da morte foi insuficiência cardíaca e pneumonia.

Conhecido mundialmente pelo clássico O Exorcista, lançado em 1973, Friedkin começou sua carreira artística na década de 1960 quando fez parte de um movimento chamado Nova Hollywood, formado por jovens cineastas que dominavam cinematografias nacionais desde o pós-guerra e criaram um cinema americano moderno.

Nascido em Chicago, em 1935, filho de um casal de imigrantes judeus vindos da Ucrânia, foi trabalhar em uma rede de televisão local depois de terminar o colégio. Lá, dirigiu alguns documentários televisivos, como The People vs. Paul Crump, sobre um detento no corredor da morte acusado de roubo e assassinato, The Bold Men, além de um episódio de The Alfred Hitchcock Hour

Em 1967, lançou seu primeiro longa-metragem: a comédia musical Good Times com Cher no elenco. Depois disso, realizou Feliz Aniversário, baseado na peça homônima de Harold Pinter, Quando o Strip-Tease Começou e Os Rapazes da Banda, que rendeu uma indicação no Globo de Ouro para Kenneth Nelson. Já em 1971, ganha destaque com Operação França, trabalho que elevou o patamar de sua carreira. O drama policial venceu cinco estatuetas douradas no Oscar, entre elas, melhor filme e melhor direção para Friedkin; e lhe rendeu também um prêmio no DGA Awards, do Sindicato dos Diretores.

Foi em 1973 que William Friedkin começou a ser visto como um dos mais importantes diretores americanos de sua época. Tudo por conta do lançamento de O Exorcista, com Ellen Burstyn no elenco, filme icônico e fenômeno cultural que modernizou o gênero e alterou o rumo das produções de terror. A obra tornou-se um dos maiores sucessos de bilheteria da história do cinema e se destacou em diversas premiações: no Oscar levou a estatueta de melhor roteiro e melhor som; no Globo de Ouro foi consagrado nas categorias de melhor filme dramático, direção, atriz coadjuvante para Linda Blair e roteiro para William Peter Blatty. Também foi indicado ao BAFTA e exibido no Festival de Veneza.

No set de O Exorcista com a atriz Linda Blair

Depois disso, em 1977 dirigiu O Comboio do Medo, segunda adaptação cinematográfica do romance Le Salaire de la Peur, de Georges Arnaud, que foi indicado ao Oscar de melhor som. Sua filmografia segue com Um Golpe Muito Louco, indicado ao Oscar de melhor direção de arte; Parceiros da Noite, com Al Pacino e Paul Sorvino no elenco; Viver e Morrer em Los Angeles, um clássico policial; Síndrome do Mal, A Árvore da Maldição, Jogando as Fichas Fora, o videoclipe Somewhere de Barbra Streisand, entre outros.

Na sequência, dirigiu outros longas-metragens, como: Jade (1995), Regras do Jogo (2000) e Caçado (2003). Nesse período, conciliou seu trabalho no cinema com a direção de episódios de séries e filmes para a TV, como uma nova versão de 12 Homens e Uma Sentença (1997), refilmagem do clássico homônimo de Sidney Lumet, que lhe rendeu uma indicação ao Emmy. Em 2006, exibiu Possuídos na Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes e recebeu o Prêmio FIPRESCI.

Em 2011, com Killer Joe: Matador de Aluguel disputou o Leão de Ouro no Festival de Veneza; o filme, com Matthew McConaughey, Emile Hirsch e Juno Temple no elenco, foi indicado ao Spirit Awards e exibido no Festival de Munique. Em 2017, lançou O Diabo e o Padre Amorth (The Devil and Father Amorth), que fez parte da programação do Festival do Rio e de Veneza.

Ao longo dos anos, Friedkin se destacou em diversos festivais ao redor do mundo. Em 2016, foi homenageado na 40ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo com o Prêmio Leon Cakoff; em 2013 recebeu o Leão de Ouro honorário no Festival de Veneza. Também recebeu honrarias pela carreira no Sitges Film Festival, Karlovy Vary International Film Festival, Festival de Oldenburg, Festival de Munique, entre outros. Em 1997, ganhou uma estrela na Calçada da Fama e em 2009 foi consagrado com o Leopardo de Honra no Festival de Locarno.

Seu próximo trabalho, o inédito The Caine Mutiny Court-Martial será exibido fora de competição no Festival de Veneza deste ano. Com roteiro de Herman Wouk, o longa conta com Kiefer Sutherland, Jason Clarke e Jake Lacy no elenco.

Fotos: Divulgação/Pascal Le Segretain/Getty Images.

Motel Destino: Karim Aïnouz começa a filmar seu novo longa-metragem

por: Cinevitor
O cineasta volta às raízes cearenses com thriller erótico

Depois de ter rodado, no ano passado, sua primeira produção internacional em inglês, o inédito Firebrand, estrelado por Alicia Vikander e Jude Law, que disputou a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano, Karim Aïnouz volta para as cores fortes e vibrantes do Ceará, seu estado natal, para dar a tônica visual-narrativa de sua nova obra.

Elemento recorrente na filmografia do cineasta, o erotismo é o pano de fundo de Motel Destino, seu oitavo longa-metragem de ficção. O novo trabalho, cujas filmagens se iniciaram no dia 31 de julho, também representa um retorno do cineasta às próprias raízes. Dois talentos locais, Iago Xavier e Nataly Rocha, selecionados por testes entre mais de 500 atores, protagonizam a trama ao lado de Fabio Assunção.

Sobre o novo trabalho, Karim disse: “Eu imagino um filme de cores incendiárias, de corpos suados e rijos de tesão. Onde o desejo é maior que tudo, é razão e finalidade. Sob um céu azul e mar infinitos, os personagens brilham de suor e vontade, e não resistem à tentação de poder ser finalmente donos dos próprios destinos. Em uma coreografia do desejo, eles se consomem para a vida e para a morte sob o laranja e verde intensos do equador”.

O estabelecimento de beira de estrada que dá título ao filme é, segundo Karim, “o principal personagem do enredo” e o local onde se entrecruzam questões crônicas da realidade brasileira. É um retrato íntimo de uma juventude que teve seu futuro roubado por uma elite tóxica e esmagadora, contra a qual a insurreição e a violência são, não raramente, a saída possível.

“Poderia resumir Motel Destino como um thriller erótico, mas ele é, antes de tudo, uma história de amor. O amor entre um jovem periférico que vive à revelia de um sistema que o quer morto e uma mulher que resiste aos atentados do patriarcado contra a sua própria vida. Motel é a saga brasileira do encontro de uma pessoa em fuga, absolutamente desamparada, com outra que está sendo massacrada em um casamento abusivo”, adianta Aïnouz, que foi o grande vencedor da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes, com A Vida Invisível, em 2019.

A narrativa nasceu da parceria de Karim com o Laboratório de Cinema da Porto Iracema das Artes, escola de formação em artes da Secretaria de Cultura do Ceará, gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar com sede em Fortaleza. O diretor é um dos criadores do laboratório, o CENA 15, onde atuou como tutor durante nove anos e do qual hoje é mentor. Foi lá que ele descobriu e convidou o roteirista cearense Wislan Esmeraldo para desenvolver o roteiro do projeto. Mais tarde, Mauricio Zacharias se juntou ao processo, repetindo a parceria realizada com o cineasta em Madame Satã e O Céu de Suely.

A francesa Hélène Louvart, presente nos créditos de A Vida Invisível e Firebrand, assina a direção de fotografia do novo projeto, enquanto o paranaense Marcos Pedroso (Madame Satã, O Céu de Suely, O Abismo Prateado e Praia do Futuro), outro antigo colaborador de Aïnouz, responde pela direção de arte. Além dos três protagonistas já mencionados, completam o elenco: Renan Capivara, Yuri Yamamoto, Fabíola Líper e Jupyra Carvalho.

“Me interessa muito falar de crime, mas não do crime sórdido, e sim como o único escape do lugar em que estamos vivendo, no mundo que vivemos. Como você sai do desamparo absoluto? É um tema muito presente no Brasil contemporâneo, embora não haja muitos filmes sobre personagens nesta situação. Não no sentido vitimizante, mas no sentido de que estão completamente à margem”, explica Aïnouz.

Antes de Motel Destino, o diretor rodou Firebrand no Reino Unido, Marinheiro das Montanhas e Nardjes A. (previstos para chegarem às telonas nacionais em setembro de 2023) na Argélia, A Vida Invisível no Rio de Janeiro e Aeroporto Central em Berlim. Com filmagens divididas entre Brasil e Alemanha, Praia do Futuro foi o último projeto realizado por Karim em solo cearense.

Na sequência do atual longa-metragem, o diretor voltará a atenção para Rosebushpruning, seu segundo projeto em língua inglesa. Anunciado no Festival de Cannes deste ano, o filme será estrelado por Kristen Stewart, Josh O’Connor e Elle Fanning, com filmagens previstas para o início de 2024.

Motel Destino é uma produção da Cinema Inflamável e Gullane, em coprodução com Globo Filmes, Telecine, Canal Brasil, Maneki Films (França) e The Match Factory (Alemanha), com apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. O longa-metragem tem produção associada da Brouhaha Entertainment e Written Rock, ambas do Reino Unido, e distribuição nacional da Pandora Filmes.

“Estamos muito contentes com o início das filmagens de Motel Destino em uma produção com parceiros do Brasil, além da França, Alemanha e Inglaterra. Estar ao lado do Karim, filmando em paisagens tão incríveis do nosso país, é uma honra para a Gullane”, disse Fabiano Gullane, sócio-diretor da produtora que leva o seu sobrenome.

Foto: Maria Lobo.

Morre, aos 83 anos, a atriz Aracy Balabanian

por: Cinevitor
Aracy em cena como Dona Armênia: década de 1990

Morreu na manhã desta segunda-feira, 07/08, aos 83 anos, a atriz sul-mato-grossense Aracy Balabanian, que se consolidou na profissão por seus diversos trabalhos, principalmente na TV, e personagens icônicas. Segundo informações divulgadas, ela estava internada em uma clínica no Rio de Janeiro e fazia um tratamento contra um câncer de pulmão.

Nascida em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, seus pais fugiram da Armênia para o Brasil por conta do genocídio promovido pelos turcos otomanos. Aos 14 anos, foi morar em São Paulo e começou a se dedicar ao teatro depois de ter passado em um teste no Teatro Paulista do Estudante. Seu primeiro trabalho nos palcos foi na peça Almanjarra, de Arthur Azevedo, que lhe rendeu elogios da crítica. Depois, participou do TBC, Teatro Brasileiro de Comédia, e integrou o elenco da primeira montagem do musical Hair no Brasil.

Na TV, também começou na década de 1960 em participações especiais em séries e novelas, como: Marcados pelo Amor, na RecordTV; O Amor Tem Cara de Mulher, Um Rosto Perdido, Antônio Maria e Meu Filho, Minha Vida, na TV Tupi; Sublime Amor, na TV Excelsior; Vila Sésamo, na Rede Globo; entre outras.

Entre tantos papéis marcantes na televisão, conquistou ainda mais o público com a icônica socialite decadente Cassandra no humorístico Sai de Baixo. Na época, Aracy chegou a declarar que, logo no início, pediu para sair do elenco por não conseguir segurar o riso diante dos colegas. Até que Daniel Filho, diretor do programa, pediu para que ela deixasse sua risada em cena. O elenco contava também com Miguel Falabella, Marisa Orth, Luis Gustavo, Tom Cavalcante, Cláudia Jimenez, entre outros; o sitcom era gravado ao vivo no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, entre 1996 e 2002, e exibido aos domingos na Rede Globo.

O elenco de Sai de Baixo reunido: sucesso na TV

Sua personagem Dona Armênia, que apareceu primeiro em Rainha da Sucata, da Rede Globo, em 1990, também conquistou o público e voltou a aparecer na novela Deus nos Acuda, em 1992 e 1993; ambas escritas por Silvio de Abreu. Ao longo da carreira, muitos papéis icônicos trouxeram Aracy Balabanian aos holofotes: a matriarca Filomena Ferreto, de A Próxima Vítima; a idealista Violeta, de O Casarão; a sofrida Maria Faz-Favor, de Coração Alado; a ardilosa Marta, de Ti Ti Ti; Milena Cabral, de Locomotivas.

E mais: a misteriosa Maria Fromet, de Que Rei Sou Eu?; Helena Aranha Muniz, de Elas por Elas; Germana, de Da Cor do Pecado; Gemma Matoli, de Passione; Dona Pupu, no remake de Saramandaia; Máslova Tilman, em Cheias de Charme; Janete Kavaco, em Malhação: Vidas Brasileiras; entre outros. Seu último trabalho na TV foi em 2019, no especial de fim de ano Juntos a Magia Acontece, também da Rede Globo

No cinema, atuou em A Primeira Viagem, de Geraldo Vietri, em 1972; no curta-metragem Caramujo-flor, de Joel Pizzini, em 1988; no filme televisivo Uma Professora Muito Maluquinha, de Sonia Garcia; no longa Policarpo Quaresma, Herói do Brasil, de Paulo Thiago, em 1997; De Corpo Inteiro Entrevistas, de Nicole Algranti, em 2010, no qual interpretou Clarice Lispector; e Sai de Baixo: O Filme, de Cris D’Amato, lançado em 2019.

Ao longo dos anos, foi homenageada com o Troféu Mário Lago, em 2018, e recebeu o Prêmio CinEuphoria, em 2019; venceu o Troféu APCA de melhor atriz por seu trabalho em A Próxima Vítima; e foi indicada diversas vezes ao Troféu Imprensa.

Fotos: Acervo TV Globo.

2ª Mostra da Diversidade Sexual no Sertão do Pajeú: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Layla Sah no curta cearense Quinze Primaveras, de Leão Neto

A segunda edição da Mostra da Diversidade Sexual no Sertão do Pajeú acontecerá entre os dias 21 e 25 de agosto no Cine São José, em Afogados da Ingazeira, Pernambuco. A programação destaca filmes de curta-metragem com a temática LGBTQIAP+ e/ou realizados por pessoas que se identificam como pertencentes à comunidade LGBTQIAP+.

Neste ano, foram 137 filmes inscritos e 15 selecionados; a curadoria foi assinada por Dayanna Louise e Bruna Tavares: “São filmes que produzem riscos, rasuras e rasgos em contratos tidos como inegociáveis, provocando descompasso no discurso neoconservador ao adotar formas outras de habitar, sentir e como(ver) o mundo. Em tempos de retomada do projeto de democracia brasileira, fazer/ser parte da (cura)doria desta mostra é um convite à ruptura de silêncios, tática de guerra contra o conservadorismo que insiste em censurar palavras, restringir liberdades, criminalizar existência e condenar amores. Para além dos muros e barreiras erguidos para nos capturar, (re)conheci um cinema brasileiro comprometido em saciar a fome por narrativas produzidas a partir de olhares dissidentes”, disse o comunicado das curadoras.

A arte desta edição foi criada por Fito Araújo, que falou sobre inspirações e referências para o material: “A intenção dessa criação visual, entre lagartas, casulos e borboletas, teve intuito de registrar ‘um ciclo contínuo’ da presença dissidente neste território que, organicamente, são responsáveis por instigar essa ação no cinema: Pajeú são tantas! Pensei muito nas ações de liberdade e política (cineclubes; ocupações nas ruas Serra, Tuparetama, Triunfo, São José, Tabira, Afogados…; rodas de diálogo, formação, bares com diálogo…) vivenciadas no Pajeú”.

Além dos filmes, a Mostra contará também com atividades de formação, entre elas, a Oficina de Elaboração de Projetos, com Bruna Tavares e William Tenorio, visando qualificar os produtores locais quanto a captação de recursos, estrutura de projetos e editais de fomento à cultura; e a Oficina de Minidocumentário com o cineasta Marlom Meirelles.

A Mostra da Diversidade Sexual no Sertão do Pajeú nasceu da iniciativa do Xerém Cultural, em parceria com o Grupo LGBTQIA+ Filhes do Pajeú, visando o fortalecimento de discussões voltadas para as demandas e expressões da comunidade LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais/transgêneros/travestis, queer, intersexual, assexual, pansexual) na cidade.

Conheça os filmes selecionados para a 2ª Mostra da Diversidade Sexual no Sertão do Pajeú:

Amor by Night, de Henrique Arruda (PE)
Ave Maria, de Pê Moreira (RJ)
Avôa, de Lucas Mendes (PB)
Céu, de Valtyennya Pires (PB)
Dance, de Jorja Moura (PB)
Eu Nunca Contei a Ninguém, de Douglas Duan (PE)
Justa Causa, de Ubirajara Gonçalves Filho (SP)
No Início do Mundo, de Gabriel Marcos (MG)
No Reflexo do Meu Nome, de Sillas H e Vini Poffo (SC)
Nordeste Futurista, de Luana Flores (PB)
Nunca Estarei Lá, de Rodrigo Campos (SP)
Quinze Primaveras, de Leão Neto (CE)
São Marino, de Leide Jacob (SP)
Sethico, de Wagner Montenegro (PE)
Tá Fazendo Sabão, de Ianca Oliveira (BA)

Foto: Divulgação.

Festival de Toronto 2023 anuncia novos filmes e homenagem a Pedro Almodóvar e Spike Lee

por: Cinevitor
Pedro Almodóvar nos bastidores de Estranha Forma de Vida

A 48ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 7 e 17 de setembro, divulgou os primeiros homenageados deste ano, novidades em sua programação e os filmes selecionados para as mostras Platform, Discovery e Midnight Madness.

Na mostra competitiva Platform, a seleção traz títulos com perspectivas únicas de direção e visões arrojadas; a lista apresenta filmes de 12 países. O júri será formado pelo diretor Barry Jenkins, vencedor do Oscar por Moonlight: Sob a Luz do Luar; Nadine Labaki, premiada em Cannes com Cafarnaum; e Anthony Shim, vencedor deste prêmio no ano passado por Riceboy Sleeps.

“A seleção diversificada deste ano se distingue por estudos de personagens ousados e histórias clássicas contadas por meio de narrativas dinâmicas e abordagens de gênero. O público testemunhará o surgimento de tópicos temáticos como exílio social e reconexão, tecidos de maneiras inesperadamente emocionantes por uma variedade de vozes locais e internacionais cativantes”, disse Robyn Citizen, programador da mostra.

Além disso, o programa Midnight Madness, que apresenta uma seleção iconoclasta e destaca o estranho e o perverso, traz dez títulos; a mostra Discovery, que oferece uma janela para o cinema internacional contemporâneo e apresenta ao público os primeiros filmes de novos cineastas talentosos, conta com 26 filmes. Notavelmente, 13 cineastas femininas representam 50% do programa total.

Em comunicado oficial, Anita Lee, diretora de programação do TIFF, disse: “Estamos entusiasmados por apresentar novas vozes, visão audaciosa e um cinema que mistura gêneros. Os programas Discovery e Midnight Madness do TIFF 2023 serão, mais uma vez, o destino final para formadores de opinião e caçadores de experiências”. Dorota Lech, programadora do TIFF, também comentou: “A seção Discovery, com curadoria de uma equipe brilhante de programadores internacionais, é uma vitrine ousada e empolgante de cinema com talentos emergentes de todo o mundo. Temos a honra de destacar vozes novas e distintas de artistas que criam seu primeiro ou segundo longa em nosso palco global”.

Nicolas Cage em Dream Scenario: filme de abertura da mostra Platform

Neste ano, dois diretores consagrados serão homenageados no festival: Pedro Almodóvar receberá o Jeff Skoll Impact Media Award, que reconhece a liderança na criação de uma união entre impacto social e cinema; e Spike Lee será honrado com o TIFF Ebert Director Award, batizado em homenagem ao lendário crítico de cinema Roger Ebert e que reconhece cineastas que exemplificaram a grandeza em suas carreiras.

Sobre Almodóvar, Cameron Bailey, CEO do TIFF, disse: “É uma verdadeira emoção reconhecer Pedro Almodóvar como o Jeff Skoll Impact Media Award em 2023. Pedro vem ao TIFF há anos e cada vez é melhor do que a anterior. Sua visão artística, narrativa ousada e compromisso inabalável de ultrapassar os limites do cinema tiveram um impacto profundo. Ele desafia as normas sociais, defende a diversidade e ilumina a experiência humana com sensibilidade e graça. Aplaudimos suas contribuições para o cinema e celebramos sua capacidade de inspirar e provocar o público em todo o mundo”. O prêmio já foi entregue para Buffy Sainte-Marie, Alanis Obomsawin e Mira Nair.

Cameron Bailey também falou sobre Spike Lee: “Um dos principais contadores de histórias de nossa era, seus filmes Ela Quer Tudo, Faça a Coisa Certa, Mais e Melhores Blues e American Utopia inspiraram o público e fizeram uma história duradoura. Um impacto na arte de fazer filmes”. O prêmio já foi entregue para Martin Scorsese, Claire Denis, Ava DuVernay, Wim Wenders, Agnès Varda, entre outros.

Além disso, o Festival de Toronto também revelou recentemente que o tão esperado longa-metragem épico fantástico do Studio Ghibli, The Boy and the Heron (Kimitachi wa Dou Ikiru ka), do visionário diretor japonês Hayao Miyazaki, vencedor do Oscar por A Viagem de Chihiro, será o filme de abertura desta 48ª edição.

Cameron Bailey comentou: “Estamos honrados em abrir o 48º Festival Internacional de Cinema de Toronto com o trabalho de um dos maiores artistas do cinema. Já aclamado como uma obra-prima no Japão, o novo filme de Hayao Miyazaki começa como uma simples história de perda e amor e se eleva a um impressionante trabalho de imaginação. Estou ansioso para que nosso público descubra seus mistérios por si mesmo, mas posso prometer uma experiência singular e transformadora”.

The Boy and the Heron, que estreou com sucesso recorde no Japão, é um filme de animação desenhado à mão e o primeiro longa-metragem do diretor Miyazaki em dez anos; e conta com trilha sonora do colaborador de longa data de Miyazaki, Joe Hisaishi. Em uma extraordinária ruptura com a tradição, o Studio Ghibli lançou o filme no Japão sem nenhuma promoção, material de marketing ou descrição, permitindo que o público descobrisse o título por si mesmo.

Conheça os novos filmes selecionados para o 48º Festival de Toronto:

PLATFORM

Dear Jassi, de Tarsem Singh Dhandwar (Índia)
Dream Scenario, de Kristoffer Borgli (EUA) (filme de abertura)
Great Absence, de Kei Chika-ura (Japão)
HLM Pussy (Sisterhood), de Nora El Hourch (França)
I Told You So (Te l’avevo detto), de Ginevra Elkann (Itália)
La Vénus d’argent (Spirit of Ecstasy), de Héléna Klotz (França)
Not A Word (Kein Wort), de Hanna Slak (Alemanha/Eslovênia/França)
O Corno (The Rye Horn), de Jaione Camborda (Espanha/Bélgica/Portugal)
Syndabocken (Shame on Dry Land), de Axel Petersén (Suécia/Malta)
The King Tide, de Christian Sparkes (Canadá)

MIDNIGHT MADNESS

AGGRO DR1FT, de Harmony Korine (EUA)
Boy Kills World, de Moritz Mohr (Alemanha/África do Sul/EUA)
Dicks: The Musical, de Larry Charles (EUA) (filme de abertura)
Hell of a Summer, de Finn Wolfhard e Billy Bryk (EUA/Canadá)
KILL, de Nikhil Nagesh Bhat (Índia)
NAGA, de Meshal Aljaser (Arábia Saudita)
Riddle of Fire, de Weston Razooli (EUA) (filme de encerramento)
Sleep, de Jason Yu (Coreia do Sul)
When Evil Lurks, de Demián Rugna (Argentina)
Working Class Goes to Hell, de Mladen Đorđević (Sérvia)

DISCOVERY

A Match (Sthal), de Jayant Digambar Somalkar (Índia)
Andragogy, de Wregas Bhanuteja (Indonésia/Singapura)
Arthur & Diana, de Sara Summa (Alemanha)
Ashil (Achilles), de Farhad Delaram (Alemanha/Irã/França)
Avant que les flammes ne s’éteignent (After the fire), de Mehdi Fikri (França)
Backspot, de D.W. Waterson (Canadá)
Frybread Face and Me, de Billy Luther (EUA)
Gonzo Girl, de Patricia Arquette (EUA) (filme de abertura)
Hajjan, de Abu Bakr Shawky (Arábia Saudita/Jordânia)
How to Have Sex, de Molly Manning Walker (Reino Unido)
I Don’t Know Who You Are, de M. H. Murray (Canadá)
La Suprema, de Felipe Holguín Caro (Colômbia)
Mandoob, de Ali Kalthami (Arábia Saudita)
Mimang, de Kim Taeyang (Coreia do Sul)
Seagrass, de Meredith Hama-Brown (Canadá)
Solitude, de Ninna Pálmadóttir (Islândia/Eslováquia/França)
Tautuktavuk (What We See), de Carol Kunnuk e Lucy Tulugarjuk (Canadá)
The Queen of My Dreams, de Fawzia Mirza (Canadá)
The Teacher, de Farah Nabulsi (Reino Unido/Palestina/Qatar)
The Tundra Within Me (Eallugierdi), de Sara Margrethe Oskal (Noruega)
Una sterminata domenica (An Endless Sunday), de Alain Parroni (Itália/Alemanha/Irlanda)
Valentina o la serenidad (Valentina or the Serenity), de Ángeles Cruz (México)
Widow Clicquot, de Thomas Napper (Reino Unido/França)
Wild Woman, de Alán González (Cuba)
Without Air, de Katalin Moldovai (Hungria)
Yellow Bus, de Wendy Bednarz (Emirados Árabes Unidos)

Fotos: Divulgação/A24/Iglesias Más.

Festival de San Sebastián 2023: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Kauan Alvarenga no longa brasileiro Pedágio, de Carolina Markowicz

Considerado o mais importante festival de cinema da Espanha e um dos mais antigos da Europa, o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián é também um dos mais prestigiados do mundo. Seu principal prêmio, a Concha de Ouro, é entregue ao melhor filme em competição da Seleção Oficial.

Nesta 71ª edição, que acontecerá entre os dias 22 e 30 de setembro, o cinema brasileiro ganha destaque na mostra Horizontes Latinos; a seção apresenta uma seleção de longas-metragens ainda não lançados na Espanha, produzidos na América Latina, dirigidos por cineastas de origem latina ou que abordem temas sobre comunidades latinas no resto do mundo.

O Brasil aparece com dois títulos, entre eles, Pedágio, de Carolina Markowicz, que exibiu no ano passado, nesta mesma mostra, Carvão. Neste segundo longa-metragem de sua carreira, a cineasta apresenta o filme que participou de relevantes laboratórios de apoio ao desenvolvimento audiovisual, como o Tribeca All Access, Torino Film Lab e Berlinale Coproduction Market.

Estrelado por Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga, a trama mostra Suellen, uma cobradora de pedágio que percebe que pode usar seu trabalho para fazer uma renda extra ilegalmente. Mas tudo por uma causa nobre: financiar a ida de seu filho à caríssima cura gay ministrada por um famoso pastor estrangeiro. De acordo com a diretora, o longa é “um drama permeado por humor ácido”, além de ser um retrato da opressão e violência sofrida pela população LGBTQIA+ diante das incoerências e atrocidades promovidas por alguns setores da sociedade, de forma mais explícita nos últimos anos.

Pedágio, que conta também com Thomás Aquino, Aline Marta Maia e Isac Graça no elenco, tem produção da Biônica Filmes e O Som e a Fúria, com coprodução da Globo Filmes e Paramount Pictures; a distribuição é da Paris Filmes. A produção conta a história de uma atendente de pedágio que, inconformada com a orientação sexual do filho, comete delitos na tentativa de financiar uma cura para a sua “doença”.

“Em pleno 2023 com todos adventos e tecnologias e avanços, chega a ser chocante a preocupação com quem o outro se relaciona sexualmente. O fosso conservador que vivemos nos últimos tempos serviu para deixar bem à vontade cada indivíduo que se achasse no direito de proferir críticas e até agressões à população LGBTQIA+. Além da violência, há práticas absurdas e patéticas, como as retratadas pelo filme, que parecem ser ficção, mas estão muito próximas à realidade surreal do brasileiro LGBT, gerando sequelas físicas e emocionais irreparáveis”, disse a diretora.

Carlos Francisco em Estranho Caminho, de Guto Parente

Ainda na mostra Horizontes Latinos, outro destaque nacional: o longa cearense Estranho Caminho, dirigido por Guto Parente. O filme é um drama fantástico que acompanha a trajetória de David, um jovem cineasta que, ao visitar sua cidade natal, Fortaleza, é surpreendido pelo rápido avanço da pandemia de Covid-19 e se vê obrigado a procurar o pai, Geraldo, um sujeito peculiar com quem não fala ou tem notícias há mais de dez anos. Após o reencontro dos dois, coisas estranhas começam a acontecer.

O elenco conta com Lucas Limeira, Carlos Francisco, Tarzia Firmino, Rita Cabaço, Renan Capivara, Ana Marlene, Fab Nardy, Noá Bonoba, Jennifer Joingley, Déo Cardoso, Larissa Goés, Mumutante, Solon Ribeiro, David Santos, Pedro Breculê e Gabriel de Sousa. Realizado inteiramente na cidade Fortaleza, financiado pela Secretaria de Cultura do Ceará por meio de recursos da Lei Aldir Blanc, o longa, que será distribuído pela Embaúba Filmes, foi rodado entre maio e junho de 2021 com uma equipe formada majoritariamente por profissionais cearenses, como: Guto Parente no roteiro e direção; Ticiana Augusto Lima na produção; Linga Acácio na direção de fotografia; Taís Augusto na direção de arte; Lucas Coelho no som e Thais de Campos no figurino; Noá Bonoba na preparação de elenco; e Uirá dos Reis e Fafa Nascimento na trilha musical.

Enquanto isso, na disputa pela Concha de Ouro, prêmio máximo do evento, que ainda anunciará novos títulos em breve, vale destacar a presença de Puan, de María Alché e Benjamín Naishtat, uma coprodução entre Argentina, Itália, Alemanha, França e Brasil (por Tatiana Leite).

Neste ano, o ator espanhol Javier Bardem, vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante por Onde os Fracos Não Têm Vez, e que estampa o pôster do festival, será homenageado com o Prêmio Donostia. A cerimônia de entrega da honraria acontecerá trinta anos depois da primeira visita de Bardem ao festival, que aconteceu em 1993 com a exibição de Ovos de Ouro, de Bigas Luna. Em 2019, a consagrada atriz Penélope Cruz, casada com Bardem, recebeu este mesmo prêmio.

Conheça os filmes selecionados para o 71º Festival de San Sebastián:

SELEÇÃO OFICIAL

All Dirt Roads Taste of Salt, de Raven Jackson (EUA)
Dispararon al pianista, de Fernando Trueba e Javier Mariscal (Espanha) (fora de competição)
El sueño de la sultana, de Isabel Herguera (Espanha/Alemanha)
Ex-Husbands, de Noah Pritzker (EUA)
La Mesías, de Javier Calvo e Javier Ambrossi (Espanha) (fora de competição)
La práctica, de Martín Rejtman (Argentina/Chile/Portugal)
L’île rouge, de Robin Campillo (França/Bélgica)
MMXX, de Cristi Puiu (Romênia/Moldávia/França)
O Corno, de Jaione Camborda (Espanha/Portugal/Bélgica)
Puan, de María Alché e Benjamín Naishtat (Argentina/Itália/Alemanha/França/Brasil)
Un amor, de Isabel Coixet (Espanha)
Un silence, de Joachim Lafosse (Bélgica/França/Luxemburgo)

HORIZONTES LATINOS

Alemania, de María Zanetti (Argentina/Espanha)
Blondi, de Dolores Fonzi (Argentina/Espanha/EUA)
Clara se pierde en el bosque, de Camila Fabbri (Argentina)
El castillo, de Martín Benchimol (Argentina/França/Espanha)
El eco, de Tatiana Huezo (México/Alemanha)
El viento que arrasa, de Paula Hernández (Argentina/Uruguai)
Estranho Caminho, de Guto Parente (Brasil)
Heroico, de David Zonana (México)
Los colonos, de Felipe Gálvez (Chile/Argentina/Reino Unido/Taiwan/França/Dinamarca/Suécia)
Los impactados, de Lucía Puenzo (Argentina)
Pedágio, de Carolina Markowicz (Brasil/Portugal)
Tótem, de Lila Avilés (México)

NEW DIRECTORS

Ashil (Achilles), de Farhad Delaram (Alemanha/Irã/França)
Bahadur the Brave, de Diwa Shah (Índia)
Bauryna salu, de Askhat Kuchinchirekov (Cazaquistão)
El otro hijo, de Juan Sebastián Quebrada (Colômbia/França/Argentina)
Hi, mom, de Ilia Malakhova (Rússia)
Kiri no Fuchi (Beyond the Fog), de Daichi Murase (Japão)
La estrella azul, de Javier Macipe (Espanha/Argentina)
Last Shadow at First Light, de Nicole Midori Woodford (Singapura/Japão/Eslovênia/Filipinas/Indonésia)
Les Rayons Gamma, de Henry Bernadet (Canadá)
Mother, Couch!, de Niclas Larsson (EUA/Dinamarca/Suécia)
Xiao yao you (Carefree Days), de Liang Ming (China)

XI PRÊMIO SEBASTIANE LATINO

Almamula, de Juan Sebastián Torales (Argentina/França/Itália)
Cross Dreamers, de Soledad Velasco (Argentina)
El Filo de las Tijeras, de David Marcial Valverdi (Argentina)
El Silencio de los Hombres, de Lucía Lubarsky (Argentina)
Transfariana, de Joris Lachaise (Colômbia/França)

Fotos: Divulgação.

Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry, divulga pôster oficial; filme será exibido no 51º Festival de Gramado

por: Cinevitor
Matheus Nachtergaele e Ana Luiza Rios em cena

Dirigido pelo cineasta cearense Petrus Cariry, Mais Pesado é o Céu, longa-metragem inédito, é uma das seis ficções selecionadas para a competição da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que acontecerá entre os dias 11 e 19 de agosto.

Rodada no sertão nordestino, a trama acompanha o encontro de Antônio, vivido por Matheus Nachtergaele, e Teresa, interpretada por Ana Luiza Rios, que, por motivos diferentes, pegam a estrada em busca de reconstruir a vida. Diante de um Brasil devastado pela crise moral e política, os dois acolhem um bebê abandonado e formam uma família improvável sob o sol escaldante do interior do Ceará.

Mais Pesado é o Céu é o sétimo longa-metragem de Cariry, que recentemente recebeu uma indicação de melhor documentário no 22º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro por A Jangada de Welles, codirigido por Firmino Holanda. Além de Nachtergaele e Rios, o elenco ainda traz nomes como Silvia Buarque, Danny Barbosa e Buda Lira.

A produção é de Bárbara Cariry, por meio da Iluminura Filmes, e a distribuição será pela Sereia Filmes. As filmagens aconteceram em 2021 nos municípios cearenses de Quixadá e Nova Jaguaribara, tendo como um dos cenários o Açude Castanhão e sua história de submersão. Clique aqui para assistir uma cena do filme divulgada recentemente.

O projeto é reflexo de um desejo antigo do cineasta, que já participou de dezenas de festivais nacionais e internacionais com seus filmes anteriores: “Eu sempre tive vontade de fazer um road movie para explorar essa possibilidade do ‘não-lugar’ do asfalto e dos espaços desertos preenchidos pelo drama humano. Penso a estrada no sentido do movimento e da mudança, do inesperado, das pessoas com seus sonhos e suas materialidades, suas grandezas e suas misérias, suas utopias e distopias. Como estávamos vivendo um período conturbado no Brasil, achei que o encontro de um casal de ‘desempregados’ na estrada, voltando para visitar uma cidade submersa, poderia me dar o espaço do drama e o tema adequados para eu falar desse momento, onde preconceitos, misoginias, ódios e brutalidades se anunciaram de forma insuportável”, afirma o cineasta.

Confira o pôster do filme divulgado com exclusividade pelo CINEVITOR

Foto: Petrus Cariry.

Casa Vazia

por: Cinevitor

Direção: Giovani Borba

Elenco: Hugo Noguera, Araci Esteves, Nelson Diniz, Roberto Oliveira, Liane Venturella, Lucas Daniel Soares Rodrigues.

Ano: 2021

Sinopse: Raúl é um peão desempregado e pai de família. Na escuridão das noites, junta-se à um bando de ladrões de gado. Ao retornar de mais uma madrugada, encontra sua casa vazia. Sua mulher e filhos desapareceram.

*Clique aqui e leia nossa entrevista com o diretor realizada no Olhar de Cinema

*Filme visto no 11º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba

Nota do CINEVITOR:

Megatubarão 2

por: Cinevitor

Meg 2: The Trench

Direção: Ben Wheatley

Elenco: Jason Statham, Jing Wu, Shuya Sophia Cai, Cliff Curtis, Page Kennedy, Sergio Peris-Mencheta, Skyler Samuels, Melissanthi Mahut, Whoopie Van Raam, Kiran Sonia Sawar, Felix Mayr, Sienna Guillory, Tao Guo, Robin Hill, Lele Dai, Ivy Tsui, Stewart Alexander, Xiong Jinji, Able Wanamakok, Jingjing Cai, Li Xin, Kenneth Won, Longxi, Narisu Bai, Matthew Stirling, Richard Glover, Billy Clements, Jonny James, Doug Robson, Enzo di Bonaventura, Macho, Sara Dee, Benny Bereal, Ricky Bevins, Cris Haris, Emily Ng, Rui Shang, Ron Smoorenburg.

Ano: 2023

Sinopse: Pesquisadores submarinos agora enfrentam outro inimigo: saqueadores ambientais. Em uma corrida contra o tempo, os protagonistas devem ser rápidos, mais inteligentes e superar mega tubarões implacáveis.

Nota do CINEVITOR:

5º Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta amazonense Alexandrina – Um Relâmpago, de Keila Sankofa

A quinta edição do Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte acontecerá entre os dias 22 e 25 de agosto, no Teatro Amazonas, em Manaus, e também em espaços culturais. A programação deste ano conta com 50 títulos selecionados e atividades gratuitas.

Para esta edição, 16 curtas-metragens concorrem aos prêmios da Mostra Amazônia, dedicada exclusivamente para obras dos estados da Amazônia Legal. Filmes de outras regiões fora da Amazônia estarão na Mostra Outros Nortes, que terá 12 obras. Já a Mostra Olhar Panorâmico, que nesta edição traz 10 títulos, será exclusivamente on-line com filmes amazônicos que não estão na mostra principal. Para o público infantojuvenil, foram selecionados seis filmes na Mostra Olhinho.

O 5º Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte ainda terá filmes convidados, entre eles três curtas/médias e três longas-metragens, que terão exibições especiais na abertura e no encerramento da programação: “É a nossa edição com mais filmes de temática indígena e com mais filmes dirigidos por mulheres. Obras de realizadores que se colocam como participantes de um momento de efervescência política e cultural, e que também apontam caminhos particulares como linguagem de cinema”, ressalta a carta da curadoria, assinada por Diego Bauer, Victor Kaleb e Flávia Abtibol.

Pela primeira vez, o Olhar do Norte abriu inscrições para toda a Amazônia Legal, incluindo a possibilidade de cineastas e realizadores do Maranhão e Mato Grosso se inscreverem na mostra principal, chamada Amazônia

Conheça os filmes selecionados para o 5º Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte:

MOSTRA AMAZÔNIA

Ao Lado da Estrada, de Ricardo Chetuan (RR)
Alexandrina – Um Relâmpago, de Keila Sankofa (AM)
Ana Rúbia, de Diego Baraldi e Íris Alves Lacerda (MT)
Bebé, de Isadora Lis (PA)
Cabana, de Adriana de Faria (PA)
Cem Pillum: A História do Dilúvio, de Thiago Morais (AM)
Controle, de Ricardo Manjaro (AM)
Desentupidor, de Jimmy Christian (AM)
Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante (RO)
Galeria Decolonial, de Ana Lígia Pimentel (AM)
Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari (RR)
Maués, A Garça, de Isabelle Amsterdam (AC)
Meus Pais, Meus Atores Preferidos, de Gabriel Bravo de Lima (AM)
Resistência, de Juraci Junior (RO)
Revoada, de Rafael Ramos (AM)
Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami (RR)

MOSTRA OLHAR PANORÂMICO

Coro-dos-Amantes (Lovers Chorus), de Tércio Silva (AM)
Em Cantos do Gurupi, de Judite Nascimento e San Marcelo (PA)
Essa Terra é Meu Quilombo, de Rayane Penha (AP)
Kumarú: Cura, Força e Resistência, de João de Paula (PA)
La Creación, de Valentina Ricardo (AM)
Prazer, Ana, de Sarah Margarido (AM)
Tapuia, de Begê Muniz e Kay Sara (AM)
Tédio, de Victor Sandiogo (AM)
Um Dia de Manaus, de André Cavalcante Pereira (AM)
Yuri u xëatima thë: A Pesca com Timbó, de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami (RR)

MOSTRA OUTROS NORTES

Big Bang, de Carlos Segundo (MG/RN)
Bucho de Peixe, de Johann Jean (RN)
Das Águas, de Adalberto Oliveira e Tiago Martins (PE)
Garotos Ingleses, de Marcus Curvelo (BA)
Memórias do Fogo, de Rita de Cássia Melo Santos, Leandro Olímpio e Irineu Cruzeiro Neto (PB)
Mulheres Árvores, de Wara (CE)
Nada Haver, de Juliano Gomes (RJ)
Ñande MbaraeteI Katu: Juntos Vamos nos Fortalecer, de Cristian Cancino (SP)
Último Domingo, de Renan Barbosa e Joana Claude (RJ)
Quebra Panela, de Rafael Anaroli (PE)
Soberane, de Wara (CE)
Solos, de Pedro Vargas (SP)

MOSTRA OLHINHO

A Aposta, de Juan Lopes e Kennedy Costa (AM)
Ciranda Feiticeira, de Lula Gonzaga e Tiago Delácio (PE)
Mamulengo, de Augustto Gomes (AM)
Minha Velha Amiga Dukkha, de Felipe Santoro e Isabella Bittencourt Gil Xavier (RS)
Sadako: A Lenda dos Mil Tsurus, de Isadora Zillo e Jonatas Ferreira (PR)
Super-Herói do Clipe no Meio da Praça, de Felipe Aufiero (PR)

FILMES CONVIDADOS

A Estratégia da Fome, de Walter Fernandes Jr. (AM)
Castanho, de Adanilo (AM)
Ensaio de Despedida, de Eric Lima (AM)

FILME DE ABERTURA
A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora (TO)

FILME DE ENCERRAMENTO
Eureka, de Lisandro Alonso (França/Argentina/Portugal/Alemanha/México)

LONGA CONVIDADO
Mato Seco em Chamas, de Adirley Queiroz e Joana Pimenta (DF)

Foto: Divulgação.

Documentário Isabella: o Caso Nardoni ganha trailer e data de estreia na Netflix

por: Cinevitor
O filme analisa o caso que comoveu o Brasil e revela detalhes pouco conhecidos

A Netflix anunciou nesta terça-feira, 01/08, o lançamento do documentário Isabella: o Caso Nardoni, que estreia no dia 17 de agosto. Em 2008, o assassinato de Isabella Nardoni parou o Brasil: a menina de 5 anos foi atirada pela janela do apartamento de seu pai e da madrasta, em São Paulo. Enquanto a população, a mídia e mesmo as autoridades cobravam uma solução rápida e exemplar, a perícia trabalhou para encontrar material que contasse o que aconteceu.

Como se deu esse trabalho? Que provas atestaram a culpa do casal Nardoni? O que fez a polícia descartar qualquer outra hipótese? Quinze anos após o crime, o documentário Isabella: o Caso Nardoni, em formato de longa-metragem, analisa o caso que comoveu o Brasil, revela detalhes pouco conhecidos e traz depoimentos inéditos da mãe e dos avós de Isabella, que lutam para manter a memória dela viva, além de jornalistas, peritos e advogados de defesa.

Claudio Manoel, diretor do projeto ao lado de Micael Langer, disse: “A produção traz ainda reflexões sobre a nossa sociedade, sobre a justiça criminal; na verdade, sobre o nosso sistema como um todo e ainda sobre o sensacionalismo. Além, é claro, de resgatar uma história que não pode ser esquecida. Essa garotinha poderia estar hoje aqui com a gente, aos 21 anos de idade, cursando uma faculdade, traçando seu futuro”.

Produzido pela Kromaki para a Netflix, o filme tem produção executiva de Rodrigo Letier, Manfredo Barretto, Roberta Oliveira e Anna Julia Werneck. O roteiro é de Claudio Manoel, Micael Langer e Felipe Flexa. Assinam como consultores o jornalista Rogério Pagnan, autor do livro O pior dos crimes: A história do assassinato de Isabella Nardoni, e a criminóloga Ilana Casoy, autora dos livros A prova é a testemunha e Casos de Família: Arquivos Richthofen e Arquivos Nardoni.

A equipe analisou, ainda, mais de 6 mil páginas de processo, gravou 118 horas de entrevistas e reuniu mais de 5 mil itens de arquivo fotográfico vindo da mídia e do acervo da família.

Confira o trailer de Isabella: o Caso Nardoni, que estreia no dia 17 de agosto:

Foto: Cortesia Netflix.

VIII DIGO: conheça os vencedores

por: Cinevitor
André Lu no curta-metragem Nunca Estarei Lá, de Rodrigo Campos

Foram anunciados neste domingo, 30/07, os vencedores da oitava edição do DIGO, Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás, que tem como objetivo estimular e promover a conscientização do público, no que tange o respeito integral aos direitos humanos e a inclusão.

Para esta oitava edição, que aconteceu entre os dias 27 e 30 de julho, no Cine Teatro Zabriskie, em Goiânia, foram 459 filmes inscritos. Os selecionados foram convidados pela plataforma Cinebrac para exibição e também terão a oportunidade de assinar contratos comerciais. Além disso, os vencedores recebem o Troféu Digo concedido por um júri especializado.

Com direção de Cristiano Sousa, o festival ganha destaque como um ponto de interesse para a exibição de filmes inéditos no Centro-Oeste, com uma curadoria voltada para temáticas LGBTI e filmes emocionantes e contemporâneos. O tema do DIGO Festival deste ano foi Para onde vai o seu pink money?.

O júri da oitava edição foi formado por: Wellington Dias, Ewerton Matos, Josiane Osório, Cristiany Beatriz e Alexandre Augusto. Os homenageades deste ano foram: Yara Nunes, secretária de Cultura de Goiás; Francisco Mendes, da Associação das Paradas de Goiás; Victor Hipólito, ex-superintendente LGBTI+ de Goiânia; Marco Aurélio, do Grupo Ipê Rosa; Zaia Angelo, multiartista; e Camilla Miss, produtora do Oscar LGBT.

Conheça os vencedores do DIGO 2023:

MOSTRA NACIONAL
Melhor Longa: Casa Izabel, de Gil Baroni (PR)
Melhor Curta: Nunca Estarei Lá, de Rodrigo Campos (SP)
Melhor Direção: Estevan de la Fuente, por Sereia
Melhor Roteiro: Nunca Estarei Lá, escrito por Rodrigo Campos
Melhor Atuação: Taciano Soares, por A Bela é Poc

MOSTRA INTERNACIONAL
Melhor Curta: Um Caroço de Abacate, de Ary Zara (Portugal)

MOSTRA GOIÁS
Melhor Curta: A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno (Goiânia)
Melhor Direção: Alana Ferreira, por Até a Luz Voltar
Melhor Roteiro: A Menina Atrás do Espelho, escrito por Iuri Moreno
Melhor Atuação: Alex Amaral, por Por Onde Eu For Não Haverá Rastros
Menção Honrosa: Entredentes, de Daniel Souza Duarte de Sena (Anápolis)

Foto: Divulgação.