Pela primeira vez em sua história, o Festival de Cinema de Gramado teve uma série como atração. A escolhida foi Cangaço Novo, original Amazon, que já está disponível no Prime Video em mais de 240 países e territórios desde o dia 18 de agosto; a estreia mundial foi na 51ª edição do evento.
Cangaço Novo é um nordestern que retrata a jornada de autoconhecimento de três irmãos e se mistura a problemas estruturais do Brasil, como o crime organizado, a corrupção e a política. Precisando desesperadamente de dinheiro para cuidar de seu pai adotivo, Ubaldo, interpretado por Allan Souza Lima, mal chega em Cratará e já se envolve com o crime organizado. Com sua irmã Dinorah, papel de Alice Carvalho, a única mulher em um bando de ladrões de banco, ele se torna um cangaceiro e líder de uma gangue do novo cangaço.
Eles dominam cidades inteiras com armas de grosso calibre causando pânico e terror. Ubaldo, inebriado com o poder e a adrenalina, acredita que pode fazer a diferença. Enquanto ele e Dinorah roubam bancos desafiando as autoridades locais, Dilvânia, vivida por Thainá Duarte, a outra irmã, mantém viva a influência de Amaro Vaqueiro, o pai biológico dos três, que é uma figura mítica na região. A questão é: qual dos irmãos será aquele que transformará a vida das pessoas ao seu redor se tornando em vida o próximo mito do sertão cearense? A mudança virá pela fé, pela política ou pela bala?
A série conta também com Hermila Guedes, Ricardo Blat, Marcélia Cartaxo, Adélio Lima, Nivaldo Nascimento, Titina Medeiros, Pedro Wagner, Rodrigo García, Múcia Teixeira, César Ferrario, Robson Medeiros, Luiz Carlos Vasconcelos, Enio Cavalcante, Joálisson Cunha, Pedro Lamin, entre outros, no elenco.
Produzida pela O2 Filmes, a obra, que conta com oito episódios, foi criada por Eduardo Melo e Mariana Bardan, tem direção de Aly Muritiba e Fábio Mendonça e roteiro de Fernando Garrido, Mariana Bardan, Eduardo Melo e Erez Milgrom. A produção executiva é de Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck, da O2 Filmes, Fábio Mendonça e Aly Muritiba.
Para falar mais sobre Cangaço Novo, conversamos com a protagonista Alice Carvalho. No bate-papo, a atriz potiguar falou da exibição em Gramado, reencontro com a equipe, entrosamento com o elenco, preparação com Fátima Toledo, filmagens no Cariri paraibano e Seridó potiguar, expectativa para o lançamento, entre outros assuntos.
Aperte o play e confira:
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Wilson Rabelo no curta Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo
A sexta edição da Quelly, Mostra Internacional de Gênero e Sexualidade, acontecerá entre os dias 23 e 26 de agosto no Teatro da Cidade, em São Luís, no Maranhão. A programação contará com 12 produções, entre curtas e longas-metragens, que alcançaram destaque pelo mundo e chegarão inéditos ao evento.
O título, presente desde a primeira edição em 2019, é uma homenagem à Quelly da Silva, que faleceu em janeiro do mesmo ano, em Campinas, São Paulo. Neste ano, a curadoria contou com George Pedrosa, cineasta e produtor cultural, e Daniel Nolasco, bacharel em cinema e audiovisual pela Universidade Federal Fluminense, com produção de Josh Baconi e Gabriel Marques; a realização é da Kasarão Filmes.
A sexta edição da Mostra Quelly também será a sua primeira internacional. A primeira mostra de filmes LGBTQIA+ do Maranhão retorna com uma roupagem nova e uma programação de filmes de diversas partes do mundo que retratam a vivência e sexualidade queer anarquista, sem conservadorismo: “O Brasil está em uma nova fase em 2023, porém, os últimos anos deixaram uma herança conservadora que afeta muitas pessoas e, surpreendentemente, as mais jovens. A seleção da primeira edição internacional da Mostra Quelly retrata visões anarquistas sobre o sistema em que estamos inseridos, mostrando a luta de pessoas LGBTQIA+ de diversas partes do mundo, que usam o cinema para retratar a sua própria contracultura e vivência política, criando e explorando os seus desejos humanos”, ressaltou o curador da Mostra.
Também como um espaço de formação, a edição contará com oficinas gratuitas e discussões ao redor do universo audiovisual. Foram convidados profissionais como o diretor, roteirista e diretor de arte Henrique Arruda com a oficina Vou pintar um arco-íris de energia: As Cores e Texturas da Direção de Arte para o Cinema Queer Contemporâneo; e a atriz Luty Barteix com a oficina Corpo e Imagem Performática.
Com o objetivo de discutir, em especial, filmes independentes e autorais, Bruno Carmelo, crítico do site Meio Amargo, também estará presente na 1ª Quelly Internacional para escrever suas impressões sobre as obras em exibição na programação, que será gratuita.
A abertura da edição terá a exibição do clássico brasileiro A Rainha Diaba, lançado em 1973 e dirigido por Antônio Carlos da Fontoura. A história é inspirada em Madame Satã, personagem conhecida no Rio de Janeiro na primeira metade do século XX, e interpretada nas telas pelo ator Milton Gonçalves. O longa teve sua cópia restaurada e exibida recentemente no Festival de Berlim, ganhando uma nova vida em festivais pelo mundo 50 anos após o seu lançamento.
Entre as obras internacionais, está o longa-metragem Anhell69, uma coprodução entre Colômbia, Romênia, França e Alemanha. Em uma mistura de ficção e realidade, o filme dirigido por Theo Montoya retrata a vida de um diretor que entrevista diversos amigos para montar o casting de um filme que nunca será produzido, por conta do momento perigoso e sem grandes horizontes para os jovens queer na cidade colombiana de Medellín.
A inclusão também estará presente na Mostra Quelly com sessões especiais com recursos de acessibilidade para surdos e ensurdecidos (LSE). Um intérprete de libras estará presente na abertura das sessões acessíveis e durante as oficinas.
Conheça os filmes selecionados para a 6ª Mostra Quelly:
A Rainha Diaba, de Antônio Carlos da Fontoura (1974) (filme de abertura) Anhell69, de Theo Montoya (Colômbia/Romênia/França/Alemanha) As Inesquecíveis, de La Conga Rosa (Brasil, DF) Blinded by Centuries, de Parinda Mai (Tailândia/EUA) Corpo sua Autobiografia, de Cibele Appes e Renata Carvalho (Brasil, SP) Fluidité, de La Fille Renne, Laure Giappiconi e Elisa Monteil (França) Godasses, Parte 03, de Jamal Phoenix (Alemanha) Mon CRS, de Marc Martin (França) Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (Brasil, SP) Panteras, de Breno Baptista (Brasil, CE) Progressive Touch, de Michael Portnoy (Áustria/Holanda/EUA) Quinze Primaveras, de Leão Neto (Brasil, CE)
Cena do curta goiano A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno: exibido na edição passada
O Lanterna Mágica – Festival Internacional de Animação, que tem o intuito de promover e difundir o mercado de animação brasileiro e mundial, realizará sua sexta edição entre os dias 8 e 12 de novembro na cidade de Goiânia, em Goiás.
O festival, que fez sua estreia no calendário mundial em 2017, atualmente é uma realização de Camila Nunes, que se destaca como uma figura influente na produção audiovisual e na educação cinematográfica; ela acredita que a animação é uma ferramenta única para transmitir mensagens complexas de maneira acessível, tornando-a uma escolha ideal para atingir as mentes jovens em formação.
Com um olhar atento para o futuro, Camila foca seus esforços em influenciar positivamente a próxima geração, por isso um dos pontos fortes do Lanterna Mágica são as trocas entre profissionais renomados da animação, com discussões e formações sobre cinema com crianças e jovens da rede pública de ensino.
As inscrições para o 6º Lanterna Mágica estão abertas até o dia 20 de setembro e os filmes inscritos, para as mostras competitivas, não competitivas e especiais, passam por uma curadoria formada por convidados que operam na área do mercado audiovisual de animação. As inscrições podem ser feitas pela plataforma FilmFreeway (clique aqui) e filmes do mundo e de todos os continentes podem participar.
As premiações são feitas a partir da escolha dos jurados e do público. A programação do festival conta também com diversas atividades paralelas, entre elas, oficinas, estudos de caso, palestras e algumas surpresas.
Cena do curta cearense Apocalypses Repentinos, de Pedrokas
Foram anunciados neste domingo, 20/08, os vencedores da segunda edição do Muído – Festival de Cinema de Campina Grande, mais uma janela da produção cinematográfica paraibana e nordestina, que aconteceu no Cineteatro São José.
Neste ano, a curadoria foi assinada por Amanda Ramos, Cris Lima, Juca Gonzaga e Dani Drumond. Já o time de jurados foi formado por: Veruza Guedes, Ricardo André e Fabiano Raposo; os vencedores receberam o Prêmio Faxexo.
O Muído é um festival genuinamente paraibano e que tem como um dos objetivos ser uma tela para a produção do estado, do litoral ao sertão, passando pelo Cariri, Curimataú, Brejo, Seridó, entre outros. Além dos filmes, a programação contou também com diversas atividades paralelas.
Conheça os vencedores do 2º Muído – Festival de Cinema de Campina Grande:
MELHOR FILME | MOSTRA MUNDARÉU Apocalypses Repentinos, de Pedrokas (Fortaleza, CE)
PRÊMIO ELY MARQUES | MELHOR FILME PARAIBANO Avôa, de Lucas Mendes (João Pessoa)
MELHOR DOCUMENTÁRIO Muxima, de Juca Badaró (Lençóis, BA)
MELHOR DIREÇÃO Pedrokas, por Apocalypses Repentinos
MELHOR ROTEIRO Extinção, escrito por Maycon Carvalho
MELHOR ATRIZ Maria do Carmo, por Quebra Panela
MELHOR ATOR Chico Oliveira, por O Brilho Cega
PRÊMIO ALLAN VIDAL | MELHOR MONTAGEM O que os Machos Querem, por Joana Maia
MELHOR FOTOGRAFIA Sangue por Sangue, por Rodolpho de Barros
MELHOR DESENHO DE SOM Sucata Esperança, por Glauber Lacerda
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE O Brilho Cega, por Carlos Mosca
MENÇÃO HONROSA Céu, de Valtyennya Pires (Santa Luzia, PB) Peixinho, de Edson Germinio (Jataúba, PE)
Equipe de Mussum, o Filmis na premiação: seis kikitos
Foram anunciados neste sábado, 19/08, no Palácio dos Festivais, os vencedores da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Mussum, o Filmis, do diretor estreante Silvio Guindane, foi premiado com seis kikitos, entre eles, o de melhor longa brasileiro; a cinebiografia de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, também recebeu uma Menção Honrosa.
A noite de premiação ainda consagrou outros dois longas: Tia Virgínia, de Fabio Meira, com cinco prêmios; e o cearense Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry, que levou quatro troféus; o documentário Anhangabaú, de Lufe Bollini, e o longa-metragem gaúcho Hamlet, de Zeca Brito, foram os melhores filmes em suas mostras.
Premiados como melhor atriz e melhor ator, Vera Holtz, por Tia Virgínia, e Ailton Graça, por Mussum, o Filmis, trocaram elogios no palco e foram ovacionados pelo público. Vera agradeceu aos colegas de profissão e dedicou o prêmio às suas irmãs da ficção, Arlete Salles e Louise Cardoso, e às irmãs Regina, Rosa e Teresa; além disso, recitou um poema do gaúcho Mario Quintana no palco.
Emocionado, Ailton relembrou sua infância humilde: “Essa é a primeira vez que estou recebendo um prêmio. E isso começou quando eu era criança e minha mãe perguntou para mim e para meu irmão o que queríamos ser. Eu disse carroceiro, advogado, engenheiro agrônomo, cientista, professor… e sendo ator eu posso ser tudo isso”, celebrou.
O diretor Silvio Guindane, que recebeu o Prêmio Especial do Júri em 1996 por sua atuação no filme Como Nascem os Anjos, de Murilo Salles, discursou: “O cinema me salvou. A arte salva, o cinema salva e hoje estou retornando a este festival”. Também presente na cerimônia, Mussunzinho, filho de Mussum, se emocionou com os prêmios para o filme que retrata a trajetória de seu pai.
A noite também contou com a entrega do Troféu Reverência Horst Volk para o Canal Brasil em celebração aos seus 25 anos. A honraria é um kikito de madeira esculpido pelo artista gramadense Xixo que, ao lado de Elisabeth Rosenfeld, cunharam os troféus entregues nas primeiras edições do evento. André Saddy, diretor geral do Canal Brasil, subiu ao palco para receber a homenagem: “Que honra receber este prêmio! Já falaram muito dessa relação do Canal Brasil com o Festival de Gramado. A importância é recíproca, a valorização é recíproca. Além da transmissão, cobrimos o festival e abrimos espaço para o cinema brasileiro a cada edição”.
Outro destaque da cerimônia foi a entrega do prêmio de melhor filme da IV Mostra Universitária, exibida dentro da programação do Conexões Gramado Film Market no Museu do Festival de Cinema de Gramado. Com votação interativa, que somou 6.210 votos, o curta-metragem pernambucano Cabocolino, de João Marcello, foi o grande vencedor com 2.168 votos.
Conheça os vencedores do 51º Festival de Cinema de Gramado:
LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS
Melhor Filme: Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane (RJ) Melhor Filme | Júri da Crítica: Tia Virgínia, de Fabio Meira (RJ) Melhor Filme | Júri Popular: Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane Melhor Direção: Petrus Cariry, por Mais Pesado é o Céu Melhor Ator: Ailton Graça, por Mussum, o Filmis Melhor Atriz: Vera Holtz, por Tia Virgínia Melhor Atriz Coadjuvante: Neusa Borges, por Mussum, o Filmis Melhor Ator Coadjuvante: Yuri Marçal, por Mussum, o Filmis Melhor Roteiro: Tia Virgínia, escrito por Fabio Meira Melhor Fotografia: Mais Pesado é o Céu, por Petrus Cariry Melhor Direção de Arte: Tia Virgínia, por Ana Mara Abreu Melhor Montagem: Mais Pesado é o Céu, por Firmino Holanda e Petrus Cariry Melhor Trilha Musical: Mussum, o Filmis, por Max de Castro Melhor Desenho de Som: Tia Virgínia, por Rubem Valdés Prêmio Especial do Júri: Ana Luiza Rios, por Mais Pesado é o Céu Menção Honrosa: Vera Valdez, por Tia Virgínia Menção Honrosa: Martín Macías Trujillo, por Mussum, o Filmis
LONGAS-METRAGENS GAÚCHOS | Prêmio SEDAC/IECINE
Melhor Filme: Hamlet, de Zeca Brito (Porto Alegre) Melhor Filme | Júri Popular: Sobreviventes do Pampa, de Rogério Rodrigues (Porto Alegre) Melhor Direção: Zeca Brito, por Hamlet Melhor Ator: Fredericco Restori, por Hamlet Melhor Atriz: Carol Martins, por O Acidente Melhor Roteiro: O Acidente, escrito por Marcela Ilha Bordin e Bruno Carboni Melhor Fotografia: Hamlet, por Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Livia Pasqual e Zeca Brito Melhor Direção de Arte: O Acidente, por Richard Tavares Melhor Montagem: Hamlet, por Jardel Machado Hermes Melhor Desenho de Som: Céu Aberto, por Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz Melhor Trilha Musical: Céu Aberto, por Rita Zart e Bruno Mad
PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas (RJ)
LONGAS-METRAGENS DOCUMENTAIS Melhor Filme: Anhangabaú, de Lufe Bollini (SP)
MOSTRA UNIVERSITÁRIA | Conexões Gramado Film Market Melhor Filme: Cabocolino, de João Marcello (PE) (2.168 votos)
TROFÉU REVERÊNCIA HORST VOLK Canal Brasil
*Clique aqui e confira os vencedores da mostra de curtas-metragens brasileiros
*Clique aqui e conheça os jurados do Festival de Gramado 2023
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Agrael de Jesus: melhor atriz por Ela Mora Logo Ali
Os primeiros kikitos da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado começaram a ser entregues na noite desta sexta-feira, 18/08, no palco do Palácio dos Festivais. A cerimônia foi marcada pela premiação dos melhores filmes na mostra de curtas-metragens brasileiros.
O curta capixaba Remendo, de Roger Ghil, levou o kikito de melhor filme. A produção Ela Mora Logo Ali, dirigida por Fabiano Barros e Rafael Rogante, de Rondônia, recebeu três prêmios: melhor filme pelo Júri Popular, melhor roteiro e melhor atriz para Agrael de Jesus.
O público presente no Palácio dos Festivais ainda acompanhou a entrega de três homenagens. A produtora Lucy Barreto recebeu o Troféu Eduardo Abelin, que é uma homenagem concedida a diretores, cineastas e entidades de cinema pelo trabalho feito em benefício do cinema brasileiro: “Hoje, 18 de agosto, Luiz Carlos e eu comemoramos 69 anos de casados. Só tenho a agradecer ao festival e agradecer por estar viva, pois com 90 anos tem que agradecer todos os dias”, manifestou a homenageada.
Recebendo o Kikito de Cristal, dedicado a expoentes do cinema internacional, a atriz Alice Braga fez um discurso emocionante: “É muito simbólico ver Lucy, Laura e Ingrid aqui nesta noite. E também por estar no Rio Grande do Sul, que foi onde minha carreira começou, quando eu tinha 14 anos, com a Casa de Cinema: vocês são fundamentais, este festival é fundamental”, disse.
O público que preencheu os assentos do Palácio dos Festivais ficou de pé quando Lucy, Alice e Ingrid Guimarães, homenageada ontem com o Troféu Cidade de Gramado, foram convidadas ao palco para entregar o Troféu Oscarito para a atriz Laura Cardoso. Pioneira na TV brasileira, com mais de 30 longas-metragens na carreira, Laura manifestou que estava sem voz para falar: “De coração, obrigada por gostarem do meu trabalho, estou emocionada e não sei mais o que falar”, disse sendo ovacionada pela plateia.
Pela primeira vez, o Festival de Gramado terá sua premiação em dose dupla. Depois dos curtas, que já foram anunciados, a noite de sábado, 19/08, revelará os vencedores das mostras de longas brasileiros, documentais e gaúchos.
Conheça os vencedores da mostra de curtas-metragens brasileiros:
Melhor Filme: Remendo, de Roger Ghil (ES) Melhor Filme | Júri Popular: Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante (RO) Melhor Filme | Júri da Crítica: Camaco, de Breno Alvarenga (MG) Prêmio Especial do Júri: Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari (RR) Melhor Direção: Mariana Jaspe, por Deixa Melhor Roteiro: Ela Mora Logo Ali, escrito por Fabiano Barros e Rafael Rogante Melhor Atriz: Agrael de Jesus, por Ela Mora Logo Ali Melhor Ator: Phillipe Coutinho, por Sabão Líquido Melhor Fotografia: Mãri hi: A Árvore do Sonho, por Morzanel Iramari Melhor Direção de Arte: Casa de Bonecas, por Felipe Spooka e Jacksciene Guedes Melhor Montagem: Camaco, por Luiza Garcia Melhor Desenho de Som: Sabão Líquido, por Kiko Ferraz Melhor Trilha Musical: Yãmî Yah-Pá, por Mano Teko e Aquahertz Menção Honrosa: Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (SP) Prêmio Canal Brasil de Curtas: Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas (RJ)
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A divertida amizade entre Chicó, interpretado por Selton Mello, e João Grilo, vivido por Matheus Nachtergaele, começa a ser filmada no próximo domingo, 20 de agosto. O Auto da Compadecida 2 é uma aventura que renova a já clássica adaptação da peça teatral do paraibano Ariano Suassuna, que foi dirigida para o cinema pelo pernambucano Guel Arraes e lançada no ano 2000.
Com estreia prevista para o ano que vem, o novo filme segue com Guel Arraes na direção, desta vez ao lado de Flávia Lacerda, e conta com a produção da Conspiração e da H2O Films, que também fará a distribuição. Quase 25 anos depois do estrondoso sucesso de O Auto da Compadecida, no cinema e na TV, a sequência reflete o prazer em ser brasileiro, um sentimento perdido por parte da sociedade nos últimos anos, como comenta o diretor: “Achamos interessante fazer um filme sobre amizade neste momento do Brasil”. Os diretores encontraram uma brecha durante os ensaios para gravar um vídeo especial para falar sobre a produção; clique aqui e assista.
Para Guel Arraes, o maior desafio da continuação foi o novo roteiro, uma história original, construída a partir de alguns personagens da peça O Auto da Compadecida. O roteiro é também assinado por João Falcão com a colaboração de Adriana Falcão e Jorge Furtado: “Não se passaram 25 anos somente na vida real, mas na própria narrativa fictícia. Mesmo que seja um filme de época, temos que falar de assuntos de hoje, assim como Ariano foi extremamente atual em 1955 ao escrever sobre a religião e a sobrevivência dos mais pobres”, disse Guel.
O reencontro de Chicó e João Grilo vem atualizado, com a aprovação e a bênção da família de Ariano. Como Flávia Lacerda reflete: “Nesses 25 anos, a história amadureceu, os atores amadureceram, os personagens amadureceram. Então, o público vai perceber que o novo filme tem muito mais camadas e temas”. Dessa maneira, O Auto 2 ganhou reforços de peso no elenco, como a já anunciadaTaís Araujo interpretando Nossa Senhora: “A gente precisava dar uma virada no que significava a Compadecida nessa nova versão, e Taís encaixou perfeitamente”, comentou a diretora.
Outras novidades são Eduardo Sterblitch no papel de Arlindo, um comerciante e radialista poderoso; Humberto Martins como Coronel Ernani; Fabiula Nascimento como Clarabela; Luis Miranda como Antônio do Amor; Juliano Cazarré como Omar; Luellem de Castro como Iracema; e Virginia Cavendish, que permanece como a icônica personagem Rosinha, e Enrique Diaz, que dará vida mais uma vez a Joaquim Brejeiro.
As escolhas estéticas da direção também se modernizaram. Assim como a obra de Ariano é extremamente visual, a escolha dos diretores para a nova versão é levar o universo de Suassuna de forma ainda mais fabular para as telonas: “O cinema andou, a tecnologia andou, então a gente tem a possibilidade de trazer um Nordeste ainda mais encantador”, pontua Guel. A produção virtual vai recriar a cidade de Taperoá nos anos 1950, 25 anos depois da história original.
Mas a essência dos personagens e do mundo ao mesmo tempo real e farsesco criado por Ariano Suassuna permanecem intactas. Ou melhor, vão ganhar ainda mais força por causa do reencontro dessa amizade e do reencontro dos criadores do filme original tanto tempo depois, como comenta Virginia Cavendish: “As pessoas estão muito curiosas com o que aconteceu com o casal Rosinha e Chicó e acho que a história vai surpreender a todos. Na nova versão, a Rosinha virou uma mulher avançada para época”. E Selton Mello celebra: “Fazer o Chicó de novo é uma emoção gigante, que nunca imaginei reviver. Nosso time é de craques, faremos ‘O Auto 2’ à altura da grandeza do nosso filme do peito e celebrando a memória de Ariano Suassuna. O Brasil esperava e merecia este presente”.
Para Matheus Nachtergaele, o envelhecimento dos personagens provoca algumas mudanças em seus arquétipos, mas a trama não perde a delicadeza: “Há uma homenagem ao primeiro, muita coisa vai ser revisitada e o público quer isso, mas há novidades. Éramos trintões, jovens atores, agora somos cinquentões. No que isso vai atingir e transformar os personagens, não sei, mas alguma coisa deve acontecer. O novo roteiro é muito bonito”.
Para entrar no clima do novo filme, assista também (clique aqui) ao nosso programa especial gravado em Cabaceiras, na Paraíba, cidade que serviu de locação para O Auto da Compadecida, em 2000.
Vera Holtz no tapete vermelho do Festival de Gramado
Dirigido e escrito por Fabio Meira, do premiado As Duas Irenes, o longa-metragem Tia Virgínia foi exibido no domingo, 13/08, em competição, na 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado.
Na trama, Vera Holtz dá vida à personagem título, uma mulher de 70 anos, que nunca se casou ou teve filhos. Foi convencida pelas irmãs Vanda e Valquíria, interpretadas por Arlete Sallese Louise Cardoso, a deixar a vida que tinha para cuidar da mãe idosa. O filme se passa em um único dia quando Virgínia se prepara para receber as irmãs, que viajam para celebrar o Natal em família.
Com produção da Roseira Filmes e da Kinossaurus, produtora de Ruy Guerra e de Janaina Diniz Guerra, a distribuição é da Elo Studios. A direção de fotografia é de Leonardo Feliciano; Ana Mara Abreu assina a direção de arte e o figurino é de Rô Nascimento. Cesar Camargo Mariano é o responsável pela música original. O elenco conta também com Antonio Pitanga, Vera Valdez, Amanda Lyra, Daniela Fontan e Iuri Saraiva.
Para falar mais sobre o filme, conversamos com a protagonista Vera Holtz no dia seguinte à exibição. A atriz falou sobre sua personagem, reação do público no Palácio dos Festivais, encontros familiares, entrosamento do elenco e direção, bastidores, rotina de filmagem, entre outros assuntos.
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O tapete vermelho da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado desta quarta-feira, 16/08, causou alvoroço com a presença de Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini, que chegaram ao evento para a estreia de Uma Família Feliz, novo filme de José Eduardo Belmonte.
Exibido em competição, o thriller psicológico, rodado em Curitiba, no Paraná, é o 15º longa da carreira do diretor. Na trama, Grazi é Eva, uma mulher acusada pela sociedade de ser a principal suspeita dos estranhos acontecimentos que envolvem suas duas filhas gêmeas e seu filho recém-nascido. Para provar sua inocência e ter seu marido, interpretado por Gianecchini, e sua família feliz de volta, ela começa a investigar a situação.
No palco do Palácio dos Festivais, Belmonte subiu ao lado de vários integrantes da equipe e discursou: “Eu admiro esse festival há muito tempo desde quando era estudante de cinema. Hoje é um dia de reencontro com essa equipe incrível. Agradeço também ao festival por ter acolhido um filme de gênero, que mostra a diversidade da produção brasileira. É um thriller intenso que traz um pouco do horror que nasce em nosso cotidiano, dentro de casa e da gente”.
Uma Família Feliz marca o reencontro entre o diretor e a atriz Grazi Massafera nas telonas depois de Billi Pig, lançado comercialmente em 2012: “É minha primeira vez no Festival de Gramado. Obrigada, Zé, por abrir mais uma vez as portas do cinema para mim. Sou de televisão e estou nessa função há um tempo. Aqui, é um espaço muito importante que renova meu desejo de atuar. Eva, minha personagem, é fenomenal, cheia de camadas, sutilezas. O Zé me deixou quase louca… no bom sentido da criatividade. A personagem é racional com uma grande parte intuitiva”, disse a protagonista no palco.
Reynaldo Gianecchini também discursou: “Eu adoro esse festival, que é uma celebração do audiovisual. O cinema é magia e é algo que eu fiz pouco. Então, é sempre especial. Além disso, esse time é demais! Foi um processo intenso e delicioso. Belmonte nos colocou fora da zona de conforto”. O autor Raphael Montes, que assina o roteiro e também estreia como diretor assistente, disse: “Estou emocionado por estar aqui. Venho da literatura e escrevo histórias de suspense. Há sete anos tive a ideia de fazer esse filme, um suspense psicológico”.
A equipe do filme no tapete vermelho
No dia seguinte à exibição, a equipe do filme, que será lançado comercialmente no primeiro semestre de 2024, participou de um debate com a imprensa e com o público, que foi realizado na Sociedade Recreio Gramadense e mediado pelo jornalista Roger Lerina: “Eu comecei nessa carreira sem saber o que estava fazendo, mas sempre me dediquei e estudei. Hoje, acredito que posso fazer outro tipo de interpretação e me jogar no escuro. Já trabalhei por dinheiro e por vaidade. Hoje, trabalho por prazer”, disse Grazi Massafera.
A atriz também falou sobre sua entrega: “É uma personagem feita em grupo. O olhar do outro constrói essa mulher. Eu gosto de conquistar a empatia do público e isso é muito importante para TV. No caso da Eva, era ao contrário. Eu não podia estar tão disposta a defendê-la. É sentir tudo e esconder o que está sentindo o tempo inteiro. Meu maior desafio foi deixar as pistas e ao mesmo tempo se colocar nesse lugar de condenada ou não”. Uma Família Feliz é produzido pela Barry Company, coproduzido pela Globo Filmes e pelo Telecine e tem distribuição da Pandora Filmes.
Ainda na noite de quarta-feira, também foram exibidos os curtas-metragens Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, e Casa de Bonecas, de George Pedrosa; além do longa documental Roberto Farias: Memórias de um Cineasta, de Marise Farias.
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Fotos: Edison Vara e Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.
Elenco: Sophie Wilde, Miranda Otto, Alexandra Jensen, Joe Bird, Otis Dhanji, Marcus Johnson, Ari McCarthy, Hamish Phillips, Kit Erhart-Bruce, Sarah Brokensha, Jayden Davison, Sunny Johnson, Kidaan Zelleke, James Oliver, Jett Gazley, Helene Philippou, Jude Turner, Zoe Terakes, Chris Alosio, Jess Kuss, Demi Van Kasteren, Joe Romeo, Alex Noel McCarthy, Leeanna Walsman, Alexandria Steffensen, Cass Cumerford, Jacek Koman, Catherine Purling, Alice Scheid, Anita Kimber, Daniel Pitt, Jason Moore, Sarah Baber, Mark Duncan, Ella Fenwick, Michael Harpas, Nikolas Gelios, Todd Gray, Tegan Nottle, Ognjen Trisic.
Ano: 2022
Sinopse: Um grupo de jovens descobre como invocar espíritos usando uma mão embalsamada. Procurando uma forma de se comunicar com a mãe morta, Mia se reúne com os amigos para mais uma sessão, até que um deles vai longe demais e liberta terríveis forças sobrenaturais.
Elenco: Franz Rogowski, Ben Whishaw, Adèle Exarchopoulos, Erwan Kepoa Falé, Arcadi Radeff, Léa Boublil, Théo Cholbi, William Nadylam, Tony Daoud, Sarah Lisbonis, Anton Salachas, Thibaut Carterot, Theo Gabilloux, Caroline Chaniolleau, Jérôme Dauchez, François Boisrond, Kylian Moison, Chloé Granier, Juliette Mourlon, Malika Bejaoui, Olivier Rabourdin.
Ano: 2023
Sinopse: Situado em Paris, o drama conta a história de Tomas e Martin, um casal gay que tem o relacionamento abalado quando Tomas começa um caso apaixonado com Agathe, uma mulher mais nova, que ele conhece após terminar seu último filme.
Primeiro longa-metragem de Tocantins a participar do Festival de Cinema de Gramado, O Barulho da Noite, da cineasta Eva Pereira, foi exibido na noite desta terça-feira, 15/08, em competição.
Ambientada em um lugar remoto, no sertão, a história se apresenta a partir da relação delicada das irmãs Maria Luiza e Ritinha, interpretadas por Alícia Santana e Anna Alice Dias, com Agenor, interpretado por Marcos Palmeira, seu dedicado e afetuoso pai. Castigada pelas lembranças e traumas da infância e sobrecarregada com as tarefas que lhe cabem, Sônia, papel de Emanuelle Araujo, vive à flor da pele. A fragilidade daquela estrutura familiar é profundamente abalada com a chegada de Athayde, vivido por Patrick Sampaio, suposto sobrinho de Agenor que vem para ajudar na lavoura.
Agricultor e folião do Divino Espírito Santo, Agenor parte em viagem para cumprir seus deveres religiosos na Festa do Divino, deixando sua mulher e filhas aos cuidados do intruso. Ao tratar de temas delicados e retratar o cotidiano rural do Brasil profundo, O Barulho da Noite revela uma história dramática contada por não ditos, pelo olhar da menina que se cala e se encolhe pela dor silenciada e pelo pedido mudo de socorro, nunca atendido. O elenco conta também com Tonico Pereira no papel do caixeiro-viajante Chico Mascate.
No palco do Palácio dos Festivais, a diretora Eva Pereira subiu ao lado de vários integrantes da equipe e fez um discurso emocionante: “Estrear em Gramado no dia em que Léa Garcia e dona Laura Cardoso seriam homenageadas… é muito grande isso. A vida não nos permite ensaios e aí vem o roteirista do Universo e muda tudo de lugar. Esse filme me escolheu e abriu seu próprio caminho”, disse.
Atriz e diretora no palco do Palácio dos Festivais
A protagonista Emanuelle Araujo, também emocionada, falou: “O primeiro telefonema que eu recebi foi da produtora Vania Catani. Eu estava exausta terminando um trabalho e disse que achava que não ia conseguir emendar um outro trabalho. Logo li o roteiro e decidi contar essa história. Eu disse que iria descansar no cansaço dessa mulher”.
E continuou seu discurso no palco: “Eu tenho muito orgulho de estar aqui contando a história dessa diretora, dessa roteirista, dessa equipe genial. O cinema é coletivo. O Barulho da Noite é um filme absolutamente coletivo. De profissionais geniais. Vivemos 60 dias ao redor de Palmas, no Tocantins, mergulhados nesse universo. Só tenho gratidão a esse processo e muito orgulho de apresentar para vocês a história de um Brasil profundo, cheio de dores e cheio de poesia. E viva dona Léa Garcia!”, finalizou sob aplausos.
Na mesma noite, além da homenagem para Léa Garcia, que morreu na manhã desta terça-feira, mesmo dia em que receberia o Troféu Oscarito na 51ª edição do Festival de Gramado, a programação contou com a exibição dos curtas-metragens Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante, e Remendo, de Roger Ghil; além do longa documental Da Porta pra Fora, de Thiago Foresti.
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Fotos: Edison Vara e Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.