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Da Porta pra Fora: Thiago Foresti exibe documentário no 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Os protagonistas do filme no tapete vermelho

Depois de tantas emoções na noite desta terça-feira, 15/08, no Palácio dos Festivais, por conta da homenagem para a consagrada atriz Léa Garcia, a programação das mostras competitivas da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado seguiu com as exibições de seus títulos.

Entre curtas e longas de ficção, o documentário Da Porta pra Fora, de Thiago Foresti, foi exibido na última sessão da noite. O longa retrata, a partir de uma perspectiva bastante pessoal, a rotina de três entregadores de aplicativo desde os primeiros dias, após a decretação do lockdown, em março de 2020 na Capital Federal. A direção de fotografia é de Attilio Zolin, com direção de arte de Daniel Sena e trilha sonora assinada por Sascha Kratzer e Rafael Maklon.

Para o filme, os entregadores foram equipados com câmeras e foram responsáveis pela gravação do dia a dia deles. Thiago também registrou algumas manifestações que ocorreram em pleno período pandêmico. A sinopse diz: durante a maior pandemia dos últimos tempos, a sociedade aguarda confinada o desenrolar dos eventos sem saber quanto tudo voltará ao normal. Do lado de fora, o aplicativo não para de apitar e três entregadores de apps arriscam suas vidas.

A equipe do filme no tapete vermelho

No palco do Palácio dos Festivais, Thiago Foresti subiu acompanhado por alguns integrantes da equipe, entre eles, o montador Daniel Sena: “Foram quase dois de uma jornada intensa e agora estamos aqui. Nosso filme fala sobre a vida dos motoboys durante a pandemia. Se tem uma palavra que define esse longa é a palavra coragem. Todos que se envolveram nessa produção demonstraram uma entrega muito grande e uma vontade muito forte de ver esse filme pronto”, disse o diretor.

Keliane Alves, uma das personagens do longa, discursou e cantou para o público: “Algumas vezes, vocês me verão cantando no filme porque esse é o meu verdadeiro sonho; um dia viver da música e ser uma cantora mundialmente conhecida. Assim como eu tenho esse sonho, outro motoboy pode ter outro sonho”. Alessandro da Conceição, conhecido como Sorriso, outro personagem do filme, falou: “Hoje eu sou presidente da AMAE DF, Associação de Motoboys do Distrito Federal. Lutamos por respeito e valorização do trabalhador motofretista, que é uma profissão de risco e perigo”.

Marcos Nunes, também protagonista, finalizou o discurso: “Faço parte desse documentário, que contou com uma equipe maravilhosa. Agradeço cada um de vocês que tiraram um tempo para assistir ao nosso filme. Eu nunca pensei que chegaríamos até aqui e que a câmera do meu celular, por conta das minhas filmagens, me colocaria aqui. Sou muito grato a todos. Espero que vocês gostem!”.

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Foto: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Memórias da Chuva: Wolney Oliveira apresenta documentário no 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
O cineasta Wolney Oliveira no palco do Palácio dos Festivais

Dirigido pelo cineasta cearense Wolney Oliveira, de Soldados da Borracha, Memórias da Chuva foi exibido nesta segunda-feira, 14/08, na 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado e abriu a mostra competitiva de longas-metragens documentais.

O filme revisita a história da construção do Açude Castanhão, projetado para garantir recursos hídricos para Fortaleza, no Ceará, e região metropolitana, e o consequente deslocamento da população da cidade de Jaguaribara, que foi demolida para dar lugar à barragem, para um novo espaço de habitação.

No Palácio dos Festivais, Wolney subiu ao palco acompanhado por alguns integrantes da equipe, como: Mayara Magalhães, responsável pela pesquisa; Rogerio Resende, diretor de fotografia; Tiago Therrien, montador; Lucas Hernández, assistente de montagem; e os personagens Vauvernagues Almeida e Livia Barreto, moradores de Jaguaribara.

“Agradeço ao festival por selecionar nosso filme e também parabenizo pelo fato do cinema documental voltar a ser presencial. Dedico essa exibição a três mestres do documentário: dois deles foram meus professores em Cuba, o Fernando Pérez e o Gerardo Chijona; e o outro que é um mestre mundial, Eduardo Coutinho”, disse Wolney em seu discurso. Vauvernagues Almeida, um dos personagens do filme, também falou: “É um prazer participar desse festival tão falado no Brasil. Com esse filme, vocês terão a oportunidade de conhecer o maior luto que até hoje vivenciamos na nossa terra, no nosso estado”, disse.

Lívia Barreto, Secretária de Desenvolvimento Econômico de Jaguaribara e uma das personagens do filme, relembrou, no palco, o ocorrido em sua cidade: “Há 21 anos estávamos em processo de mudança. É emocionante relembrar tudo isso. O documentário volta nossa emoção como um povo que se sacrificou e deixou para trás sua história e sua cidade para dar mais água ao Ceará”, disse.

Memórias da Chuva é narrado pelo ponto de vista dos moradores da cidade e utiliza entrevistas e imagens de arquivo produzidas por eles no decorrer dos anos. O material reunido apresenta os impactos sociais, políticos, econômicos, ambientais e afetivos causados pelo ambicioso projeto governamental que, desde os anos 1980, já indicava a submersão de Jaguaribara. Nessa época, os moradores se uniram na formação de uma frente de resistência para tentar impedir o projeto. A criação de uma cidade substituta, a primeira planejada do Ceará, surgiu como uma demanda dessa articulação popular, já que a proposta original previa apenas indenizar os moradores pela remoção.

Cena do documentário

O Castanhão, a Nova Jaguaribara e o canal de integração que leva água para Fortaleza começaram a ser construídos em 1995, mas foi apenas em 2001 que as pessoas foram definitivamente deslocadas para suas novas moradas. Mais de 20 anos depois, o filme desperta as memórias do povo jaguaribarense e discute a relação de pertencimento com a cidade do passado e a do presente.

No dia seguinte à exibição, Wolney Oliveira participou de um debate com a imprensa e com o público, que aconteceu na Sociedade Recreio Gramadense e foi mediado pelo jornalista Roger Lerina: “É uma história de dor e sofrimento. Politicamente não se cumpriu nada. Era uma cidade com mais de nove mil habitantes que deu lugar para a construção do Açude Castanhão quando existia uma possibilidade que pouparia aquele lugar. Até hoje, quando a água baixa e a cidade antiga aparece, todos da cidade nova voltam. É uma romaria, de geração para geração”, disse Wolney.

A pesquisa do filme foi realizada pela cientista social Mayara Magalhães, que trabalhou de forma coletiva com os produtores para coletar os arquivos e localizar os personagens essenciais para as entrevistas: “A própria população montou um acervo riquíssimo e tudo é muito acessível”, disse a pesquisadora no debate. E continuou: “O filme conta uma história recente, que aconteceu em um momento de fácil acesso às câmeras domésticas. Por isso, os jaguaribarenses conseguiram registrar momentos importantes de forma amadora”. Wolney Oliveira finalizou: “A interferência na vida de mais de nove mil pessoas teve grande repercussão na mídia local e nacional, o que me interessou como cineasta”.

Além do documentário, o cinema cearense também marcou presença na competitiva de longas brasileiros de ficção do 51º Festival de Gramado na noite de segunda-feira com Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry; clique aqui e confira o pôster e uma cena do filme. Os curtas-metragens Sabão Líquido, de Fernanda Reis e Gabriel Faccini, e Jussara, de Camila Cordeiro Ribeiro, também foram exibidos, assim como o primeiro episódio da série Cangaço Novo.

Rodada no sertão nordestino, a trama de Mais Pesado é o Céu acompanha o encontro de Antônio, vivido por Matheus Nachtergaele, e Teresa, interpretada por Ana Luiza Rios, que, por motivos diferentes, pegam a estrada em busca de reconstruir a vida. Diante de um Brasil devastado pela crise moral e política, os dois acolhem um bebê abandonado e formam uma família improvável sob o sol escaldante do interior do Ceará. Clique aqui e confira nosso bate-papo com o ator Matheus Nachtergaele, que falou sobre a exibição em Gramado e também sobre a morte da atriz Léa Garcia.

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Fotos: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto/Divulgação.

Morre, aos 90 anos, Léa Garcia; atriz é homenageada no 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Atriz consagrada no tapete vermelho do festival

A consagrada atriz Léa Garcia, que estava em Gramado para ser homenageada, morreu na manhã desta terça-feira, 15/08, aos 90 anos, dia em que receberia o Troféu Oscarito ao lado de Laura Cardoso. Em comunicado oficial divulgado pela organização da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, ela faleceu no hotel que estava hospedada e, de acordo com o Hospital Arcanjo São Miguel, a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio.

Dona Léa Garcia havia chegado a Gramado no último sábado, 12/08, acompanhada do filho, Marcelo Garcia. A atriz circulava diariamente pelo evento, onde acompanhou diversas sessões no Palácio dos Festivais. Em uma de suas passagens pelo tapete vermelho, disse ao portal Acontece Gramado: “É um enorme prazer estar mais uma vez em Gramado. Esse calor, essa receptividade com a qual a cidade nos recebe. Aqui tem um leve sabor de chocolate no ar. Obrigada a todos que fazem o festival, que participam e que concorrem. Aqui me sinto sempre prestigiada”.

Considerada uma das maiores atrizes brasileiras, Léa Garcia começou sua carreira na década de 1950 no Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias do Nascimento, um dos maiores expoentes da cultura negra no Brasil. Dos palcos, ganhou destaque nas telonas ao interpretar Serafina em Orfeu Negro, do cineasta francês Marcel Camus, uma coprodução entre Brasil, França e Itália. O longa foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes e levou o Globo de Ouro e o Oscar de melhor filme estrangeiro.

Sua estreia na TV aconteceu no Grande Teatro, da TV Tupi, na década de 1950. Depois, atuou na novela Acorrentados, exibida na a TV Rio. Estreou na Rede Globo em 1970, na novela Assim na Terra como no Céu, de Dias Gomes. Na emissora carioca, participou de diversas produções, como: Minha Doce Namorada, O Homem que Deve Morrer, Selva de Pedra, Os Ossos do Barão, Fogo Sobre Terra, A Moreninha, Araponga, A Viagem, Anjo Mau, Suave Veneno, O Clone, Sol Nascente, entre outras. A atriz também passou pela TV Manchete, em Xica da Silva e Tocaia Grande, e outras emissoras.

A novela Escrava Isaura, exibida em 1976 na Rede Globo, foi um fenômeno de audiência no Brasil e no exterior e é considerado um dos trabalhos mais marcantes na carreira de Léa Garcia, que interpretava a vilã Rosa. Recentemente, estava em negociações com a TV Globo para atuar no remake da novela Renascer.

No cinema, a atriz também ganhou reconhecimento: foi premiada no Festival de Gramado pelo longa As Filhas do Vento e pelo curta Acalanto, que também lhe rendeu prêmios no Brazilian Film Festival of Toronto e no Festival de Cuiabá; com Memórias da Chibata foi consagrada na Jornada Internacional de Cinema da Bahia; no Festival de Natal levou o prêmio de melhor atriz por Dias Amargos. Além disso, atuou em Ganga Zumba, Ladrões de Cinema, A Deusa Negra, Quilombo, Viva Sapato!, Mulheres do Brasil, O Maior Amor do Mundo, Billi Pig, Sudoeste, Boca de Ouro, Barba, Cabelo e Bigode, Um Dia com Jerusa, Pacificado, O Pai da Rita, entre outros.

Marcelo Garcia, filho de Léa, no palco com o Troféu Oscarito

Sobre a homenagem para Léa Garcia, a organização do Festival de Cinema de Gramado informou que, a pedido da família, o Troféu Oscarito seria entregue na noite desta terça-feira no início da primeira sessão, com a presença do filho da atriz, Marcelo Garcia.

Sendo assim, a noite de terça-feira no Palácio dos Festivais começou com muita emoção. As apresentadoras Renata Boldrini e Marla Martins leram um texto sobre a atriz: “Noite que estava planejada de um jeito bem diferente. Quis o destino que Léa Garcia nos deixasse na manhã desta terça-feira. Essa grande atriz, que receberia, daqui a pouco, nesse palco, o Troféu Oscarito, ao lado de Laura Cardoso”. Léa foi peça fundamental na quebra da barreira dos personagens tradicionalmente destinados à atrizes negras e tornou-se, assim, uma referência para jovens atores e admirada pela qualidade de suas atuações.

Entre muitos aplausos, o filho Marcelo Garcia subiu ao palco para receber, em nome de sua mãe, a honraria concedida pelo Festival de Gramado: “O que falar desse momento? Para muitos, seria muito difícil. Mas uma coisa eu tenho certeza: minha mãe morreu no glamour. Eu fiz questão de vir aqui hoje porque o objetivo dela era receber esse prêmio. Dona Léa me deixou um legado muito grande. Essa homenagem foi feita em vida porque a Léa vive, ela está aqui, ela vai continuar. Ela morreu sob os holofotes e queria que eu fizesse isso aqui, tenho certeza. Eu nunca mais dormiria tranquilo se não subisse aqui, hoje, para receber esse prêmio”.

E continuou seu discurso emocionante: “Dentro dessa história toda, agradecer vocês pelo carinho e por tudo que foi feito pela Dona Léa. Minha mãe me deu essa história, da cultura, da arte. Mas, o show não pode parar. As pessoas queriam parar o festival, mas eu não aceitei. A Léa nasceu no palco, ela ama o palco. Ela deixa um legado para todos. E eu só tenho uma coisa para falar que ela falaria aqui: não desistam!”.

A entrega do Troféu Oscarito para Laura Cardoso será realizada na próxima sexta-feira, dia 18 de agosto, no Palácio dos Festivais.

*Clique aqui e relembre nossa entrevista com Léa Garcia na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes

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Fotos: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

51º Festival de Cinema de Gramado: conheça os vencedores da Mostra Gaúcha de Curtas

por: Cinevitor
Os vencedores no palco do Palácio dos Festivais

Foram anunciados neste domingo, 13/08, no Palácio dos Festivais, os vencedores do 20º Prêmio Assembleia Legislativa de Cinema – Mostra Gaúcha de Curtas da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado.

O filme Concha de Água Doce, de Lau Azevedo e João Pires, realizado em Porto Alegre, se destacou com dois prêmios: melhor curta-metragem gaúcho e melhor ator para Aren Gallo. Enquanto isso, Centenário da Minha Bisa, de Cristyelen Ambrozio, foi premiado pelo Júri da Crítica.

A primeira edição do Troféu Sirmar Antunes foi entregue para Vera Lopes. Atriz e autora de relevante atuação no teatro, cinema e cenário cultural do Rio Grande do Sul e do Brasil, que tem entre seus trabalhos produções como: o curta-metragem O Dia em que Dorival Encarou a Guarda, de José Pedro Goulart e Jorge Furtado; e os longas Netto Perde sua Alma, de Tabajara Ruas e Beto Souza, e O Caso do Homem Errado, de Camila de Moraes.

O Prêmio Sedac/Iecine: O Futuro Nos Une reconheceu três talentos do audiovisual que se destacaram no desenvolvimento da arte e da indústria cinematográfica: Valéria Barcellos, Glênio Póvoas e Jorge Henrique “Boca”. Valéria é artista, cantora, atriz de teatro, televisão e cinema e abriu espaço para outras mulheres, principalmente por sua contribuição na visibilidade de mulheres trans. Também premiado, Glênio Póvoas é reconhecido por sua dedicação e valorização à memória do cinema gaúcho. O terceiro homenageado, Jorge Henrique “Boca”, foi escolhido por sua dedicação através de gerações e por entregar excelência em imagens.   

Outra homenagem entregue na noite de domingo foi o Troféu Leonardo Machado, que destaca uma atriz ou ator que tenha prestado importante contribuição ao desenvolvimento da arte e da indústria cinematográfica local e brasileira; nesta edição quem recebeu foi Clemente Viscaíno

Conheça os vencedores da Mostra Gaúcha de Curtas 2023:

MELHOR FILME
Concha de Água Doce, de Lau Azevedo e João Pires (Porto Alegre)

MELHOR FILME | JÚRI DA CRÍTICA
Centenário da Minha Bisa, de Cristyelen Ambrozio (Alvorada)

MELHOR DIREÇÃO
Fernanda Reis e Gabriel Faccini, por Sabão Líquido

MELHOR ROTEIRO
O Tempo, escrito por Ellen Correa

MELHOR ATOR
Aren Gallo, por Concha de Água Doce

MELHOR ATRIZ
Denizeli Cardoso e Gabriela Greco, por Colapso

MELHOR FOTOGRAFIA
Fiar o Vento, por Mari Moraga

MELHOR MONTAGEM
Messi, por André Berzagui

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Colapso, por Vanessa Rodrigues e Richard Tavares

MELHOR TRILHA SONORA
O Tempo, por Gabriel Araújo, Nina Fola e Malyck Badu

MELHOR DESENHO DE SOM
Carcinização, por Ana Ambrosano e Mari do Prado

MELHOR PRODUÇÃO EXECUTIVA
Pam Hauber e Edu Rabin, por Nau

MENÇÃO HONROSA
Rasgão, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (Porto Alegre); por aliar a narrativa cinematográfica aos recursos de acessibilidade de uma forma inventiva, inovadora e criativa, contribuindo para a expansão da linguagem cinematográfica e apontando novos caminhos que podem ser utilizados nas mais diversas temáticas

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Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto.

Com Isis Valverde, Angela, de Hugo Prata, abre a mostra competitiva de longas do 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Protagonista: Isis Valverde no tapete vermelho

A mostra competitiva de longas-metragens brasileiros da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou neste sábado, 12/08, com a exibição de Angela, dirigido por Hugo Prata, que é focado nos últimos meses de vida da socialite Angela Diniz, que foi assassinada em dezembro de 1976, aos 32 anos.

Protagonizado por Isis Valverde, o filme se passa no final da década de 1970 e narra acontecimentos da mulher que ficou conhecida como A Pantera de Minas e as consequências de sua conturbada relação amorosa com o empresário Raul Street, também conhecido como Doca Street, interpretado por Gabriel Braga Nunes. O elenco ainda traz Bianca Bin, Emilio Orciollo Netto, Chris Couto, Gustavo Machado, Carolina Manica e Alice Carvalho.

No palco do Palácio dos Festivais, Hugo Prata, que passou por Gramado em 2016 com Elis, apresentou o longa: “Esse filme foi feito com muita bravura e teimosia. Cruzamos a pandemia e um governo que não gostava da cultura. Foi muito difícil. Tratamos de um assunto que também irritava bastante aquele pessoal. Resolvemos contar de novo algumas partes dessa história que vinha sendo um pouco mal contada”.

Depois de ser elogiada pelo diretor, Isis Valverde também discursou: “Eu quero agradecer a chance de contar a história dessa mulher incrível. Foi fenomenal estar ali e gritar, por todas nós, o que ela não conseguiu gritar. Obrigada aos familiares da Angela, ao Hugo e todos da equipe”. Também marcaram presença na estreia: o ator Emilio Orciollo Netto, o produtor Fabio Zavala, a roteirista Duda de Almeida, a atriz Carolina Manica, entre outros.

A sinopse de Angela diz: após uma tumultuada separação e ter que ceder a guarda dos seus três filhos, a famosa socialite Angela Diniz conhece Raul e acredita ter encontrado alguém que ama seu espírito livre tanto quanto ela. A atração avassaladora fez o casal largar tudo e viver o sonho de reconstruir suas vidas regadas à paixão na casa de praia. Mas a vida tranquila rapidamente se transforma quando Raul começa a se mostrar um homem agressivo, violento e controlador. A relação declina para o abuso e a violência, dando origem a um dos casos de assassinato mais famosos de todos os tempos no Brasil.

Diretor, roteirista e elenco no Palácio dos Festivais

No dia seguinte à exibição, integrantes da equipe do filme participaram de uma coletiva de imprensa na Sociedade Recreio Gramadense, que foi mediada por Carlos Eduardo Lourenço Jorge: “Eu tentei uma coisa diferente na minha carreira. Angela foi um passo a mais que eu dei como atriz. Eu tentei caminhos diferentes na minha interpretação. E fui surpreendida porque a personagem, muito bem escrita, começou a andar sozinha. E me deu possibilidade para ser o não óbvio e surpreender”, disse Isis Valverde.

A atriz também falou da sua pesquisa para a composição da personagem: “Eu conversei com algumas pessoas que conheceram Angela e se envolveram com ela. Cada um me falava uma coisa. Mas uma pessoa me disse algo que me marcou: ela era apaixonante, um poço sem fundo e tinha o sorriso mais triste que já tinha visto. Isso ficou na minha cabeça. Foi muito forte quando ouvi isso”.

Carolina Manica, que interpreta Adelita Scarpa, também falou: “Existiu um cuidado muito grande na construção dessas personagens e nas relações dessas pessoas. Isso aparece com muita força. Além de ter um roteiro que já te entrega uma possibilidade de trabalho muito grande”. Emilio Orciollo Netto completou: “O artista se envolve. Quando se faz um trabalho sério e comprometido, não dá pra fazer pela metade. Não é 50%. O ator é 100%. Meu personagem é o retrato de uma figura decadente, um homem machista, quatrocentão, fanfarrão. Quantas pessoas conhecemos assim até hoje?”.

Angela, que é uma produção da Bravura Cinematográfica, com coprodução da Star Productions, chega aos cinemas brasileiros no dia 31 de agosto com distribuição da Downtown Filmes

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Fotos: Ticiane da Silva/Edison Vara/Agência Pressphoto.

Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, abre o 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
A equipe do filme no tapete vermelho

A 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou neste sábado, 12/08, com a exibição, fora de competição, do documentário Retratos Fantasmas, quinto longa-metragem do cineasta e roteirista pernambucano Kleber Mendonça Filho.

Os curtas-metragens Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas, e Deixa, de Mariana Jaspe, também foram exibidos no primeiro dia, na mostra competitiva, assim como o longa brasileiro, em competição, Angela, de Hugo Prata, protagonizado por Isis Valverde.

Após apresentar seus últimos filmes, Crítico, O Som ao Redor, Aquarius e Bacurau em Gramado, o diretor pernambucano voltou ao Palácio dos Festivais com seu segundo documentário, fruto de sete anos de trabalho e pesquisa, filmagens e montagem. Kleber subiu ao palco ao lado de outros integrantes da equipe, como: a produtora Emilie Lesclaux, o montador Matheus Farias, o ator Rubens Santos, Silvia Cruz e Felipe Lopes, da Vitrine Filmes, e Enock Carvalho, responsável pelo tratamento de imagens de arquivo e design de créditos; os gêmeos Tomás e Martin, filhos de Kleber e Emilie, estavam na plateia.

“Queria agradecer pelo convite e pelo carinho que o festival sempre teve conosco. Fiquei sabendo que Retratos Fantasmas é o primeiro documentário que abre o Festival de Gramado e isso me deixa muito honrada”, disse a produtora Emilie Lesclaux na apresentação do longa. Kleber também falou: “Minha história com Gramado não começa hoje. Comecei a vir pra cá como crítico, há 25 anos. Nessa sala, vi filmes que eu nunca esqueci. O cinema funciona de muitas maneiras. Espero que vocês se conectem com esse filme”.

Retratos Fantasmas, que estreia no dia 24 de agosto, tem como personagem principal o centro da cidade do Recife como local histórico e humano, revisitado através dos grandes cinemas que atravessaram o século 20 como espaços de convívio. Foram lugares de sonho e de indústria; e a relação das pessoas com esse universo é um marcador de tempo para as mudanças dos costumes em sociedade.

Cerca de 60% de Retratos Fantasmas é composto por material de arquivo, com fotografias e imagens em movimento encontradas em acervos pessoais, na produção pernambucana de cinema, televisão e de instituições como a Cinemateca Brasileira, o CTAv, Centro Técnico do Audiovisual, e a Fundação Joaquim Nabuco. O trabalho de montagem, ao lado de Matheus Farias, reúne imagens dos mais variados formatos.

A produtora Emilie Lesclaux no Palácio dos Festivais com a equipe

No dia seguinte à exibição, a equipe do filme participou de uma coletiva de imprensa na Sociedade Recreio Gramadense, que foi mediada pelo curador Marcos Santuario: “Esse filme teve todo o tempo que ele precisava. Aliás, eu geralmente dou tempo aos filmes. É muito importante isso”, disse Kleber.

Questionado sobre uma das cenas em que aparece como ator, o diretor comentou: “Atuação tem muito a ver com você se sentir à vontade. Eu não sou ator. Já me chamaram para fazer filmes e eu recusei porque não gostei do roteiro. Mas, se um dia eu ler uma história que me deixe à vontade talvez eu faça. Em Retratos Fantasmas, escrevi aquela situação que já vivi muitas vezes. E consegui fazer bem a cena. Eu gosto como ela entra no filme. Mas, é claro, que eu acho que a cena é de Rubens e do carro”.

O ator Rubens Santos completou: “Foi incrível e fiquei muito feliz. Eu sempre fico me gabando por aí que sou o único ator que fiz os quatro filmes do Kleber. Agora, sou o único que atuei com o Kleber. E descobri que, além de um grande diretor, ele é também um grande ator. Muito bom!”.

Entre tantos assuntos, Kleber também falou sobre o processo de montagem: “A minha relação com a cidade é um pouco como se fosse a sua casa. Você sabe que à direita tem um banheiro e depois o quarto. Na cidade você também tem seu próprio mapa. E, pra mim, fazia completo sentido montar o filme dessa maneira, começando no meu apartamento”.

Retratos Fantasmas foi exibido no Festival de Cannes deste ano fora de competição. Recentemente, foi selecionado para o Festival de Toronto, Nova York, Sydney, Munich Film Festival, Santiago Festival Internacional de Cine, New Zealand International Film Festival, Melbourne International Film Festival, Lima International Film Festival, entre outros.

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Fotos: Cleiton Thiele/Edison Vara/Agência Pressphoto.

Festival de Locarno 2023: cineastas brasileiros são premiados

por: Cinevitor
Patrick Bresnan e Ivete Lucas: premiados pelo curta The Passing

Foram anunciados neste sábado, 12/08, os vencedores da 76ª edição do Festival de Cinema de Locarno, considerado um dos principais festivais de cinema autoral do mundo. O Leopardo de Ouro, prêmio máximo do evento, foi entregue para Mantagheye bohrani, de Ali Ahmadzadeh, uma coprodução entre Itália e Alemanha.

Entre os premiados, vale destacar a presença da cineasta brasileira Ivete Lucas, radicada nos Estados Unidos, que recebeu o Leopardo de Ouro na mostra Pardi di domani: Concorso Corti d’autore com The Passing, uma produção americana e codirigida por Patrick Bresnan.

Outro destaque desta edição: os brasileiros Leandro Goddinho e Paulo Menezes, atualmente residentes na Alemanha, venceram o Leopardo de Prata na mostra Pardi di Domani, dentro da Competição Internacional de curta-metragem. O filme Du bist so wunderbar é uma coprodução entre Brasil e Alemanha da produtora CinemaPosgenero: “Nosso filme enfatiza o poder das narrativas queer, que sempre desafiaram o sistema, questionaram normas sociais e ofereceram perspectivas frescas com uma estética crua e underground que desafia os padrões estabelecidos”, declararam os diretores.

O júri da Pardi di Domani, formado por Mattew Rankin, Amos Sussigan e Ewa Puszcynska, definiu o curta: “Um pedaço ousado e exuberante da vida, cheio de humor e complexidade que identifica uma situação rica e cômica nas indignidades da busca por apartamentos em Berlim. Os cineastas foram corajosos e audaciosos, originais em sua abordagem, e seu filme é maravilhosamente enriquecido por uma atuação sutil e carismática”. O elenco conta com Murillo Basso, Greta Amend, Zoe Valentini, Filipe Matzembacher, Cleo Spiro, Blake Kendall, Dilan GeZaza e Marcio Reolon.

E mais: o filme Mulher de Verdade, de Alberto Cavalcanti, foi o vencedor do 1º Concurso de Restauração Heritage Online, Heritage Online Restoration Contest, nesta 76ª edição do Festival de Locarno. A candidatura foi enviada pela Cinemateca Brasileira com o apoio da produtora Cinematográfica Maristela. A comédia de Alberto Cavalcanti foi lançada em 1954, com Inesita Barroso, Colé Santana e Adoniran Barbosa no elenco. Em 1955, Inesita chegou a ser laureada pelos prêmios Saci e Governador do Estado por sua atuação no longa-metragem.

Com a premiação, o filme passará por um processo de restauração pela empresa Cinegrell, com sedes em Zurique (Suíça) e em Berlim (Alemanha). O longa restaurado também ganhará uma estreia na mostra Histoire(s) du Cinéma: Heritage Online na edição do Festival de Locarno 2024. Em sua primeira edição, o concurso de restauração é dedicado a obras audiovisuais que estrearam até 2009 e necessitam de restauro. Mulher de Verdade foi escolhido entre 30 candidatos de 15 países; o júri foi composto por: Paula Astorga, do Open Doors Locarno; Frédéric Maire, da Cinemateca Suíça; e K. J. Relth-Miller, do Academy Museum.

Em comunicado oficial, Markus Duffner, diretor do Locarno Pro, falou sobre a decisão do júri: “É uma escolha incrivelmente acertada e um apoio muito necessário ao trabalho da Cinemateca Brasileira. Especialmente agora, quando eles estão saindo de uma era sombria”

O cineasta Leandro Goddinho, um dos diretores de Du bist so wunderbar

Além disso, o cinema brasileiro também estava representado na Competição Internacional de curtas com Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, uma coprodução com o Reino Unido, que traz Ayla Gabriela, Henrique Bulhões, Jard Costa e Kley Hudson no elenco.

Entre os longas, na Competição Internacional, El auge del humano 3, do cineasta argentino Eduardo Williams, aparecia na disputa pelo prêmio máximo do evento. O filme é coproduzido por diversos países, entre eles, o Brasil através da Estúdio Giz; com produção executiva de Julia Alves, da Oublaum Filmes. Enquanto isso, na mostra Histoire(s) du cinéma, que dedica homenagens especiais a nomes importantes do cinema, com cópias raras e restauradas, além de filmes sobre a história do cinema, o diretor brasileiro Rogério Sganzerla, um dos representantes do cinema marginal, aparecia com duas obras: Abismu (1977) e Documentário (1966).

No Prêmio FIPRESCI, concedido pela Federação Internacional de Críticos de Cinema, a brasileira Ivonete Pinto fez parte do time que escolheu Stepne, de Maryna Vroda, como o grande vencedor. O Júri Oficial da Competição Internacional foi presidido por Lambert Wilson e contou também com Zar Amir Ebrahimi, Lesli Klainberg, Charlotte Wells e Matthijs Wouter Knol.

Os homenageados desta 76ª edição foram: o ator, produtor e diretor Riz Ahmed, que recebeu o Excellence Award Davide Campari; o ator sueco Stellan Skarsgård, honrado com o Leopard Club Award; o produtor italiano Renzo Rossellini, homenageado com o Lifetime Achievement Award; o roteirista Harmony Korine, que recebeu o Pardo d’onore Manor; o cineasta malaio Tsai Ming-liang, que foi consagrado com o Pardo alla carriera; o montador Pietro Scalia, que recebeu o Vision Award Ticinomoda; a produtora Marianne Slot, honrada com o Raimondo Rezzonico Award; o cineasta francês Luc Jacquet, que recebeu o Locarno Kids Award; e o diretor de fotografia Mohammed Soudani, que foi homenageado com o Prêmio Cinema Ticino.

Conheça os vencedores do 76º Festival de Cinema de Locarno:

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

LEOPARDO DE OURO | MELHOR FILME
Mantagheye bohrani (Critical Zone), de Ali Ahmadzadeh (Itália/Alemanha)

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
Nu aștepta prea mult de la sfârșitul lumii (Do Not Expect Too Much From The End Of The World), de Radu Jude (Romênia/Luxemburgo/França/Croácia)

MELHOR DIREÇÃO
Maryna Vroda, por Stepne

MELHOR INTERPRETAÇÃO
Dimitra Vlagopoulou, por Animal
Renée Soutendijk, por Sweet Dreams

MENÇÃO ESPECIAL
Nuit obscure – Au revoir ici, n’importe où, de Sylvain George (França/Suíça)

CONCORSO CINEASTI DEL PRESENTE

LEOPARDO DE OURO | MELHOR FILME
Hao jiu bu jian, de Nelson Yeo (Singapura/Indonésia)

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
Camping du Lac, de Eléonore Saintagnan (Bélgica/França)

MELHOR DIREÇÃO EMERGENTE
Katharina Huber, por Ein schöner Ort

MELHOR INTERPRETAÇÃO
Clara Schwinning, por Ein schöner Ort
Isold Halldórudóttir e Stavros Zafeiris, por Touched

MENÇÃO ESPECIAL
Ekskurzija, de Una Gunjak (Bósnia e Herzegovina/Croácia/Sérvia/França/Noruega/Qatar)
Negu hurbilak, de Colectivo Negu (Espanha)

PARDI DI DOMANI | COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

LEOPARDO DE OURO | MELHOR CURTA-METRAGEM INTERNACIONAL
En undersøgelse af empati, de Hilke Rönnfeldt (Dinamarca/Alemanha)

LEOPARDO DE PRATA
Du bist so wunderbar, de Leandro Goddinho e Paulo Menezes (Alemanha/Brasil)

MELHOR DIREÇÃO
Eric K. Boulianne, de Faire un enfant

MEDIEN PATENT VERWALTUNG AG AWARD
Negahban, de Amirhossein Shojaei (Irã)

MENÇÃO ESPECIAL
The Lovers, de Carolina Sandvik (Suécia)

PARDI DI DOMANI | Concorso Corti d’autore

LEOPARDO DE OURO
The Passing, de Ivete Lucas e Patrick Bresnan (EUA)

MENÇÃO ESPECIAL
Been There, de Corina Schwingruber Ilić (Suíça) (indicado ao European Film Awards)

OUTROS PRÊMIOS

MELHOR FILME | PRÊMIO DO PÚBLICO | PIAZZA GRANDE
The Old Oak, de Ken Loach (Reino Unido/França/Bélgica)

MELHOR FILME DE ESTREIA
Hao jiu bu jian, de Nelson Yeo (Singapura/Indonésia)

*Clique aqui e confira a lista completa com os vencedores do Festival de Locarno 2023.

Fotos: Marco Abram/Locarno Film Festival/Ti-Press.

Margareth Menezes, ministra da Cultura, marca presença na abertura do 51º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
A ministra da Cultura durante a abertura oficial do festival

A 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado foi oficialmente iniciada em uma solenidade realizada na Sociedade Recreio Gramadense na manhã deste sábado, 12/08, com a presença de diversas autoridades, entre elas, Rosa Helena Volk, presidente da Gramadotur, e da Orquestra Sinfônica de Gramado.

Margareth Menezes, ministra da Cultura, também participou do evento, ao lado de Joelma Oliveira Gonzaga, secretária do Audiovisual do MinC: “Eu sempre tive vontade de vir como artista, para assistir. Nunca pensei que estaria aqui como ministra. Prometo voltar ano que vem para ficar mais tempo. É uma grande honra participar desta abertura”, disse Margareth.

Em um bate-papo com a imprensa, que aconteceu antes da cerimônia oficial, Margareth e Joelma abordaram temas importantes. Na conversa, destacaram a diversidade da cultura brasileira e abordaram pautas relevantes sobre o setor audiovisual, como: a Lei Paulo Gustavo, regulação do streaming, economia criativa, descentralização, Lei Rouanet, prioridades do Ministério da Cultura, entre outras.

“Antes nós não tínhamos Ministério. Agora nós temos um Ministério da Cultura com muita gente bacana por lá trabalhando. Muitos jovens com ideias novas. É isso que queremos para o Brasil. Aproveito também para parabenizar o setor audiovisual brasileiro pela luta nessa travessia, já que a perseguição foi muito grande. Quando chegamos, encontramos um desmonte das políticas públicas em todos os setores culturais e áreas sociais do Brasil. A cultura foi muito prejudicada. Estamos lutando pela nossa democracia e a arte precisa da liberdade para acontecer. Estamos em um processo de remontagem”, disse Margareth.

E completou: “Temos longas esperanças e muitas possibilidades de desenvolvimento. Está na hora do povo brasileiro tomar conta e ter acesso às suas próprias riquezas. A diversidade da cultura brasileira nos liberta. É um país imenso”

A ministra também falou sobre as metas e do trabalho da SAv, Secretaria do Audiovisual: “A meta maior desse Ministério é realizar a descentralização e equilibrar para chegar em todos os lugares e buscar uma capilaridade maior com as ações culturais. No setor audiovisual, a secretária Joelma, junto com sua equipe, retomou a comunicação com a Ancine para retomarmos a construção dessa relação. A cultura é transversal e o primeiro sinal disso foi a Lei Paulo Gustavo, na qual conseguimos que 98% das cidades do Brasil mandassem seus planos de cultura”.

Joelma e Margareth na coletiva

Joelma Oliveira Gonzaga destacou novas ações e perspectivas: “A Secretaria do Audiovisual está em processo de reconstrução. Estamos sem cota de tela no cinema desde 2021, que não foi renovada. Tem uma articulação para reverter essa questão. A SAv também está pensando em quem está entrando agora no audiovisual e olhando para questões de gênero e raça. Há muito para entregar. Estamos desenhando um programa de apoio aos festivais de cinema. Gramado, por exemplo, quase não aconteceu esse ano. Estamos pensando em medidas estruturais para os festivais para que eles não passem por isso. Que eles já terminem uma edição anunciando a próxima”, reforçou.

Margareth acrescentou: “Com a Lei Rouanet também retomamos as ações continuadas de patrocínio, algo que estava interrompido. Isso dá um equilíbrio a todos os projetos. O audiovisual tem força e é uma indústria que vem se fortalecendo. Também estamos analisando a questão da regulação do streaming para um fortalecimento no setor. Enxergamos uma possibilidade muito grande de uma independência para os trabalhadores da cultura”.

Ao final da conversa em Gramado, Margareth disse: “O Brasil é uma potência e o audiovisual é um grande vetor de trabalho, que gera emprego e renda. A cultura precisa fortalecer seu vetor econômico. Há muita criatividade nesse setor e essa dinâmica cultural nos dá uma amplitude de criatividade muito grande. Precisamos tirar melhor proveito de toda essa potência”.

*Clique aqui e assista aos melhores momentos da coletiva de imprensa

*O CINEVITOR está em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Festival de Toronto 2023: Retratos Fantasmas, documentário de Kleber Mendonça Filho, é selecionado

por: Cinevitor
O documentário é o quinto longa-metragem do cineasta

A 48ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 7 e 17 de setembro, revelou os títulos selecionados para as mostras Wavelengths, que apresenta filmes com diferentes maneiras de ver o mundo, e Classics, com obras que não estavam disponíveis há décadas.

Nesta seleção, o cinema brasileiro ganha destaque com o documentário Retratos Fantasmas, quinto longa-metragem do cineasta e roteirista pernambucano Kleber Mendonça Filho, que será exibido na mostra Wavelengths. O filme tem como personagem principal o centro da cidade do Recife como local histórico e humano, revisitado através dos grandes cinemas que atravessaram o século 20 como espaços de convívio. Foram lugares de sonho e de indústria; e a relação das pessoas com esse universo é um marcador de tempo para as mudanças dos costumes em sociedade.

Produzido por Emilie Lesclaux para a CinemaScópio Produções e coproduzido pela Vitrine Filmes, de Silvia Cruz e Felipe Lopes, o filme é fruto de sete anos de trabalho de pesquisa, filmagens e montagem: “Palácios de Cinema em centros de cidades são comuns em muitos outros lugares no mundo, mas ocorre que eu sou pernambucano, recifense, e parti para mostrar essa geografia da cidade com um ponto de vista pessoal. Recife é também uma cidade que ainda desfruta de um cinema espetacular como o São Luiz, um palácio de 1952. Hoje, são poucas as cidades no mundo que ainda sabem o que isso representa”, disse o diretor.

Cerca de 60% de Retratos Fantasmas é composto por material de arquivo, com fotografias e imagens em movimento encontradas em acervos pessoais, na produção pernambucana de cinema, televisão e de instituições como a Cinemateca Brasileira, o CTAv, Centro Técnico do Audiovisual, e a Fundação Joaquim Nabuco.

O trabalho de montagem, ao lado de Matheus Farias, reúne imagens dos mais variados formatos: “Retratos Fantasmas traz temas que atravessam toda a obra de Kleber. Inclusive seu primeiro longa-metragem é o documentário Crítico”, disse a produtora Emilie Lesclaux.

Vale destacar também a presença do longa El auge del humano 3, do cineasta argentino Eduardo Williams. O filme é coproduzido por diversos países, entre eles, o Brasil através da Estúdio Giz; com produção executiva de Julia Alves, da Oublaum Filmes.

A programação da Wavelengths deste ano é politicamente carregada, geograficamente diversificada e formalmente emocionante, com uma ampla gama de trabalhos extraídos do mundo dos documentários, arte contemporânea e cinema de arte internacional. A lista apresenta 12 longas-metragens e 19 curtas: “Wavelengths é uma prova da variedade de cinema celebrada no TIFF. Também é uma evidência de que os filmes experimentais dirigidos por artistas estão prosperando e desenvolvendo uma nova geração de cinéfilos”, disse Anita Lee, diretora de programação do festival.

Em comunicado oficial, Andréa Picard, curadora sênior do TIFF, disse: “Wavelengths continua sendo uma celebração da subversão, da expressão pessoal e das vastas e inesgotáveis capacidades do cinema para iluminar, inspirar, admirar, resistir, perturbar e propor novas formas de ver e estar no mundo”.

A mostra Classics desta 48ª edição conta com filmes que foram resgatados e meticulosamente montados em novas restaurações, além de uma homenagem ao 50º aniversário de Touki Bouki: A Viagem da Hiena, do cineasta senegalês Djibril Diop Mambéty.

Conheça os novos filmes selecionados para o 48º Festival de Toronto:

WAVELENGTHS | LONGAS-METRAGENS

Do Not Expect Too Much from the End of the World, de Radu Jude (Romênia/Luxemburgo/França/Croácia)
El auge del humano 3, de Eduardo Williams (Argentina/Portugal/Brasil/Holanda/Taiwan/Hong Kong/Sri Lanka/Peru)
Here, de Bas Devos (Bélgica)
Inside the Yellow Cocoon Shell, de Phạm Thiên n (Vietnã/Singapura/França/Espanha)
Mademoiselle Kenopsia, de Denis Côté (Canadá)
Mambar Pierrette, de Rosine Mbakam (Bélgica/Camarões)
Music, de Angela Schanelec (Alemanha/França/Sérvia)
Nowhere Near, de Miko Revereza (Filipinas)
Orlando, ma biographie politique, de Paul B. Preciado (França)
Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho (Brasil)
Youth (Spring), de Wang Bing (França/Luxemburgo/Holanda)

WAVELENGTHS | CURTAS-METRAGENS

As Filhas do Fogo, de Pedro Costa (Portugal)
Bouquets 31-40, de Rose Lowder (França)
Chantal Akerman: Her First Look Behind the Camera, de Chantal Akerman (Bélgica)
Film annonce du film qui n’existéra jamais: ‘Drôles de guerres’, de Jean-Luc Godard (França/Suíça)
Film Sculpture (1), de Philipp Fleischmann (Áustria)
Film Sculpture (2), de Philipp Fleischmann (Áustria)
Film Sculpture (3), de Philipp Fleischmann (Áustria)
Film Sculpture (4), de Philipp Fleischmann (Áustria)
It follows It passes on, de Erica Sheu (Taiwan/EUA)
Let’s Talk, de Simon Liu (Hong Kong)
Light, Noise, Smoke, and Light, Noise, Smoke, de Tomonari Nishikawa (Japão)
Mast-del, de Maryam Tafakory (Reino Unido/Irã)
NYC RGB, de Viktoria Schmid (Áustria/EUA)
Quiet as It’s Kept, de Ja’Tovia Gary (EUA)
Shrooms, de Jorge Jácome (Portugal)
Slow Shift, de Shambhavi Kaul (Índia/EUA)
Sundown, de Steve Reinke (EUA/Canadá/Áustria)
We Don’t Talk Like We Used To, de Joshua Gen Solondz (EUA/Japão/Hong Kong)

WAVELENGTHS PAIRINGS

He Thought He Died, de Isiah Medina (Canadá)
Laberint Sequences, de Blake Williams (Canadá)

TIFF CLASSICS

Artie Shaw: Time Is All You’ve Got, de Brigitte Berman (Canadá) (1985)
Adeus, Minha Concubina, de Chen Kaige (China/Hong Kong) (1993)
Amor Louco, de Jacques Rivette (França) (1969)
Touki Bouki: A Viagem da Hiena, de Djibril Diop Mambéty (Senegal) (1973)
Xala, de Ousmane Sembène (Senegal) (1975)

Foto: Divulgação/CinemaScópio.

10º Recifest: conheça os filmes selecionados para o Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero

por: Cinevitor
Cena do curta pernambucano A Vida Secreta de Delly, de Marlom Meirelles

Foram anunciados nesta quinta-feira, 10/08, os filmes selecionados para as mostras competitivas da décima edição do Recifest, Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero, que acontecerá entre os dias 16 e 20 de outubro no Cineteatro do Parque, no Recife.

Considerado um dos maiores e mais importantes festivais do segmento LGBTQIA+ do Brasil, a seleção deste ano apresenta 30 curtas-metragens; foram 170 títulos inscritos. Dos escolhidos, seis concorrem ao prêmio de melhor filme pernambucano e 24 disputam o título de melhor filme nacional. Os vencedores de cada categoria serão escolhidos por um júri técnico e popular.

Entre os selecionados, obras de diversos gêneros cinematográficos. São 18 obras de ficção, sete documentários, três filmes híbridos e três curtas experimentais, vindos da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo.

As obras foram escolhidas por curadores convidados pelo festival. O grupo conta com nomes de peso, como: Ander Beça, realizador e psicanalista que atua em diversas frentes do audiovisual, como direção, montagem, preparação de elenco e atuação; Chico Ludermir, jornalista, artista multimídia e educador popular, sendo mestre em sociologia e integrante do Coquevídeo; e Mariana Souza, curadora de cinema com foco nas fronteiras entre linguagens visuais, sendo também idealizadora da Correnteza – Mostra Internacional de Cinema Atlântico e do curso O cinema lésbico e as práticas de visibilidade.

Esta edição faz uma homenagem à memória do ator, diretor e produtor de elenco Rutílio de Oliveria (in memoriam), um dos fundadores do festival e responsável por plantar as sementes da representatividade e da igualdade no cenário cinematográfico brasileiro anos atrás.

Vale lembrar que a 10ª edição do Recifest vai além das mostras competitivas. De forma geral, o festival se estende até o dia 30 de outubro com atividades presenciais e virtuais nas cidades do Recife e Vicência. Entre as atividades programadas, mostras não competitivas, ações formativas e de interação de linguagens. O Recifest 2023 é produzido pela Olinda Produções Audiovisuais e Casa de Cinema de Olinda. A direção geral é de Rosinha Assis e a direção artística é de Carla Francine.

Conheça os filmes selecionados para as mostras competitivas do 10º Recifest:

A Vida Secreta de Delly, de Marlom Meirelles (PE)
Aceso, de Elissa de Brito (SP)
Anarriê, de Neto Astério (SE)
Arapuca, de Joel Caetano (SP)
As Inesquecíveis, de Rafaelly (La Conga Rosa) (DF)
Ave Maria, de Pê Moreira (RJ)
Casa de Bonecas, de George Pedrosa (MA)
De noite, na cama, de Malu Rizzo (PE)
Deus Não Deixa, de Marçal Vianna (RJ)
Dinho, de Leo Tabosa (PE)
Lalabis, de Noá Bonoba (CE)
L’Esquisse, de Tomas Cali (SP)
Milkshake, de Rosa Fernanda (PE)
Nem o Mar Tem Tanta Água, de Mayara Valentim (PB)
O Fim da Imagem, de Gil Baroni (PR)
Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP)
Pe ataju jumali/Hot air (Ar quente), de Unides contra a colonização: muitos olhos, um só coração (RJ/SP)
Procura-se Bixas Pretas, de Vinicius Eliziário (BA)
Promessa de um Amor Selvagem, de Davi Mello (SP)
Quando a Noite Ainda Não Existia, de Gabriel Coêlho (PE/RJ)
Quinze Primaveras, de Leão Neto (CE)
Rosa Neon, de Tiago Tereza (MG)
Se trans for mar, de Cibele Appes (SP)
Shoes Off, de Everton Melo (PE)
Tá Fazendo Sabão, de Ianca Oliveira (BA)
Tese de Mestrado em História, de Emi (SP)
Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer, de Felipe André Silva (PE)
Travessias, de Ana Graziela Aguiar (DF)
Transviar, de Maíra Tristão (ES)
Um Transe de Dez Milésimos de Segundos, de Jamile Cazumbá (BA)

Foto: Divulgação/Eixo Audiovisual.

Giornate degli Autori: cinema indígena Yanomami terá programação especial em mostra paralela ao Festival de Veneza 2023

por: Cinevitor
Cena do curta Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari

Criada em 2004, a Giornate degli Autori, mostra paralela ao Festival Internacional de Cinema de Veneza, foi inspirada na Quinzena dos Realizadores, de Cannes, com o objetivo de chamar a atenção para um cinema de alta qualidade, sem qualquer tipo de restrição, e com um cuidado especial em inovação, pesquisa, originalidade e independência.

Nesta 20ª edição, que acontecerá entre os dias 30 de agosto e 9 de setembro, o cinema brasileiro marca presença com foco na produção cinematográfica indígena Yanomami no país. A Isola Edipo, uma associação cultural, em parceria com a Giornate degli Autori, reservou um dia especial para o cinema indígena Yanomami. Em 4 de setembro, acontecerá o Gli occhi della foresta, Olhos da Floresta, que exibirá filmes Yanomami na Sala Laguna. Será um dia dedicado ao primeiro cineasta yanomami, Morzaniel Ɨramari, e ao cinema indígena Yanomami no Brasil.

O evento da Isola Edipo, por ocasião da 80ª edição do Festival de Veneza, faz parte do foco anual Cinema da Inclusão entre Visão e Formação (Il cinema dell’Inclusione tra visione e formazione), que está em sua sétima edição. A programação especial pretende valorizar o olhar direto de uma das populações indígenas mais conhecidas da Amazônia e sua centralidade no cenário cinematográfico internacional. Um ato político que devolve à floresta seus olhos, seus corpos e suas vozes, e que leva ao foco de uma reflexão sobre a proteção do pulmão verde da terra, a questão ambiental e cultural dos Yanomami. O evento contará com a presença de Morzaniel Ɨramari e dos produtores e diretores Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha.

A seleção traz Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari, eleito o melhor curta documental no Festival É Tudo Verdade deste ano, que já o qualifica como um concorrente ao Oscar 2024. O filme conta com a participação do grande líder e xamã Davi Kopenawa, que conduz tal experiência apresentando o conhecimento dos Yanomami sobre os sonhos: “Este filme vai ajudar a fazer com que os não-indígenas conheçam o povo Yanomami, conheçam as nossas imagens. Assim todos podem conhecer como nós vivemos na nossa casa e como nós sonhamos, como os xamãs sonham”, disse Morzaniel.

Yuri u xëatima thë: A Pesca com Timbó também será exibido

A programação exibirá também Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando e Yuri u xëatima thë: A Pesca com Timbó, ambos de Aida Harika, Roseane Yariana e Edmar Tokorino. Estes são os primeiros filmes dos cineastas e estão entre os primeiros filmes dirigidos por mulheres Yanomami, que farão sua estreia em um festival internacional.

O registro dos três filmes foi feito na grande casa coletiva de Watorikɨ, na região do Demini (TIY), produzidos pela Aruac Filmes durante as filmagens do longa-metragem A Queda do Céu, filme livremente inspirado na obra homônima de Davi Kopenawa e Bruce Albert, dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha. Em 2022, a Aruac organizou junto à Hutukara Associação Yanomami (HAY) e ao Instituto Socioambiental (ISA) uma oficina de montagem audiovisual, que ensejou a produção dos três curtas. Além disso, também será exibido o média-metragem Urihi Haromatipë: Curadores da Terra-Floresta, de Morzaniel Ɨramari, realizado em 2014. 

“Nós, Yanomami, somos habitantes da floresta Amazônica. No Brasil, somos quase 30 mil pessoas. A terra-floresta é nossa mãe e cuida do povo Yanomami. Desejamos viver em paz, com alegria e fazendo nossas festas. Os napë pë (brancos, inimigos) gostam de destruir a floresta e pegar as riquezas da terra. Hoje, o garimpo ilegal invadiu nosso território. Estamos tristes por perder tantos parentes e ver nossas crianças morrendo por doenças. Nosso rio está sujo de lama e mercúrio, mas nosso território é forte por dentro. Com a árvore do sonho, nós sonhamos longe e os xamãs sonham ainda mais longe, conhecem o canto e a dança dos espíritos, o sonho do rio, o sonho do mundo”, disse Morzaniel Ɨramari, que também promoverá uma masterclass no evento.

Os três curtas são uma produção Aruac Filmes com coprodução da Hutukara Associação Yanomami e produção associada da Gata Maior Filmes. Os títulos contam com o apoio institucional do Instituto Socioambiental e apoio de uma rede de fundações e instituições internacionais que trabalham diretamente com a Amazônia Brasileira.

Fotos: Divulgação.

Dirigido por Diego Freitas, Tire 5 Cartas, com Lilia Cabral, ganha trailer

por: Cinevitor
Lilia Cabral e Claudia Di Moura em cena

Dirigido por Diego Freitas, de O Segredo de Davi e Depois do Universo, a comédia Tire 5 Cartas, protagonizada por Lilia Cabral e totalmente produzida e rodada em São Luís, no Maranhão, chega aos cinemas brasileiros no dia 7 de setembro.

Na trama, Fátima, interpretada por Lilia, é uma taróloga que enrola seus clientes com a ajuda de seu marido, Lindoval, papel de Stepan Nercessian. Sua sorte muda quando um valioso anel roubado cruza o seu caminho. Decidida a ficar com o objeto, Fátima foge dos bandidos e vai para sua terra natal, São Luís do Maranhão, embarcando em uma aventura divertida e emocionante.

O elenco de Tire 5 Cartas conta também com Claudia Di Moura, Guilherme Piva, Gabriel Godoy, Sérgio Malheiros, Giulia Bertolli, Cesar Boaes, Allan Souza Lima, Claudiana Cotrim, Thaynara OG, Mathy Lemos, Amanda Lee, Áurea Maranhão, Clara Anne, Déo Garcez, Flávia Bittencourt, Giselle De Prattes, João Gerude, Rodolfo Macedo, Sérgio Silveira, Tássia Dur e Xyko Pedrosa; além de participações especiais de Alcione e Sidney Magal.

Com roteiro assinado por Joaquim Haickel, Gustavo Pinheiro, Melina Dalboni, Diego Freitas, Giulia Bertolli e Julia Antuerpem, o filme conta com direção de fotografia de Victor Alencar; a direção de arte é de Sérgio Silveira e o figurino é assinado por Kika Lopes. A música é de Ed Côrtes e a montagem de Alexandre Boechat e Fábio Jordão. Realizado pela Guarnicê Produções e pela EH! Filmes, o longa tem distribuição nacional da Vinny Filmes e EH! Filmes Distribuidora. A produção é de Joaquim Haickel e Elisa Tolomelli.

Confira o trailer de Tire 5 Cartas:

Foto: Divulgação.