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1º Cine Marim – Festival de Cinema de Olinda: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta pernambucano Lilith, de Nayane Nayse

A primeira edição do Cine Marim – Festival de Cinema de Olinda, que acontecerá entre os dias 4 e 11 de junho, surge como uma janela para a difusão de filmes pernambucanos com atividades que acontecerão no Sítio Histórico (Teatro Fernando Santa Cruz, no Mercado Eufrásio Barbosa) e em Xambá (Centro Cultura Grupo Bongar). 

Idealizado pelo cineasta Adalberto Oliveira, o Cine Marim apresentará três mostras, competitivas e não competitivas. A Mostra O Tempo de Agora, com curadoria de Lia Letícia, reúne produções que giram em torno da tradição e insurreições das culturas afro-brasileiras sob várias perspectivas; a Mostra Acessível, com curadoria de Amanda Ramos, será composta por filmes que possuam recursos acessíveis para PcD; a Mostra Olinda, com curadoria de Adalberto Oliveira e Caio Sales, terá como temática principal a própria cidade; e a Mostra Farol, também com curadoria de Amanda Ramos, exibirá filmes do estado de Pernambuco, que através de uma comissão de júri específica premiará os destaques técnicos das produções selecionadas.

A etapa formativa do Cine Marim começa no dia 14 de junho com duas oficinas: Documentando, com Marlom Meirelles, no formato on-line; e Oficina Rápida de Cinema Ligeiro, com Eva Jofilsan, em formato presencial. Além disso, a programação contará também com masterclasses on-line de Liliana Tavares sobre audiovisual e acessibilidade; de Marcelo Ikeda sobre cinema independente; e de Juliana Lima, que abordará a temática das narrativas negras no cinema documental.

O Júri Oficial desta primeira edição, que conta com identidade visual assinada por Célio Gouveia, será formado por Cynthia Falcão, Daniel Bandeira e Mia Aragão. Vale lembrar que todas as atividades do festival são gratuitas e os ingressos para as mostras presenciais serão distribuídos uma hora antes de cada sessão.

Além disso, a programação contará também com o Cine-concerto: As Canções de Quebramar, uma apresentação sonora, poética e visual assinada por Caio Lima. Essa experiência é fruto da imersão prolongada de Caio por dois anos no quebra-mar do Bairro Novo, em Olinda. Para essa apresentação, ele será acompanhado dos artistas sonoros Henrique Correia e Thaís Barreto

Conheça os filmes selecionados para o 1º Cine Marim – Festival de Cinema de Olinda:

MOSTRA FAROL

Apolo, de Paulo de Sá Vieira (Recife/Olinda)
Cabiluda, de aColetto e Dera Santos (Recife)
Céu de Lua, Chão de Estrelas, de Camilo Soares e Orun Santana (Recife)
Corpo Onírico, de Marina Mahmood (Recife)
Criaturas Celestiais, de Pedro Andrade e Pedro Stilo (Recife)
Depois do Sonho, de Ayodê França (Recife)
Diabolim e o Circo Esperança, de Cauê Rocha (Olinda)
Estampido, de Djaelton Quirino (Arcoverde)
Eu Nunca Contei a Ninguém, de Douglas Duan (Recife)
Ingá, de Monique Xavier e Felipe Correia (Belo Jardim)
Lilith, de Nayane Nayse (Afogados de Ingazeira)
Narrativas Históricas Povo Xukuru do Ororubá, de Diego Xukuru e Eduardo Xukuru (Pesqueira)
Senhor da Terra, de Coletivo Ficcionalizar (Paulista)
Xe ñe’e (Meu Ser), de Graciela Guarani (Território Pankararu)

MOSTRA O TEMPO DE AGORA

Conceição das Crioulas, Contando Histórias, de Videoarte para Crianças
Eu Sou Raiz, de Cíntia Lima e Lílian de Alcântara
Laroye, de Rennan Peixe
Na Mata Só Tem Um, de Ariana Nuala
No Sábado Eu Dou Autógrafo, de Yane Mendes
Pátria, de Biahits feat. Vampiras Veganas, por biarritzzz
Rejunte #1 – Estrutural, de Iagor Peres
Terra Preta & Negraíndia, de Naya Lopes

MOSTRA OLINDA

PROGRAMA 1

Corrida Bonecos Gigantes de Olinda, de Telephone Colorido (2011)
É Lá que Eu Vejo, de Mateus Sá (2012)
Elos, de Juliana Lima (2020)
Lá Vem o Homem da Meia Noite, de Chia Beloto (2016)
Mestre Nado: A Terra, a Água, o Fogo e o Sopro, de Tila Chitunda (2013)
Olinda, de Paulo Bruscky e Regina Valter (1980)
Sassarico, de Dilma Lóes (1981)
Soneto do Desmantelo Blue, de Cláudio Assis (1993)
Vendo Ouvindo, de Lula Gonzaga e Fernando Spencer (1972)

PROGRAMA 2

A Vida Noturna das Igrejas de Olinda, de Mariana Lacerda (2012)
Adeus, Carnaval de Olinda, de Igor Pimentel e Rosielle Machado (2021)
Crescer Onde Nasce o Sol, de Xulia Doxágui (2021)
Nunca é Noite no Mapa, de Ernesto de Carvalho (2016)
Orlinda – Louvando ao Sagrado, cantando para Iemanjá, de Bruna Leite e Rafael Amorim (2021)

PROGRAMA 3

O Delírio é a Redenção dos Aflitos, de Fellipe Fernandes (2016)
Rio Doce, de Fellipe Fernandes (2021)

MOSTRA ACESSÍVEL

Cor de Pele, de Livia Perini (2018)
FotogrÁfica, de Tila Chitunda (2016)
Quebra Panela, de Rafael Anaroli (2022)
Salu e o Cavalo Marinho, de Cecilia da Fonte (2014)

*Clique aqui e confira a programação completa

Foto: Divulgação.

No Vazio do Ar, novo documentário de Priscilla Brasil, é selecionado para festivais nacionais

por: Cinevitor
O longa foi selecionado para importantes festivais nacionais

Dirigido por Priscilla Brasil, No Vazio do Ar aborda a precariedade da aviação na região amazônica e acompanha o drama de três pilotos profissionais no exercício da profissão. O longa foi selecionado recentemente para a 12ª Mostra Ecofalante de Cinema e para o 46º Festival Guarnicê de Cinema.

O filme une a história familiar da cineasta ao fim do aeroporto Brigadeiro Protásio, em Belém do Pará, fechado definitivamente no ano passado. No documentário, Priscilla acompanha a trajetória de uma piloto iniciante que sofre imensamente com o preconceito de contratantes e colegas. Em diferentes camadas, também aborda questões de gênero, a finitude das construções humanas e o esvaziamento de nossas memórias pessoais e coletivas.

A cineasta paraense Priscilla Brasil tem uma carreira premiada por seus trabalhos anteriores e é considerada uma voz importante na luta pela inclusão de visões amazônicas no cinema nacional, desenvolvendo diversas ações que visam melhorar as condições de entrada dos agentes nortistas no mercado brasileiro, além de debater técnicas e modos de fazer, em um processo de valorização das narrativas locais.

“A seleção de No Vazio do Ar para a Mostra Ecofalante e para o Guarnicê é uma grande honra para mim. São dois festivais muito importantes e longevos que têm como intenção expandir a visão que o Brasil tem sobre a região norte, criando espaço para cineastas amazônicos”, disse a diretora.

A Mostra Ecofalante é um dos mais importantes eventos de cinema do país dedicados à temática ambiental; já o Guarnicê é um dos festivais de cinema mais antigos do Brasil e está em sua 46ª edição, sendo um dos mais importantes do Nordeste. A seleção de No Vazio do Ar para esses eventos é um reconhecimento do trabalho do audiovisual nortista e, em especial, o de Priscilla Brasil. A seleção também é uma oportunidade para que mais pessoas possam ver uma Amazônia menos estereotipada nas telas.

Priscilla Brasil nasceu em Belém, no Pará, e há 20 anos se dedica ao cinema e aos vídeos musicais. Dirigiu inúmeros filmes documentais na Amazônia Brasileira como: As Filhas da Chiquita, Serra Pelada: Esperança Não é Sonho, Terra de Negro, 100 anos de Payxão (Paysandu); e videoclipes como Xirley, de Gaby Amarantos; Japan Pop Show, de Curumin; Devorados, de Madame Saatan; entre outros. É produtora musical premiada internacionalmente por trabalhos como o disco Treme, que lançou Gaby Amarantos, com duas indicações ao Grammy Latino. Atualmente, Priscilla prepara-se para dirigir Local de Crime e Valentina, seus dois primeiros longas de ficção, que serão rodados em Belém em breve. 

*Clique aqui e assista ao trailer de No Vazio do Ar.

Foto: Divulgação/Companhia Amazônica de Filmes.

O Último Ônibus

por: Cinevitor

The Last Bus

Direção: Gillies MacKinnon

Elenco: Timothy Spall, Phyllis Logan, Natalie Mitson, Ben Ewing, Patricia Panther, Steven Duffy, Saskia Ashdown, Scott Campbell, Anne Kidd, Aila Gavin, Matt Costello, Adam Mitchell, Helen Windsory Quinn, Finn Weatherstone, Colin McCredie, Ronan Doyle, Kirsty Eila McIntyre, Jack Brown, Dee Maxwell, Ayla Sherrif, Marnie Baxter, Sheila Grier, Lynn Kennedy, Patsy Blower, Manjot Sumal, Garry Sweeney, Farron McCormack, Aria McCormack, Kevin Mains, Maryam Hamidi, Ayaan Majid, Adam Tomkins, Marianne McIvor, Olivia Fenton, Isela Hamilton, Neil Thomas, Brian Pettifer, Johanna Allitt, Grace Calder, Andrew John Tait, Ciaron Kelly, Michael Monroe, Linda Lyon, Natalie Clark, Celyn Jones, Finlay McLean, Keith Warwick, Lyn Papadopoulos, Iain Robertson, Susannah Laing, Leonard Cook, Anthony Bowers, Leah Byrne, Nicola Williamson, Glen Maney, Mia Roopra, Joe Fagan, Connor Bryson, Kayla Caldwell, Caleb Johnston-Miller, Betty Valencia.

Ano: 2021

Sinopse: Um homem idoso atravessa o país sozinho em ônibus locais.

Nota do CINEVITOR:

EO

por: Cinevitor

Direção: Jerzy Skolimowski

Elenco: Hola, Tako, Marietta, Ettore, Rocco, Mela, Sandra Drzymalska, Tomasz Organek, Mateusz Kosciukiewicz, Lorenzo Zurzolo, Isabelle Huppert, Lolita Chammah, Agata Sasinowska, Anna Rokita, Michal Przybyslawski, Gloria Iradukunda, Piotr Szaja, Aleksander Janiszewski, Delfina Wilkonska, Andrzej Szeremeta, Wojciech Andrzejuk, Mateusz Muranski, Marcin Drabicki, Maciej Stepniak, Fernando Junior Gomes da Silva, Krzysztof Karczmarz, Waldemar Barwinski, Saverio Fabbri, Katarzyna Russ,

Ano: 2022

Sinopse: O mundo é um lugar misterioso quando visto pelos olhos de um animal. EO, um burro cinza com olhos melancólicos, conhece pessoas boas e más ao longo do caminho. Após deixar o circo, percorre da Polônia até à Itália, experimenta alegria e dor, transforma sua sorte em desastre e seu desespero em uma inesperada felicidade. Mas nem por um momento ele perde sua inocência. Uma homenagem do veterano diretor polonês Jerzy Skolimowski ao filme A Grande Testemunha, de Robert Bresson.

Nota do CINEVITOR:

Cinema Leva Eu: Regina Casé será homenageada na primeira edição do festival

por: Cinevitor
Homenageada: Regina Casé em cena do longa Três Verões, de Sandra Kogut

O Cinema Leva Eu é um festival audiovisual realizado em Xerém, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, estado do Rio de Janeiro. Plural e com dimensão nacional, sua primeira edição acontecerá entre os dias e 5 de agosto com realização da EBAV, Escola Brasileira de Audiovisual, em parceria com o Instituto Zeca Pagodinho.

O festival, que segue com inscrições abertas até 10 de junho, consiste na difusão e exibição de curtas-metragens, locais, regionais e nacionais. A proposta é abrir um espaço para divulgação e democratização do cinema nos 13 municípios que compõe a Baixada Fluminense, visando socializar e aumentar a produção local. O reconhecimento dos profissionais que produzem o audiovisual na Baixada, o intercâmbio entre eles e os produtores e realizadores de todo Brasil é, também, um dos objetivos dos organizadores do festival.

Para esta primeira edição, Regina Casé, atriz, autora, diretora, produtora e apresentadora, será a grande homenageada. Regina iniciou sua carreira no teatro e em 1978 estreou em um clássico do cinema nacional, Chuvas de Verão, de Cacá Diegues. Na TV, se destacou em diversos trabalhos, entre eles, TV Pirata, que lhe rendeu o Prêmio APCA, Esquenta!, Programa Legal, Amor de Mãe e Todas as Flores.

Nas telonas, foi premiada por Eu Tu Eles, de Andrucha Waddington, nos festivais de Havana, Karlovy Vary, Cartagena, Lima e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro; com Areias Escaldantes, de Francisco de Paula, recebeu o Troféu APCA de melhor atriz coadjuvante. No consagrado Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, recebeu prêmios no Sesc Melhores Filmes, Festival de Sundance, Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Prêmio APCA e Prêmio Guarani. Além disso, se destacou recentemente em Três Verões, de Sandra Kogut.

Em comunicado oficial, o diretor presidente do festival, Sérgio Assis, também diretor geral da EBAV, disse: “É uma honra receber durante cinco dias os cineastas, artistas e imprensa em um evento que tem como parceiro o Instituto Zeca Pagodinho. Vamos oferecer as mostras competitivas Cinema Leva Eu, Fluminense Baixada Rio e Território Brasil. Para cada mostra teremos um júri oficial. Além disso, também estão na programação palestras, mesas-redondas e oficinas. Todas as atividades promovidas pelo festival são gratuitas e abertas ao público”.

“É importantíssimo para o Instituto Zeca Pagodinho receber um evento que vai trazer produções do Brasil inteiro para nossa comunidade. O que também reforça nossa função como agente facilitador do acesso à cultura na região”, disse Louiz Carlos Da Silva, diretor-geral do Instituto Zeca Pagodinho.

André da Costa Pinto, diretor e coordenador do festival, disse: “Para nós é muito importante ver o projeto social Cinema Leva Eu alçar voos maiores se transformando em um festival com mostras competitivas não só locais como nacionais, o que possibilita o intercâmbio entre o cinema que vem do Brasil para dentro da Baixada e o cinema que sai da Baixada para o Brasil e para o mundo. Fico muito feliz de estar coordenando um projeto como esse”, finalizou.

Foto: Divulgação/Vitrine Filmes.

VII Cine Jardim: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Matteus Cardoso no curta Sideral, de Carlos Segundo

Foram anunciados neste sábado, 27/05, os vencedores da sétima edição do Cine Jardim – Festival Latino-americano de Cinema de Belo Jardim, que contou com dezenas de filmes na programação. O curta-metragem potiguar Sideral, de Carlos Segundo, se destacou e foi premiado com o Troféu Conceição Moura

O VII Cine Jardim aconteceu em formato presencial na cidade de Belo Jardim, no interior de Pernambuco, e de forma remota pela plataforma Cardume. A programação contou também com a Oficina Documentando, ministrada pelo cineasta Marlom Meirelles, e com uma exibição especial do premiado Pacarrete, de Allan Deberton.

O júri oficial da Mostra Competitiva de curtas-metragens latino-americanos foi formado pela atriz Hermila Guedes, pelo crítico de cinema André Guerra e pela atriz e diretora Danny Barbosa. Entre os premiados, três curtas-metragens pernambucanos também foram destaques: Um Filme com Celso Marconi, Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer e Recife, Marrocos.

O júri jovem foi formado por Tainá Margarida, Ruan Gabriel e Taune Erivalda, que participaram da oficina Crítica de Cinema para Formação do Júri Jovem, ministrada por André Guerra, oferecida gratuitamente durante o festival. Os estudantes concederam o troféu de melhor curta-metragem para o gaúcho Perfection, de Guilherme G. Pacheco.

Além da competição, o Cine Jardim realizou as mostras paralelas Diversidade de Voos, em homenagem à atriz Roberta Gretchen Coppola, com histórias sobre pessoas transgêneros; Revoada, que discute memória, preservação e identidade cultural; Voo Livre, apresentando mulheres como protagonistas de suas próprias histórias; Rotas de Migração, com abordagens variadas para o público jovem; e Passarinho, formada por filmes para a infância e reúne, em sua maioria, animações. A Mostra Especial VouSer Acessibilidade exibiu filmes pernambucanos com acessibilidade comunicacional: audiodescrição, janela de libras e legendas descritivas.

Conheça os vencedores do Cine Jardim 2023:

Melhor Filme: Sideral, de Carlos Segundo (RN)
Prêmio Especial do Júri: Um Filme com Celso Marconi, de Helder Lopes e Paulo de Sá Vieira (PE)
Melhor Direção: Leonardo Martinelli, por Fantasma Neon
Melhor Roteiro: Recife, Marrocos, escrito por Alexandre Figueirôa
Melhor Atuação: Marcus Curvelo, em Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer
Melhor Imagem: Perfection, de Guilherme G. Pacheco
Melhor Montagem: Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer, por Felipe André Silva
Melhor Concepção de Som: Paulo Galo: Mil Faces de um Homem Fiel
Prêmio do Júri Popular: Pedro Faz Chover, de Felipe César de Almeida (PE)
Prêmio do Júri Jovem: Perfection, de Guilherme G. Pacheco (RS)

Foto: Divulgação/Casa da Praia Filmes.

Festival de Cannes 2023: conheça os vencedores; filme de Justine Triet leva a Palma de Ouro

por: Cinevitor
Jane Fonda entrega a Palma de Ouro para Justine Triet

Foram anunciados neste sábado, 27/05, os vencedores da 76ª edição do Festival de Cannes, que este ano contou com o cineasta sueco Ruben Östlund na presidência do júri. Maryam Touzani, Denis Ménochet, Rungano Nyoni, Brie Larson, Julia Ducournau, Atiq Rahimi, Paul Dano e Damián Szifrón completavam o time responsável por avaliar e premiar os filmes da Competição.

Neste ano, o suspense francês Anatomie d’une chute, de Justine Triet e protagonizado por Sandra Hüller, recebeu a Palma de Ouro, prêmio máximo do evento. Com isso, a cineasta se torna a terceira mulher da história do festival a ser premiada nessa categoria; a primeira foi Jane Campion, em 1993, com O Piano; a segunda foi Julia Ducournau com Titane, em 2021.

Nesta edição, o cinema brasileiro se destacou com o longa Levante, de Lillah Halla, exibido na Semana da Crítica, e que recebeu o Prêmio FIPRESCI de melhor filme das mostras paralelas; a honraria é entregue pela Federação Internacional de Críticos de Cinema.

Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Cannes 2023:

COMPETIÇÃO

PALMA DE OURO
Anatomie d’une chute, de Justine Triet (França)

GRAND PRIX
The Zone of Interest, de Jonathan Glazer (Reino Unido/Polônia/EUA)

MELHOR DIREÇÃO
Trần Anh Hùng, por La Passion de Dodin-Bouffant

PRÊMIO DO JÚRI
Kuolleet Lehdet (Les Feuilles Mortes), de Aki Kaurismäki (Finlândia)

MELHOR ROTEIRO
Kaibutsu (Monster), escrito por Yûji Sakamoto

MELHOR ATRIZ
Merve Dizdar, por Kuru Otlar Üstüne

MELHOR ATOR
Koji Yakusho, por Perfect Days

PALMA DE OURO | CURTA-METRAGEM
27, de Flóra Anna Buda (Hungria/França)

MENÇÃO ESPECIAL | CURTA-METRAGEM
Fár, de Gunnur Martinsdóttir Schlüter (Islândia)

OUTROS PRÊMIOS

CÂMERA DE OURO | Caméra d’Or
Bên trong vỏ kén vàng, de Thien An Pham (Vietnã) (Quinzena dos Realizadores)

LA CINEF
1º Prêmio: Norwegian Offspring, de Marlene Emilie Lyngstad (Dinamarca) (Den Danske Filmskole)
2º Prêmio: Hole, de Hwang Hyein (Coreia do Sul) (KAFA)
3º Prêmio: Ayyur, de Zineb Wakrim (Marrocos) (ÉSAV Marrakech)

PRÊMIOS FIPRESCI | Federação Internacional de Críticos de Cinema
Competição Oficial: The Zone of Interest, de Jonathan Glazer (Reino Unido/Polônia/EUA)
Un Certain Regard: Los Colonos, de Felipe Gálvez (Chile)
Semana da Crítica/Quinzena dos Realizadores: Levante, de Lillah Halla (Brasil/Uruguai/França)

L’Œil d’or (Olho de Ouro) | MELHOR DOCUMENTÁRIO
Les Filles d’Olfa, de Kaouther Ben Hania (Tunísia)
Kadib Abyad, de Asmae El Moudir (Marrocos)

JÚRI ECUMÊNICO | MELHOR FILME
The Old Oak, de Ken Loach (França)

QUEER PALM
Melhor longa-metragem: Monster, de Hirokazu Koreeda (Japão)
Melhor curta-metragem: Boléro, de Nans Laborde-Jourdàa (França)

PALM DOG
Border Collie Messi em Anatomie d’une chute, de Justine Triet

*Clique aqui e conheça os vencedores da mostra Un Certain Regard

*Clique aqui e conheça os vencedores da Quinzena dos Realizadores

*Clique aqui e conheça os vencedores da Semana da Crítica

Foto: Andreas Rentz/Getty Images.

Cannes 2023: A Flor do Buriti é premiado na mostra Un Certain Regard

por: Cinevitor
A equipe de A Flor do Buriti no tapete vermelho do festival

Foram anunciados nesta sexta-feira, 26/05, os vencedores da mostra Un Certain Regard, também conhecida como Um Certo Olhar, que coloca em evidência filmes artísticos e artisticamente ousados dirigidos por novos cineastas, porém mais atípicos aos que disputam a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

O cinema brasileiro se destacou com A Flor do Buriti, que recebeu o Prix d’Ensemble (algo como melhor equipe e/ou elenco, na tradução). O longa é dirigido pelo português João Salaviza e pela brasileira Renée Nader Messora, de Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, que recebeu o Prêmio Especial do Júri nesta mesma mostra, em 2018. Novamente com os Krahô, no norte do Tocantins, o filme traz um dos temas mais urgentes da atualidade: a luta pela terra e as diferentes formas de resistência implementadas pela comunidade da aldeia Pedra Branca.

O longa, produzido por Ricardo Alves Jr. e Julia Alves, por meio da produtora mineira Entre Filmes, que será distribuído no Brasil pela Embaúba Filmes, atravessa os últimos 80 anos dos Krahô, trazendo para a tela um massacre ocorrido em 1940, onde morreram dezenas de pessoas. Perpetrado por dois fazendeiros da região, as violências praticadas naquele momento continuam a ecoar na memória das novas gerações. O elenco conta com Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô, Sonia Guajajara, entre outros.

A Flor do Buriti foi rodado durante quinze meses em quatro aldeias diferentes, dentro da Terra Indígena Kraholândia, e assim como em Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, a equipe era muito pequena e se dividia entre indígenas e não indígenas. As manifestações em Brasília durante a votação do Marco Temporal e as ameaças que a Terra Indígena vem sofrendo nos últimos anos, como roubo de animais silvestres, extração de madeira e reativação de uma barragem ilegal, são absorvidas pelo filme, em uma narrativa onde passado e presente coexistem e formam um corpo só.

A estreia mundial do filme aconteceu na terça-feira, 23/05, e ao final da emocionante sessão foi ovacionado por mais de dez minutos. Vale destacar que em toda a história da Un Certain Regard, o Prix d’Ensemble só foi concedido em outras duas edições: em 2014, para Party Girl, de Marie Amachoukeli-Barsacq, Claire Burger e Samuel Theis; e em 2021, para A Boa Mãe, de Hafsia Herzi.

Neste ano, o júri foi presidido pelo ator norte-americano John C. Reilly, e contou também com: Alice Winocour, cineasta francesa que passou por Cannes com o curta-metragem Kitchen e com os longas Augustine e Transtorno; Paula Beer, atriz alemã de Undine e Frantz; o cineasta cambojano-francês Davy Chou, que exibiu Retour à Séoul na Un Certain Regard e foi premiado na Semana da Crítica com Diamond Island; e a atriz belga Émilie Dequenne, do premiado Close, de Lukas Dhont, e vencedora dos prêmios de melhor atriz por Rosetta, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, que também levou a Palma de Ouro, e por Perder a Razão, na mostra Un Certain Regard.

Conheça os vencedores da mostra Un Certain Regard 2023:

PRÊMIO UN CERTAIN REGARD
How to Have Sex, de Molly Manning Walker (Reino Unido)

PRÊMIO DO JÚRI
Les meutes, de Kamal Lazraq (França)

PRIX DE LA NOUVELLE VOIX
Augure, de Baloji Tshiani (Bélgica/Holanda/Congo/Alemanha/África do Sul)

PRIX D’ENSEMBLE
A Flor do Buriti (Crowrã), de João Salaviza e Renée Nader Messora (Brasil/Portugal)

PRIX DE LA LIBERTÉ
Goodbye Julia, de Mohamed Kordofani (Sudão/Suécia)

MELHOR DIREÇÃO | PRIX DE LA MISE EN SCÈNE
Asmae El Moudir, por Kadib Abyad (Marrocos)

Foto: Pascal le Segretain/Getty Images.

FALA São Chico 2023: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta baiano Pescadoras em Rede: As Mulheres da Gamboa de Baixo

A segunda edição do Festival Audiovisual Latino-Americano de São Francisco do Sul, o FALA São Chico, acontecerá entre os dias 21 e 24 de junho e contará com 25 títulos na programação; oito são internacionais e Santa Catarina aparece com três produções.

Nove países serão representados na tela de oito metros montada especialmente para o festival em uma CineTenda na Praia da Enseada, em São Francisco do Sul, norte de Santa Catarina. Além do Brasil, fazem parte da listagem: Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, México e Peru; França e Suíça também aparecem como coproduções. 

Do Brasil, três dos filmes selecionados são de Santa Catarina, sendo um de São Francisco do Sul, cidade sede do FALA, e dois da capital Florianópolis. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro e São Paulo também com três filmes cada; Bahia e Rio Grande do Norte com dois filmes cada; e Amapá, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná com um representante por estado.

Dos 25 selecionados, três são filmes convidados; dois curtas completam a Mostra Infantojuvenil, que este ano exibirá seis filmes ao todo; e o terceiro é o tradicional longa-metragem convidado, que encerra o festival. Da diretora Juliana Vicente, o documentário Diálogos com Ruth de Souza será exibido no sábado, dia 24 de junho.

Nesta segunda edição, realizada pela Associação Cultural Panvision, nove filmes terão a primeira exibição e quatro diretores fazem sua estreia. Como pontuado pela diretora de programação, Marilha Naccari, a curadoria do II FALA São Chico buscou dar foco principalmente às obras que conversem com a comunidade na qual o festival é inserido. Temas ligados ao mar, ao meio ambiente e ao cotidiano, por exemplo, serão representados na tela através de personagens reais, unindo cinema e história de diversas culturas.

Também vale destacar o protagonismo feminino: 12 produções selecionadas contam com o Selo Marias de Cinema, que é aplicado em obras que retratam personagens mulheres com complexidade, dimensionalidade e presença relevante, mesmo não estando no lugar de personagem principal da história contada.

Conheça os filmes selecionados para o FALA São Chico 2023:

MOSTRA CURTAS CATARINENSE E LATINOS
Apenas Mais um Dia, de Samantha Joanne (Brasil, SC)
Aqui é o Meu Lugar, de Breno Soares (Brasil, RJ)
Bruno Joanne, de Allan Constancio (Brasil, PR)
Chagra de la Vida: El Camino de las Mujeres Sabedoras, de Edgar Medina Fetecua (Colômbia)
Colchão d’água, de Livia Motta (Brasil, RN)
Essa Terra é Meu Quilombo, de Rayane Penha (Brasil, AP)
Fantasmagoría, de Juan Francisco González (Chile/França/Suíça)
Juanchito: El Limpia Alcantarillas, de María Isabel Caro Zamora (Colômbia)
Mulheres de São Chico, de Ney Inacio (Brasil, SC)
Nhãndê kuery mã hi’ãn rivê hê’yn (Não Somos Apenas Sombras), de Dino Menezes (Brasil, SP)
Nunca Pensei que Seria Assim, de Meibe Rodrigues (Brasil, MG)
Pescadoras em Rede: As Mulheres da Gamboa de Baixo, de Lucas Ribeiro e Luísa Caria (Brasil, BA)
Postales de un Paraíso Olvidado, de José Oliva Gaytán (Guatemala)
¿Quién es?, de Víctor Augusto Mendívil (Peru)
Repugnancia, de Benjamín Romero Salinas (México)
Romão, de Clementino Junior (Brasil, RJ)
Tesouro em Carros de Barro, de Vinicius Rios (Brasil, BA)
Valéria Divina e as Histórias do Vovô Moju, de François Muleka (Brasil, SC)

MOSTRA CURTAS INFANTOJUVENIL
Cota Não é Esmola, de Val Gomes (Brasil, SP)
Esquecimento, de Uri Bezerra Soares (Brasil, MT)
La Ferroviaria, de Participantes da oficina Living Legends: Cumandá Gordón, Doménica Flores, Jorge Ojeda, Robinson Chanastasig e Salvador Yugcha; Tutora: Doménica Guarderas (Equador) (filme convidado)
Flores da Macambira, de Crianças e Adolescentes da Comunidade de Macambira; Projeto Animação Ambiental (Brasil, RN)
El Tigre y el Totumo, de Participantes da oficina Living Legends: Delcia Fuentes, Heriberto Herrera, Nolberto Fuentes, Richard Segundo, Silvio Hildebrando e Yorely Dorantes; Tutores: Nadja Bulow e Julia Schneeweiss (Colômbia) (filme convidado)
Yasmin, de Ludmila Curi (Brasil, RJ)

LONGA DE ENCERRAMENTO | FILME CONVIDADO
Diálogos com Ruth de Souza, de Juliana Vicente (SP)

Foto: Divulgação.

Cannes 2023: conheça os vencedores da Quinzena dos Realizadores

por: Cinevitor
Cena de Un Prince, de Pierre Creton

Foram anunciados nesta quinta-feira, 25/05, os vencedores da Quinzena dos Realizadores, Quinzaine des Cinéastes, mostra paralela ao Festival de Cannes, organizada pela La Société des réalisateurs de films (la SRF) desde 1969 e que destaca a produção anual de filmes de ficção, curtas e documentários no cenário independente e também popular, com diretores talentosos e originais.

Neste ano, o francês Un Prince, de Pierre Creton, se destacou e recebeu o prêmio entregue pela SACD, Sociedade de Autores e Compositores Dramáticos. Dirigido por Elena Martín, o espanhol Creatura foi eleito o melhor filme europeu.

Além disso, o cineasta maliano Souleymane Cissé, de A Luz, Waati e O Ka, foi o grande homenageado com o Carrosse d’Or na cerimônia de abertura. Diretor, produtor, roteirista e exibidor, tornou-se, em 50 anos de carreira, o símbolo da liberdade criativa, tanto poética quanto política. O encerramento da 55ª edição contou com a exibição de In Our Day, de Hong Sang-soo, e também com uma roda de conversas com Quentin Tarantino.

Conheça os vencedores da Quinzena dos Realizadores 2023:

PRÊMIO SACD (Society of Dramatic Authors and Composers)
Un Prince, de Pierre Creton (França)

LABEL CINEMA EUROPA | MELHOR FILME EUROPEU
Creatura, de Elena Martín (Espanha)

CARROSSE D’OR
Souleymane Cissé

Foto: Divulgação/JHR Films.

Festival de Gramado 2023: Alice Braga será homenageada com o Kikito de Cristal

por: Cinevitor
Alice Braga: carreira consagrada

A organização da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que acontecerá entre os dias 11 e 19 de agosto, acaba de anunciar o primeiro nome dentre os homenageados deste ano: a atriz brasileira Alice Braga, que receberá o troféu Kikito de Cristal. Com sólida carreira no cinema nacional e internacional, Braga já participou de mais de trinta produções, atuando ao lado de nomes como Anthony Hopkins, Margot Robbie e Matt Damon.

O laço de Alice Braga com o mundo das artes vem de berço. Filha de pai jornalista e mãe atriz, acompanhava a rotina de gravações de sua mãe, Ana, e tia, Sonia, ao lado da irmã, a produtora Rita Moraes. Teve sua estreia nas telas ainda adolescente, em 1998, no curta-metragem Trampolim, de Fiapo Barth

Em 2002, atuou no longa Cidade de Deus, que lhe rendeu indicação ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Sua estreia em filmes estrangeiros aconteceu em 2006, ao lado de Brendan Fraser, Mos Def e Catalina Sandino Moreno, em 12 Horas até o Amanhecer. Atuou em filmes como Entre Idas e Vindas, Os Amigos, Ensaio Sobre a Cegueira, O Cheiro do Ralo, Muitos Homens Num Só, Cabeça a Prêmio, A Via Láctea, Eu Sou a Lenda, A Cabana, Elysium, O Ritual, Os Novos Mutantes, O Esquadrão Suicida, entre outros.

Entre 2016 e 2021, protagonizou a série Queen of the South, baseada no romance La Reina Del Sur, exibida originalmente pelo canal USA Network. Em 2020, deu voz à personagem Jerry na animação Soul, da Pixar. Em 2022, protagonizou, ao lado de Gabriel Leone, o consagrado longa Eduardo e Mônica, inspirado na canção composta por Renato Russo, e dirigido por René Sampaio. Por sua atuação, recebeu o Prêmio APCA de melhor atriz; em 2006 recebeu o mesmo prêmio por Cidade Baixa, de Sergio Machado.

Ao longo da carreira, coleciona vitórias em alguns dos mais prestigiados festivais e premiações de cinema do Brasil e do mundo, incluindo Verona Love Screens Film Festival, Festival do Rio, Miami International Film Festival, Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, Festival de Cinema de Punta del Este e Cine PE. Além disso, Alice Braga faz parte do elenco de Hypnotic, novo filme de Robert Rodriguez, recentemente exibido no Festival de Cannes.

A homenagem será entregue durante a programação do Festival de Gramado e Alice participará do rito de confecção do troféu, esculpido em cristal, que será entregue ao homenageado da próxima edição. A solenidade, única no mundo, coloca os agraciados em contato com a composição da honraria.  

Vale destacar que o Kikito de Cristal é dedicado a expoentes do cinema internacional e foi entregue pela primeira vez em 2007 ao cineasta Eduardo Coutinho. O cineasta Ruy Guerra, os atores Jean Pierre Noher, César Troncoso e Leonardo Sbaraglia e as atrizes Paulina García, Cecilia Roth, Soledad Villamil e Natalia Oreiro foram outros nomes homenageados.

Foto: Egon Endrenyi/New Line Productions.

CINEVITOR #438: Roliúde Nordestina | O Auto da Compadecida + Lajedo de Pai Mateus | Edição Especial

por: Cinevitor
Selton Mello e Matheus Nachtergaele em O Auto da Compadecida

A cidade de Cabaceiras, localizada no Cariri paraibano, fica na área mais baixa do Planalto da Borborema. Com pouco mais de cinco mil habitantes, predomina o clima tropical semiárido e é composta de caatinga arbustiva. Sua história conta que foi fundada em 1735, mas só recebeu o título de cidade em novembro de 1938.

Entre belas paisagens, artesanatos, iguarias bodísticas e festividades, como a Festa do Bode Rei, Cabaceiras já foi conhecida como o município que menos chove no Brasil. Porém, em 1999, um acontecimento cinematográfico colocou a cidade do Nordeste em evidência: as filmagens da consagrada série O Auto da Compadecida, baseada na obra de Ariano Suassuna e exibida na Rede Globo, que logo virou filme.

Dirigido por Guel Arraes, o longa foi um sucesso de crítica e público; foi visto por mais de dois milhões de espectadores, sendo o filme brasileiro de maior bilheteria do ano 2000. Considerado um grande sucesso comercial no país, arrecadou mais de onze milhões de reais e foi premiado em quatro categorias no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

A obra conta as divertidas aventuras de João Grilo, papel de Matheus Nachtergaele, e Chicó, vivido por Selton Mello. O elenco reúne também Fernanda Montenegro, Diogo Vilela, Denise Fraga, Rogério Cardoso, Lima Duarte, Marco Nanini, Enrique Diaz, Paulo Goulart, Luís Melo, Maurício Gonçalves, Virgínia Cavendish, Aramis Trindade e Bruno Garcia. O diretor é também o coautor da adaptação ao lado de Adriana Falcão e João Falcão. Recentemente, uma continuação do longa-metragem foi confirmada: O Auto da Compadecida 2 tem estreia prevista para 2024.

Por conta do sucesso da obra, Cabaceiras passou a receber turistas do mundo todo. Conhecida como a Roliúde Nordestina, com direito a um letreiro que faz referência à Hollywood, hoje, a Rota Cinematográfica é um dos atrativos da cidade, que fica a 180 km de João Pessoa, capital da Paraíba

Mas, a sétima arte já se destacava na região há muitos anos: em 1924, Walfredo Rodriguez, considerado o pai do cinema paraibano, começou a rodar pela região o documentário Sob o Céu Nordestino, que só foi concluído em 1928. O filme é considerado pela crítica como um marco etnológico do cinema brasileiro por ter sido o pioneiro a retratar a cultura nordestina sem a ótica do exoterismo.

Depois de O Auto da Compadecida, outras tantas produções foram rodadas por lá, entre elas, Por Trás do Céu, de Caio Sóh; Canta Maria, de Francisco Ramalho Jr.; Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes; Tempo de Ira, de Marcélia Cartaxo e Gisella de Mello; a novela Aquele Beijo, escrita por Miguel Falabella; a supersérie Onde Nascem os Fortes; e recentemente, Cangaço Novo, de Aly Muritiba e Fábio Mendonça, que estará disponível na Amazon Prime Video no segundo semestre. Além disso, os cabaceirenses não só recebem as equipes de filmagens como também trabalham nos filmes, propagandas, novelas e séries em diversas funções.

Além do Centro Histórico e do letreiro, o Lajedo de Pai Mateus é outro atrativo turístico que virou cenário de diversas obras audiovisuais. O local trata-se de um lajedo contendo centenas de matacões, rochas em formatos arredondados, que pesam toneladas; algumas com pinturas rupestres. A Pedra do Capacete, por exemplo, é um dos pontos que mais atraem os turistas. 

Para falar mais sobre a cinematográfica Cabaceiras, desembarcamos na Roliúde Nordestina e gravamos um programa especial pela cidade e região. Passamos pelo famoso letreiro e visitamos o Centro Histórico, que também se destaca pelas locações de O Auto da Compadecida. Além disso, relembramos nossa entrevista com Matheus Nachtergaele sobre o sucesso do filme, e que foi exibida em outubro de 2020. Também conhecemos as belas paisagens do Lajedo de Pai Mateus e conversamos com Gerson Lima, guia de turismo, que contou histórias de algumas produções rodadas por lá, entre elas, a mais recente, a série Cangaço Novo, e falou da lenda sobre possíveis visitas extraterrestres.

Aperte o play e confira:

Foto: Divulgação/Globo Filmes.