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Marcelo Freixo na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes: audiovisual, turismo, políticas públicas e anúncio de edital

por: Cinevitor
Marcelo Freixo: presidente da Embratur na Mostra de Tiradentes

Reafirmando seu compromisso com o fortalecimento da economia criativa, do turismo e do audiovisual brasileiro, a Embratur, Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, marcou presença na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes com a participação de Marcelo Freixo, presidente da Embratur, e Christiano Braga, supervisor de Audiovisual e Economia Criativa na Gerência de Inovação da Embratur, no evento mineiro.

Dentro deste cenário, a Embratur destaca-se com iniciativas que conectam cinema, economia criativa e o turismo, consolidando o audiovisual como uma ferramenta para promover a imagem do Brasil no cenário global.

Em entrevista exclusiva ao CINEVITOR, Marcelo Freixo, presidente da Embratur, falou sobre essa parceria: “Acho que juntar o turismo com o audiovisual é um casamento bom demais. Porque você pega um Brasil que tem uma potência turística gigantesca para transformar essa potência turística em números, em realidade, com geração de emprego e renda. O turismo pode ser uma grande solução de modelo de desenvolvimento econômico do Brasil durante o século 21. E o audiovisual brasileiro vive seu melhor momento: indicação ao Oscar, orgulho do povo brasileiro com a cultura. Muito diferente do que vivemos em tempos recentes e sombrios”.

Freixo continuou: “Queremos aproximar o audiovisual como uma ferramenta de promover esse Brasil; essa diversidade brasileira, essa cultura, essa democracia. Queremos que as pessoas venham! Hoje, 44% dos norte-americanos escolhem para onde vão viajar a partir do que assistem em séries e filmes. Essa é uma tendência mundial. Vários países já juntaram o audiovisual com o turismo, como a Colômbia e o Uruguai, aqui do lado. Mas tem também a Coreia, Nova Zelândia, Espanha. São muitas experiências bem sucedidas. E isso a gente tem que copiar”.

Com exemplos bem sucedidos, como a São Paulo Film Commission e a Rio Film Commission, Marcelo Freixo detalhou o projeto de criar algo nacional: “O Brasil tem um potencial audiovisual enorme e temos também um potencial turístico muito grande. Para isso, estamos trabalhando há dois anos com a ideia de uma Film Commission Nacional, uma ferramenta pública que vai poder operacionalizar e fazer com que isso aconteça de fato. Esse é um salto muito grande e concreto nessa relação entre esses dois universos do turismo e do audiovisual”.

Além de fomentar a criação artística, a Embratur trabalha ativamente na construção de políticas públicas para o fortalecimento do setor audiovisual. A viabilização de uma Film Commission Nacional será fundamental para atrair produções internacionais, fortalecer a presença dos filmes brasileiros em mercados mundiais e consolidar o Brasil como destino film friendly. Vale lembrar que Film Commission trata-se de uma organização criada com o objetivo de estimular o turismo, auxiliar as equipes com informações e suportes práticos e atrair produções para gerar movimentação econômica, criando empregos e oportunidades para profissionais e empresas locais. Também contribui para fortalecer a sinergia entre trade turístico e o setor audiovisual, aumentando o interesse estrangeiro em conhecer, por exemplo, cenários e paisagens.

Freixo em Tiradentes: conversa sobre cinema e turismo

Ao final da entrevista, questionado sobre as indicações brasileiras ao Oscar 2025 com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, Freixo brincou: “Nós vamos ter um problema muito grande. A Fernanda Torres é uma amiga querida e, como eu, ela é mangueirense. E o resultado do Oscar vai ser na hora do desfile da Mangueira. Pensa um negócio desses… o Rio de Janeiro vai estar com a Mangueira na Sapucaí e a Fernanda pode ser anunciada no momento do desfile. Eu vou dizer É de arerê, força de Matamba, que é o samba da Mangueira. Vamos pra festa!”.

Durante a Mostra de Tiradentes, Freixo também participou de uma coletiva de imprensa, ao lado de Christiano Braga, supervisor de Audiovisual e Economia Criativa na Gerência de Inovação da Embratur: “Estamos muito felizes por marcar presença aqui em Tiradentes, nesta mostra de cinema consolidada e importante. E pela primeira vez com a Embratur como parceira. Conseguimos fazer uma mudança grande na Embratur, que deixa de ser uma autarquia e passa a ser uma Agência. Deu muito trabalho fazer isso porque pegamos uma Embratur muito destruída. E agora, o turismo vive o seu melhor momento”.

E continuou: “É a primeira vez que a Embratur entra como algo que auxilia na própria realização do festival. Agora isso depende de uma mudança legislativa muito grande, que ficamos mais de um ano operando para que a Embratur virasse uma Agência. Quando assumimos a Embratur, ela tinha um orçamento para funcionar quatro meses e fechar. Foi uma reviravolta de muito trabalho para conseguir manter o formato de Agência, voltar para o orçamento público, poder receber valores e patrocinar eventos. Temos um orçamento que permite fazer tudo que queríamos? Não. Mas hoje a gente consegue”.

Na ocasião, Freixo também anunciou a segunda edição do edital Brasil com S. Com um investimento de R$ 100 mil por curta-metragem, o programa apoiará a produção de quatro filmes inéditos focados no bioma Amazônia: “Qualquer projeto original é um projeto de estudo e avaliação. Começamos com uma determinada capacidade orçamentária, que já melhoramos para o segundo. O primeiro foi 60 mil e agora teremos 100 mil para cada curta-metragem. Melhoramos os critérios e temos feito muito trabalho em parceria com a produção cinematográfica do Brasil fora dele. Ajudamos Montreal, Montevidéu, Buenos Aires, Paris, Nova York… festivais de cinema brasileiros fora do país. Estamos em todos eles, onde exibimos esses curtas. Passamos nas feiras internacionais também”.

E continuou: “Essa iniciativa reforça o compromisso da Agência em promover a internacionalização do audiovisual brasileiro, estimulando produções que dialoguem com o turismo e a valorização das belezas naturais e culturais do país. Sabemos do poder transformador do cinema para a promoção do Brasil no cenário internacional. Ao investir no audiovisual, fomentamos o turismo, impulsionamos economias locais e projetamos nossa cultura para o mundo”.

Com inscrições entre 1º de fevereiro e 7 de março, o edital está alinhado aos esforços da Agência na COP 30, que acontecerá em Belém, no Pará, em novembro, e integra as iniciativas para promover a Amazônia como destino sustentável. As produções deverão destacar aspectos como a diversidade urbana e natural, sustentabilidade, tradições culturais, gastronomia, música, artesanato, pessoas e paisagens singulares da Amazônia. Clique aqui e saiba mais.

Marcelo Freixo e o cineasta Gabriel Martins no debate em Tiradentes

Além disso, a programação da 28ª edição da Mostra de Tiradentes exibiu no sábado, 01/02, no Cine Petrobras na Praça, a Sessão Cine Embratur LAB, uma seleção especial de curtas-metragens que exploram a diversidade e a riqueza do turismo brasileiro. Os quatro filmes exibidos foram selecionados na primeira edição do edital Brasil com S. Os filmes foram escolhidos por sua capacidade de promover destinos turísticos e histórias brasileiras, destacando a diversidade cultural, natural e humana do país. Cada filme oferece um olhar único sobre diferentes aspectos do turismo no Brasil, desde a cultura e as tradições até a história e a natureza exuberante do país.

Adriana Farias e Maxwell Polimanti dirigem O Carimbó da Amazônia, um documentário que mergulha nas tradições do carimbó e nas paisagens de Alter do Chão, no Pará, revelando a beleza e a riqueza cultural da região amazônica; João Gabriel Ferreira e João Gabriel Kowalski apresentam Entre Sinais e Mares, uma ficção que conta uma história de amor na Ilha do Mel, em Maringá, no Paraná, abordando temas como inclusão e diversidade LGBTQIAP+, com a participação de atores surdos; do Acre, Tatiana Sager e Gabriel Sager Rodrigues apresentam Huni Kuï: O Povo Verdadeiro, um retrato do turismo etnográfico e da cultura indígena Huni Kuï; e Juliano De Paula e Bruna Steudel, em Caminhos do Peabiru, ressignificam e redescobrem a história da estrada transcontinental mais importante da América do Sul antes da chegada dos europeus, revelando um patrimônio histórico e cultural fascinante.

Ainda na Mostra, Marcelo Freixo também participou, na sexta-feira, 31/01, do debate O Brasil nas Telas do Mundo, que aconteceu no Cine-Teatro dentro da programação do Seminário do Cinema Brasileiro. O evento contou também com Gabriel Martins, produtor e cineasta mineiro, e Luana Melgaço, produtora da Anavilhana, também de Minas Gerais. A mediação foi realizada por Pedro Butcher, colaborador do Brasil CineMundi, trazendo uma perspectiva aprofundada sobre a expansão internacional do cinema nacional.

O debate discutiu o reconhecimento crescente do cinema brasileiro no exterior, impulsionado por premiações e seleções em festivais internacionais. A produção nacional tem se destacado por sua originalidade e qualidade artística, atraindo parcerias estratégicas e cooperação internacional. Além de fortalecer a identidade global do Brasil, o setor audiovisual também impulsiona investimentos, gera negócios e fomenta o turismo.

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Fotos: Leo Lara/Universo Produção.

28ª Mostra de Cinema de Tiradentes: Raquel Hallak reflete sobre saldo positivo e diversidade do cinema brasileiro

por: Cinevitor
Raquel Hallak: bate-papo com os jornalistas

Depois de nove dias de intensas atividades e discussões, a 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes segue consolidada como um dos principais espaços de reflexão e perspectivas do cinema brasileiro contemporâneo.

O tema Que Cinema é Esse?, adotado na edição de 2025, provocou discussões sobre desafios, contradições e oportunidades para o setor audiovisual brasileiro e tratou questões como sua internacionalização, políticas públicas de fomento, distribuição e relação entre cinema e identidade cultural.

A 28ª edição da Mostra de Tiradentes chegou ao fim com um saldo positivo, deixando um legado de filmes inspiradores, debates engajados e um público vibrante que celebrou a diversidade e a força do cinema brasileiro. Foram nove dias de programação abrangente, intensa e gratuita com atrações para todas as idades.

A cidade histórica recebeu a instalação de três cinemas: Cine Petrobras na Praça, Cine-Teatro e Cine-Tenda. Foram contratadas mais de 250 empresas mineiras e o evento gerou mais de 2.500 empregos diretos e indiretos, impulsionando a economia local, regional, de Minas Gerais e do Brasil. Mais de 180 pessoas integraram a equipe de trabalho do evento nas etapas de montagem, execução e pós-produção. Esta edição contou com a parceria de 20 pousadas e hotéis e 15 restaurantes. Estima-se que o evento injetou mais de 15 milhões na economia local e mais de 38 mil pessoas foram beneficiadas pela ação cultural.

Durante a campanha de divulgação da Mostra, as plataformas digitais do evento registraram mais de 4 milhões de visualizações. Mais de 500 mil acessos foram contabilizados no site, vindos de 81 países. A Mostra também se consolida como um evento de grande relevância para a imprensa, com recorde de 107 jornalistas credenciados, do Brasil e do exterior, e a atenção de mais de 480 veículos de comunicação.

Antes do encerramento, no sábado, 01/02, Raquel Hallak, CEO da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra, conversou com a imprensa no Centro Cultural Yves Alves e, como de costume, fez um balanço geral da edição: “A Mostra Tiradentes se propõe a mostrar a diversidade do cinema brasileiro. Como que o público vai reagir a esses filmes? É sempre uma caixinha de surpresa! Essa edição deu um salto muito grande na internacionalização do cinema brasileiro, que desperta atenção do mundo. Eles querem conhecer, querem fazer negócio. É muito importante ter o entendimento que o audiovisual é uma indústria muito poderosa”.

Na conversa com os jornalistas, ela falou sobre a temática deste ano: “O que está acontecendo nesse cinema? Se mudou o consumo, se a sala de cinema está esvaziada, se tem uma disparidade entre o Oscar e a invisibilidade de vários filmes. Vamos levar isso para as telas, para os debates, vamos tratar isso com o público. Vamos perguntar para todo mundo: que cinema é esse?”.

Imprensa reunida com Raquel Hallak

Raquel também comentou as mudanças na programação: a Mostra Olhos Livres passou a ser avaliada pelo Júri Oficial enquanto a Mostra Aurora foi avaliada pelo Júri Jovem. Além disso, a Aurora passou a contar com filmes exclusivamente de cineastas em seu primeiro longa-metragem. A decisão reflete mudanças observadas no panorama do cinema independente ao longo dos últimos anos: “Quando a Mostra Aurora surgiu, dezoito anos atrás, tínhamos uma cena no audiovisual que tinha um recorte de destacar e dar visibilidade para quem estava em início de carreira. Ao longo dos anos, vimos que essa nova cena foi se ampliando. Essa mudança foi em função desse retrato, dessa produção; inclusive de quem nasceu em Tiradentes. Por isso criamos a mostra Clássicos de Tiradentes para não esquecer dos filmes que nasceram aqui”.

Outra questão abordada foi a construção de um espaço físico dedicado à Mostra, ideia antiga de Raquel para concentrar as exibições dos filmes em um Palácio dos Festivais. Segundo a coordenadora geral, o terreno já existe e estão em negociações com a prefeitura. Seria um sonho realizado para celebrar a 30ª edição, em 2027: “Esse espaço que temos aqui, que é o Centro Cultural e que deu origem à Mostra, já ficou pequeno. Temos essa missão, junto com a prefeitura. Para isso, estamos criando uma associação aqui em Tiradentes de eventos culturais. É uma cidade que está sendo muito impactada por iniciativas isoladas; de shows, por exemplo, que recebem em um dia 30 mil pessoas, mas que não trazem nada para a cidade no sentido de deixar algum recurso por aqui. Tiradentes é muito desafiadora. É uma cidade de 7 mil habitantes e temos que ter a consciência que recebemos cinco vezes sua população”.

Hallak também falou da importância da imprensa na Mostra de Tiradentes: “Vocês são a alma do evento porque se vocês não noticiarem, a Mostra não estaria acontecendo. Faz parte da nossa cadeia produtiva contar com a presença de todos vocês. Muitas pessoas querem vir e estamos num desafio grande porque ainda tem a questão dos influencers. Estamos tentando privilegiar a cobertura mesmo, de qualificar essa cobertura, fazer essa distinção porque quem é jornalista sabe a diferença que isso faz. A participação da imprensa é fundamental para o cinema brasileiro. É isso que a gente precisa, pois o cinema precisa encontrar seu público”

E finalizou: “O Governo Federal precisa fazer uma campanha de comunicação para o cinema brasileiro. Precisamos aprender a comunicar e valorizar o que é nosso. É maravilhoso quando a gente vê essas notícias saindo, mostrando esse cinema: seja inventivo ou criativo; essa conjugação entre o cinema jovem e experiente. Porque eu acho que esse é o ambiente de Tiradentes: quando eu vejo um Julio Bressane e um Guilherme de Almeida Prado com outro realizador que está estreando. Todo mundo junto e sem disputa porque não é uma mostra competitiva no sentido de gerar disputa de qual filme vai ganhar. As mostras que são competitivas são mais no sentido de prestar atenção que aquele filme existe”.

A programação da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes foi um banquete para os amantes da sétima arte. Foram 63 sessões de cinema que exibiram 140 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, vindos de 21 estados brasileiros. A 29ª edição já tem data confirmada: entre os dias 23 e 31 de janeiro de 2026.

*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Jackson Romanelli e Marcela de Paula/Universo Produção.

Festival de Sundance 2025: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Dylan O’Brien e James Sweeney no longa Twinless

Foram anunciados nesta sexta-feira, 31/01, os vencedores do Festival Sundance de Cinema 2025, conhecido por destacar em sua programação produções independentes que representam novas conquistas narrativas.

A 41ª edição do festival exibiu, em formato presencial em Park City e Salt Lake City, em Utah, e também virtualmente, 94 longas-metragens e 57 curtas entre 15.775 inscritos. Kim Yutani, diretor de programação do festival, discursou na cerimônia de encerramento: “Temos tanta admiração e respeito por todos os filmes do programa deste ano e queremos parabenizar todos que ajudaram a criar as obras homenageadas em nossa cerimônia de premiação. Nossa equipe de programação está muito feliz por ter apresentado essas obras comoventes e impactantes ao nosso público neste festival e estamos ansiosos para acompanhar as jornadas de cada um desses talentosos artistas e seus projetos”.

O júri deste ano contou com: Reinaldo Marcus Green, Arian Moayed e Celine Song na U.S. Dramatic Competition; Steven Bognar, Vinnie Malhotra e Marcia Smith na U.S. Documentary Competition; Ava Cahen, Wanuri Kahiu e Daniel Kaluuya na World Cinema Dramatic Competition; Daniela Alatorre, Laura Kim e Kevin Macdonald na World Cinema Documentary Competition; Kaniehtiio Horn, Maggie Mackay e Kibwe Tavares na Short Film Program Competition; e Elijah Wood na mostra competitiva NEXT.

Neste ano, o Brasil marcou presença com o curta-metragem cubano Te Extraño Perdularia (Miss You Perdularia), dirigido pela brasileira Manu Zilveti com roteiro do brasileiro Stefano Lopes, estudantes da EICTV, Escuela Internacional de Cine y Television, de Cuba.

Confira a lista completa com os vencedores do 41º Festival de Sundance:

COMPETIÇÃO AMERICANA | DRAMA

Grande Prêmio do Júri: Atropia, de Hailey Gates
Melhor Direção: Rashad Frett, por Ricky
Prêmio Waldo Salt | Melhor Roteiro: Sorry, Baby, escrito por Eva Victor
Prêmio Especial do Júri | Elenco: Plainclothes, de Carmen Emmi
Prêmio Especial do Júri | Interpretação: Dylan O’Brien, por Twinless
Prêmio do Público: Twinless, de James Sweeney

COMPETIÇÃO AMERICANA | DOCUMENTÁRIO

Grande Prêmio do Júri: Seeds, de Brittany Shyne
Melhor Direção: Geeta Gandbhir, por The Perfect Neighbor
Prêmio Jonathan Oppenheim | Edição: Andre is an Idiot, por Parker Laramie
Prêmio Especial do Júri: Life After, de Reid Davenport
Prêmio Especial do Júri | Archival Storytelling: Selena y Los Dinos, de Isabel Castro
Prêmio do Público: Andre is an Idiot, de Anthony Benna

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | DRAMA

Grande Prêmio do Júri: Sabar Bonda (Cactus Pears), de Rohan Parashuram Kanawade (Índia/Reino Unido/Canadá)
Melhor Direção: Alireza Khatami, por The Things You Kill
Prêmio Especial do Júri | Roteiro: Two Women, escrito por Catherine Léger
Prêmio Especial do Júri | Creative Vision: Georgi M. Unkovski, por DJ Ahmet
Prêmio do Público: DJ Ahmet, de Georgi M. Unkovski (Macedônia do Norte/República Checa/Sérvia/Croácia)

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | DOCUMENTÁRIO

Grande Prêmio do Júri: Cutting Through Rocks (اوزاک یوللار), de Sara Khaki e Mohammadreza Eyni (Irã/Alemanha/EUA/Holanda/Qatar/Chile/Canadá)
Melhor Direção: Mstyslav Chernov, por 2000 Meters to Andriivka
Prêmio Especial do Júri | Freedom of Expression: Coexistence, My Ass!, de Amber Fares (EUA/França)
Prêmio Especial do Júri: Mr. Nobody Against Putin, de David Borenstein (Dinamarca/República Checa)
Prêmio do Público: Prime Minister, de Michelle Walshe e Lindsay Utz (EUA)

CURTAS-METRAGENS

Grande Prêmio do Júri: The Flowers Stand Silently, Witnessing, de Theo Panagopoulos (Reino Unido)
Prêmio do Júri | Ficção | Competição Americana: Trokas Duras, de Jazmin Garcia
Prêmio do Júri | Ficção | Competição Internacional: Grandma Nai Who Played Favorites, de Chheangkea (Camboja/França)
Prêmio do Júri | Documentário: We Were The Scenery, de Christopher Radcliff (EUA)
Prêmio do Júri | Animação: Como si la tierra se las hubiera tragado, de Natalia León (França)
Prêmio Especial do Júri | Direção | Animação: May Kindred-Boothby, por The Eating of an Orange
Prêmio Especial do Júri | Direção: Loren Waters, por Tiger

OUTROS PRÊMIOS

NEXT Innovator Award: Zodiac Killer Project, de Charlie Shackleton (EUA/Reino Unido)
Prêmio Especial do Júri | NEXT | Elenco: Mad Bills to Pay (or Destiny, dile que no soy malo), de Joel Alfonso Vargas (EUA)
Prêmio do Público | NEXT: East of Wall, de Kate Beecroft (EUA)
Alfred P. Sloan Feature Film Prize: SALLY, de Cristina Costantini (EUA)

Foto: Divulgação.

Carta de Tiradentes 2025: documento apresenta recomendações para o futuro do audiovisual brasileiro

por: Cinevitor
Plenária e leitura da Carta de Tiradentes 2025

A 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes sediou, entre os dias 25 e 29 de janeiro, a terceira edição do Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual, que a cada ano se consolida como um espaço de debate e articulação do setor.

Com 89 participantes representando diversos segmentos do ecossistema audiovisual, o evento destacou a necessidade de políticas públicas sustentáveis, reforçou a importância do audiovisual como setor estratégico e reafirmou demandas para os próximos anos. A Carta de Tiradentes 2025, documento resultante das discussões, sintetiza diretrizes e reivindicações que serão encaminhadas às instâncias governamentais.

A leitura da Carta de Tiradentes 2025 aconteceu nesta quarta-feira, 29/01, no Cine-Teatro, e contou com a presença da coordenação geral do Fórum, composta por Mario Borgneth e Raquel Hallak, além da coordenação executiva, representada por Alessandra Meleiro, Débora Ivanov e Tatiana Carvalho Costa. Representantes dos GTs também estavam presentes, incluindo nomes como Adriana Fresquet (Formação), Cíntia Domit Bittar (Produção), Lia Bahia (Distribuição/Circulação), Márcia Vaz (Exibição e Difusão), José Quental (Preservação) e Alessandra Meleiros (Observatórios).

A conjuntura do audiovisual brasileiro tem passado por transformações desde a primeira edição do Fórum, realizada em 2023, impulsionada pela retomada do Ministério da Cultura e da Secretaria do Audiovisual. Apesar de avanços significativos, como a renovação das cotas de tela e o fortalecimento do FSA, Fundo Setorial do Audiovisual, desafios persistem, especialmente no que diz respeito à regulação do vídeo sob demanda (VoD), ao fortalecimento dos polos regionais e à ampliação do acesso ao cinema brasileiro. A Carta de Tiradentes enfatiza a urgência de uma política de desenvolvimento do audiovisual que contemple todas as etapas da cadeia produtiva, desde a formação e produção até a distribuição e exibição.

Em 2025, a Mostra trouxe como tema Que Cinema é Esse?, de forma a explorar a diversidade cinematográfica brasileira, a partir do pressuposto da construção de uma “soberania imaginativa”. Para participantes do Fórum, essa diversidade deve constituir o foco das políticas públicas, e consideradas nas dimensões políticas, culturais, sociais e econômicas.

Mario Borgneth: coordenação geral do Fórum

Hoje, os desafios que abrangem os segmentos de Produção, Distribuição e Circulação, Exibição e Difusão, Formação e Educação, Pesquisa e Preservação têm encontrado ressonância no processo liderado pelo Ministério da Cultura, visando a formulação do Plano de Diretrizes e Metas do Audiovisual, atualmente em construção.

Especialistas enfatizaram a necessidade de reconhecer o audiovisual como um setor econômico estratégico. A relação entre cultura e desenvolvimento foi um dos pontos centrais das discussões, com participantes defendendo medidas para garantir previsibilidade e continuidade dos investimentos públicos: “O Fórum é um espaço colaborativo de encontro entre representações de vários setores do audiovisual. Foram cinco dias de articulações e definições de perspectivas para a política pública”, destacou Raquel Hallak, uma das coordenadoras, que divide a função com Mario Borgneth.

A transversalidade das pautas abordadas durante o Fórum refletiu a complexidade do setor, abrangendo temas como formação, preservação, democratização do acesso e descentralização dos investimentos. Uma das propostas discutidas foi a revitalização do Programa Nacional de Cinema na Escola, visto como uma estratégia essencial para a formação de público e a valorização do cinema brasileiro. Alice Muniz, presidenta da Associação de Profissionais Trans do Audiovisual, destacou a importância de aproximar o debate setorial da sociedade: “A gente precisa pensar em como mobilizar para além das salas fechadas dos festivais. Eu, como pessoa da periferia, nunca imaginei fazer cinema, mas foi a educação que abriu esse caminho para mim”.

Outro ponto de destaque do Fórum foi a articulação para a aprovação da regulação do VoD, medida considerada fundamental para equilibrar o mercado e garantir espaço para produções nacionais nas plataformas de streaming. A proposta, que já tramita em instâncias governamentais, enfrenta resistência, mas tem sido defendida como essencial para fortalecer a indústria audiovisual brasileira e garantir maior autonomia às produções independentes.

Cíntia Domit Bittar na leitura da Carta de Tiradentes 2025

A Carta de Tiradentes cita ainda a necessidade de medidas para garantir o não contingenciamento dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, além da criação de um calendário plurianual de editais que contemple a diversidade de agentes do setor. Outras ações, como a ampliação do circuito de salas de cinema e o fortalecimento da presença do audiovisual nas escolas, foram apontadas como estratégicas para consolidar uma política de longo prazo.

Além disso, a Carta destaca a importância da governança e participação social no setor, propondo a criação de Câmaras Técnicas na Ancine, Agência Nacional do Cinema, e de um Conselho Consultivo na Secretaria do Audiovisual. A implementação de uma Comissão Tripartite, envolvendo estados, municípios, o Distrito Federal e o Ministério da Cultura, foi apontada como uma estratégia essencial para fortalecer a descentralização e a efetividade das políticas públicas. A necessidade de regulamentação dos direitos autorais dos profissionais criadores também foi enfatizada, como forma de garantir segurança jurídica e valorização dos trabalhadores do setor.

Outro eixo central do documento trata a expansão e fortalecimento do circuito de exibição e defende investimentos na manutenção e ampliação de salas de cinema, com especial atenção às regiões fora dos grandes centros. A proposta de um sistema oficial de dados e indicadores para contabilizar a audiência e a circulação de obras em espaços não comerciais também foi ressaltada como essencial para qualificar políticas de fomento e distribuição

O documento final será encaminhado ao Ministério da Cultura, à Ancine e a outras instâncias federativas, buscando transformar as reivindicações em políticas efetivas

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Foto: Leo Fontes/Universo Produção.

Conheça os indicados ao César 2025, o Oscar francês

por: Cinevitor
Pierre Niney em O Conde de Monte Cristo: 14 indicações

A Academia de Artes e Técnicas do Cinema, Académie des Arts et Techniques du Cinéma, anunciou nesta quarta-feira, 29/01, os indicados ao prêmio César 2025, conhecido como o Oscar francês.

Neste ano, O Conde de Monte Cristo, de Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte, lidera a lista com quatorze indicações, entre elas, melhor filme e melhor ator para Pierre Niney. O drama L’Amour ouf, de Gilles Lellouche, aparece na sequência com 13 indicações; o musical Emilia Pérez, de Jacques Audiard, também se destaca com 12 indicações.

Os vencedores da 50ª edição serão anunciados no dia 28 de fevereiro, no Olympia, em Paris, em cerimônia comandada pela consagrada atriz francesa Catherine Deneuve, com participações de Jean-Pascal Zadi, Emmanuelle Béart, Ludivine Sagnier e Justine Triet. Neste ano, foram 111 indicações e 626 filmes estavam elegíveis; a Académie des Arts et Techniques du Cinéma conta com 4.951 membros.

Conheça os indicados ao César 2025:

MELHOR FILME
Emilia Pérez
En fanfare
L’histoire de Souleymane
Misericórdia
O Conde de Monte Cristo

MELHOR DIREÇÃO
Alain Guiraudie, por Misericórdia
Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte, por O Conde de Monte Cristo
Boris Lojkine, por L’histoire de Souleymane
Gilles Lellouche, por L’Amour ouf
Jacques Audiard, por Emilia Pérez

MELHOR ATRIZ
Adèle Exarchopoulos, por L’Amour ouf
Hafsia Herzi, por Borgo
Hélène Vincent, por Quand vient l’automne
Karla Sofía Gascón, por Emilia Pérez
Zoe Saldaña, por Emilia Pérez

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Anaïs Demoustier, por O Conde de Monte Cristo
Catherine Frot, por Misericórdia
Élodie Bouchez, por L’Amour ouf
Nina Meurisse, por L’histoire de Souleymane
Sarah Suco, por En fanfare

MELHOR ATOR
Benjamin Lavernhe, por En fanfare
François Civil, por L’Amour ouf
Karim Leklou, por Le Roman de Jim
Pierre Niney, por O Conde de Monte Cristo
Tahar Rahim, por Monsieur Aznavour

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Alain Chabat, por L’Amour ouf
Bastien Bouillon, por O Conde de Monte Cristo
David Ayala, por Misericórdia
Jacques Develay, por Misericórdia
Laurent Lafitte, por O Conde de Monte Cristo

REVELAÇÃO FEMININA
Maïwène Barthelemy, por Vingt dieux
Mallory Wanecque, por L’Amour ouf
Malou Khebizi, por Diamant Brut
Megan Northam, por Rabia
Souheila Yacoub, por Planète B

REVELAÇÃO MASCULINA
Abou Sangare, por L’histoire de Souleymane
Adam Bessa, por Les fantômes
Félix Kysil, por Misericórdia
Malik Frikah, por L’Amour ouf
Pierre Lottin, por En fanfare

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Borgo, escrito por Stéphane Demoustier
En fanfare, escrito por Emmanuel Courcol e Irène Muscari
L’histoire de Souleymane, escrito por Boris Lojkine e Delphine Agut
Misericórdia, escrito por Alain Guiraudie
Vingt dieux, escrito por Louise Courvoisier e Théo Abadie

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Emilia Pérez, escrito por Jacques Audiard
La Plus Précieuse Des Marchandises, escrito por Michel Hazanavicius e Jean-Claude Grumberg
O Conde de Monte Cristo, escrito por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Bye Bye Tibériade, de Lina Soualem
Dahomey, de Mati Diop
Ernest Cole: Lost and Found, de Raoul Peck
La Belle de Gaza, de Yolande Zauberman
La ferme des Bertrand, de Gilles Perret
Madame Hofmann, de Sébastien Lifshitz

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
A Semente do Fruto Sagrado, de Mohammad Rasoulof (Alemanha)
A Substância, de Coralie Fargeat (Reino Unido/França)
Anora, de Sean Baker (EUA)
O Aprendiz, de Ali Abbasi (Canadá/Dinamarca/Irlanda/EUA)
Zona de Interesse, de Jonathan Glazer (Reino Unido/Polônia/EUA)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Flow, de Gint Zilbalodis
La Plus Précieuse Des Marchandises, de Michel Hazanavicius
Sauvages, de Claude Barras

MELHOR FILME DE ESTREIA
Diamant Brut, de Agathe Riedinger
Le Royaume, de Julien Colonna
Les fantômes, de Jonathan Millet
Un p’tit truc en plus, de Artus
Vingt dieux, de Louise Courvoisier

MELHOR FOTOGRAFIA
Emilia Pérez, por Paul Guilhaume
L’Amour ouf, por Laurent Tangy
L’histoire de Souleymane, por Tristan Galand
Misericórdia, por Claire Mathon
O Conde de Monte Cristo, por Nicolas Bolduc

MELHOR MONTAGEM
Emilia Pérez, por Juliette Welfling
En fanfare, por Guerric Catala
L’Amour ouf, por Simon Jacquet
L’histoire de Souleymane, por Xavier Sirven
O Conde de Monte Cristo, por Célia Lafitedupont

MELHOR FIGURINO
Emilia Pérez, por Virginie Montel
L’Amour ouf, por Isabelle Pannetier
Monsieur Aznavour, por Isabelle Mathieu
O Conde de Monte Cristo, por Thierry Delettre
Sarah Bernhardt, La Divine, por Anaïs Romand

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Emilia Pérez, por Emmanuelle Duplay
L’Amour ouf, por Jean-Philippe Moreau
Monsieur Aznavour, por Stéphane Rozenbaum
O Conde de Monte Cristo, por Stéphane Taillasson
Sarah Bernhardt, La Divine, por Olivier Radot

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Emilia Pérez, por Camille e Clément Ducol
L’Amour ouf, por Jon Brion
La Plus Précieuse Des Marchandises, por Alexandre Desplat
O Conde de Monte Cristo, por Jérôme Rebotier
Vingt dieux, por Linda Courvoisier e Charlie Courvoisier

MELHOR SOM
Emilia Pérez, por Erwan Kerzanet, Aymeric Devoldère, Cyril Holtz e Niels Barletta
En fanfare, por Pascal Armant, Sandy Notarianni e Niels Barletta
L’Amour ouf, por Cédric Deloche, Gwennolé Le Borgne, Jon Goc e Marc Doisne
L’histoire de Souleymane, por Marc-Olivier Brullé, Pierre Bariaud, Charlotte Butrak e Samuel Aïchoun
O Conde de Monte Cristo, por David Rit, Gwennolé Le Borgne, Olivier Touche, Laure-Anne Darras, Marion Papinot, Marc Doisne e Samuel Delorme

MELHORES EFEITOS VISUAIS
A Besta, por Cédric Fayolle, Hugues Namur e Émilien Lazaron
Emilia Pérez, por Cédric Fayolle
Monsieur Aznavour, por Stéphane Dittoo
O Conde de Monte Cristo, por Olivier Cauwet

MELHOR CURTA-METRAGEM | FICÇÃO
Boucan, de Salomé Da Souza
Ce qui appartient à César, de Violette Gitton
L’homme qui ne se taisait pas, de Nebojša Slijepčević
Queen Size, de Avril Besson

MELHOR CURTA-METRAGEM | ANIMAÇÃO
Beurk!, de Loïc Espuche
Gigi, de Cynthia Calvi
Papillon, de Florence Miailhe

MELHOR CURTA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
Les Fiancées du sud, de Elena López Riera
Petit Spartacus, de Sara Ganem
Un coeur perdu et autres rêves de Beyrouth, de Maya Abdul-Malak

Foto: jrôme Prbois.

Luiza Lemmertz exibe filme na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes e reflete sobre trajetória artística

por: Cinevitor
Luiza Lemmertz: bate-papo com o público em Tiradentes

No dia seguinte à cerimônia de abertura, a programação da 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes seguiu com diversos filmes e atividades paralelas, entre elas, uma roda de conversa com o cineasta mineiro Eder Santos e a atriz Luiza Lemmertz, que exibiram na noite anterior o longa inédito Girassol Vermelho.

No programa Encontros de Cinema, realizado no sábado, 25/01, no Cine-Lounge, o público participou da Roda de Conversa com o tema Eder Santos e Luiza Lemmertz: Reflexões Sobre um Mundo Moderno da Arte. Pioneiro na fusão entre arte, cinema e tecnologia, criando obras que desafiam os limites da linguagem audiovisual, o mineiro Eder Santos é referência em videoarte no Brasil. Seu novo filme, Girassol Vermelho abriu a Mostra de Tiradentes 2025 e traz a atriz Luiza Lemmertz no elenco. Ela e Eder discutiram, neste bate-papo mediado pelo jornalista Marcelo Miranda, a experiência do novo trabalho, as imbricações entre formas e estéticas e as perspectivas do audiovisual diante das contradições entre novas tecnologias e a sensibilidade criativa.

Durante a conversa, Luiza Lemmertz, já acostumada com o meio artístico desde cedo e filha da consagrada atriz Julia Lemmertz com o produtor Álvaro Osório, relembrou sua trajetória nos palcos e sua experiência no longa O Diabo na Rua no Meio do Redemunho, de Bia Lessa, adaptação cinematográfica da renomada obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa: “Eu cheguei nos ensaios e a Bia pedia pra eu fazer masculino, o máximo de masculino que eu conseguisse.  E eu tava com os peitos cheios de leite, meu filho bebê em casa. Eu estava no máximo de feminino da minha vida, tinha acabado de ser mãe… como que eu faria isso? Eu acho que a arte tem isso”, disse Luiza, que interpretou Diadorim nos palcos e nas telonas, sob direção de Bia Lessa.

Sobre Girassol Vermelho e O Diabo na Rua no Meio do Redemunho, Luiza falou: “São filmes completamente diferentes, de naturezas e estéticas diferentes. Mas eles têm esse caráter artesanal da criação dos artistas de diversas frentes que se unem para fazer um novo cinema. E o filme da Bia também: entramos em um cubo preto, com uma trupe de teatro adentrando o cinema e invertendo as regras”.

No ano passado, na 27ª edição, O Diabo na Rua no Meio do Redemunho foi exibido na Mostra Autorias: “Interessante o filme ter passado aqui no ano passado e o tema deste ano ser Que Cinema é Esse? porque eu acho que, de fato, esses filmes levam um pouco além do que se pode fazer no cinema que não é o que a gente está acostumado a ver; que cria novos códigos, que imagina novas formas de se fazer arte como um todo”.

Luiza Lemmertz e Eder Santos no Encontros de Cinema

O cineasta Neville d’Almeida, que também participou da Roda de Conversa, enalteceu o talento de Luiza Lemmertz: “O Eder usou a Luiza como uma mulher espetacular, uma mulher fatal, sedutora, buscando dela um grande desempenho. Não se esqueçam dessa figura: tesouro escondido que vai ser revelado a partir deste ano no filme do Eder. Umas das nossas grandes atrizes e grandes estrelas, de grande sensibilidade e capacidade. Uma mulher simples, poderosa e com toda a força dramática necessária para o trabalho. Girassol Vermelho revela essa atriz”.

Sobre os elogios, Luiza comentou: “Quando o Neville fala isso, de ser descoberta e ser um tesouro escondido, é porque eu sou uma atriz originalmente do teatro. Talvez seja um pouco isso. Na minha carreira, eu fiz muito teatro e estou chegando aos poucos no audiovisual, que é outra linguagem maravilhosa de se explorar. Estou neste processo”.

Luiza, neta da atriz Lilian Lemmertz e que cresceu no teatro, nas coxias de peças como Orlando e Hamlet, já trabalhou com nomes como Zé Celso, do Teatro Oficina, em Cacilda!, Dionisíacas, entre outras. Recentemente, dividiu os palcos com a mãe no espetáculo Tempestade e também na TV, em uma participação na novela Elas por Elas. Foi dirigida por Jô Soares na peça O Libertino e aparece no longa Um Copo de Cólera, de Aluizio Abranches, ainda criança.

Sobre projetos futuros, Luiza revela: “O mais legal da vida é você fazer as coisas mais diferentes. Uma femme fatale no filme do Eder, Diadorim no filme da Bia… Esse ano eu vou filmar um longa em Porto Alegre [ao lado de sua mãe]. Estou feliz que é um projeto em Minas, um em São Paulo, outro no Rio Grande do Sul. Quero filmar pelo Brasil inteiro. E tem projeto de teatro para fazer também”, finalizou.

A 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes segue até 1º de fevereiro com 140 filmes brasileiros: 43 longas, 1 média e 96 curtas-metragens, vindos de 21 estados. Os títulos serão exibidos, com programação gratuita, em 62 sessões divididas em vários recortes, além de debates, encontros e rodas de conversa.

*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Jackson Romanelli/Universo Produção.

Antonio Pitanga exibe Malês na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor
Rocco Pitanga, Samira Carvalho, Antonio Pitanga e Mariana Queen Nwabasili na praça

Depois de passar pelo Festival do Rio e pela Mostra de São Paulo, o longa Malês, dirigido por Antonio Pitanga, foi exibido na 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes no sábado, 25/01, no Cine Petrobras na Praça.

Rodado em Cachoeira e Salvador, na Bahia, e em Maricá, no Rio de Janeiro, o filme mostra as difíceis condições de vida de homens e mulheres negros na Bahia do século XIX, no combate ao racismo extremo, à pobreza e à intolerância religiosa. O filme conta com Rocco e Camila Pitanga no elenco, além de Bukassa Kabengele, Samira Carvalho, Rodrigo de Odé, Heraldo de Deus, Wilson Rabelo, Edvana Carvalho, Indira Nascimento, Thiago Justino e Patricia Pillar, além do diretor. O roteiro é assinado por Manuela Dias e a direção de fotografia é de Pedro Farkas.

Malês, que marca o retorno de Antonio Pitanga à direção 46 anos depois de seu primeiro filme, Na Boca do Mundo, lançado em 1978, é baseado em fatos históricos e retrata a Revolta dos Malês, o maior levante organizado por pessoas escravizadas da história do Brasil. A insurreição mobilizou a população negra, escravizada e liberta pelas ruas de Salvador contra a escravidão, em 1835. Encabeçada por africanos muçulmanos, chamados de malês, a rebelião aconteceu no final do Ramadã, celebrado em janeiro pelo Islã. Após o fracasso da revolta, os manifestantes foram duramente punidos e a repressão contra os negros no Brasil aumentou.

No longa, Antonio Pitanga interpreta Pacífico Licutan, um dos líderes do levante que reforçava a importância da participação de diferentes tribos e religiões para o sucesso da revolta e o fim da escravidão. O filme também apresenta outros nomes reais envolvidos na rebelião, como Ahuna, Manoel Calafate, Vitório Sule e Luís Sanim, além de personagens fictícios que retratam dramas reais.

Antonio Pitanga em cena: ator e diretor

A sessão na Mostra de Tiradentes abriu a programação do Cine Petrobras na Praça e contou com a presença de Raquel Hallak, CEO da Universo Produção, que prestou uma homenagem para a Petrobras, que em 2025 celebra os 30 anos da retomada do cinema brasileiro. Milton Bittencourt, gerente de Patrocínio Cultural da Petrobras, subiu ao palco para agradecer e firmar a parceria com o evento.

Depois disso, Antonio Pitanga, ao lado do filho e ator Rocco Pitanga, da atriz Samira Carvalho e do produtor Flávio R. Tambellini, apresentou o filme e foi ovacionado pelo público; a deputada federal Benedita da Silva, casada com Pitanga, também estava na plateia: “Importante trazer Malês neste momento em que a Petrobras está de volta… na praça, que é do povo! Eu sou filho de Tiradentes, filho desse movimento. Malês tinha que estar nesta praça para mostrar para o povo essa história”, disse o diretor, que foi homenageado na 23ª edição do evento, em 2020, ao lado da filha, a atriz Camila Pitanga.

Sobre a trajetória do filme, Pitanga disse: “As universidades americanas estão exibindo Malês. Estamos indo agora para a África, em Burkina Faso. Todo mundo quer conhecer essa história”. E continuou: “Agradeço à população de Tiradentes por nos receber mais uma vez. Esse senhor de 85 anos, já em véspera de 86, está como uma criança. Com esse filme, quero desvendar e trazer a história que a história não conta, que estava guardada a sete chaves, debaixo do tapete. A história deste país. Nesta noite, vocês verão negros escravizados e sequestrados”.

Depois da sessão de Malês na praça, aconteceu um bate-papo com o público e equipe, que foi mediado pela curadora Mariana Queen Nwabasili.

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Foto: Vantoen Pereira Jr./Helena Leão/Universo Produção.

Satellite Awards 2024: conheça os vencedores; Fernanda Torres é premiada

por: Cinevitor
Brasileira premiada: Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui, de Walter Salles

Foram anunciados neste sábado, 25/01, em Los Angeles, os vencedores do Satellite Awards, prêmio realizado pela International Press Academy, que elege os melhores da indústria do entretenimento em diversas categorias.

Neste ano, em sua 29ª edição, a brasileira Fernanda Torres foi premiada na categoria de melhor atriz em drama por Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza do ano passado, o longa, inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, é estrelado também por Selton Mello e Fernanda Montenegro; a obra também estava indicada como melhor filme internacional, mas, infelizmente, não foi premiada.

O Brutalista, de Brady Corbet, que liderava a lista com dez indicações, levou três prêmios, entre eles, melhor filme. Nas categorias televisivas, Ripley, Disclaimer, Pinguim, Hacks, Xógum: A Gloriosa Saga do Japão, entre outros, também se destacaram.

Come de costume, grandes nomes da indústria do entretenimento foram homenageados: o ator James Woods, indicado ao Oscar por Salvador: O Martírio de um Povo e Fantasmas do Passado, foi homenageado com o Mary Pickford Award; o engenheiro de som Simon Hayes, vencedor do Oscar por Os Miseráveis, recebeu o Tesla Award; o cineasta espanhol F. Javier Gutiérrez, de La Espera, foi honrado com o Auteur Award; o musical Wicked recebeu o Make-Up Award e Twilight of the Warriors: Walled In recebeu o Stunt Award; o cineasta mexicano Alejandro Monteverde, de Som da Liberdade e Cabrini, foi homenageado com o Humanitarian Award; e Radha Mitchell, atriz australiana, recebeu o Honorary Satellite Award

Fundada em 1996, a International Press Academy é uma associação de mídia de entretenimento com membros votantes do mundo todo que atuam em jornais, TV, rádio, blogs e novas plataformas de mais de vinte países. Com a intenção de honrar as excelências artísticas dos filmes, seriados, rádio e novas mídias, a IPA criou o Satellite Awards, antes conhecido como The Golden Satellite Awards. As indicações são derivadas de exibições antecipadas em festivais de cinema em todo o mundo, bem como triagens de considerações enviadas a jornalistas.

Atualmente, um dos principais objetivos da premiação é celebrar novos trabalhos de realizadores independentes estabelecidos e em desenvolvimento, dando-lhes acesso a um público maior no mundo todo. 

Conheça os vencedores nas categorias de cinema do 29º Satellite Awards:

MELHOR FILME | DRAMA
O Brutalista, de Brady Corbet

MELHOR FILME | COMÉDIA OU MUSICAL
Anora, de Sean Baker

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Waves (Vlny), de Jirí Mádl (República Tcheca)

MELHOR ANIMAÇÃO
Wallace & Gromit: Avengança, de Merlin Crossingham e Nick Park

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Super/Man: A História de Christopher Reeve, de Ian Bonhôte e Peter Ettedgui

MELHOR DIREÇÃO
Brady Corbet, por O Brutalista

MELHOR ATRIZ | DRAMA
Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui

MELHOR ATOR | DRAMA
Colman Domingo, por Sing Sing

MELHOR ATRIZ | COMÉDIA OU MUSICAL
Demi Moore, por A Substância

MELHOR ATOR | COMÉDIA OU MUSICAL
Keith Kupferer, por Ghostlight

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Ariana Grande, por Wicked

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Guy Pearce, por O Brutalista

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
A Verdadeira Dor, escrito por Jesse Eisenberg

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Nickel Boys, escrito por RaMell Ross e Joslyn Barnes

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Gladiador 2, por Arthur Max, Jille Azis e Elli Griff

MELHOR FOTOGRAFIA
Duna: Parte 2, por Greig Fraser

MELHOR FIGURINO
Wicked, por Paul Tazewell

MELHOR EDIÇÃO
Duna: Parte 2, por Joe Walker

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Emilia Pérez, por Clément Ducol e Camille

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Mi Camino, por Clement Ducol e Camille (Emilia Pérez)

MELHOR SOM | EDIÇÃO E MIXAGEM
Wicked, por Nancy Nugent Title, John Marquis, Andy Nelson e Simon Hayes

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Gladiador 2, por Mark Bakowski, Pietro Ponti, Nikki Penny e Neil Corbould

MELHOR ELENCO | FILME
Nosferatu

MELHOR ELENCO | SÉRIE
Feud: Capote vs. The Swans

Foto: Alile Dara Onawale.

Bruna Linzmeyer é homenageada na abertura da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes

por: Cinevitor
Homenageada de 2025 com o Troféu Barroco

Entre apresentações artísticas e discursos potentes, a cerimônia de abertura da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes também foi marcada por um momento emocionante: a homenagem para a atriz catarinense Bruna Linzmeyer, um dos nomes mais representativos de sua geração.

Com uma carreira marcada pela coragem e versatilidade, Bruna transita entre o cinema independente e produções televisivas de grande alcance. A homenagem celebra não apenas sua trajetória como atriz, mas também o engajamento com um cinema inventivo, poético e provocador. Sendo assim, a Mostra vai promover um recorte de títulos com a atriz para ser exibido ao longo do evento; os filmes são: o recente e premiado Baby, de Marcelo Caetano; A Frente Fria que a Chuva Traz, de Neville d’Almeida; Cidade; Campo, de Juliana Rojas; o sexto episódio da série Notícia Populares, de Marcelo Caetano; Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui, de Eri Sarmet; Se Eu to Aqui é por Mistério, de Clari Ribeiro; Medusa, de Anita Rocha da Silveira; O Filme da Minha Vida, de Selton Mello; O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues; e Alfazema, de Sabrina Fidalgo.

Ovacionada pelo público presente no Cine-Tenda, a homenageada subiu ao palco ao lado dos pais Gerson Linzmeyer e Rosilete dos Santos Linzmeyer, que entregaram o Troféu Barroco para a filha; além de receber o carinho de alguns colegas e amigos com quem já trabalhou, entre eles, Marcelo Caetano, Neville d’Almeida e Clari Ribeiro.

Emocionados, os pais de Bruna discursaram: “Participamos da vida dela e sabemos que não foi tão fácil assim. Você vê as novelas e os filmes e parece tudo muito simples, mas ela se dedica muito. Parabéns, filha! Te amo!”, disse Gerson. Rosilete completou: “Ela é um exemplo e é meu orgulho. Eu sei o começo, meio e tudo que ela passou para estar aqui hoje. Te amo muito!”, disse a mãe.

Depois desse momento familiar, Bruna começou seu discurso: “Eu tô muito feliz e emocionada de estar aqui. Peço licença para pisar nesse palco. Eu já vi muita gente incrível subir aqui. Eu honro essa linha do tempo”. E continuou: “Eu recebo essa celebração como um alimento, como um afago e com carinho para continuar seguindo as minhas escolhas. Para ter fé nas minhas esquisitices e seguir esse caminho. Eu já estive aqui com filmes meus, vim de rolé com minhas amigas só para ver filmes. É um festival que me provoca, que mexe com meu olhar, com a maneira como eu olho para o nosso país e para o nosso cinema. Um olhar inventivo, esquisito também. De filmes que muitas vezes a gente só vê aqui. É um imenso privilégio e uma honra muito grande receber essa homenagem aqui”.

Bruna, seus pais e Joelma Gonzaga, da Secretaria do Audiovisual

Bruna seguiu com seu discurso: “Que bonito receber a primeira homenagem da minha carreira em uma cidade do interior, talvez tão pequena quanto a cidade do interior de onde a gente veio. Se chama Corupá e fica no interior de Santa Catarina”. E completou: “Eu nunca imaginei viver tudo que eu vivo hoje e estar aqui. Eu nunca sonhei em ser atriz, eu nunca sonhei sem ser artista. É muito louco sonhar isso quando vem de uma cidade muito pequena. E por mais que seja muito difícil e muito frustrante estar longe dos grandes centros, de algum jeito eu agradeci muito por ter crescido no interior porque isso formou o meu olhar para o mundo e formou a maneira como eu lido com as pessoas, com meu jeito de sonhar e desejar as coisas”.

A homenageada também refletiu sobre sua profissão: “O ofício do ator e da atriz demanda curiosidade e pesquisa, que demanda interesse pelo mundo e pelas pessoas. Pelo jeito que as pessoas se mexem, pelo jeito que as pessoas se emocionam, pelo jeito que elas escondem as emoções. Mas em algum lugar sempre vaza o que está dentro da gente. Ser atriz requer um olhar atento para mim mesma, para o que eu carrego com o meu corpo e para o que eu possa oferecer com ele. É um trabalho de uma vida inteira, é um olhar pro mundo”.

E finalizou: “Queria agradecer todos vocês e todas as pessoas que atravessaram a minha trajetória e que me deram oportunidade de fazer uma das coisas mais bonitas que eu sei fazer: que é construir personagens e contar histórias. Muito obrigada!”.

A 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes segue até 1º de fevereiro com 140 filmes brasileiros: 43 longas, 1 média e 96 curtas-metragens, vindos de 21 estados. Os títulos serão exibidos, com programação gratuita, em 62 sessões divididas em vários recortes, além de debates, encontros e rodas de conversa.

*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Leo Lara/Universo Produção.

28ª Mostra de Cinema de Tiradentes começa com performance audiovisual, homenagem e filme inédito

por: Cinevitor
Werymehe Pataxoop, Célia Xakriabá e Eda Costa na abertura da Mostra Tiradentes 2025

A abertura da 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes aconteceu nesta sexta-feira, 24/01, no Cine-Tenda, no Centro Histórico, com apresentações artísticas exaltando os povos originários brasileiros e a defesa do meio ambiente

Com participação de Célia Xakriabá, primeira deputada federal indígena eleita por Minas Gerais, e outros artistas, a cerimônia destacou a temática deste ano Que Cinema é Esse? e contou com discursos potentes: “Nós precisamos descolonizar o cinema porque muitas mentes estão doentes. Hoje nós estamos reflorestando o cinema de Tiradentes. Mulher no poder, floresta de pé. Parem de destruir as nossas florestas. Salve a Serra de São José! Nós estamos aqui hoje para dizer: Que Cinema é Esse?. Nós somos o povo que insiste na luta. Essas telas não serão mais transparentes. Vamos ajudar a transformar o cinema em telas verdes. Vamos aprender e fazer com que o cinema também seja floresta”, disse Xakriabá em apresentação no palco.

A cerimônia contou também com participação de renomados artistas, como Eda Costa, Johnny Herno, Manu Dias, Rodrigo Negão e Sérgio Pererê, que trouxeram elementos visuais e sonoros para ilustrar e transmitir, por sons, imagens e letras, a ideia de um cinema brasileiro singular e inventivo, como é característica da produção exibida em Tiradentes. A trilha sonora foi conduzida ao vivo pela DJ Fê Linz, com projeções assinadas pelo VJ Lucih e figurinos desenvolvidos pela estilista Virgínia Barros. A apresentação foi de Grazi Medrado e David Maurity.

A noite ainda foi marcada pelo emocionante discurso da coordenadora geral da Mostra, Raquel Hallak, que subiu ao palco ao lado de Quintino Vargas Neto e Fernanda Hallak d’Angelo: “Começa hoje a nossa viagem de luzes que revela na tela quem nós somos. Vamos juntos desbravar os territórios da arte e da vida. Vamos nos inspirar na nossa homenageada [Bruna Linzmeyer], que é uma mulher jovem, artista de coragem e de muito talento. Vamos descobrir os caminhos que nos revelam novas perspectivas de Brasil e de mundo. Vamos conhecer o cinema brasileiro, que é rico, plural e audacioso que nos conduz para um lugar que a imaginação não tem limite”.

E reforçou o protagonismo da Mostra como espaço de encontros e fomento ao cinema contemporâneo: “Mais que uma mostra de cinema e um espaço de encontros e afetos, a Mostra Tiradentes é um ponto de convergência entre sonhos e realidade, entre o imaginário e o visceral, entre a soma de todos os tempos que faz do cinema brasileiro contemporâneo um retrato autêntico de país”.

Rocco Pitanga, Raquel Hallak, Antonio Pitanga e Benedita da Silva na abertura

Ainda em seu discurso, citou Guimarães Rosa e refletiu: “O cinema, assim como o sertão, é vasto e infinito. É de quem se permite viajar por ele, de quem se entrega ao seu poder de revelação e transformação. Cada filme é um pedaço deste mundo”. Raquel também abordou a pauta regulatória das plataformas de conteúdo digital, as plataformas de streaming: “Não dá mais para adiar essa conquista. Acreditamos que o marco regulatório, bem estruturado e adequado, vai equilibrar interesses comerciais com responsabilidade e transparência”.

Outro momento importante do discurso de Hallak foi sobre a realização do evento, as dificuldades e sua importância: “Somos uma mostra de cinema que celebra, em 2025, 28 anos de existência. E o percurso para chegar até aqui ainda é complexo e desafiador. Dependemos de patrocínio e parcerias. Dependemos de lideranças. A programação é toda gratuita, não vendemos ingressos, não vendemos estandes, não vendemos espaços publicitários. E todo ano começa a saga e nunca se sabe qual será o resultado… se será possível esse encontro anual. E é inacreditável se pensarmos que já são quase três décadas de realização. Se pensarmos o quanto essa Mostra é necessária para o fazer cinematográfico. Se pensarmos que ela foi precursora da descoberta da vocação turística de Tiradentes e projetou essa cidade mundo afora, atraiu investimentos e impulsionou outras iniciativas na cidade. Se pensarmos que ela representa uma referência histórica na valorização da diversidade artística e na renovação da linguagem do cinema brasileiro nos últimos 28 anos”.

E seguiu: “A Mostra é incubadora de novos protagonistas que ocupam e reinventam as telas com cineastas indígenas, periféricos e emergentes das cinco regiões do país. A Mostra de Tiradentes consolidou-se como o maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão”.

Emocionada, Hallak finalizou o discurso: “Se estamos aqui reunidos, em nome do cinema brasileiro, é porque existe uma força e um propósito que nos une. Equipes que se dedicam incansavelmente, lideranças políticas e empresariais que abrem portas pra gente se apresentar. Patrocinadores e parceiros que têm compromisso com a cultura brasileira e que viabilizam essa edição”.

Dois atos simbólicos também marcaram a abertura oficial da Mostra. O primeiro foi a assinatura de um termo de cooperação para a realização do programa Cinema sem Fronteiras, firmada pelo procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Dr. Jarbas Soares Júnior, representado no evento pelo Dr. Hugo Barros de Moura Lima, e a presença de diversas autoridades, como o prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, o prefeito de Tiradentes, José Antônio do Nascimento, e a secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras.

Chico Diaz e Luiza Lemmertz em Girassol Vermelho: filme de abertura

A secretária do Audiovisual Joelma Gonzaga também esteve presente e abriu oficialmente o calendário audiovisual brasileiro, celebrando as conquistas do setor. Em seu discurso, destacou as indicações ao Oscar de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, e reforçou a visibilidade e relevância internacional que o filme vem firmando para o país diante do mundo. Tanto Joelma quanto Raquel Hallak reivindicaram a urgência de regulamentar as plataformas de streaming, uma das bandeiras do setor para 2025, com o propósito de garantir práticas justas e sustentáveis para fortalecer o ecossistema audiovisual.

Depois disso, o público se emocionou com a entrega do Troféu Barroco para a grande homenageada desta 28ª edição: Bruna Linzmeyer, que recebeu a honraria das mãos dos pais, Gerson Linzmeyer e Rosilete dos Santos Linzmeyer. Clique aqui e leia mais.

Fechando a noite de abertura, foi exibido, em pré-estreia, o longa-metragem Girassol Vermelho, dirigido por Eder Santos e codireção de Thiago Villas Boas. O filme mineiro tem no elenco Daniel de Oliveira, Chico Diaz e Luiza Lemmertz, que também marcaram presença. Inspirado no escritor Murilo Rubião, o longa segue a jornada de Romeu, um homem que deixa seu passado  e parte numa busca pela liberdade. Ele chega a uma estranha cidade onde um sistema opressor que não permite questionamentos o arrasta a uma sequência de interrogatórios e torturas.

No palco, o diretor Eder Santos discursou ao lado de sua equipe: “As pessoas que estão aqui são super generosas e acreditaram nesse trabalho. Filmamos em 2017 e tá saindo hoje, oito anos depois. É a nossa estreia e tá todo mundo curioso para assistir”.

A 28ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes segue até 1º de fevereiro com 140 filmes brasileiros: 43 longas, 1 média e 96 curtas-metragens, vindos de 21 estados. Os títulos serão exibidos, com programação gratuita, em 62 sessões divididas em vários recortes, além de debates, encontros e rodas de conversa.

*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Leo Lara/Leo Fontes/Universo Produção/Divulgação.

Oscar 2025: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, é indicado em três categorias; Fernanda Torres está na disputa

por: Cinevitor
Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui: indicada a melhor atriz

Foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 23/01, os indicados ao Oscar 2025. O anúncio, transmitido ao vivo, foi apresentado pelos atores e comediantes Bowen Yang e Rachel Sennott no Samuel Goldwyn Theater; e contou também com a participação de Janet Yang, presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, e Bill Kramer, CEO da AMPAS.

Dirigido por Jacques Audiard, o francês Emilia Pérez lidera a lista com 13 indicações, entre elas, a de melhor atriz para Karla Sofía Gascón, sendo a primeira mulher transgênero na história a ser indicada nesta categoria. Na sequência, O Brutalista e Wicked se destacam com dez indicações cada.

Neste ano, o Brasil se destaca com três indicações para Ainda Estou Aqui, de Walter Salles: melhor filme, sendo o primeiro longa brasileiro a ser indicado nesta categoria; melhor atriz para Fernanda Torres, a segunda brasileira indicada a este prêmio (a primeira foi sua mãe, Fernanda Montenegro, por Central do Brasil, em 1999); e melhor filme internacional.

Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza deste ano e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, com participação especial de Fernanda Montenegro, o filme é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O livro e o filme abraçam o ponto de vista daqueles que sofrem uma perda em um regime de exceção, mas não se dobram; o roteiro é de Murilo Hauser, de A Vida Invisível, e Heitor Lorega.

A sinopse diz: Rio de Janeiro, início dos anos 70. O país enfrenta o endurecimento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: Rubens, Eunice e seus cinco filhos. Vivem na frente da praia, numa casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice , cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas, é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos.

O longa, que já alcançou mais de três milhões de espectadores nos cinemas, promove o reencontro entre Fernanda Torres e Walter Salles depois de Terra Estrangeira e O Primeiro Dia. Na última parte do filme, Eunice é interpretada por Fernanda Montenegro, que volta a trabalhar com Walter Salles depois do consagrado Central do Brasil.

O elenco principal reúne nomes como Valentina Herszage, Luiza Kosovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira e Cora Ramalho, como os filhos na primeira fase do filme; e Olivia Torres, Antonio Saboia, Marjorie Estiano, Maria Manoella e Gabriela Carneiro da Cunha integram a família no segundo momento. E mais: Guilherme Silveira, Pri Helena, Humberto Carrão, Maeve Jinkings, Dan Stulbach, Camila Márdila, Luiz Bertazzo, Lourinelson Vladmir, Thelmo Fernandes, Carla Ribas, Daniel Dantas, Charles Fricks, Helena Albergaria, Marcelo Varzea, Caio Horowicz, Maitê Padilha, Luana Nastas, Isadora Gupert, Alexandre Mello, Augusto Trainotti, Alan Rocha e Daniel Pereira.

Vale lembrar que, até então, a última vez que o cinema brasileiro concorreu na categoria de melhor filme internacional foi em 1999, com Central do Brasil, também de Walter Salles e com Fernanda Montenegro; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os semifinalistas na shortlist.

A 97ª edição do Oscar acontecerá no dia 2 de março no Dolby Theatre, em Hollywood. O apresentador da cerimônia será Conan O’Brien, que assume a função pela primeira vez.

Confira a lista completa com os indicados ao Oscar 2025:

MELHOR FILME
A Substância
Ainda Estou Aqui
Anora
Conclave
Duna: Parte 2
Emilia Pérez
Nickel Boys
O Brutalista
Um Completo Desconhecido
Wicked

MELHOR DIREÇÃO
Brady Corbet, por O Brutalista
Coralie Fargeat, por A Substância
Jacques Audiard, por Emilia Pérez
James Mangold, por Um Completo Desconhecido
Sean Baker, por Anora

MELHOR ATRIZ
Cynthia Erivo, por Wicked
Demi Moore, por A Substância
Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui
Karla Sofía Gascón, por Emilia Pérez
Mikey Madison, por Anora

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Ariana Grande, por Wicked
Felicity Jones, por O Brutalista
Isabella Rossellini, por Conclave
Monica Barbaro, por Um Completo Desconhecido
Zoe Saldaña, por Emilia Pérez

MELHOR ATOR
Adrien Brody, por O Brutalista
Colman Domingo, por Sing Sing
Ralph Fiennes, por Conclave
Sebastian Stan, por O Aprendiz
Timothée Chalamet, por Um Completo Desconhecido

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Edward Norton, por Um Completo Desconhecido
Guy Pearce, por O Brutalista
Jeremy Strong, por O Aprendiz
Kieran Culkin, por A Verdadeira Dor
Yura Borisov, por Anora

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
A Substância, escrito por Coralie Fargeat
A Verdadeira Dor, escrito por Jesse Eisenberg
Anora, escrito por Sean Baker
O Brutalista, escrito por Brady Corbet e Mona Fastvold
Setembro 5, escrito por Moritz Binder, Tim Fehlbaum e Alex David

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Conclave, escrito por Peter Straughan
Emilia Pérez, escrito por Jacques Audiard
Nickel Boys, escrito por RaMell Ross e Joslyn Barnes
Sing Sing, escrito por Greg Kwedar e Clint Bentley
Um Completo Desconhecido, escrito por James Mangold e Jay Cocks

MELHOR FILME INTERNACIONAL
A Garota da Agulha, de Magnus von Horn (Dinamarca)
A Semente do Fruto Sagrado, de Mohammad Rasoulof (Alemanha)
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil)
Emilia Pérez, de Jacques Audiard (França)
Flow, de Gints Zilbalodis (Letônia)

MELHOR ANIMAÇÃO
Divertida Mente 2, de Kelsey Mann
Flow, de Gints Zilbalodis
Memórias de um Caracol, de Adam Elliot
Robô Selvagem, de Chris Sanders
Wallace & Gromit: Avengança, de Merlin Crossingham e Nick Park

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Black Box Diaries, de Shiori Itô
No Other Land, de Yuval Abraham, Basel Adra, Rachel Szor e Hamdan Ballal
Porcelain War, de Brendan Bellomo e Slava Leontyev
Sugarcane, de Emily Kassie e Julian Brave NoiseCat
Trilha Sonora para um Golpe de Estado, de Johan Grimonprez

MELHOR FOTOGRAFIA
Duna: Parte 2, por Greig Fraser
Emilia Pérez, por Paul Guilhaume
Maria Callas, por Edward Lachman
Nosferatu, por Jarin Blaschke
O Brutalista, por Lol Crawley

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Conclave, por Suzie Davies e Cynthia Sleiter
Duna: Parte 2, por Patrice Vermette e Shane Vieau
Nosferatu, por Craig Lathrop e Beatrice Brentnerova
O Brutalista, por Judy Becker e Patricia Cuccia
Wicked, por Nathan Crowley e Lee Sandales

MELHOR FIGURINO
Conclave, por Lisy Christl
Gladiador 2, por Janty Yates e Dave Crossman
Nosferatu, por Linda Muir
Um Completo Desconhecido, por Arianne Phillips 
Wicked, por Paul Tazewell

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO
A Substância, por Pierre-Olivier Persin, Stéphanie Guillon e Marilyne Scarselli
Emilia Pérez, por Julia Floch Carbonel, Emmanuel Janvier e Jean-Christophe Spadaccini
Nosferatu, por David White, Traci Loader e Suzanne Stokes-Munton
Um Homem Diferente, por Mike Marino, David Presto e Crystal Jurado
Wicked, por Frances Hannon, Laura Blount e Sarah Nuth

MELHOR EDIÇÃO
Anora, por Sean Baker
Conclave, por Nick Emerson
Emilia Pérez, por Juliette Welfling 
O Brutalista, por David Jancso
Wicked, por Myron Kerstein

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Conclave, por Volker Bertelmann
Emilia Pérez, por Clément Ducol e Camille
O Brutalista, por Daniel Blumberg
Robô Selvagem, por Kris Bowers
Wicked, por John Powell e Stephen Schwartz 

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
El Mal, por Clément Ducol, Camille e Jacques Audiard (Emilia Pérez)
Like A Bird, por Abraham Alexander e Adrian Quesada (Sing Sing)
Mi Camino, por Clément Ducol e Camille (Emilia Pérez)
Never Too Late, por Elton John, Brandi Carlile, Andrew Watt e Bernie Taupin (Elton John: Never Too Late)
The Journey, por Diane Warren (Batalhão 6888)

MELHOR SOM
Duna: Parte 2, por Gareth John, Richard King, Ron Bartlett e Doug Hemphill
Emilia Pérez, por Erwan Kerzanet, Aymeric Devoldère, Maxence Dussère, Cyril Holtz e Niels Barletta
Robô Selvagem, por Randy Thom, Brian Chumney, Gary A. Rizzo e Leff Lefferts
Um Completo Desconhecido, por Tod A. Maitland, Donald Sylvester, Ted Caplan, Paul Massey e David Giammarco
Wicked, por Simon Hayes, Nancy Nugent Title, Jack Dolman, Andy Nelson e John Marquis

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Alien: Romulus, por Eric Barba, Nelson Sepulveda-Fauser, Daniel Macarin e Shane Mahan
Better Man: A História de Robbie Williams, por Luke Millar, David Clayton, Keith Herft e Peter Stubbs
Duna: Parte 2, por Paul Lambert, Stephen James, Rhys Salcombe e Gerd Nefzer
Planeta dos Macacos: O Reinado, por Erik Winquist, Stephen Unterfranz, Paul Story e Rodney Burke
Wicked, por Pablo Helman, Jonathan Fawkner, David Shirk e Paul Corbould

MELHOR CURTA-METRAGEM | FICÇÃO
A Lien, de David Cutler-Kreutz e Sam Cutler-Kreutz
Anuja, de Adam J. Graves
I’m Not a Robot, de Victoria Warmerdam
The Last Ranger, de Cindy Lee
The Man Who Could Not Remain Silent, de Nebojsa Slijepcevic

MELHOR CURTA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
A Única Mulher na Orquestra, de Molly O’Brien
Death by Numbers, de Kim A. Snyder
I Am Ready, Warden, de Smriti Mundhra
Incident, de Bill Morrison
Instruments of a Beating Heart, de Ema Ryan Yamazaki

MELHOR CURTA-METRAGEM | ANIMAÇÃO
Beautiful Men, de Nicolas Keppens
In the Shadow of the Cypress, de Hossein Molayemi e Shirin Sohani
Magic Candies, de Daisuke Nishio
Wander to Wonder, de Nina Gantz
Yuck!, de Loïc Espuche

Foto: Divulgação/Sony Pictures Classics/VideoFilmes.

Conclave

por: Cinevitor

Direção: Edward Berger

Elenco: Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow, Isabella Rossellini, Carlos Diehz, Jacek Koman, Lucian Msamati, Bruno Novelli, Thomas Loibl, Brían F. O’Byrne, Rony Kramer, Sergio Castellitto, Valerio Da Silva, Joseph Mydell, Vincenzo Failla, Garrick Hagon, Merab Ninidze, Madhav Sharma, Loris Loddi, Roberto Citran, Antonio Toma, Balkissa Souley Maiga, Romuald Andrzej Klos, Willie Jonah.

Ano: 2024

Sinopse: O Cardeal Lawrence é encarregado de coordenar o processo da escolha de um novo Papa após a morte inesperada do antigo sumo pontífice. É aí que se inicia um jogo de poder entre grandes nomes da Igreja Católica, fazendo com que o protagonista deste secreto processo descubra segredos e conspirações. Adaptação da obra literária homônima de Robert Harris.

Nota do CINEVITOR: